Geisterfahrer - a Menina do Tempo escrita por seethehalo
Notas iniciais do capítulo
Avril é arroz de festa nas minhas fics, acostumem-se. u.u
Capítulo enoooooooooormeee!! Demorei a lot pra escrever (e mais ainda pra digitar ;z). Então eu espero que gostem!
Vou continuar insistindo: participem! http://screamin4tokiohotel.blogspot.com/2010/07/projeto-tokio-hotel-5-anos.html
Vou acabar tendo que adiar mesmo.
Eu realmente não me importo com o que você tem a dizer
Porque você sabe, você sabe que não é nada
Estou cansada dessa merda, não nego
Você é uma perda de tempo
Estou cansada dessa merda, não pergunte por quê
I Can Do Better - Avril Lavigne
*-*-*-*-*
- Infeliz.
- Como?! – Bill indagou sem entender.
- A cada dia me convenço mais.
- Não tô entendendo, Tom...
- Maria, lembra que você queria bater na Sabine e eu não deixei? Autorização concedida.
- Tom, tá tudo bem com você? – perguntei estranhando a atitude dele.
- Pior que não.
- Tom... – o gêmeo mais novo chamou, hesitante.
- Não, Bill, não tem nada a ver com você.
Bill suspirou de alívio, e Tom continuou:
- Cara, tô me sentindo idiota de não ter resolvido isso com você antes.
- Eu me sinto mais idiota ainda... Você não tem noção.
- Hey, somos gêmeos, se um é idiota, o outro tem que ser também...
- Então tá, promete que a gente nunca mais vai brigar por idiotice?
- Por idiotice nem por vadias que armam pra cima da gente.
- Hein?
- Ah, esquece! Isso não importa.
Os dois se abraçaram, e eu fingi que não estava ali. Logo depois o sinal bateu, fim do intervalo. Aula de Francês. Fomos os três para a sala.
- Quer saber? Por que você não vai cuidar da sua vida? Que saco! – berrei. Tem um mês que eu suporto isso, agora chega.
- Ixi, estressou, é? – Sabine tentou debochar com sua voz irritante.
- Estressei, sim! Eu tô por aqui com você! Você não tem o que fazer, não? Se manca, menina, me deixa em paz! Você tá me enchendo o saco desde que voltaram as aulas, hoje já é treze de fevereiro, você não cansa? Todo santo dia caçando um motivo pra me apontar esse dedo! Arre!
- De onde você vem as pessoas não gostam de brincadeirinhas?
- Brincadeirinha só se for na sua bunda! Eu não aguento mais! Você é irritante! – disse alto e devagar cada frase. – Não consegue encontrar um motivo pra se achar a última bolacha do pacote e tem que pisar em cima dos outros pra ficar bem? Aliás, a última bolacha do pacote você já é, a que tá sempre quebrada e ninguém quer. Certo? Infeliz, isso é o que você é! Eu te aguentei até agora, a sua bombinha-relógio explodiu!
Uma pequena multidão se aglomerou na frente do meu armário, curiosos querendo saber o motivo da gritaria. Sabine já não tinha mais argumentos, mas eu ainda tinha o que falar e fui em frente:
- Como é que você consegue se sentir bem falando tanta merda das pessoas? Como consegue dormir à noite sabendo que estragou e causou quase um trauma na união de dois irmãos, gêmeos, que já têm problemas de sobra? Comigo não, Mané.
- E o que é que você vai fazer? Olha o seu tamanho, se eu te der um peteleco você já voa longe.
Pronto, terminou de botar pilha. Agora o circo pega fogo.
- Ai que medinho dela! Acha que me intimida por ser enorme? Engana-se, fofa.
- Você pode ser grande, mas não é dois. – uma voz disse, de fora da multidão. Bill apareceu de dentro do povo e se pos ao meu lado.
- Ai! – Tom apareceu atrás – Três.
- Não, Bill. Tom. Não se preocupem comigo. A festa já acabou aqui. E pra você, Sabine... Da próxima vez que me apontar um dedo, eu mando de volta. Ou quebro. Já pensou em apontar pro espelho? – disse isso e saí andando. As pessoas se dispersaram e o burburinho começou a me irritar. Peguei minhas coisas e fui pro Jardim da Frente da escola, que costuma estar vazio a essa hora.
Estava ventando forte. Cinco minutos depois, chegou o Bill e sentou ao meu lado no banco.
