Era impossível sustentar mentiras para sempre. Sentimentos borbulhantes eventualmente explodiam. E, se nada fosse feito, o medo lhe consumiria por inteiro. Havia como adiar, mas não como impedir a queda. Louis tinha 16 anos quando finalmente quebrou.

Começou aos poucos. Noite insones, pensamentos agitados e intrusivos, hipóteses absurdas que o faziam congelar. O pânico cada vez mais presente. Coração acelerado, vertigens, dor no peito, mãos trêmulas, dificuldade de respirar. Acontecia sem que ele conseguisse controlar, às vezes sem motivo, doesto ou perigo real. O menino tentou esconder o quanto pode, mas dessa vez era impossível fingir que estava tudo bem.