As long as you're mine escrita por Rose blu


Capítulo 1
Capítulo único


Notas iniciais do capítulo

Essa fic foi escrita para o jilytober 2020 que ocorreu no tt, no tema musicais da semana musical. Espero que gostem :)



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36 h - 20:00

Uma coisa que James Potter aprendeu ainda na infância era que a previsão do tempo não mudava só porque se queria muito, se fosse para chover no seu aniversário, iria chover, se fosse fazer um sol de rachar e você teria mesmo que ir para a prova de química na manhã seguinte, iria fazer sol. Então quando a previsão falava que tinha uma tempestade de neve se aproximando, a tempestade não iria parar só porque ele estava muito ansioso para pegar um avião de volta para casa. Mas era isso, James estava preso em um maldito aeroporto em Nova York, a 5.567 de sua casa em Londres por causa da maldita tempestade de neve que cancelou todos os voos.

Claro, não podia reclamar do café do aeroporto, que era até que bom, e também ao menos já era janeiro, não estava preso no aeroporto durante o natal, mas mesmo assim, era bem ruim estar preso ali. A mulher duas mesas a frente não parava de bater o pé fazendo com que o salto provocasse um barulho constante em contato ao chão, o cara no balcão que não parava de olhar para os lados a procura de alguém estava colocando na boca o que era o décimo quinto chiclete seguido, o lugar tinha um cheiro de grãos de café recém moídos e uma decoração legal, então James decidiu ficar ali por mais um instante antes de ir atrás de um novo quarto de hotel por mais algum tempo.

Ele estava tão imerso no próprio telefone que não percebeu uma figura ruiva se aproximando, a de alguém que estava igualmente presa naquela cidade e depois de quase gritar com três pessoas diferentes, só precisava de um rosto familiar. Era a figura de Lily Evans.

— James? - a mulher disse se aproximando, com suas malas em mãos e um sorriso singelo, atraindo a atenção do rapaz.

— Lily? Meu Deus, que surpresa. - ele se apressou em se levantou para abraçar a mulher. — Senta comigo.

— Obrigada. - ela se acomodou na cadeira agradecendo por finalmente ter um lugar para sentar naquele aeroporto lotado. — Eu não te vejo faz tanto tempo, por onde andou?

— Bom, depois que você se tornou uma atriz famosa, eu terminei a faculdade e agora trabalho no escritório de advocacia do meu pai.

— Que bom que conseguiu ser advogado como queria. - a ruiva apoiou a cabeça em uma mão e sorriu levemente — Eu nem sei porque perdemos contato.

— Bom, nós nunca fomos realmente grudados, então você se mudou e perdemos o contato, mas Remus sempre comenta de você.

— Sinto saudades, de Londres, de vocês.

— Devia voltar então, sabe, para visitar mais.

— As vezes penso nisso, morar em Londres, fazer filmes por lá não em Los Angeles. - a mulher agora brincava desenhando algo com os dedos na mesa perdida em sua própria mente, mas a atenção de James era total focada nela.

Era interessante a forma com que ela não havia mudado muito, ainda tinha uma franja e os olhos verdes brilhantes de sempre, aqueles que ele foi apaixonado por toda época da escola e durante os dois primeiros anos da faculdade. Mas agora, estando ao lado de Lily Evans, ele se sentia melhor, ela não gostava dele, e ele finalmente não gostava mais dela.

— E o que faz aqui em Nova York em uma cafeteria - ele olhou seu próprio relógio para saber as horas —  às 20 horas?

— Tive uma entrevista tediosa que eu queria muito ter feito por telefone e agora, estou presa sem poder voltar para casa.

— Sem voos nas próximas 36 horas. - o Potter repetiu o que um dos funcionários do aeroporto havia lhe dito.

 — E você? O que você veio fazer antes de ficar preso aqui?

— Reunião de trabalho, estamos pensando em abrir um escritório desse lado do oceano, vim ver isso pro meu pai.

