Geisterfahrer - a Menina do Tempo escrita por seethehalo


Capítulo 11
I Can Do Better


Notas iniciais do capítulo

Avril é arroz de festa nas minhas fics, acostumem-se. u.u
Capítulo enoooooooooormeee!! Demorei a lot pra escrever (e mais ainda pra digitar ;z). Então eu espero que gostem!

Vou continuar insistindo: participem! http://screamin4tokiohotel.blogspot.com/2010/07/projeto-tokio-hotel-5-anos.html
Vou acabar tendo que adiar mesmo.



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Eu realmente não me importo com o que você tem a dizer

Porque você sabe, você sabe que não é nada

Estou cansada dessa merda, não nego

Você é uma perda de tempo

Estou cansada dessa merda, não pergunte por quê

I Can Do Better - Avril Lavigne

*-*-*-*-*

     - Infeliz.

     - Como?! – Bill indagou sem entender.

     - A cada dia me convenço mais.

     - Não tô entendendo, Tom...

     - Maria, lembra que você queria bater na Sabine e eu não deixei? Autorização concedida.

     - Tom, tá tudo bem com você? – perguntei estranhando a atitude dele.

     - Pior que não.

     - Tom... – o gêmeo mais novo chamou, hesitante.

     - Não, Bill, não tem nada a ver com você.

     Bill suspirou de alívio, e Tom continuou:

     - Cara, tô me sentindo idiota de não ter resolvido isso com você antes.

     - Eu me sinto mais idiota ainda... Você não tem noção.

     - Hey, somos gêmeos, se um é idiota, o outro tem que ser também...

     - Então tá, promete que a gente nunca mais vai brigar por idiotice?

     - Por idiotice nem por vadias que armam pra cima da gente.

     - Hein?

     - Ah, esquece! Isso não importa.

     Os dois se abraçaram, e eu fingi que não estava ali. Logo depois o sinal bateu, fim do intervalo. Aula de Francês. Fomos os três para a sala.

     - Quer saber? Por que você não vai cuidar da sua vida? Que saco! – berrei. Tem um mês que eu suporto isso, agora chega.

     - Ixi, estressou, é? – Sabine tentou debochar com sua voz irritante.

     - Estressei, sim! Eu tô por aqui com você! Você não tem o que fazer, não? Se manca, menina, me deixa em paz! Você tá me enchendo o saco desde que voltaram as aulas, hoje já é treze de fevereiro, você não cansa? Todo santo dia caçando um motivo pra me apontar esse dedo! Arre!

     - De onde você vem as pessoas não gostam de brincadeirinhas?

     - Brincadeirinha só se for na sua bunda! Eu não aguento mais! Você é irritante! – disse alto e devagar cada frase. – Não consegue encontrar um motivo pra se achar a última bolacha do pacote e tem que pisar em cima dos outros pra ficar bem? Aliás, a última bolacha do pacote você já é, a que tá sempre quebrada e ninguém quer. Certo? Infeliz, isso é o que você é! Eu te aguentei até agora, a sua bombinha-relógio explodiu!

     Uma pequena multidão se aglomerou na frente do meu armário, curiosos querendo saber o motivo da gritaria. Sabine já não tinha mais argumentos, mas eu ainda tinha o que falar e fui em frente:

     - Como é que você consegue se sentir bem falando tanta merda das pessoas? Como consegue dormir à noite sabendo que estragou e causou quase um trauma na união de dois irmãos, gêmeos, que já têm problemas de sobra? Comigo não, Mané.

     - E o que é que você vai fazer? Olha o seu tamanho, se eu te der um peteleco você já voa longe.

     Pronto, terminou de botar pilha. Agora o circo pega fogo.

     - Ai que medinho dela! Acha que me intimida por ser enorme? Engana-se, fofa.

     - Você pode ser grande, mas não é dois. – uma voz disse, de fora da multidão. Bill apareceu de dentro do povo e se pos ao meu lado.

     - Ai! – Tom apareceu atrás – Três.

     - Não, Bill. Tom. Não se preocupem comigo. A festa já acabou aqui. E pra você, Sabine... Da próxima vez que me apontar um dedo, eu mando de volta. Ou quebro. Já pensou em apontar pro espelho? – disse isso e saí andando. As pessoas se dispersaram e o burburinho começou a me irritar. Peguei minhas coisas e fui pro Jardim da Frente da escola, que costuma estar vazio a essa hora.

     Estava ventando forte. Cinco minutos depois, chegou o Bill e sentou ao meu lado no banco.

