Elegante Beleza escrita por Agome chan


Capítulo 1
Capítulo Único


Notas iniciais do capítulo

Faz muuuuuito tempo que escrevi no papel essa one shot e passar a limpo do lapís, lendo, para digitar é complicado mesmo!
Mas havia prometido que postaria para algumas pessoas, que eu tinha comentado que fiz uma centrada na Kikyou de novo, eu precisava mesmo postar.
Essa oneshot tem ligação a que eu fiz para o concurso da época, é chamada "Criando Raízes" ( https://fanfiction.com.br/historia/779401/Criando_Raizes/ ) e tem insinuação desse casal, mas é mais centrada na Kikyou e nela e Kagome até em uma construção de harmonia e dela passar a esperança a Kohaku, entende? Estou sendo vaga, se bateu curiosidade, se sinta a vontade.
Essa é focada nesse ship, rareship que tenho e sempre tive vontade de fazer, espero que gostem!



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Kikyou x Suikotsu

Elegante beleza

Fazia tempo que ela não tinha momentos de distração, sem com a cabeça cheia de pensamentos complexos, obscuros demais. Ali entre as árvores da primavera, podia dissipar dos seus planos de destruição ao monstro, que sua vida, ceifou.

Suikotsu guiava o cavalo, que Kikyou montava. Estavam indo para uma vila que precisava de atendimentos e poderiam descansar.

.

.

Os irmãos dos setes não estavam mais vivos, só ele. Apenas ele, já consciente de suas duas personalidades.

Quando apareceu em uma noite de chuva na cabana que ela estava, o olhar dele não era apenas de um ingênuo e afetuoso médico, mas também não se resumia a um mercenário sanguinário, era entre os dois e era ambos.

Era o Suikotsu.

Que mudança…

Assim como ela estava tão diferente desde quando era viva.

— Kikyou-sama, um dia sei que irei morrer definitivamente dessa vez, — dizia ele ao entrar no ressinto, sendo observado atentamente pelos os olhos castanho-escuros dela. — espero…

Se sentou na sua frente, os cabelos soltos emolduravam melhor o rosto dele, favorecendo como ela pode notar e surpreender pelos próprios pensamentos.

— … quando acontecer, tome meu fragmento.

— Por que? Por que tal ideia? — Ela perguntou num tom calmo, sem crítica, de sincera curiosidade.

— Jamais voltarei a ser o que fui. Como já tinha dito antes em uma de nossas conversas, vivemos mais dando mais chances de sermos corrompidos. — Ele olhava para as palmas das mãos. — Eu era um completo pacifista, me tornei o oposto. Essas mãos jurei usar para salvar vidas, banhei de sangue as ceifando tantas vezes…

— Entendo. Sei como se sente.

Kikyou podia se lembrar vividamente quando se banhava no rio gelado para tirar o cheiro de sangue youkai de seu corpo, desde que conheceu InuYasha. Ele na época comentou do cheiro, normalmente, habituado, porém a deixou desconfortável.

A imagem de sacerdotisa não combinava com aroma da morte, pensava ela na época. Ingenuidade, concluía.

Tão cansativo viver constantemente em batalhas contra eles, enfrentou até outra sacerdotisa, Tsubaki.

Tentou por tanto tempo fazer corretamente seus deveres, cuidar de todos, e de sua irmã. Passou a odiar a própria posição de sacerdotisa, desejando ter o direito de ter uma vida de mulher comum, igual das demais do vilarejo, cuidando de sua irmãzinha.

Foi morta consumida pelo ódio, raiva e rancor. Onigumo queria tê-la corrompida completamente e a joia junto, torna-la um ser tão depressível quanto ele, incapaz de purificar a shiko no tama.

— Sei de suas intenções e confio em você, e só você, Kikyou-sama.

— Está bem. Venha aqui.

Suikotsu se aproximou e ergueu a cabeça expondo bastante o pescoço, como ela desejava. Fechou os olhos ao ponto que a sacerdotisa purificava o fragmento.

Naraku a mergulhou no ódio, era verdade. Ela se tornou diferente, mais fria, não só fisicamente, também por dentro; mais egoísta, mais emocionalmente exausta e ferida. Entretanto ainda era a miko forte de grande poder espiritual, o caminho que ele deseja para ela, Kikyou jamais iria percorrer.

Ela não permitiu aquele demônio controlar ainda mais seu destino.

Não poderia retornar para o passado, só poderia viver dali para frente. Algo que o homem de quem tratava, compreendia muito bem.

— Irei pegar toalhas, espere aqui.

Ele concordou e a viu ir para os fundos da casa.

Quando ela retornou, dando-o as toalhas e passando a enxugar os cabelos dele, o ouviu compartilhar os pensamentos que fazia tempo que estava tendo desde que a conheceu:

— Como teria sido se nos conhecêssemos em nossas vidas antigas, Kikyou-sama?

— Senhor Suikotsu…

Ficou pensativa o encarando, parou de enxuga-lo tendo ainda as mãos e a toalha sobre a cabeça dele.

O olhar de Suikotsu era deveras intenso. Ela notava que estavam novamente a sós, a situação parecia diferente comparada as outras vezes.