— Então está finalmente assumindo os negócios da família? Fleamont Potter deve estar muito orgulhoso.

— Assim espero.

O celular de Lily apitou chamando a atenção dela, James pode ver o momento que ela franziu a testa, então bufando, digitando algo em resposta e guardando o telefone a contra gosto, realmente não estava parecendo ser uma noite fácil para nenhum deles.

— Tudo bem?

— Sim, é que a Lene tá com a minha agente agora, e parece que ela achou um jeito de eu ser a culpada por uma nevasca. Se eu tivesse uma lista de pessoas que odeio, Dolores Umbridge seria a primeira.

— Passando o Snape? - ele questionou, pegando a mulher de surpresa.

— Que?

— Lembra dele? O babaca dos tempos de escola que vivia falando coisas racistas e era…

— O meu melhor amigo. Acho que não tive as melhores escolhas de amizade.

— Se tivesse virado amiga minha e do Sirius… - o Potter deu de ombros, deixando a ruiva com uma falsa cara de indignação.

— Você também não foi a melhor pessoa no fundamental.

— Sim, eu fui meio babaca, mas eu fazia o mínimo só sendo irritante te chamando pra sair e não sendo racista.

— Estrelinha por fazer o mínimo. Mas você mesmo assim socou ele no nosso último ano e parou com a sua brincadeirinha de me chamar para sair. - a ruiva disse rindo nostálgica dos tempos de escola, mas James reparou em algo da frase dela.

— Você achava que era brincadeirinha?

— O que?

— Eu te chamar para sair?

— Não era? - ele indicou que não com a cabeça e então ela o encarou confusa — Você me chamou para cada baile e várias vezes, eu achei que havia virado um jogo, uma brincadeira que você fazia comigo, por isso dizia não.

— Lily Evans, eu fui apaixonado por você dos 11 aos 16 anos, talvez mais.

— Era sério então? - a ruiva engasgou com a própria saliva, enquanto James ria incrédulo.

— Sim, era sério. Eu quis que você saísse comigo pra valer cada uma das vezes que perguntei, eu parei quando chegamos no último ano e depois viramos do mesmo grupo de amigos.

— Me desculpa James, eu não sabia.

— Tudo bem, tenho certeza que o James adolescente pode superar.

— Agora eu me sinto um ser humano terrível.

— Você pode recompensar isso?

— Que? - Lily o encarou, dessa vez parecendo realmente um tanto indignada.

— Janta comigo. Não em um encontro, mas estamos presos aqui na cidade mesmo, vamos atrás de um hotel barato, alugamos dois quartos e a gente sai pra jantar e faz companhia até nossos voos.

— Isso compensaria o que a Lily adolescente fez?

— Sim. E faria com que o James adulto não ficasse olhando o teto e ligando pro irmão por estar no tédio.

— Aliás, como que tá o Sirius? Sinto falta dele, ainda dramático?

— Tá ótimo, abriu o próprio estúdio de tatuagem, o drama tá intacto.

— Que bom. Vou adorar jantar com você.

— Perfeito. - James se levantou da cadeira deixando o dinheiro pelo café e ofereceu a mão para ela enquanto pegava a própria mala. — Vem, a gente racha um táxi e procura um lugar na internet.

A ruiva aceitou a mão do homem, então ajeitando o vestido um tanto amassado e pegando as duas malas que trazia consigo. Seria uma aventura interessante.

— Acho que sei um bom lugar, vamos. - ela disse, então ambos vagaram para saída do aeroporto.

. . .

 

25 h - 06:45

No dia seguinte, as batidas ritmadas no quarto de James foram o que acordaram ele. Na noite anterior havia junto de Lily conseguido os dois últimos quartos em um lugar barato e minimamente decente pelas próximas duas noites que passariam ali e então jantaram juntos em um restaurante da esquina enquanto jogavam papo fora.

