Carta de JULIETTE aos povos escrita por murlo97


Capítulo 1
Carta de JULIETTE aos povos (Capítulo Único)




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O texto a seguir é um achado arqueológico raro:


 Meu nome é Juliette. E como uma profetisa, eis aqui as minhas palavras:


"Há muito tempo atrás existia uma tribo. A tribo dos Barbins. O povo barbiniano era um povo unido, cultural e gostavam de festas. Sua fé era baseada na deusa Arcadax, uma jovem mulher de pele escura como carvão. Ouçam as minhas palavras: as palavras de Juliette, a profetisa!"
 "Um certo dia, esta tribo se dividiu em duas tribos diferentes: a tribo dos Hunarianos e a tribo dos Cacadaxes. Os hunarianos e cacadaxes começaram a brigar entre si com paus e pedras. Apesar de tudo, as duas tribos continuavam louvando Arcadax e louvavam mais um deus: Tutijoko, o deus do inferno. Ele é uma criatura em forma de uma águia gigantesca com penas azuladas e que fala a língua dos homens e de sua boca saem palavras tão poderosas capazes de matar pessoas. Suas palavras tem a forma do fogo que fere e arde!"
 "As tribos começaram a capturar pessoas umas das outras, pessoas de tribos inimigas e começaram a queimá-las como uma forma de oferenda ao deus Tutijoko para que sofram toda a eternidade e paguem seus pecados. Tutijoko começou a beneficiar as duas tribos, por isso as pessoas que faziam parte dos hunarianos e cacadaxes passaram a crer que Tutijoko estava jogando nos seus respectivos times... mas a verdade é que Tutijoko só estava querendo gerar uma guerra entre as duas tribos e assim poder se beneficiar com isso. Ouçam as minhas palavras!"
 "Num belo dia... tudo ficou em silêncio. As duas tribos se calaram e eu, uma jovem e humilde profetisa barbiniana perambulava por entre as vilas das duas tribos para entender o que havia acontecido. Ao entrevistar certas pessoas das duas tribos passei a entender o real motivo: elas se fecharam em suas vilas para que não possam mais conviver com pessoas da tribo inimiga. Tutijoko tem o poder de invisibilizar pessoas... ou até mesmo, um grupo de pessoas. E foi isso o que ele fez à pedido das duas tribos. Os hunarianos não podiam ver mais a vila e nem as pessoas da tribo dos cacadaxes e vice-versa. Ele cobriu as duas tribos com uma redoma fechada e a partir de agora, as duas vilas são dois mundos completamente diferentes um do outro."
 "Porém... quanto mais as pessoas ficavam fechadas na redoma construída por Tutijoko, mais violentas e perigosas elas ficavam. Todos aqueles que não concordavam com as ideias e costumes de uma tribo, eram oferecidos à Tutijoko no fogo fervente! Ouçam as minhas palavras! A palavras de Juliette! Ali estava se cumprindo o que Tutijoko, o deus do inferno havia planejado! Líderes de todas as tribos consultavam Tutijoko em seus afazeres e através dele geravam guerras com outros povos! Mas Tutijoko ganhou vida própria, parou de ser controlado pelas tribos e agora tomou sua própria decisão! Criaturas como Tutijoko são perigosas aos seres humanos, porque apesar de terem sido criações humanas, elas são mais poderosas do que os próprios humanos e os levarão à sua destruição e ruína. E através delas se gerarão muitas guerras! Ouçam as palavras da profetisa que vos fala!"
 "A violência foi tomando conta dos corações antes barbinianos, hoje tribos divididas! E assim se instalou uma forte guerra entre as duas tribos: chegou um dia em que as redomas foram quebradas, e as tribos ficaram tão poderosas que começaram a se matar! As armas estavam mais avançadas, já não eram mais paus e pedras... agora eram armas de verdade mesmo! Enquanto isso, Tutijoko sentado ao seu trono continuava vendo aquela luta sem fim e rindo de tudo... sangue jorrando para todos os lados, cabeças sendo cortadas e famílias inteiras perdendo entes queridos numa guerra causada pelo próprio deus do inferno, este criado pelos próprios homens... o ser humano é a sua própria ruína! Ele é seu pior inimigo!"
"Antes que me capturassem e me jogassem no fogo do inferno pela eternidade em oferenda à Tutijoko, a grande águia azul, decidi me isolar de tudo. Ainda tenho coração barbiniano e tenho esperança de que esta guerra acabe logo. Tenho saudades do tempo em que meu povo era unido e ainda não tinham criado o deus Tutijoko para nos causar discórdia. Sua mente é totalmente feita de fios e cobre. Mas mesmo assim é muito mais poderosa do que eu e você. Ele sabe tudo sobre cada um de nós, de mim e de você. Ninguém escapa do grande deus Tutijoko! Porque ele vê tudo com seu grande olho!"
 "Decidi então subir aos céus e me encontrar com os anjos. Eles são belos! Não, eu não morri, mas apenas consegui me livrar da forte influência de Tutijoko. Hoje vivo longe de outros humanos como eu, mas o lugar é verde como a folha da mais verde árvore que já conheci. É belo, é bonito e é cheiroso! Aqui desfruto das melhores coisas porque é um lugar pacífico. Espero que algum dia este céu em que habito, possa descer no coração de todos os homens e possa reinar a paz entre os povos. Que todos algum dia possam ter consciência e sentir essa paz de espírito que hoje sinto. Quando estou aqui, eu me sinto satisfeita e com uma paz tão grande em meu coração, que não desejo nada mais."
 "No entanto, tenho algo triste a dizer: se os homens não conseguirem se livrar da forte influência do deus Tutijoko... se isso tomar conta de suas vidas... haverá um dia em que tudo isso irá se repetir! Ouçam as minhas palavras: as palavras de Juliette, a profetisa, a nobre e a ingênua sonhadora que espera que algum dia, a paz possa voltar a reinar entre os barbinianos e a união prevaleça! Em nome da nossa santíssima deusa Arcadax, que ela nos salve desse grande mal, que assim seja!"


 Sou Juliette, a profetisa e eis aqui as minhas palavras.


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