Geisterfahrer - a Menina do Tempo escrita por seethehalo


Capítulo 25
Take Me Away


Notas iniciais do capítulo

Dois capítulos consecutivos atrasados... #palmas.
Bom, ando ocupada, estou trabalhando; e ainda estou querendo reativar meu blog (o que me fez tomar vergonha na cara e ler uns tutoriais de HTML e CSS).
Bom, TENTAREI não cometer o mesmo erro outra vez (que poética essa frase ;z)



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Eu me sinto como se estivesse sozinha

Apenas comigo mesma, preciso contornar isso

Minhas palavras são frias

Eu não quero que elas o machuquem

Se eu te mostrar

Não acho que você entenderia

Porque ninguém entende

Take Me Away - Avril Lavigne

*-*-*-*-*

 

     - Agora, fodeu.

     - Vou ligar pra mãe – falei pegando o telefone.

     - Alô? – ela atendeu.

     - Mãe, é o Bill. O Tom me lembrou de uma coisa...

     - O quê?

     - Da banda... Se ele não vai poder sair no fim de semana, como a gente vai pra gravadora?

     - Vocês não têm nada marcado lá nesse fim de semana.

     - Não?

     - Não. Eu liguei lá e perguntei. Fica tranquilo, tá?

     - Tá ok. Beijo, mãe.

     - Beijo. Tchau.

     - O que ela disse? – Tom perguntou quando desliguei o telefone.

     - Que não temos nada marcado no fim de semana.

     - Que merda.

     - É a vida, Tom. Faz parte. E vê se segura tua onda que eu tô de olho e não tenho medo de abrir a boca!

     - Por que você é tão feliz em ameaçar que vai me caguetar?

     - Porque sou mais novo que você. E nessa condição, sou destinado a te encher o saco durante toda a vida!

     Fui para a cozinha rindo alto. Eu só não esperava que ele fosse vir atrás e voar no meu pescoço.

     - AAAI, TOM, PORRA, O QUÊ QUE TU TÁ FAZENDO?! – berrei caindo no chão.

     - Te batendo! Você, na condição de irmão mais novo, está condenado a apanhar de mim por toda a vida! – ele se preparava pra me dar um soco.

     - PARA COM ISSO, TÁ DOENDO, TU QUER ME MATAR?!

     - Não seria uma má ideia!

     Consegui me desvencilhar dele e fui correndo pra rua. Mas ele foi atrás e continuou me batendo.

     - PARA, PORRA! TOM! PARA!

     - Eu paro quando você parar de bancar o gostosão pra cima de mim!

     - P-para... A g-gente tá no m-meio da rua! – falei já quase sem forças. Ele tinha me batido muito.

     - Tem razão. E também, bater em você já perdeu a graça.

     Me levantei da calçada e entrei em casa mancando.

     - Seu animal! – urrei – A mãe vai adorar saber que você virou uma máquina moedora de carne!

     Entrei no meu quarto, bati a porta com o que me restava de forças e lá fiquei.

     BILL OFF

     - Passou um rolo compressor por cima de vocês? – perguntei quando vi os gêmeos, Tom vermelho marcado de tapas e Bill com três hematomas.

     - Apanhamos – Tom disse.

     - O Tom apanhou da nossa mãe porque incorporou o Mike Tyson e me esmurrou ontem – Bill informou.

     - E por que isso?

     - Porque eu tava obedecendo ao que a minha mãe mandou fazer: não deixar essa ameba que eu chamo de irmão jogar videogame.

     - E você foi tão humilde e delicado pra fazer isso, né, Bill?

     - Uuh, como se você tivesse alguma moral pra dizer isso!

     - Ah, não, vocês não vão ficar trocando alfinetadas agora. – interrompi – Não estou com o menos ânimo pra pagar bola de pingue-pongue, então por favor. Bill, vamos logo fazer esse trabalho.

     Fomos para a cozinha, em silêncio. Quando sentamos à mesa, ele perguntou:

     - O que teve na escola hoje?

     - Nada que você tenha perdido – respondi.

     - Com certeza não deve ter sido pior do que o Tom me enchendo o saco. Não fiz nada pra merecer ser o saco de pancadas dele.

     - Ah, não, né, Bill? Imagina! – Tom gritou da sala.

     - Você cala a boca que a conversa está entre os Homo sapiens e não inclui os neandertais.

     - Nhé-nhé-nhé-nhé-nhé! – o gêmeo mais velho debochou.