Na noite anterior também haviam comentado alguns pontos que gostariam de ver na cidade como turistas, já que ambos estavam ali originalmente a trabalho, então quando tinha batidas e alguém cantarolando o que parecia “hey there Delilah” o acordando, o Potter apenas procurou os óculos na mesa de cabeceira e olhou para o relógio ao lado da cama para ter certeza que já estava atrasado do horário combinado por eles.

Se levantando em um salto da cama, ele abriu a porta para encontrar uma ruiva completamente agasalhada para o frio que fazia lá fora e um sorriso no rosto.

— Bom dia, James.

— Bom dia, Lily. - respondeu passando a mão pelos cabelos e bocejando. — Acho que dormi demais.

— Então se apressa, vamos tomar café e depois temos um dia cheio durante as - ela parou para o olhar a hora no celular —, 25 horas e 15 minutos que temos. Mas quem está contando?

— Você. - James se encostou no batente da porta e cruzando os braços para observá-la — Vai ser realmente um dia cheio, você comentou sobre bastante coisa no jantar, será que dá tempo?

— Vamos tentar fazer o máximo de coisas legais que a gente queira, e Nova York não vai se mover, sempre se pode voltar.

— Isso foi um convite para uma outra visita?

— Se você for uma boa companhia… Talvez. - ela deu de ombros.

— Bom, se acabar muito rápido, faremos cada momento durar.

— Tenho certeza, agora se veste. Tá quatro graus lá fora, então use meias quentinhas.

— Sim senhora. - batendo continência, o Potter voltou para dentro para se vestir.




Antes do esperado, James e Lily estavam terminando de tomar café da manhã em uma pequena cafeteria na rua do local onde haviam se hospedado, não havia nevado muito na noite anterior, então a camada de neve que insistia em se manter pelas ruas era bem mais fina agora e só o frio restava, o que seria bom se não fosse realmente muito frio. James esquentava as pontas do próprios dedos na xícara de café que havia pedido enquanto Lily mexia em seu celular esquecendo a própria bebida.

— Certo, consegui os ingressos pro musical. - ela anunciou deixando o celular de lado e terminando seu bolinho. — Adoro mirtilos.

— Que horário?

— 16 horas, o que dá bastante tempo para outras coisas antes.

— Pensei em começar aqui perto, podemos ir no museu de história natural como eu quero e dar uma volta no central park.

— É uma boa, já que a times square fica perto do teatro, uma viagem só de metrô.

— Quero nem ver essa viagem, parece um caos. Nova York inteira parece um grande mar de caos.

— Demora a se acostumar com o jeitinho estadunidense, mas uma hora vai. - Lily deu de ombros. — A pior parte é aprender a dirigir.

— Nem imagino o trânsito todo dia, ainda mais com eles dirigindo do lado errado da rua.

— E bônus deles reclamando que na verdade a gente dirige do lado errado. - a ruiva completou rindo.

— Você é uma guerreira.

— Muito obrigada.

— Mas eu pensei que no central park a gente tem que passar em strawberry fields.

— Continua obcecado pelos beatles?

— Eu não diria que é uma obsessão. - disse fazendo um gesto com a mão como se não fosse nada — Apenas admiro o trabalho deles.

— Claro, James. Acho que a gente devia ir no delacorte musical clock também.

— O relógio de madagascar? - James questionou.

— Sim, o relógio de madagascar. - a ruiva riu.

— Certo, então temos um plano. Pronta para começar nossa jornada por Nova York? - então ele sorriu, um sorriso bem bonito Lily tinha que admitir, mas um sorriso que ela nunca tinha reparado, e bom, era bem bonito.

— Pronta como nunca.



— Primeira parada, o museu de história natural. - Lily disse apontando teatralmente para o prédio à sua frente.

O local não ficava muito longe de onde comeram, então foi uma curta caminhada.

— Mais conhecido como o museu de uma noite no museu, acho que isso é um fato importante a se comentar.

— Claro, a gente tá aqui graças a ele. - ela disse dando de ombros.