Realmente o olhando de tal maneira, voltava a perceber que os cabelos soltos dele, realmente realçavam o rosto belo, o delineando.

Não conseguiu sustentar o olhar e desviou se afastando. Foi fazer chá e deu uma desculpa:

— Não quero que se resfrie.

Pode o ouvir rir.

— Acho que só ficaria enfermo caso algo acontecesse com os fragmentos.

Ele nem podia a ver no outro cômodo, porém ela se sentia tão… boba com aquele erro por esquecimento da situação dele. Cobriu o próprio rosto.

E riu sutilmente, para a própria surpresa.

.

.

Em cima do cavalo, ela se relembrava de tal conversa.

O cabelo dele estava amarrado, mas não todo para trás e estava mais longo, lhe ficava bem.

Ambos usavam chapéus de palha para evitar o forte sol.

Suikotsu olhou para trás e aquele coração não natural que batia, bateu mais forte, poderia até parar ao vê-la tão bela; os cabelos tão negros ao vento em contraste a pele pálida lembrando a porcelana. Kikyou segurava o chapéu para não o perder pelo vento. As flores de cerejeiras caiam sobre eles, iluminando o rosto dela num tom rosado.

— Kikyou-sama. — Ela se virou para ouvi-lo. — É uma bela estação, a primavera, não acha?

Ela deu um sutil sorriso vendo as crianças ao longe brincando no campo florido.

— Sim. Minha irmã, Kaede, costumava a me fazer coroa e colares de flores.

— Sente falta de vê-la?

— Sinto, mas… sinto falta da pequena Kaede.

A velha Kaede era o lembrete da vida que perdeu. Era dolorido para as duas se verem sabendo a situação de Kikyou não era natural, que não deveria estar ali, precisando de outras almas para viver.

Mas se amavam. Como Kikyou poderia não amar sua única família?

E há felicidade em tudo que aconteceu para Kikyou, é que ao menos Kaede estava tendo uma longa vida.

A voz dele a tirou de suas lembranças felizes da irmã de seu passado e a saudade de ver a atual:

— Se nos conhecêssemos antes, pediria que a pintasse assim, entres as flores de primavera.

Ficou surpresa e sem saber o que dizer, vendo-o lhe dizer aquilo tão animadamente.

Quantos anos fazia que não era cortejada?

Prosseguia sendo bela, entretanto não dava mais aberturas aos homens se sentirem íntimos ou próximos a sua pessoa. Construiu um muro expeço para proteger seus sentimentos, mais ainda do que fazia em vida. Não bastava terem sido derrubados por InuYasha naquela época?

Óbvio que ao voltar, os reergueu ainda com mais força, fez questão de pôr InuYasha para fora, justamente por ter sentimentos por ele.

Doía ver que ele não era mais o mesmo.

Antes ele tinha muros maiores que os dela, porém deixou aquela garota passar com tanta facilidade… e se tornou rodeado de companheiros.

Não gostava de encontra-lo, era um lembrete constante da vida que perderá. Um incomodo notar que Kagome lhe parecia ser mais compatível.

Kikyou estava focada demais em acabar com Naraku para permitir algo assim lhe perturbasse mais. Afinal, por que o faria? Sabia que deveria morrer logo em algum momento.

Só que ali estava ela, imaginando como seria um médico chegar em seu vilarejo, ir com ela brincar com as crianças, ganhar sua confiança e encomendar uma pintura dela?

Provavelmente Onigumo procuraria a arruinar de qualquer maneira. Pois então era melhor ignorar a existência dele nessa fantasia. Ao menos na fantasia lhe era permitido ser feliz?

— Te compraria os melhores kimonos.

— Não seria necessário, senhor Suikotsu.

— Claro que seria. Na verdade, que tal comprarmos para você?

— O que? — Sorriu com descrença.

— Sim, seriam esplêndidos.

— Não há razão para isso. — Moveu a cabeça em negação.

— Claro que há. Apreciar você já é motivo suficiente.

Fazia tempo que não ficava sem jeito.

Suikotsu achava belíssima a forma delicada e elegante, em que a costa da mão dela posou sobre parte da boca e maça do rosto, acanhada.

Ele praticamente se esquecia da própria morte e se sentia vivo, Kikyou também.

Notou que foi descuidada e seus muros estavam sendo derrubados novamente.

— Obrigada, senhor Suikotsu.

— Eu que agradeço, Kikyou-sama.


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Notas finais do capítulo

Escrever no tom da Kikyou sempre me dá uma sensação diferente, com Suikotsu eu percebo mais isso.
Eu sou muito acostumada com os casais mais populares de InuYasha, principalmente InuYasha e Kagome, então é como água e óleo esse SuiKik e Inugome kkkkk
E é o nome oficial do ship, Suikik, eu pesquisei kkkkk
Enquanto InuKag é de InuYasha e Kagome, mas estou acostumada com Inugome também, acho que soa melhor.
Enfim, eu gosto muito da Kikyou e queria fazer mais essa fic dela, o que é engraçado, pq justamente na época que saiu a continuação de InuYasha e estamos acompanhando ai kkkkk E tem nada a ver, eu poderia estar postando sobre as meninas filhas do pessoal? Sim, mas vim aqui postar minha oneshot engavetada.

Espero que tenham gostado!



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