     - Eu vou te ignorar, que eu ganho mais!

     - Também acho. – falei. – Eu não sei o que está havendo e nem quero saber.

     - Eu só disse que não fiz nada...

     - É, mas também não perde uma oportunidade de bancar o rei da cocada.

     - Você vai ficar me xingando também?!

     - Ai, desculpa... Desculpa, Bill, eu não tô bem. Meu dia tá uma paia e eu tô falando muita merda... Me desculpe.

     - Tá, tudo bem. Agora vamos logo fazer isso aqui.

     Tinha ido até lá depois da escola a fim de fazer o tal trabalho, mas definitivamente não estava conseguindo me concentrar. Acho que não estava ouvindo nada.

     - Maria! Acorda!

     - Hm? – abandonei meus pensamentos e atendi à advertência de Bill.

     - Tô repetindo isso pela quinta vez... O que há com você?

     - Eu tenho que ir. – falei me levantando da mesa e recolhendo minhas coisas – A gente faz isso outra hora, eu não tô com cabeça.

     Bill me levou até a porta e eu saí andando perdida nos pensamentos.

     Naquele momento, eu queria ser carregada pelo vento e ir parar em qualquer lugar longínquo e desconhecido onde eu pudesse ficar sozinha. Eu definitivamente não estava no meu dia.

     Sabine agora dera para mandar mensagem no meu celular, me ameaçando, sem qualquer motivo, contar o meu segredo para o Bill. Por isso eu estava agindo estranho na casa dele. Queria alguém pra desabafar... Com Bill não dava, Tom estava de bode...

     Inconscientemente, fiz o caminho de casa. Ao passar pela casa de portão verde, do outro lado da rua, me ocorreu uma ideia. Entrei em casa, larguei as coisas da escola e fui tocar o interfone da casa de Jacqueline.

     - Pois não?

     - Jacqueline? – perguntei.

     - Não é ela. Um minuto.

     Esperei com o ouvido atento ao interfone, e em alguns segundos, Jacque atendeu:

     - É quem?

     - Maria.

     - Oi, flor! Espera aí que eu vou pedir pra Maddie abrir pra você.

     Num minutinho, Maddie, a irmã de Jacque, veio abrir o portão. Sem necessidade de palavras, fui convidada a entrar na casa e recebida na sala.

     - E aí, Maria, tudo bem? – ela perguntou.

     - Mais ou menos... Posso falar com você?

     - Claro. Vamos subir.

     Fomos até o andar de cima da grande casa.

     - Bom, o que aconteceu?

     - Digamos que... eu estou em apuros.

     - Aprontou alguma coisa?

     - Não... É que assim, tem uma menina lá na escola que não bateu com o meu santo desde que eu cheguei. Um tempo atrás, ela descobriu uma coisa minha que ninguém sabia, e nem pode saber; e desde então ela me persegue. E me ameaça com isso.

     - Deixa eu ver... A tal garota ficou sabendo de um podre seu e agora fica te enchendo o saco... O que ela quer?

     - Não é exatamente um “podre”, mas acho que dá pra definir assim. O pior é que ela só quer ferrar com a minha vida; eu nunca fiz nada pra ela nem devo nada pra ninguém, e não sei como reagir diante da provocação.

     - Que coisa... Fiquei curiosa, mas se é algo tão mau assim, não vou ficar te perguntando. Mas ela te ameaça como?

     - Mandando bilhetinhos dizendo que vai contar desse meu “podre” pro Bill... e pro tom.

     - Os tais gemeozinhos, né?

     - Aham.

     - Você tem que me apresentar esses dois... Do jeito que você e a Ina falam deles...

     Dei um risinho.

     - Mas por enquanto deixa isso pra lá. Você tá nervosa porque tá sendo ameaçada sem motivo... – ela suspirou – O que eu posso fazer pra te ajudar é dar meu apoio moral, flor. Mas tenta se preocupar menos com isso. Se o seja-lá-o-que-você-tiver-feito for tão grave a ponto de poder acabar com a sua amizade com os gemeozinhos, no seu lugar eu me preocuparia com esse lado. Curtiria eles.

     - Eu não acho. Na verdade, eu tenho feito exatamente o contrário; me afastado deles. Talvez Sabine pense que eu tô pouco me importando com a ameaça. Mas não sei...

     - É, não deixa de ser uma boa tática também... Afinal, grudando neles, daria a impressão de estar superprotegendo.

     - Então.

     - Vamos lá embaixo fazer um lanche.