— Estamos aqui por conta da estátua incrível de dinossauro do filme que eu quero muito ver se pode tocar, ok?

— Acho que vai ser meio difícil eles te deixarem tocar em um esqueleto gigante e provavelmente frágil que pode cair.

— Me deixe sonhar, ok Lily?

— Ok.

Ambos caminharam até a entrada em direção a pequena fila para entrar, o museu parecia lotado, mas logo a visão das enormes colunas que iam em direção ao teto, os detalhes de toda a estrutura e o enorme esqueleto de dinossauro tomaram a visão deles. James deu um passo mais apressado para frente, sendo impedido pela mão de Lily que segurou seu ombro.

— Você ia correr?

— Que? Não. - ele disse ajeitando a postura.

— Sim você ia. - a ruiva riu levemente — Você ia correr em direção ao dinossauro, calma James. Vem, vamos com calma para não te acharem um louco.

— Mas eu não ia correr.

— Claro que não.

. . .

— Próxima parada, central park. - Lily disse a medida que desciam as escadas da entrada do museu, esfregando as mãos para se esquentar.

— Eu quero muito ir lá, mas aquele planetário… Aquilo foi incrível.

— Sim, a exibição das estrelas é tão… Tão.

— Uau? - a ruiva sorriu perante a sugestão dele.

— Sim, completamente uau.

— Isso me lembra que eu queria ser astronauta quando criança, eu realmente passei uns 6 anos da minha vida pensando nisso. Ver isso me fez pensar que eu devia ter virado um.

— Porque não virou?

— Acabei me apaixonando pelo direito e bom, era mais fácil virar advogado do que astronauta.

— Você deve ter sido uma criança muito fofa com fantasia de astronauta. - ele corou com as palavras de Lily, então pigarreando e mudando de assunto.

— É uma pena que é inverno, se não talvez a gente conseguisse alugar bicicletas para andar, acho que está frio demais para eu sequer cogitar pedalar.

— Sim, mas vai ser divertido mesmo assim.

— Sei que vai.

Ambos atravessaram a rua e andaram a pequena distância até o parque. A primeira parada foi o zoológico, onde James insistiu que eles precisavam de fotos no delacorte musical clock, o que rendeu uma pequena sessão de fotos e eles aguardaram até que o relógio tocasse, primeiro com 

— Vem, vamos voltar no carrossel que passamos. - James pegou a mão de Lily a guiando após o fim da dança.

— James, tá cheio de crianças nele.

— E daí? Parece incrível.

O carrossel era uma estrutura enorme com diversos detalhes em vermelho, as luzes dele estavam acesas criando um aspecto mágico. Eram centenas de pequenas luzes iluminando tudo e tornando impossível não reparar, e os cavalos tinham selas com pinturas cheias de detalhes.

Lily se deixou ser guiada até o carrossel e aceitou a ajuda de James para montar um dos cavalos, quando ele garantiu que ela estava bem acomodada, partiu para o cavalo ao lado. Ele tinha um sorriso enorme no rosto, parecia animado e tinha um brilho especial nos olhos, o de alguém que não havia envelhecido por dentro, que mantém aquela chama acesa dentro de si e ali, quando o carrossel finalmente começou a girar, as luzes se misturando criando a mais bela visão e James sorriu para ela, ele nunca esteve mais bonito. A leveza que carregava, o sorriso brilhante, os olhos quase completamente fechados pela risada e olhando na direção dele, era sem dúvida a visão mais bela de todos. Ele era gentil, atencioso, engraçado e por deus, tão bonito. Então ela se questionou como seria beijá-lo, saber como eram os braços dele a abraçando enquanto a beijava, viver um romance.

O que está fazendo Lily? Pare de ficar reparando no cara que você acabou de reencontrar, ok que ele é bem fofo, mas não, está proibida de fazer algo. Você vai embora amanhã, mulher.

