Paralisei por segundos antes de segurar Steph pelo braço. Era tão triste. Tão horrível de se ver.
Mamãe estava chorando, mas se mantinha em pé segurando Kate, dando apoio. Passando força.
Naquela noite perdemos Sirius. Mas Voldemort se mostrou para o mundo. Todos sabiam do perigo eminente que estávamos enfrentando.
Remo e Serena nos tiraram de lá nos levando para Hogsmeade. De lá nos levaram ate Hogwarts. Onde passavam todos se viraram para nos encarar. Nenhum dos cinco estavam com expressões felizes.
Era visível o luto de longe.
Kate ainda estava chorando quando Olívio apareceu.
— Recebi seu patrono, Serena. - Falou se aproximando. - O que aconteceu?
— Sirius esta morto.
Kate abraçou Olívio e chorou mais ainda.
Fomos levadas para a sala hospitalar onde os outros já tinham sido trazidos e estavam sendo atendidos. Remo arrumou um lugar mais afastados para nós e Madame Promfey veio correndo. Deu uma poção para Kate que tomou sendo forçada pelo namorado e adormeceu em seguida.
Assim que Kate acordou Dumbledore apareceu com uma expressão nada boa.
— Como isso foi acontecer? - Kate resmungou.
— Monstro mentiu ao Harry. Ele pode fazer isso. Sirius estava cuidando de Biguço quando Harry apareceu.
— Mas por que ele fez isso? - Steph perguntou.
— Monstro estava servindo a dois senhores.
— Os malfoy! - Kate retrucou. - Eu não acredito nisso, mas aquele maldito elfo não poderia sair da casa.
— Não, mas Sirius o mandou embora lembra? Então ele conseguiu procurar Narcisa, não poderia contar nada a eles por que obedecia as ordens de Sirius e não era o fiel do segredo, mas... Pode contar a Voldermort o amor de ambos. Harry faria qualquer coisa para salvar Sirius.
— Foi ela que contou ao Profeta Diário de nós? - Perguntei e Dumbledore assentiu.
— Sirius subestimou Monstro.
— Vou matar aquele elfo. O sonho dele é ter a cabeça decepada e colocada em um quadro! Pois bem, ele terá. Vou mata-lo!
— Katherine. - Serena falou.
— Não importa o que diga Serena, vou matar aquele elfo quando o encontrar.
— Snape pediu para Sirius ficar...
— Pediu? - Kate gritou. - Pediu? Ele vivia enchendo a cabeça do meu pai. O chamando de covarde. Ele deve estar feliz que meu pai morreu.
— Eu não diria isso. O professor Snape...
— Merece morrer da forma mais lenta possível. Aquele velho nojento. Espero que engasgue com o próprio veneno.
Dumbledore lançou a Serena um olhar. Ela pressionou os lábios.
— Sinto em dizer que Snape não fez muita objeção quando Sirius disse que iria salvar Harry ate por que ele mesmo chamou Sirius de covarde tantas vezes. Não vamos tapar os olhos para isso, pai.
Era tão estranho vê-la chamando ele de pai. Nos meus 15 anos foram poucas vezes que a vi chamando Dumbledore de "pai".
— Vou deixa-los descansar. Depois conversamos. - Dumbledore falou antes de seguir para a porta.
Serena e Remo saíram para cuidar de algumas coisas. Olívio continuou sentado com nós ate o amanhecer quando Harry apareceu. Estava abatido. Tinha uma expressão de dor e culpa.
— Kate... Nunca vou me perdoar e sei que você... - Kate balançou a cabeça negando e abraçou Harry.
— A culpa não é sua Potter. Existem muitos culpados. Monstro, os Malfoy, Belatriz. Mas não você. Caímos em uma armadilha. E papai nunca ficaria preso naquela casa com nós em perigo. Ele subestimou Monstro. Subestimou Belatriz. Ele... Nos amava. Morreu lutando como sempre quis.
Steph empurrou as portas da ala hospital e saiu, estava chorando.
Fiquei mais um tempo com eles ate que Harry se despediu dos seus amigos que estavam recuperados e saímos para o corredor. Eu precisava tomar um banho. Me alimentar.
— Você esta morto Potter. - Encontramos com Draco no corredor.
— Engraçado então eu deveria ter parado de circular por ai. - Harry retrucou.
— Você vai me pagar. Vou fazer você pagar pelo que fez ao meu pai.
— Bem agora fiquei aterrorizado. Suponho que Lorde Voldemort tenha sido apenas um aquecimento comparado a vocês três... Qual é o problema? - Os três ficaram apavorados ao ouvir o nome de Voldemort. - Ele é companheiro do seu pai não é? Você não tem mede dele tem?