     - Mari... O que foi aquilo, o que deu em você?

     Mari... Bill me inventou esse apelido e agora só me chama assim.

     - Esquentei legal, né?

     - Nem me fale! O que aconteceu?

     - Você sabe que eu não faço o tipo pavio curto... Meu paio é até comprido demais. Mas todo mundo tem um limite, e eu cheguei ao meu. Desde janeiro, Bill, ela ficava em cima de mim, você viu. Uma hora cansa...

     - Verdade... Mas você teve muita coragem pra falar tudo aquilo pra ela... Ninguém nunca tinha ido tão longe...

     - Por que não? Como assim?

     - Sabine é a protegidinha da D. Ostertag. Não queria te deixar preocupada, mas pode aguardar ter problemas na diretoria.

     - Não tenho medo. Não sou nenhuma santa. Hmm... Me descarreguei até demais. Me sinto fraca...

     - Vai voltar pra aula?

     - Não tô com muita vontade...

     - Vamos. Depois eu te levo num lugar legal. Topa?

     - Hmm, pode ser. Mas agora eu quero ficar aqui – deitei no banco com a cabeça virada para onde ele estava sentado. Não sei por que, mas me sinto tão bem quando Bill está por perto...

     O sinal bateu interrompendo meu devaneio.

     - Vamos entrar? – ele perguntou.

     - Aham.

     Quando chegamos na sala, o professor já estava lá. Sobre a minha mesa, um papel dobrado. Abri, li o conteúdo, dei um suspiro e caminhei até a lixeira, onde joguei o papel.

     - Como se eu tivesse medo de ameaça por telegrama... – disse me sentando.

     - O que tava escrito naquele papel? – Bill indagou.

     - Toma cuidado, queridinha. Quando você menos esperar, você já era. Aguarde – imitei a voz da remetente. – Olha eu tremendo aqui! – olhei para o outro lado da sala e chamei – Sabine... desista. Nem pra fazer ameaça você presta. Não vai me intimidar com um bilhetinho.

     Ela levantou da cadeira e veio até mim.

     - Quer uma ameaça decente? Então tá. Logo, logo você vai estar fora daqui.

     - Coitada! Eu pago pra ver.

     Sabine ergueu a mão no intuito de me dar um tapa na cara.

     - Abaixa. Essa. Mão. – falei – Tá esperando que eu puxe seu cabelo? Já esqueceu do que eu te disse agora a pouco? Levanta essa mão pra mim de novo que você sai daqui direto pro pronto-socorro.

     - Uuuuuhh! – a sala fez em coro.

     - Você me paga, tá legal? Me paga! – ela disse se afastando e sentando no lugar.

     - Cara feia, pra mim é fome. Se tá achando que você vai me por medo, tira o cavalinho da chuva.

     - Você não perde por esperar.

     Ergui o braço fazendo gesto de “fala com a minha mão” e peguei o caderno pra fazer a lição.

     Quando a aula acabou, saí da sala e voltei pro Jardim da Frente, e Bill foi atrás.

     - Sem saco pra aula de História? – perguntou.

     - É. Na verdade sem saco pra nada, mas se você quiser eu te alugo pra ficar reclamando.

     - Er... tá bom. Desabafo sempre é um com remédio.

     Tirei a hora para reclamar. Reclamei do tempo, da escola, do cabelo, da comida, do governo, do desmatamento e o escambau. E o Bill só me ouvindo... Uma hora acabou o meu estoque de reclamações e começamos a conversar.

     - Eu só não entendi – eu dizia – por que você e o Tom se colocaram do meu lado quando ela me chamou de baixinha. Onde que eu sou baixinha?! Se eu tiver dez centímetros a menos que ela, já é muito.

     - Bom... Pelo meu ponto de vista...

     - Você não conta, Bill. Você é enorme! Devemos ter meio metro de diferença.

     - Não é tudo isso. Levanta, vamos medir. Quanto você tem de altura? – ele disse enquanto nos encostávamos de costas.

     - Um metro e sessenta.

     - Eu tenho um palmo a mais, olha. Então eu devo ter... Um e setenta e cinco.

     - Um e setenta e cinco? Um e setenta e cinco?! Como você consegue a proeza de ter um metro e setenta e cinco com catorze anos?!?! Depois diz que não é enorme...

     - Sentado eu não fico enorme.

     - É, é bem melhor conversar com você assim. – sentamos os dois. – Ain, tá ficando frio...

     - Quer uma blusa?

     - Não, Bill, quê isso, se eu pegar a sua blusa quem fica com frio é você.