Balançando a cabeça para deixar para lá esses pensamentos, a ruiva segurou mais firme na estrutura e decidiu aproveitar o pequeno momento, e quando ele acabou, ela rumou o mais rápido que pode para fora daquele carrossel lindo e mágico que transformava em alguém um pouco mais romântica.

— Tá com fome? - James disse saindo do carrossel, mexendo no próprio cabelo que agora parecia mais bagunçado ainda e indo em direção a ela.

— O que tem em mente?

— A especialidade de Nova York - uma pausa dramática que foi acompanhada de mãos de jazz que fizeram Lily rir —, cachorro quente de algum carrinho.

— Certeza que essa é a especialidade daqui?

— Bom, eu nunca vi nada sobre comida típica dos Estados Unidos e é isso que dizem os filmes, vamos lá, você é atriz Lily, vai me dizer que os filmes estão mentindo?

— Bem…

— Não fala nada. Aceita?

— Vamos lá, porque não provar?

— Esse é o espírito ruiva.

Ambos caminharam até o primeiro carrinho que acharam que surpreendentemente, estava bem mais perto do que imaginavam. Não era a melhor coisa do mundo, mas a sensação de comer um cachorro quente pela primeira vez em meses fugindo da dieta, era libertadora, talvez ela estivesse gostando mais do que James que parecia realmente ter gostado do sabor.

Ele era realmente bonito, e isso era terrível.

— São que horas? - o homem questionou de boca cheia.

— Não sei, devem ser duas e pouco ainda. - a ruiva procurou pelo próprio celular se espantando com o horário. — James, já são 15:30, a gente precisa ir agora.

— Que? - e a cara de confuso que ele fez, com as sobrancelhas franzidas e o nariz enrugado, foi tão fofa que a mulher se sentiu perdida por um momento.

— O musical! Ele começa às 16, vamos, a gente termina no metrô de comer.

— O que eu não faço por você, “what is this feeling?”.

— Ei! Você não contou que realmente gostava do musical, achei que estivesse indo por mim.

— Por favor Lily, é um clássico. E o Sirius me fez decorar todas as músicas.

— Não sei porque não pensei que isso tivesse acontecido..

— Sinceramente eu também não. - ela riu o vendo dar mais uma mordida em seu cachorro quente enquanto finalmente se dirigiam para o teatro.

 

. . .

 

13h - 18:45

— “It's time to try defying gravity, I think I'll try defying gravity, and you can't pull me down” - Lily cantava, os braços abertos teatralmente e os olhos fechados.

James riu da ruiva interpretando a canção favorita dela de wicked, eles ainda estavam na saída do teatro, a mulher cantava a plenos pulmões ao ponto que ele notava o quão escuro já estava e apreciava o show particular dela.

— O musical é realmente muito bom, mas não se compara a sua versão.

— Aproveite, algumas pessoas teriam que pagar para me ver cantando.

— Então muito obrigada pela oportunidade única, ruiva. Devia fazer um filme musical. - ele disse oferecendo o braço para ela.

— Eu iria amar, quem sabe esse é o ano que eu passo em uma audição para um. - respondeu enlaçando o braço ao dele e ambos começaram a caminhar.

— Tenho certeza que vai. Fome?

— Um pouco e você?

— Mais ou menos. Bom, como ainda deve ser umas seis ou sete horas, temos cerca de 13 horas, talvez um pouco mais.

— Então o que sugere?

— Podemos voltar de metrô para perto do hotel, comemos uma pizza e fazemos mais alguma coisa.

— Pizza? A gente já almoçou cachorro quente, a minha agente vai me matar se souber da minha alimentação aqui.

— Fala sério ruiva, é apenas um dia, além de que estamos em uma brecha no tempo-espaço.

— O que? - ela indagou rindo da forma com que ele parecia convicto disso.

— Olha só, o que acontece em Nova York, fica em Nova York. Não podemos ser julgados enquanto estamos aqui, fazemos o que desejamos, podemos pegar emprestado o brilho da lua se quisermos, que tal?

