Em meio à guerra escrita por Maria Chinikoski


Capítulo 1
Capítulo 1


Notas iniciais do capítulo

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Os sinos tocavam por toda Konoha. A lua cheia clareava as ruas, como se não precisassem de uma única luz além daquela. 

Himari se esgueirava pelas sombras. Sabia que a hora estava chegando. Logo alguém a procuraria. Era o certo! Sua equipe antiga talvez a localizaria com facilidade.

Deixou cair em uma lixeira o pote de comida, já vazio. Agora que estava satisfeita, deveria buscar suas coisas e correr pela sua vida.

Em sua "casa", ou melhor, seu quartinho alugado, as coisas estavam cobertas com panos. O essencial estava em uma grande mochila recostava à parede e sua espada samurai, ainda empoeirada, chamava sua atenção em cima da cômoda de roupas.

Tomou um banho rápido, sem saber quando teria tempo para outro banho, jogou as roupas que nunca mais veria em um canto, e se arrumou. 

Colocou a capa preta com plumas que ganhou de presente de um ex-colega de trabalho. Assim, pareceria com a multidão de cidadãos que buscava refúgio. Não deveria chamar atenção.

Seus cabelos negros como a noite, eram tão escuros que pareciam jóias pintadas pelos deuses. Sua pele branca, com olhos bem pequenos, ainda trazia um charme a mais.

Pegou sua espada e a limpou com zelo, empunhando-a algumas vezes para se certificar que ainda reagia com velocidade.

Estava pronta!

Himari pegou sua bolsa e partiu pelas ruas mais afastadas que pôde. Logo, pensou ela, sua casa estaria cheia de guerreiros ambu solicitando sua apresentação para guerra.

Aquilo não era uma obrigação dela! Ela não se sentia à vontade!

Quando se afastou, podia ver os muros que envolviam Konoha. Parou e respirou fundo. Himari estalava a língua, inconsciente. Sentia o gosto de uma possível liberdade. Mas antes deveria dar um jeito de pular para fora da aldeia.

Por experiência própria, sabia que talvez fosse impossível, mas ela tinha que tentar. Não se apresentar resultaria em morte, na certa. Então era melhor morrer tentando ser livre.

Avistou um pequeno carro de comerciantes, saindo da cidade. Antes que percebessem, entrou na parte de trás, se misturando às pessoas que deixavam a vila. Seu casaco recobria seu corpo e escondia seu físico de lutadora. Com um pouco de sorte, fugiria sem maiores problemas.

Antes de saírem, um garotinho subiu na carroça e foi com eles.

...

A saída ainda foi tranquila. Com a preocupação com a guerra, a revista era somente naqueles que entravam na aldeia, mas não se interessavam tanto nos que saiam dela.

Um dos guardas olhou nos rostos dos viajantes, mas não se deteve em nenhum em especial. Himari olhava para o chão, fingindo cansaço para não chamar atenção.

— Aonde uma mocinha como você vai, minha querida? - Perguntou a mulher à sua frente.

Himari não respondeu.

A senhora agitou as mãos em sua frente, e a garota a olhou. - fingiria que era surda, assim ninguém a enxeria de perguntas.

— Ah, você não consegue me escutar?

Himari fez que não entendia e inventou uns sinais de mão. A senhora, velha demais para acompanhar os gestos, fez um sinal de "tudo bem" com as mãos e se recostou novamente, desistindo.

Himari tinha ótimos ouvidos e já havia percebido que dois dos passageiros não eram cidadãos comuns. Eles planejavam a seguir quando descesse.

Escondeu seu rosto com os fios negros e esperou pacientemente até chegar na estrada da próxima vila. O garotinho que tinha recém entrado, não parava de tagarelar um só minuto. A senhorinha pôs-se a falar com ele, para evitar que alguém batesse no garoto por ser muito barulhento.

