Not today escrita por Ailish


Capítulo 1
Not today | day 6 marriage


Notas iniciais do capítulo

Mais uma fic desse desafio lindo e que se não fosse por minhas amigas não teria ido tão longe.



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— Katsuki, você enlouqueceu?! 

— Cala a boca! — O loiro segurou o pulso do meio ruivo e o puxou pelo corredor, chamando a atenção da equipe de cerimonialistas que organizavam os últimos detalhes do casamento. — Vamos embora!

A mente de Shouto girou rápido, forçando as pernas no chão para que não fosse arrastado, mesmo sabendo que nunca ganharia de Katsuki em força. Ele nunca imaginou que o padrinho de seu casório com Momo, surtaria horas antes e parecesse no local do evento para levá-lo, — para que abandonasse aquele estúpido plano de Enji.

— Calma, vamos conversar! — O noivo exigiu, desvencilhando do contato com um giro de pulso e obrigando Bakugou olhar para trás. — Podemos conversar?

O loiro estava com os olhos vermelhos e a expressão mais agressiva do que de costume, Shouto nunca o observou tão vulnerável, e aquilo quebrou seu coração. Cabisbaixo, o padrinho abriu um dos aposentos do hotel e esperou que o outro entrasse, antes de fechá-la com força.

— Conversar o quê, porra?! — Bakugou socou a parede, as lágrimas finalmente abandonando os olhos. — Você acha que é fácil abrir mão do cara que eu gosto, por causa daquele verme?

— Katsuki… — O bicolor apoiou a mão sobre o ombro do outro, para que olhasse direto nos olhos. Os dedos trêmulos de Todoroki secaram as lágrimas de Katsuki, aproximando-se para apoiar uma testa na outra. — O que mais desejo era ir embora com você, mas…

— Mas o quê?! — grunhiu perto do mesclado, aumentando a pressão entre as testas. — Até quando vai deixar aquele velho tomar conta de sua vida? Foda-se ele, foda-se todos! — As mãos do loiro envolveram as de Shouto, puxando-o para um beijo rápido e desesperado, desta vez era os olhos heterocromáticos que estavam cintilantes pelas lágrimas. — Apenas vamos descer, entrar no carro e ir embora. Você liga para Momo, sua mãe… Foda-se! Apenas acabe com isso!

Falar era tão fácil, mas fazer… Todoroki não sabia o que fazer! Ele não queria seguir o roteiro que seu pai planejou: casar com uma bela esposa, ter filhos e continuar com os negócios da família. Shouto queria muito mais do que uma vida cômoda, mas não sabia como fazer e também não tinha coragem para isso, já que todas as escolhas sempre foram decididas por Enji. Até que Katsuki apareceu e quebrou aquela maldita corrente, tornando-o um pouco egoísta, impulsivo e sentimental.  

— Não sei como fazer isso, Katsuki. — As palavras foram sinceras, por mais que tivesse duas escolhas, estava perdido e não havia tempo para reflexão. Construir a vida perfeita ou desaparecer na estrada com o homem que amava e que lhe causava a tão famosa sensação de “borboletas no estômago”. A relação secreta dos dois já acontecia há mais ou menos dois anos e as coisas estavam fora de controle. Shouto não conseguia domar o mar de sentimentos em relação a Katsuki. 

— Caralho! Confia em mim. — Ele beijou o noivo novamente e afastou-se, o puxando pelo pulso, para longe daquele quarto de hotel. Os dois desceram pelo elevador e pegaram o carro de Katsuki que estava no estacionamento.

— Katsuki, não precisamos fugir como assaltantes de banco. — Shouto permaneceu com a porta do veículo aberta e com uma perna para fora, ainda dividido entre suas escolhas. 

— Escute. — Bakugou o segurou pelo maxilar, girando o rosto para encará-lo. — Você quer ir ou não?

O ar desceu como chumbo pelos pulmões e o corpo começou a tremer, por causa da adrenalina que circulava por todo o sistema nervoso. A única certeza de Todoroki naquele momento, era que estava — irrevogavelmente — apaixonado por aquele homem. E pela primeira vez ele largou o “foda-se” para o mundo. 

— Acho que meu pai ficará decepcionado por fugir do casamento com o assessor executivo da empresa dele. — Ele brincou, recolhendo a perna e fechando a porta. — Estamos ferrados, Katsuki.

O sorriso afiado surgiu como um flash de luz, deixando Shouto mais atônito do que já estava, mas estava satisfeito por conseguir sair das sombras da família. Talvez durasse apenas uma noite, uma semana, porém fazia anos que não sentia-se tão vivo.

— Não vamos fugir para sempre, essa será nossa “lua de mel”. — Katsuki sorriu maldoso, dando adeus para o maldito hotel que Enji escolheu para ser o funeral do filho, mas não deu certo. Não hoje.


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