Bonita escrita por lila


Capítulo 1
Bonita.


Notas iniciais do capítulo

na verdade é a primeira vez que escrevo algo assim e a primeira vez que escrevo para o nyah, olha só meu debut que ninguem esperou!!!

espero que gostem e desculpem os erros ortograficos e etc

boa leitura



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Ser assassina de aluguel não é fácil. Ser mãe não é fácil. Ser esposa não é fácil.

 

Ultimamente minha rotina tem sido sair da prefeitura, ir atender aos meus “clientes” e manter minha nova casa em ordem para cumprir um bom papel como esposa e mãe. Essa noite, Ania iria dormir na casa de sua amiga da escola Eden, Becker, e irão para a aula juntas no dia seguinte. 

 

Arrumei sua mochila, coloquei várias roupinhas para caso acontecesse alguma emergência, além, claro, do uniforme escolar. Quando ela saiu, o silêncio dominou a casa e a situação me atingiu em cheio: eu nunca havia ficado tanto tempo sozinha com Loid. Eu senti meu rosto ruborizar. Ora, mas o que eu estou pensando? A memória do dia em que quase o beijei me acertou em cheio juntamente com a vergonha.

 

— Yor, você viu… Você está bem? — Loid chegou na sala enquanto arrumava seu paletó.

 

— S-sim! V-você vai sair? — Tentei desviar do assunto.

 

— Sim, preciso ir, o hospital ligou.

 

— Oh, entendo. Tome cuidado então.

 

Loid sorriu e acenou em concordância. — Aliás, você viu meu chapéu?

 

Apontei para o cabide atrás de si sorrindo. Ele riu envergonhado, pegou o chapéu e saiu. Olhei para o relógio, era seis da noite.

 

Eu não tinha nada melhor para fazer. Pela manhã já havia limpado a casa, meu empregador não tinha ligado para mim, eu estava sozinha naquela casa e o tédio começava a me consumir. Peguei a garrafa de vinho que havia comprado por esses dias que estava na geladeira, uma taça, liguei a tevê e comecei a me servir. Passava uma novela que eu nunca havia visto por não ser tão próxima, do que eu imagino, que mulheres da minha idade gostam e acompanham. Eu estava meio grogue quando o casal que julguei ser o principal faziam declarações de amor um para o outro e por um instante imaginei eu e Loid naquela situação.

 

Eu sei bem que tudo isso é uma farsa e que nunca vai sair alguma relação além de amizade do que temos, mas mesmo assim, eu imagino como teria sido se eu tivesse me casado com o Loid em uma situação em que nos amássemos. 

 

Será que algum dia vou encontrar alguém que me ame? Ou que eu amarei?

 

A resposta dura que minha própria consciência me deu, me fez dar um grande gole do vinho. 

 

Com a vida que eu tenho, isso seria impossível.



[...]



Passou-se horas e Loid ainda não havia voltado. Eu estava na segunda garrafa de vinho assistindo mais um programa que era mais para… adultos. A atriz rebolava sobre o ator que jogava a cabeça para trás em satisfação. 

 

Senti meu rosto pegar fogo. Mesmo tendo 27 anos, minha experiencia com o sexo oposto é nula, nunca tive tempo para pensar nisso quando estava mais preocupada em sustentar Yuri. É vergonhoso uma mulher como eu ser virgem ainda? Eu não sei. Então Loid me veio a cabeça. Será que ele sente falta…? De tocar outras mulheres…? Me comparei com a mulher da televisão por alguns momentos. 

 

Ainda sem saber o que estava fazendo, peguei a garrafa de vinho quase vazia e fui para o quarto. Tinha um enorme espelho ao lado do guarda roupa, então comecei a me despir, ficando apenas com a lingerie preta. Encarei meu reflexo. Uma vez me disseram que eu tenho bons atributos, mas o que isso deveria significar? Tenho atributos suficientes para o Loid me desejar? Será que ele já me achou bonita em algum momento?

 

— Yor, o que faz aqu-

 

Com o susto, derrubei a garrafa no chão, que por sorte o pouco vinho que tinha no recipiente não chegou perto do tapete. Eu o olhei e ele estava extremamente vermelho e quando viu que eu o estava olhando ele imediatamente virou de costas.

 

Seja influência da bebida ou coragem repentina, ignorei a sujeira que fiz e fui até ele parando atrás de seu tronco. — Loid, você me acha bonita? 

 

Eu vi seus ombros tensionarem, assimilei aquilo como uma resposta negativa. Triste com a recém descoberta, passei por seu corpo, ignorando minha falta de roupas e indo de volta para a sala assistir ao programa de adultos. Eu percebi, mas preferi fingir que não, que o loiro estava me olhando. Me concentrei na televisão e sem perceber, apaguei no sofá.



[...]



Acordei em um ambiente escuro, estava em uma cama, enrolada por um edredon e eu sentia o frio gostoso, que o ar condicionado produzia, na minha pele. Não fazia a menor  idéia de como havia ido parar ali, a última coisa da qual lembrava era que estava assistindo uma novela, depois disso apenas borrões. Quando levantei da cama, percebi que estava sem roupas. Quase gritei, minha cabeça fervia tentando lembrar do que havia acontecido mas não lembrava de nada. Prometi a mim mesma nunca mais beber.

 

Com minha dignidade no chão, vesti uma roupa e saí quarto afora.

 

— Bom dia, Yor!

 

O loiro estava agindo como sempre, então resolvi agir da mesma forma, pelo menos a curto prazo. — Bom dia!

 

Tomamos café da manhã em silêncio. Meu marido lia o jornal, enquanto eu tentava a todo vapor pensar em uma forma de como abordar o assunto da noite passada.

 

— Hm, Loid?

 

— Sim? — Perguntou distraidamente enquanto bebericava o café.

 

— Fizemos a-algo noite passada?

 

Até mesmo o espião se surpreendeu com a constatação dela e o fato de não se lembrar do que ocorreu. Tossiu. — Não.

 

— Por que acordei s-sem ro-roupas? 

 

— Isso eu também não sei, mas você as tirou sozinha e entrou no meu quarto.

 

Leves flashes de memória passaram por sua cabeça. Nunca quis tanto se furar com as próprias agulhas.

 

— Eu sinto muito! Eu sinto muito mesmo! O que eu faço?! Me desculpa!

 

— Está tudo bem. Você lembra da pergunta que me fez?

 

— Não…

 

— A resposta é sim. 

 

E saiu para trabalhar me deixando confusa.



Loid Forger gosta de ser lembrado. E não diria essas palavras para alguém bebada.


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