— Sua proposta é muito tentadora senhor Potter.

— Essa é a intenção senhorita Evans. Topa?

— Vamos para o metrô.



Não era uma viagem tão longa do teatro até a estação deles, então em menos de meia hora, os dois riam na saída da estação do metrô, logo depois se enfiaram na primeira pizzaria que encontraram, o que não foi a melhor ideia do mundo já que a pizza era ok, mas poderiam ter pensado melhor. Na saída havia começado a nevar um pouco, mas a previsão para estar melhor então nenhum deles se preocupou muito. A conversa era simples sobre algum filme da disney que ambos gostavam e o hotel não era muito longe, porém de repente, James pegou a mão de Lily a guiando em uma direção totalmente nova, como se tivesse tido uma epifania.

— James, onde estamos indo?

— Patinar no gelo. - ele disse sorrindo verdadeiramente empolgado.

— Como assim? Onde? Porque?

— O wollman rink fica no central park, e por coincidência, acabamos de chegar nele. - ele finalizou parando na grama do parque e a encarando. — Vamos, vai ser divertido.

— Eu não sei patinar no gelo.

— Não? Nunca fez isso quando criança?

— Não.

— Bom, eu te ensino.

— Eu devo ser horrível, vamos fazer outra coisa.

— Duvido que seja horrível ruiva. Não quer tentar?

Um momento de silêncio começou enquanto eles se encaravam, o Potter parecia a mais pura e genuína animação, como se aquele fosse seu sonho de infância e ele precisasse muito ir para aquele rinque de patinação. Por fim, Lily suspirou e concordou com a cabeça, fazendo que ele pegasse novamente sua mão enquanto se guiava pelas placas até o local certo.

O local estava até bem cheio pelo horário, então tiveram que esperar um pouco em uma fila, o que não fez com que James ficasse menos animada, ele parecia prestes a começar a dar pulinhos de animação a qualquer momento. Quando chegou a vez deles, James ajudou Lily a colocar os patins, então caminhar até o gelo e por fim segurou as mãos dela.

— Segura na lateral do ringue com uma mão, vou continuar segurando a outra. - ele mandou enquanto via uma ruiva hesitante se agarrando.

— Isso aqui é um pouquinho assustador.

— É só gelo e eu não vou te deixar cair. - ela se permitiu tirar os olhos de seus pés para encarar o rosto animado do homem, os olhos castanho esverdeados emanavam tranquilidade. Poderia confiar nele, certo? — Você vai colocar o pé direito na frente e deslizar, enquanto o pé esquerdo fica levantado. Então coloca o esquerdo no chão e faz o contrário.

— Assim? - ela disse fazendo meio cambaleante.

— Mais ou menos, você tem que levantar o pé direito enquanto o esquerdo desliza. - ela tentou novamente. — Isso, agora tenta fazer direto sem parar.

Novamente, então ela escorregou fazendo com que James a segurasse impedindo que caísse.

— De novo, segura mais firme.

— É meio difícil com as luvas. - a ruiva respondeu entre dentes.

— Tenta de novo. - ele mandou, segurando firme a cintura dela para dar apoio dessa vez.

Lily sentiu um arrepio na área que ele tocou, mesmo por cima do suéter de lã grosso que usava, a mão de James repousava ali como um lembrete de que ela estava sentindo alguma coisa durante todo o dia, ele se posicionou um pouco atrás dela e pela altura, a boca dele estava bem próxima da orelha dela enquanto ele tinha a cabeça levemente inclinada e repetia para que ela deslizasse um pé atrás do outro.

Era um pouco mais fácil após um pouco de prática, então um bom tempo depois de começarem, mesmo com a presença constante de James segurando sua cintura e agora até mesmo seu ombro, Lily conseguia patinar medianamente, o suficiente para não cair no chão ser graciosidade alguma.

— Viu, sabia que conseguiria. - o Potter se afastou de repente, fazendo com que a ruiva segurasse mais forte na lateral do ringue com medo de cair.

