“Por quê?”

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Uma das perguntas mais frequentes repetida pelas pessoas, principalmente por crianças.

Eu mesmo repetia-a muitas e muitas vezes no mesmo dia.

Normalmente sempre acabava apanhando por isso, mas...

Isso só acontecia quando eu era pequeno.

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Por quê...? Não, não pode ser...

Depois de tanto tempo, por que só agora, hein?

Se você conseguiu resistir por dezenove anos, então por que partir agora, hein?!

Não acredito que em uma simples batalha você pôde cair assim, tão rápido...

Seu... Moyashi!

Não era isso que gostava de me dizer?

Não era esse o seu jeito de me humilhar?!

Por que só agora você resolveu partir?

Teria sido melhor se tivesse sido antes...

Antes de me apaixonar por você, por esse seu jeito grosso, rude e frio de ser...

Antes de te conhecer.

Pois assim não doeria tanto

A dor da despedida, de um ‘adeus’ e não de um ‘até logo’

Porque você partiu para não mais voltar

Para um mundo melhor do que esse em que vivo, com certeza.

E ainda tenho que suportar esses malditos gêmeos Noahs falando coisas absurdas, inimagináveis, calamidades!

Eu dei tudo o que podia por você

E você ainda assim teve coragem de me abandonar numa hora dessas?!

“Ah, por que choras ao invés de rir, Exorcista?

Não te divertes?

Não vês graça?

Não vês??”

“É, não vês?? Como não achas engraçado??!”

“Se o amas tanto,

Então por que não cai?

Cai no chão.

Sem vida, sem perdão.”

“Cai para não levantar.

Dorme para não acordar!”

“Pois se tu caísses seria tudo mais fácil,

Seria mais rápido,

Seria sem tanta dor.

Seria sem nenhuma cor.

Seria, talvez, sem temor.”

“Então por que não queres cair??!

Cair no esquecimento,

Cair no eterno tormento!

Cair para não acordar!

Dormir para não levantar!!”

“Então por que não se joga?

Se joga de cabeça,

Se joga de vez.

Se joga no vazio,

Desprende-se da lucidez.”

“E por que você não se mata??!

Se mata de vergonha!!

Se mata de prazer!

Se mata aos poucos,

até não lembrar mais!!”

“Não se lembrar mais de nada.

Não se lembrar de tudo.

Não se lembrar do próprio nome.

Não se lembrar de seu conteúdo.”

“Então por que não acordas, Exorcista?

Ah é, quase nos esquecemos.

Você caiu.

Caiu para não levantar.

Dormiu para não mais acordar.”

E eu fui apagando, morrendo...

Sem mais nada conseguir enxergar.

Pois meus olhos se inundavam pelas lágrimas.

Lágrimas de uma dor a qual nunca conseguiria me recuperar.

Afinal, sobrevivi.

Maldita hora que nossos amigos me salvaram!

Se ao menos tivesse ido...

Agora poderia estar junto a ti.

E nessa hora de vitória,

Onde ergo, agora, o maior dos troféus

Não me vem nenhuma glória

Só me resta olhar para os céus...

Os dois Noahs que me atormentavam?

Devitto e Jasdero.

Não irão incomodar novamente.

Mas isso só não me basta; não me satisfaz; não é o que eu quero.

E eu continuo aqui, com esses meus “porquês” idiotas e sem sentido algum.

Sem resposta.

Sem propósito.

Sem futuro, a não ser me relembrar a todo o momento da dor que senti; que sinto por você até hoje.

Sinto sua falta.

Dos seus apelidos maldosos.

Dos seus beijos experientes.

Dos seus toques apressados.

E isso tudo por uma mísera falha nos cálculos.

Porque você caiu.

Caiu para não acordar.

Dormiu para não levantar.