- Mari... O que foi aquilo, o que deu em você?
Mari... Bill me inventou esse apelido e agora só me chama assim.
- Esquentei legal, né?
- Nem me fale! O que aconteceu?
- Você sabe que eu não faço o tipo pavio curto... Meu paio é até comprido demais. Mas todo mundo tem um limite, e eu cheguei ao meu. Desde janeiro, Bill, ela ficava em cima de mim, você viu. Uma hora cansa...
- Verdade... Mas você teve muita coragem pra falar tudo aquilo pra ela... Ninguém nunca tinha ido tão longe...
- Por que não? Como assim?
- Sabine é a protegidinha da D. Ostertag. Não queria te deixar preocupada, mas pode aguardar ter problemas na diretoria.
- Não tenho medo. Não sou nenhuma santa. Hmm... Me descarreguei até demais. Me sinto fraca...
- Vai voltar pra aula?
- Não tô com muita vontade...
- Vamos. Depois eu te levo num lugar legal. Topa?
- Hmm, pode ser. Mas agora eu quero ficar aqui – deitei no banco com a cabeça virada para onde ele estava sentado. Não sei por que, mas me sinto tão bem quando Bill está por perto...
O sinal bateu interrompendo meu devaneio.
- Vamos entrar? – ele perguntou.
- Aham.
Quando chegamos na sala, o professor já estava lá. Sobre a minha mesa, um papel dobrado. Abri, li o conteúdo, dei um suspiro e caminhei até a lixeira, onde joguei o papel.
- Como se eu tivesse medo de ameaça por telegrama... – disse me sentando.
- O que tava escrito naquele papel? – Bill indagou.
- Toma cuidado, queridinha. Quando você menos esperar, você já era. Aguarde – imitei a voz da remetente. – Olha eu tremendo aqui! – olhei para o outro lado da sala e chamei – Sabine... desista. Nem pra fazer ameaça você presta. Não vai me intimidar com um bilhetinho.
Ela levantou da cadeira e veio até mim.
- Quer uma ameaça decente? Então tá. Logo, logo você vai estar fora daqui.
- Coitada! Eu pago pra ver.
Sabine ergueu a mão no intuito de me dar um tapa na cara.
- Abaixa. Essa. Mão. – falei – Tá esperando que eu puxe seu cabelo? Já esqueceu do que eu te disse agora a pouco? Levanta essa mão pra mim de novo que você sai daqui direto pro pronto-socorro.
- Uuuuuhh! – a sala fez em coro.
- Você me paga, tá legal? Me paga! – ela disse se afastando e sentando no lugar.
- Cara feia, pra mim é fome. Se tá achando que você vai me por medo, tira o cavalinho da chuva.
- Você não perde por esperar.
Ergui o braço fazendo gesto de “fala com a minha mão” e peguei o caderno pra fazer a lição.
Quando a aula acabou, saí da sala e voltei pro Jardim da Frente, e Bill foi atrás.
- Sem saco pra aula de História? – perguntou.
- É. Na verdade sem saco pra nada, mas se você quiser eu te alugo pra ficar reclamando.
- Er... tá bom. Desabafo sempre é um com remédio.
Tirei a hora para reclamar. Reclamei do tempo, da escola, do cabelo, da comida, do governo, do desmatamento e o escambau. E o Bill só me ouvindo... Uma hora acabou o meu estoque de reclamações e começamos a conversar.
- Eu só não entendi – eu dizia – por que você e o Tom se colocaram do meu lado quando ela me chamou de baixinha. Onde que eu sou baixinha?! Se eu tiver dez centímetros a menos que ela, já é muito.
- Bom... Pelo meu ponto de vista...
- Você não conta, Bill. Você é enorme! Devemos ter meio metro de diferença.
- Não é tudo isso. Levanta, vamos medir. Quanto você tem de altura? – ele disse enquanto nos encostávamos de costas.
- Um metro e sessenta.
- Eu tenho um palmo a mais, olha. Então eu devo ter... Um e setenta e cinco.
- Um e setenta e cinco? Um e setenta e cinco?! Como você consegue a proeza de ter um metro e setenta e cinco com catorze anos?!?! Depois diz que não é enorme...
- Sentado eu não fico enorme.
- É, é bem melhor conversar com você assim. – sentamos os dois. – Ain, tá ficando frio...
- Quer uma blusa?
- Não, Bill, quê isso, se eu pegar a sua blusa quem fica com frio é você.