— Tá, mas com você me ajudando a não me esborrachar.

— Não, sozinha Lily. - então patinando um pouco para longe, ele se virou e abriu os braços. — Patine até mim.

— Eu não vou fazer isso.

— Vai sim, pode segurar na natural se quiser, mas não precisa disso.

— Quem garante?

— Eu garanto. Confie em mim, ruiva.

Ela não queria confiar nele, queria que James voltasse a segurá-la para que ela continuasse a achar impossível continuar patinando com ele tão perto, mas segura de que não iria cair no chão. Ela definitivamente não queria confiar nele.

Mas se não queria, como ela mesma poderia explicar o momento que soltou da lateral respirando fundo para patinar até o homem que ainda tinha os braços abertos? Um pé atrás do outro a ruiva deslizou com cautela a pouca distância entre eles dois, os braços meio esticados a procura de equilíbrio até que ela acabou quase caindo dentro do abraço de James, que a segurou apertado em um abraço.

— Eu sou um professor muito bom.

— Você é um idiota, isso sim.

— Será? Talvez eu não tenha cérebro ou talvez seja um sábio.

Lily se endireitou melhor para abraçar melhor James, ainda meio insegura de patinar sozinha. Olhando ao redor, podia ver as várias outras pessoas ali, algumas crianças também aprendendo, muitos jovens se divertindo e alguns poucos casais, era um cenário bonito de se observar, principalmente aproveitando o abraço de James Potter no meio do gelo.

— Aproveitando meu abraço? Cuidado para não cair no meu encanto.

— É, você estragou o momento. - Lily se afastou do abraço, ainda segurando os ombros dele para se manter em pé.

— Sério? Achei bem apropriado. - ele sorriu zombeteiro.

— Com certeza estragou.

— Certo, vamos continuar a patinar senhorita estraga prazeres.

Então ele tirou as mãos dela de seu ombro, segurando apenas uma delas e começando a patinar a trazendo junto, continuando as aulas de patinação. O que ele talvez não imaginasse, foi que havia perdido em meio a isso, o momento em que ele tentou pegar um floco de neve que caía com a língua e Lily o olhou sorrindo levemente, tendo certeza de que sim, já havia caído nos “encantos” dele e perdido qualquer resistência que já achou ter.

Patinar pela primeira vez havia sido puro êxtase para Lily depois que ela realmente aprendeu como se patinava, e James parecia muito contente em ensiná-la e ainda se exibir por todo o ringue de como ele era muito bom nisso. No fim, quando o ringue já estava quase vazio, ambos decidiram que era uma boa hora para voltar para o hotel, estava começando a nevar mais forte agora e a ruiva tinha certeza que seu nariz iria congelar e cair de seu rosto.

— Você foi muito bem para sua primeira vez patinando. - James disse assim que começaram a se afastar do ringue.

— Obrigada, foi muito bom mesmo. - a ruiva ajeitou o gorro vermelho que tinha em mãos para vestí-lo novamente.

— Espera, deixa eu ajeitar seu cabelo antes.

O Potter e pôs na frente dela ajeitando algumas mechas de seu cabelo que estavam bagunçadas, também colocando uma ou outra atrás da orelha dela, por fim, colocando o gorro vermelho em sua cabeça enquanto observava seu rosto.

— Você parece sempre ter novas sardas, é possível elas se multiplicarem? - ele indagou tocando na bochecha dela coberta por dezenas delas.

— Não sei, talvez. Sempre acho que tenho uma nova.

Lily agora sentia o carinho que James fazia em sua bochecha por cima das sardas que ela parecia contar em sua própria mente, ela podia reparar o quão perto ele estava, a neve parecia cair cada vez mais e se acumulava nos ombros e cabelos pretos dele, os óculos um pouco embaçados e o rosto dele que parecia tão, mais tão perto do dela.