     Fomos para o andar térreo da casa. Conversamos mais um pouco; ela pediu licença e subiu. Menos de um minuto depois, recebi uma mensagem. Era Sabine, dizendo que aquela “era uma cópia do que acabou de mandar pro meu amiguinho”. Fiquei sem ar. Ela tinha feito isso?

     - Não... – disse baixinho com as mãos no rosto. Maddie entrou na cozinha.

     - O que foi? – perguntou.

     - N-nada... nada.

     - Não parece. Você tá nervosa. Tá tremendo.

     - É... Você... você tem razão.

     - Quer um calmante?

     - Seria uma boa... Obrigada.

     - Toma – ela tirou uma cartela do bolso da blusa e me entregou. – Eu tomo desse quando tenho crise de nervos. Faz um bem danado. Pode ficar com a cartela, eu tenho mais. – Maddie encheu m copo de água gelada e saiu da cozinha levando-o consigo.

     Pus um pouco d’água num copo e tomei um “ponto”. Dietilamina do ácido lisérgico... Não parece fazer mal. Melhor que eu tente ficar calma. Jacque voltara.

     - Jacque, ela mandou outra mensagem.

     - O que disse?

     - Que... contou pra eles. Ela disse que a mensagem que me enviou é uma cópia da que mandou pra eles... O que eu faço?

     - Fala com eles amanhã... Você não vai vê-los na escola?

     - Não. Eles estão suspensos até o fim da semana...

     - Não dá pra ir na casa deles?

     - Com que cara eu chego lá?

     - Ai, não sei. Quer ir pra casa?

     - É bom.

     - Vai ver você se acalma...

     - Ai, tomara...

     - Depois se der você liga pra eles, sei lá, mas não foge. Esclarece as coisas com os dois, vai ser melhor pra todo mundo.

     - Aham. Obrigada por me ouvir, Jacque.

     - Imagina. Tchau. – ela disse já no portão.

     Voltei pra casa com a cabeça martelando.

     Entrei no apê e olhei pro telefone. Peguei-o, mas não tive coragem nem de discar o número. Larguei o aparelho e me sentei no sofá. Em dois minutos o interfone toca. D. Silvíe avisando que Brenda está subindo.

     - Brenda – falei quando ela adentrou o apartamento -, você quer ir na casa de alguma das suas amiguinhas hoje? Eu estou cansada, queria dormir um pouquinho... Pode ser?

     - Eu queria ficar em casa hoje... Eu fico quietinha vendo tevê, prometo.

     - Hmm, tá bom. Aí mais tarde eu te ajudo com a lição de casa, tá?

     - Tá bom, Maria.

     Liguei a televisão para ela e fui para o quarto. O que eu queria na verdade não era dormir, mas ficar sozinha e pensar no que faço da vida.

     Ignoro quanto tempo passou até eu desistir de lutar contra as lágrimas e quanto chorei até ouvir tímidas batidas na porta.

     - Maria? Tudo bem? – Brenda perguntou do outro lado.

     - Ahn... Tudo sim, amor. Não se preocupe. – respondi tentando não me denunciar pela voz.

     - Posso entrar?

     - Er... – enxuguei o rosto rapidamente – pode, entra.

     - Você tava dormindo?

     - Não, eu não consegui dormir. Eu tô com um probleminha, fiquei pensando nele e acabei perdendo o sono.

     - É com os seus namorados?

     - Namorados?

     - É... Aqueles dois meninos bonitos que vivem junto com você não são seus namorados?

     - Não!... Primeiro que eles são irmãos; segundo, eu não posso namorar dois guris de uma vez; e terceiro que eles são só meus amigos.

     - Ah. É porque você vive junto com eles, ainda mais com o de cabelo preto que anda com a calça rasgada. Qual o nome dele mesmo?

     - Bill – respondi rindo.

     - E do outro loiro?

     - É Tom.

     - Você gosta muito deles, né?

     - É.

     - E o probleminha que você tá é com eles?

     - Aham.

     - Por que não liga pra eles?


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Notas finais do capítulo

Uma coisa que eu esqueci de comentar do último capítulo...
O fato do Bill ter apanhado do Tom. Culpem a Paloma, eu disse pra ela que tava escrevendo uma parte da fic "assim-assado" e ela mandou eu fazer o Biu apanhar. Eu só acatei a ideia, não tenho nada a ver com isso. u-u

Volto com a pontualidade irritante amanhã! õ/ ounão,qs



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