Antes, eu sentia como se o tempo passasse levando tudo o que eu tinha. Minha família, meus amigos e minha juventude. Quando percebi, estava presa em um emprego que odiava, sem ninguém para contar, sem ter para onde fugir. Cada dia mais triste e solitária.

Em pé, no galarim da costa da ilha, com Ivan assobiando ao meu lado, senti, pela primeira vez em anos, que eu fazia parte de algo. O tempo não me possuía, e eu não tentava controlá-lo. 

— Isso é incrível!

— Não é meio irônico que um avião tenha precisado cair para que eu tirasse férias na praia?