Às vezes parecia que o destino estava empurrando cada vez mais todos os nobres de Westeros para uma tragédia.

Catelyn foi até a capital avisar Ned.

Robb e Mynisa receberam a notícia da prisão de Ned e uma ordem de Joffrey para ir dobrar os joelhos.

A resposta de Robb foi convocar seus vassalos.

—Eu vou com você.

—Mynisa eu...

—Eu vou com você. -ela repetiu, decidida.

Enquanto eles se arrumaram, Mynisa pediu através de cartas que mandou depois de Robb que cada vassalo deixasse um mínimo de homens que pudessem combater os homens das Ilhas De Ferro.

Então receberam a notícia trágica.

Ned... Pai, marido, tio, protetor e senhor deles... Ned foi condenado a morte como um traidor.

—Eu não acredito nisso! Meu pai... Um homem tão honrado... Que viveu a vida toda sendo tudo o que um homem honrado deve ser... Morto como um criminoso! Nem mesmo tomar o negro! Decapitado em praça pública!

Mynisa precisou de todas as suas forças para dar apoio a Robb.

Ned era mais do que seu tio por casamento ou pai de seu marido, ele foi seu sentindo pai, aquele que a acolheu com carinho e a quem recorreu quando seu próprio pai morreu.

E ainda por cima, seu avô Hoster não estava bem de saúde.

Mynisa sentia que parecia uma conspiração dos deuses. É como se eles quisessem que essa guerra ocorresse.

Robb estava cada vez se mostrando mais decidido.

Jon Umber, que não confiava muito no pulso firme de ambos, depois que Vento Cinzento arrancou dois de seus dedos em uma mordida pareceu adquirir um novo respeito por ambos, deixando de tratar Robb e Mynisa como garotos verdes.

Robb estava com medo, mas escondia e só falava para ela.

Apenas Mynisa era sua confidente, pois apenas ela podia entender toda a responsabilidade que caiu sobre seus ombros.

—E as minhas irmãs?

Mynisa o abraçou por trás.

—Nós vamos resgatar Sansa e Arya. Nós vamos destruir Joffrey. E nós vamos voltar para nossa casa em paz. Tenha fé, Robb. 

Ele sorriu, acariciando sua mão.

—Vamos. Temos uma questão muito complexa a resolver.

—Sim. Nós temos que decidir. Afinal quem nos governará?

A discussão também deixava seus vassalos sem saber o que fazer?

—Afinal, se não formos dobrar o joelho para Joffrey, vamos nos declarar por Stannis?

—Você está louco se eu vou dobrar os joelhos para um cara que está fodendo com um deus maluco que exige sacrifícios de Essos! E chamar de rainha uma raposa da Campina!

—Então Renly?

—Pior que uma raposa! Uma mera rosa! E ele não pode passar acima do irmão mais velho pela lei.

—Então quem?

Jon Umber tomou a palavra.

—O que essas flores do sul sabem sobre o Norte? Sobre o inverno? Sobre a Mata Dos Lobos e os deuses antigos? Quantas vezes esses reis sulistas falharam no seu dever?

Ele olhou para Robb e Mynisa.

—Por que não devemos nos governar novamente? Foram os dragões aos quais nos inclinamos! E agora os dragões estão mortos! Eis aqui os únicos rei e rainha que eu quero dobrar meu joelho para: o Rei e a Rainha no Norte! O Jovem Lobo e o Falcão Do Norte, monarcas que valem nosso suor e sangue.

Robb e Mynisa olharam um para o outro em uma conversa silenciosa.

"Vamos fazer isso!" disseram pelo olhar.

Eles se levantaram.

Todos puxaram suas espadas para cima.

—O Rei e a Rainha do Norte!

—O Rei e a Rainha do Norte!

—O Rei e a Rainha do Norte!

—O Grande Rei Lobo! A Grande Rainha Falcão!

Bem longe, para além da Muralha, um homem velho com a vida prolongada via o que estava acontecendo.

Vendo a linha do tempo depois de ver as mesmas desgraças vez após vez, ele decidiu salvar uma vida depois de estudar cada pequeno detalhe da história de Westeros.

Ele salvou Mynisa. Impediu que Lysa abortasse o primeiro bebê de Jon Arryn. E torcia para que o futuro que estava criando tornasse tudo melhor do que o futuro horrendo que cairia originalmente a todos.

Se ele estava disposto a matar uma vida para salvar a todos tentando alcançar um bem maior, por que não salvar uma vida para salvar a todos?