— Você se acha um grande homem Potter. Espere só. Vou arrebentar você. Pensa que pode meter meu pai na prisão...
— Pesei que tivesse acabado de fazer isso.
— Os Dementadores abandonaram Azkaban. Meu pai vai sair logo, logo.
— É imagino que sim. Mas pelo menos agora todo mundo sabe os canalhas que eles são...
Draco se preparou para puxar a varinha, mas Crabbe e Goyle caíram no chão atingidos por um feitiço quando Draco se preparou para virar foi atingido por um soco de Steph. Caiu no chão e a ruiva foi rápida em soca-lo de novo.
E de novo.
— Steph! - Falei tentando ir ate ela, mas Harry me segurou. - Steph para com isso!
Ela continuou batendo em Malfoy, seu rosto manchado de sangue.
— Potter! - Snape resmungou.
Steph sai de cima de Draco e encarou Snape de cabeça erguida. Ódio estampado nos olhos castanhos.
— Dez pontos a menos para Grif... - Se calou. - Ah estou vendo que não restaram pontos na ampulheta da Grifinória para se subtrair nada. Neste caso Potter teremos que simplesmente...
— Acrescentar mais alguns?
Minerva apareceu mancando.
— Professora McGonagall! - Snape falou. - Vejo que teve alta do St. Mungus!
— Tive professor Snape. Estou quase nova. Você Goyle. - Ela fez um gesto para chama-lo. - Tome. - Jogou para ele a capa e maleta. - Leve isso para o meu escritório. - Ele se afastou. - Muito bem então. Bom acho que Potter e seus amigos devem receber cada um 50 pontos por alertarem o mundo para o retorno de Você-sabe-quem! Que é que o senhor diz professor?
— Que? Ah bom... Suponho...
— Então são 50 para os dois Potter, os dois Weasley, para senhorita Lancaster, Black, Longbotton e senhorita Granger. Ah e 50 pontos para senhorita Lovegood suponho. Agora o senhor queria descontar 10 da senhorita Potter, professor Snape... Então ai estão.
— Agora Crabbe leve o senhor Malfoy a sala hospitalar Madame Pomfrey dara um jeito ao nariz quebrado dele. Potter e Lancaster acho que vocês deveriam estar lá fora em um belo dia como este. E senhorita Potter quero que me acompanhe ate a minha sala.
— Professora McGonagall esta bem. - Harry debochou quando saímos para o jardim e eu assenti sorrindo.
— Ótima na verdade.
Naquele mesmo dia Kate teve alta. Olívio se despediu dela dizendo que a veria nas férias. Steph ganhou uma detenção com Minerva e ainda lhe foi tirado mais 10 pontos. Mas nada tirava a satisfação dela por ter quebrado o nariz de Malfoy. Mas ainda assim o luto estava em nós, em Harry, em Serena.
Na festa de despedida de mais um ano letivo sorri ao ver Dumbledore levantar de sua mesa e pedir para dar uma palavrinha.
— Gostaria de dizer algumas coisas. Queria dizer a vocês que menti ano passado a todos. Menti por que no momento era o certo a se fazer. Por que não tínhamos muitas escolhas. Ninguém realmente acreditava que Lord Voldemort tinha retornado, não acreditavam em minha palavra, nem na palavra de Harry. Julguei muito perigoso que todos soubessem a verdade por isso dei lhes a noticia de que Cedrico Diggory havia morrido. Mas tenho a feliz noticia de que ele esta bem, recuperado.
As portas se abriram e Cedrico apareceu. Foi uma agitação do pessoal da Lufa-lufa, levantaram e correram para abraça-lo. Seus olhos passaram por todos ate virem para a mesa da Grifinória, ate pararem em mim.
Senti minhas bochechas ficarem vermelhas. Sorriu.
— Você sabia! - Steph falou.
— Não era um segredo meu. - Me defendi. - Sim, desde o natal quando o encontrei em  coma.
Elas não me julgaram somente sorriram me abraçando. Era a primeira vez em dias que podíamos sorrir.
Mal consegui conversar com ele. Tinha todos a sua volta. Mas me sentia feliz por tê-lo de volta na escola.
— Tenho que dizer ao Harry. - Hermione falou levantando. - Ele vai ficar muito feliz com essa noticia. - Saiu correndo.
Ela conseguiu arrastar Harry ate o salão. Cedrico e Harry se abraçaram. Todos os alunos menos Sonserina aplaudiram.
Professora Sprout estava dava pulos de alegria.
Lancei um olhar a Dumbledore que piscou um olho para mim.
Tínhamos tudo que Voldemort não tinha. Amizade e amor.