Acordei naquele dia em um estado de tibieza maior do que o normal. Cogitei não me levantar e só continuar deitada, observando o raio de sol que queimava minha pele se estender pelo quarto até sumir.

Eu não aguento mais, pensei, mas me levantei e fui trabalhar. 

Estava ajudando um cliente a escolher uma televisão, quando ele recebeu uma mensagem e parou para ler. Fiquei suspensa, com um sorriso no rosto, esperando ele voltar a prestar atenção em mim.

— Desculpe, era o resultado da loteria.

— Entendo.

— Apenas um bilhete sorteado... 

— Quanta sorte. 

— Ou muito azar. Vou levar essa mesmo.