Não saberia dizer qual deles tomou alguma iniciativa, mas quando percebeu, Lily Evans estava beijando James Potter. Beijá-lo era uma sensação indescritível, a sensação de que era algo certo, a euforia que se iniciava aos poucos dentro de si tomando conta de tudo, a intensidade do momento que haviam construído ao longo do dia.

A mão dele ainda estava em sua bochecha, enquanto a outra foi para sua cintura, Lily se sentia entorpecida, suas mãos rodearam o pescoço dele e chegaram a nuca, seu pescoço estava gelado e seu cabelo era macio, de alguma forma, era do jeito que ela imaginou que seria passar a mão pelo cabelo dele. Os lábios de James eram quentes mesmo que a temperatura parecesse diminuir cada vez mais, então ele a puxou para mais perto e o frio nem mesmo importava.

— Acho que qualquer ideia que o James adolescente apaixonado pudesse ter de como seria se beijar, chegaria perto de prever como é realmente bom. - ele disse assim que se separaram, suas testas ainda coladas e os narizes a centímetros de distância.

— E a Lily adolescente que nem chegou a imaginar como seria, se sentiria uma boba por não ter feito isso.

— Então vamos continuar. - James a puxou para mais um beijo.

— Nem que seja só por esse momento? - a ruiva respondeu, os lábios já colados ao dele.

— Eu não me importo se só durar dentro dessas 36 horas.

— Veremos, enquanto você é meu. - ela finalizou finalmente aprofundando o beijo.

. . .

 

2h - 06:03

O sol ainda não havia nascido em Nova York, mas o dia já havia começado para muitos, do lado de fora pessoas saiam para seus empregos, o som dos carros era ouvido e a vida não parava, mas dentro daquele quarto de hotel, tudo que importava era o fato de que Lily estava com a cabeça repousando no peito de James enquanto ele abraçava sua cintura.

A Evans acordou com o pequeno movimento de James fazendo carinho em sua cintura nua com o dedão, a primeira coisa que surgiu foi um sorriso com a compreensão de onde estava, então seus olhos se abriram tentando se ajustar a escuridão que ainda tomava o quarto.

— Bom dia. - a voz do Potter estava levemente rouca.

— Bom dia. - ela respondeu se mexendo e encarando os olhos castanho esverdeados dele, pareciam ainda mais brilhantes sem os óculos na frente. — Que horas são?

— Umas 6, o sol ainda não nasceu, temos cerca de duas horas ainda antes dos voos.

— Eu quero dormir mais. - a ruiva disse manhosa abraçando James e voltando a deitar a cabeça no peito dele, o que causou uma risada no homem.

— Eu acho que preciso de mais um momento para acreditar que você está aqui.

— Quer ajuda?

— Para acreditar?

— Uhum. - Lily disse se esticando para dar um selinho em James, depois beijando sua bochecha, mandíbula, queixo e por fim depositando alguns beijos em seu pescoço.

— Certo, acho que agora consigo acreditar. - ele respondeu em meio a um suspiro, erguendo a cabeça dela para que pudesse beijar novamente seus lábios.

Eles continuaram a se beijar por mais um instante que fosse, apenas aproveitando o momento bom que construíram para si mesmos, aquele pequeno refúgio do mundo, mesmo que durasse pouco tempo.

— As coisas que acontecem em Nova York ainda ficam só em Nova York? - Lily questionou entre um beijo e outro, relembrando a fala dele do dia anterior.

— Depende.

— Como assim?

— Eu volto para Londres hoje e você para Los Angeles, mas se você quiser, posso te levar para jantar em um encontro nesse continente ou no outro.

— Isso foi um convite?

— Você aceitaria se fosse?

— Aceitaria.

— Então é sim. - ele terminou se esticando para mais um beijo.

— Quer sair tomar café? Podemos ver algo até a hora de ir pro aeroporto. Sabe, aproveitar enquanto você é meu até a próxima vez que nos vermos.

— Serei seu pelo tempo que quiser.


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