No geral, as pessoas estavam desesperadas com a guerra. Era um bom sinal: Ela poderia se afastar sem tantos problemas.

Na próxima estrada, Himari desceu com um salto da carroça, bem antes dela parar, para despistar seus perseguidores em potencial, embora soubesse que seria fácil se livrar deles. Mas atenção para si era algo fora de cogitação.

Mal andou 15 metros e ouviu passos atrás de si.

"péssima hora!" - Pensou. A carroça estava perto demais e ela seria vista se livrando dos rapazes.

Mas para sua surpresa, ao se virar, quem estava lá era o garotinho.

 

 

— Você é surda não é? - Gritou ele - Vou te acompanhar! Minha comunidade fica depois da vila!

Ele gesticulava, como se todos pudessem entender.

Havia algo muito errado! Ela sabia que aquele garoto não caminhava como uma criança.

Mas, para não chamar atenção, prosseguiu, com a criança em seu encalço.

Muitos metros à frente, encontrou quem estava procurando: Seus perseguidores da carroça. Com a capa escondendo seu corpo, sem abrir a boca, afastou o garoto, que caiu no chão.

— Ei! - Protestou ele.

— Olhem só quem temos aqui! - Falou um homem, gordo e suado, chegando por detrás das árvores - Eu achei que viríamos só a garota, mas tem um pivete aqui também!

— Tudo bem, eu gosto de crianças! - Disse o outro, um homem forte, mas ao mesmo tempo magro e sem dois dentes da frente, tentando cercar Himari. - Mas primeiro quero provar essa belezinha ai!

Himari sacou sua espada. O garoto, caído, assustado, chorava, segurando-se às pernas de Himari.

— Ora, belezinha, largue isso. Não é um brinquedo para uma boneca como você. Passe para cá! Eu vou te fazer a mulher mais feliz do mundo hoje!

— Ah, vem pra mim - Disse o outro, chegando perto.

Himari respirou, então foi tudo extremamente rápido:

Um suspiro...

Um som de folhas sendo esmagadas ao pisar...

Uma coruja piando ao longe...

Uma cabeça rolando para longe...

Um homem berrando em desespero...

Pronto!

Agora são duas cabeças rolando para longe...

 

Himari agarrou o menino pelo braço e o ergueu. Ela havia confirmado sua identidade. Droga!

Antes que percebesse, o garoto ria e começava a se dissolver, como água.

Ela ficou apreensiva. Por isso o garoto era tão estranho!

Não era uma pessoa!

Só havia uma pessoa até hoje que ela não conseguia superar! Alguém cuja os passos ressoavam tão levemente que causavam arrepios na coluna de Himari!

 

Um pouco mais longe, coberto pela neblina da noite, um ninja segurava suas lâminas e a encarava.

— Você... - Ela tremeu.

— Himari... Himari... Depois de oito anos... Quando finalmente te encontro... Porque estava fugindo do nosso dever?

— Você sabe! Eu sempre odiei a guerra!

— E vai fugir, criar cabras e viver como uma camponesa pelo resto da sua vida?

— Talvez!

Ela sabia. Ele estava sendo monitorado. Aquele era um clone. Mas era tão poderoso quanto seu dono.

— Você tem três horas de vantagem. Eu estou indo com minha equipe atrás de você.

— Mas...

— É nosso dever, me desculpe... Quando te encontrarmos... Você entende...

Himari balançou a cabeça, raivosa.

— Então não posso perder tempo aqui! Vou adiantar meus passos! Adeus, Rey-sama. Foi... Bom te rever....

Então, para surpresa de Rey, Himari se desfez em uma lufada de vento. Era um clone muito fiel.

Rey xingou-a. 

— Eu vou te achar!

 

....

Mas do outro lado da aldeia de Konoha, talvez há dias de distância, a verdadeira Himari seguia pela trilha da mata, rindo do que acabara de saber pelo seu clone.

Estava muito à frente deles! Ela iria conseguir!


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