Unique Love escrita por Gabriel Lucena


Capítulo 12
Capítulo 12




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Confesso que reencontrar Pietro naquela tarde me deixou um pouco balanças, afinal, querendo ou não, ele e eu temos uma história juntos. Curta, mas temos.

E ainda por cima, ele demonstrou ter me superado, o que era ótimo pois assim poderíamos voltar a ser amigos e ele podia nos ajudar a descobrir a verdade sobre Roger. Por mais quê Artur estivesse convencido de que ele doi sequestrado não por dinheiro, por um lado fazia sentido, mas não estávamos conseguindo desvendar o mistério e eu já estava ficando sem esperanças. 

No dia seguinte, os pensamentos que Roger teria sido morto e tido o corpo jogado ao mar me impediram de dormir direito, pois eu fechava os olhos tentando dormir e esse pesadelo vinha. Quando eu acordava, me acalmava e tentava dormir de novo mas o pesadelo continuava vindo. Na terceira vez, eu gritei e acordei chorando.

— O que foi? - perguntou Artur, num sussurro.

— Um pesadelo... Horrível. - Respondi ofegante.

— Foi com o Roger?

— Ele... O corpo dele era encontrado no fundo do mar. Morto, dilacerado...! Eu tô angustiada, vai que isso vira realidade.

— Calma Marina, isso não vai acontecer. Notícia ruim sempre vêm primeiro. - ele disse, deitando ao meu lado.

— Mas a gente não acha nem o corpo. E já faz um mês. - olhei ele com lágrimas nos olhos.

— Mesmo assim, uma hora a gente o acha. É porque isso está mexendo com sua cabeça, é essa angústia que está te dando pesadelos. - ele disse enquanto secava meu rosto.

— Não tem como não ficar angustiada.

— Eu sei, mas vai passar... 

Assenti, mesmo que não tivesse tanta certeza disso. Logo ele voltou pra cama dele e eu pedi para dormir lá com ele, pois talvez o conforto dos braços dele ajudassem. 

Ele fez uma longa pausa antes de responder:

— Tá bom, pode vir. 

E então deitou mais para o lado dando espaço pra mim. Deitei-me ao lado dele e o abracei. Surpreendentemente, ele não recuou, me abraçou de volta.

— Quem é você e o aue fez com o Artur? - brinquei o olhando e ele riu.

— Como assim? - perguntou ele, rindo baixo.

— Faz pouquíssimo tempo que você era um jovem amargurado e arrogante que me evitava por ter sido abandonado por mim, ou melhor, trocado. Como de um dia para o outro você me trata tão bem assim? - perguntei o olhando nos olhos apesar da escuridão.

— Como eu já disse, uma amiga de trabalho, o João e meu pai me ajudaram a entender melhor o que você fez. Eu sei que não tem justificativa, mas eu nunca fui amargurado e rancoroso como eu vinha sendo. E ainda mais agora que você tá passando por um momento difícil desse. Não posso deixar você desamparada só por um ciúme bobo. - confessou ele, me deixando chocada mas ao mesmo tempo, feliz.

— Sério mesmo? 

— Sim, é sério. 

Sorri largo feito boba ao ouvir ele dizer aquilo, então o abracei novamente e logo adormeci com um sorriso no rosto. 

E sem ter pesadelos.

Acordei no dia seguinte ouvindo o celular dele tocar, ele tinha que ir pro trabalho, então suspirei, ele podia ficar mais tempo aqui comigo. 

Logo me levantei devagar e ele esticou o braço para desligar o alarme.

— Bom dia. - eu disse, bocejando.

— Bom dia. 

— Vou sair para você se arrumar, ok?

— Claro, pode tomar o seu no banheiro do corredor. 

Concordei com a cabeça e fui pegar uma roupa qualquer minha. Ele fez o mesmo e eu saí do quarto dele.

— Pelo visto a noite foi boa hein? - ouvi Lucas dizer, me assustando.

— Que susto Lucas. Tá falando do quê? - sussurrei.

— Saiu do quarto do meu irmão com um sorriso no rosto. Não deve ser à toa né? - ele riu.

— Claro que não garoto. - bufei - Só estou feliz por ele estar me ajudando, coisa que parecia impossível dias atrás quando ele voltou só querendo me evitar. 

— Sei como é.

— Sabe nada, fica quieto.

E marchei para o banheiro antes que ele falasse algo mais.

Depois de alguns minutos, saí do banheiro vestindo uma blusa de moletom branca com rosa bebê, jeans e coturnos. Ao chegar no quarto de Artur, vi que ele já tinha saído, pois o cheiro do chuveiro tava impregnado no quarto. Por um breve momento, respirei fundo sentindo aquele cheiro gostoso do xampu que ele usava, depois, fechei a porta e fui pra cozinha, onde somente Artur e Lucas estavam.

— Oi, cadê o pessoal? - perguntei.

— Já foram. - disse Lucas, terminando a caneca de Nescau e levantando com a mochila.

— Nós também estamos de saída. - respondeu Artur, fechando a torneira.

— Posso ir para o seu trabalho com você Artur? Quero ver se arrumo um emprego, seu lá. 

— Emprego? - ele me olhou surpreso.

— É, quero ter mais liberdade, talvez eu trabalhando consiga ocupar mais a minha mente. 

Artur sorriu meio tímido, se aproximando.

— Posso te levar lá sim, não prometo nada mas podemos tentar. - concordou.

— Ótimo. 

Logo Lucas se retirou correndo com a mochila para fora de casa, depois, Artur e eu saímos. 

                         ***

Até que dormir abraçado com Marina não tinha sido tão ruim como eu pensava, pois eu me senti feliz e até relembrei de anos atrás quando ainda estávamos no ensino médio e às vezes, como quase todo casal de adolescente, dormiamos junto e era tão bom. 

Assim que terminei o banho, vesti uma calça de moletom bege, uma camisa de botão preta com botões e tênis branco, depois saí do quarto sem esperar Marina sair, achei que seria melhor chegar na cozinha sozinho. 

— Bom dia filho. - disse minha mãe.

— Bom dia. - respondi, me sentando.

— A Marina já levantou?

— Sim, tá se arrumando.

— Eu tenho uma reunião importante hoje, tenho que ir. Manda um beijo pra ela. - disse meu pai, se levantando da mesa.

Depois Júlia saiu da mesa para se arrumar pra escola e depois minha mãe saiu levando a louça. Poucos segundos depois, Marina chegou e disse que queria ajudar pra arrumar emprego, queria distrair a mente. Eu não levei muita fé que era esse o motivo, mas preferi não contrariar e então fomos juntos até meu trabalho. 

— Olá Artur, trouxe a namorada pra conhecer seu local de trabalho? - riu meu chefe. 

— Não senhor. - ri sem graça - Trouxe ela para conversar com o senhor. 

— Ótimo, me acompanhe por favor. E Artur, bom trabalho. Espero que tenha descansado na sua folga. 

— Descansei sim senhor, obrigado. - sorri e fui rumo à minha sala. 


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