     - Ah, mas a gente tá aqui já faz tempo, daqui a pouco bate o sinal e a gente entra... Hey, que é isso no seu bolso? – ele pos a mão no bolso do meu casaco e tirou um monte de balas – Oba, bala! Dá pra mim?

     - Pega... – fui pegar uma bala pra mim, mas meu bolso estava vazio. – Hey, não pega não! Você afanou todas as minhas balas! – ele saiu correndo – Volta aqui com as minhas balas, Bill!

     - Vem pegar!

     Corri atrás dele e das minhas balas por alguns minutos. Ele parou quando ouvimos o sinal. Me devolveu as balas e entramos na escola.

     - Que aula tem agora? – perguntei.

     - Ciências.

     Chegamos na sala ainda ofegando, e Tom nos recebeu com reprovação:

     - Onde é que vocês estavam? Matando aula? Que coisa feia!

     - Falou o santinho. – Bill disse – Tá é com ciúme porque a gente esqueceu você.

     - É! Porque vocês me esqueceram!

     - Foi de propósito. Se você fosse junto, eu não ia poder conversar com a Mari direito e ia ficar segurando vela. Aí eu te deixei. – Bill se justificou.

     - Palhaço. Assim eu vou começar a ficar com ciúme – disse Tom me abraçando e mostrando a língua para o irmão.

     O que Tom disse quando entramos na sala me deixou pensativa. É, a gente ainda finge um namoro. Acho que não precisa mais, né? Foi por causa dessa conclusão que eu liguei para a casa dos Kaulitz, a fim de falar com Tom sobre isso. Quem me atendeu foi o Bill:

     - Alô?

     - Bill?

     - Sim, quem fala?

     - Maria.

     - Oi, Mari. Tudo bem?

     - Aham. E você?

     - Também.

     - Bill, o Tom tá por aí?

     - Tá sim, peraí que eu vou chamar.

     Depois de um minuto, Tom apareceu na linha.

     - Fala, Maria!

     - Tom, preciso falar contigo. Sobre o nosso... “plano”.

     - Quê que tem?

     - Acho que não tem mais necessidade de fingirmos namoro, né?

     - Ah, eu tava gostando.

     - Besta!

     - Brincadeira, tem razão. Ainda mais depois de tudo o que você disse pra Sabine hoje... Hehehe. Que coragem.

     - É, eu sei – revirei os olhos -, o Bill me disse. A protegidinha da... quem mesmo?

     - Dona Anette Ostertag, a inspetora, aquela mala.

     - Ah, tá. Mas voltando à vaca fria, não dá pra gente aparecer rindo e brincando e dizer que não estamos mais namorando.

     - Claro que dá. Iuhu, Tom Kaulitz falando. Hoje é sexta-feira. E a gente não tem que dar satisfação pra ninguém.

     - Só pro Bill.

     - Pra ele a gente inventa uma desculpa. Vem aqui em casa, pra dar uma disfarçada.

     - Ok então. Até mais.

     - Até.

     Então lá fui eu. Aprendi a andar por aqui. E lembrei, também, que Bill tinha prometido me levar num lugar. Cheguei, falei com o Tom, e depois fui atrás do Bill pra cobrar o passeio.

     - Ah, vamos. Quer ir agora?

     - Pode ser. Tô de bobeira, mesmo.

     Bill me levou para um parque, onde tinha um coreto dentro. E quando eu “entrei” no coreto... Foi como se tudo o que estivesse do lado de “fora” não existisse e o mundo se resumisse a nós dois.

     - Que gostoso aqui, Bill. Parece...

     - ... Que tudo o que está lá fora não existe?

     - É...

     - Como se o mundo se resumisse a eu e você...

     - É, mesmo sabendo que não se resume.

     Nós dois rimos.

     - Sabe, Mari, adoro vir pra cá quando quero pensar ou esquecer alguma coisa.

     - Boa tática.

     - É, uma pena que nem sempre dê certo...

     - Por quê?

     - Aqui é meio mágico. Sempre saio desse lugar do jeito que o meu corpo inteiro quer que a minha cabeça pense.

     - Nossa.

     Nesse momento o celular dele tocou, interrompendo o assunto.


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Notas finais do capítulo

Bom, sexta eu volto (se eu conseguir receber os capítulos da Naomi ;z)
Deixo como nota final o meu estado de espírito: I'm phisically, mentally over obsessed with Humanoid City Live.
Muito bom, muito bom, muito bom.

O CD tá no 4º play de hoje já.