- Ah, mas a gente tá aqui já faz tempo, daqui a pouco bate o sinal e a gente entra... Hey, que é isso no seu bolso? – ele pos a mão no bolso do meu casaco e tirou um monte de balas – Oba, bala! Dá pra mim?
- Pega... – fui pegar uma bala pra mim, mas meu bolso estava vazio. – Hey, não pega não! Você afanou todas as minhas balas! – ele saiu correndo – Volta aqui com as minhas balas, Bill!
- Vem pegar!
Corri atrás dele e das minhas balas por alguns minutos. Ele parou quando ouvimos o sinal. Me devolveu as balas e entramos na escola.
- Que aula tem agora? – perguntei.
- Ciências.
Chegamos na sala ainda ofegando, e Tom nos recebeu com reprovação:
- Onde é que vocês estavam? Matando aula? Que coisa feia!
- Falou o santinho. – Bill disse – Tá é com ciúme porque a gente esqueceu você.
- É! Porque vocês me esqueceram!
- Foi de propósito. Se você fosse junto, eu não ia poder conversar com a Mari direito e ia ficar segurando vela. Aí eu te deixei. – Bill se justificou.
- Palhaço. Assim eu vou começar a ficar com ciúme – disse Tom me abraçando e mostrando a língua para o irmão.
O que Tom disse quando entramos na sala me deixou pensativa. É, a gente ainda finge um namoro. Acho que não precisa mais, né? Foi por causa dessa conclusão que eu liguei para a casa dos Kaulitz, a fim de falar com Tom sobre isso. Quem me atendeu foi o Bill:
- Alô?
- Bill?
- Sim, quem fala?
- Maria.
- Oi, Mari. Tudo bem?
- Aham. E você?
- Também.
- Bill, o Tom tá por aí?
- Tá sim, peraí que eu vou chamar.
Depois de um minuto, Tom apareceu na linha.
- Fala, Maria!
- Tom, preciso falar contigo. Sobre o nosso... “plano”.
- Quê que tem?
- Acho que não tem mais necessidade de fingirmos namoro, né?
- Ah, eu tava gostando.
- Besta!
- Brincadeira, tem razão. Ainda mais depois de tudo o que você disse pra Sabine hoje... Hehehe. Que coragem.
- É, eu sei – revirei os olhos -, o Bill me disse. A protegidinha da... quem mesmo?
- Dona Anette Ostertag, a inspetora, aquela mala.
- Ah, tá. Mas voltando à vaca fria, não dá pra gente aparecer rindo e brincando e dizer que não estamos mais namorando.
- Claro que dá. Iuhu, Tom Kaulitz falando. Hoje é sexta-feira. E a gente não tem que dar satisfação pra ninguém.
- Só pro Bill.
- Pra ele a gente inventa uma desculpa. Vem aqui em casa, pra dar uma disfarçada.
- Ok então. Até mais.
- Até.
Então lá fui eu. Aprendi a andar por aqui. E lembrei, também, que Bill tinha prometido me levar num lugar. Cheguei, falei com o Tom, e depois fui atrás do Bill pra cobrar o passeio.
- Ah, vamos. Quer ir agora?
- Pode ser. Tô de bobeira, mesmo.
Bill me levou para um parque, onde tinha um coreto dentro. E quando eu “entrei” no coreto... Foi como se tudo o que estivesse do lado de “fora” não existisse e o mundo se resumisse a nós dois.
- Que gostoso aqui, Bill. Parece...
- ... Que tudo o que está lá fora não existe?
- É...
- Como se o mundo se resumisse a eu e você...
- É, mesmo sabendo que não se resume.
Nós dois rimos.
- Sabe, Mari, adoro vir pra cá quando quero pensar ou esquecer alguma coisa.
- Boa tática.
- É, uma pena que nem sempre dê certo...
- Por quê?
- Aqui é meio mágico. Sempre saio desse lugar do jeito que o meu corpo inteiro quer que a minha cabeça pense.
- Nossa.
Nesse momento o celular dele tocou, interrompendo o assunto.
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Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!Notas finais do capítulo
Bom, sexta eu volto (se eu conseguir receber os capítulos da Naomi ;z)
Deixo como nota final o meu estado de espírito: I'm phisically, mentally over obsessed with Humanoid City Live.
Muito bom, muito bom, muito bom.
O CD tá no 4º play de hoje já.