Indeciso se tentaria devolver a cueca naquele momento ou mais tarde, Miguel viu porta da casa do vizinho ser aberta.

Encarou o rapaz que surgiu, torcendo o nariz para o seu topete perfeito que parecia harmonizar com o óculos de sol e maxilar marcado.

O rapaz abaixou levemente o óculos, olhou do rosto de Miguel à cueca em suas mãos, e o ajeitou novamente.

— Se tivesse pedido, eu te descolava uma usada — disse, deduzindo que Miguel era um ladrão fetichista.

Miguel teve a certeza de que conhecera o ser mais ominoso daquela vizinhança.

Pelo jeito, seus problemas estavam só começando.