Strangers till we die escrita por Bruna


Capítulo 1
Capítulo único




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Ladybug olhou melancolicamente para Chat Noir enquanto ele estava distraído com a paisagem de Paris, em um momento de calmaria depois de mais uma batalha vencida. Seu amigo. O gato que ela amava... Não havia porquê negar. Ela o amava, sim, como qualquer um de seus amigos próximos. Como Alya. Como Adrien. 

Ele era o único que conhecia o seu lado secreto e isso o tornava um confidente ainda mais importante. Além disso, o companheirismo e confiança que compartilhavam em cada luta era mais do que o suficiente para compor um vínculo forte.

Marinette sabia melhor do que ninguém que apesar de serem próximos, não poderiam revelar suas identidades um ao outro. Ela já tinha se dedicado a manter tudo em segredo por um longo período, tendo discutido e insistido sobre isso várias vezes com Chat Noir. 

Agora, as coisas eram diferentes. Ladybug tinha visto o futuro. As identidades serem descobertas levariam não apenas a complicações no combate ao Hawkmoth e seus akumas, mas ao colapso de um mundo inteiro. Destruição total. E cabia a eles impedir que isso acontecesse. Se Ladybug já era bastante decidida sobre manter seus nomes e detalhes civis para si mesmos antes, então tinha se tornado ainda mais com o incentivo de um ultimato do apocalipse pairando sobre o futuro de seus potenciais erros. Simplesmente não poderia acontecer. Nunca.

Será que seu Chat Noir permaneceria sempre como um estranho? Nunca saber seu verdadeiro nome, o que fazia no tempo livre, como eram sua família e amigos... A pessoa por trás da máscara seria um mistério bem guardado e tudo que Marinette poderia ter dele seria da sua versão de super-herói. Talvez fosse o suficiente, mas nunca seria tudo.

A aparição de Bunnix só levantou ainda mais questionamentos. Era difícil determinar a idade dela, mas era fato de que ela era bem mais velha do que eles - sem falar que ela até a chamou de Minibug, o que implicaria uma grande diferença entre a própria Marinette atual e a Ladybug do futuro com a qual Bunnix estava habituada.

Se, no futuro de Bunnix, Ladybug e Chat Noir ainda tinham seus miraculous e ainda distribuíam outros para novos portadores, significava que estavam exercendo suas atividades plenamente. Não tinham revelado suas identidades, mesmo talvez em dez anos.

Anos, lado a lado, guardando segredos sobre tudo que poderia ser uma revelação arriscada demais. Anos à frente, ainda combatendo ameaças à segurança de Paris. Dentre as tais, provavelmente o próprio Hawkmoth, se eles já não o tivessem derrotado antes.

Ladybug desejava que houvesse a opção dela e Chat Noir saírem correndo, para onde não houvesse Hawkmoth nem futuro catastrófico. Cat-astrófico. Mon Dieu, até mesmo os trocadilhos idiotas de temáticas felinas que o parceiro fazia estavam incorporados ao pensamento dela. 

Então, nesse cenário hipotético, eles poderiam tirar as máscaras, contar tudo, apenas os dois. Se conhecerem melhor. Saberem seus nomes. Serem mais do que estranhos sob pseudônimos de seus alter egos com uma peculiar ligação.

Entretanto, pelo que parecia nas evidências do futuro, isso não era para eles. 

Talvez no fim da missão eles soubessem. Mas então, Ladybug teria ficado no passado, assim como Chat Noir. Só conheceriam a pessoa por trás da máscara quando já não houvesse máscara para ser colocada. Uma parte dela que sempre seria intrinsecamente Ladybug teria sido perdida.

Quando ela estava com ele, como Ladybug, se sentia capaz de fazer qualquer coisa. Voando lado a lado pelos céus parisienses, entre edifícios e a torre. Era como viver um sonho. Um sonho com ele ao seu lado. Porém, como seria a dinâmica deles se não houvesse mais trabalho de super heróis a ser feito?

O instinto dela era ver os elementos relevantes - Chat Noir e tudo relacionado a ele - no rotineiro destaque de estampa de joaninha e ir conectando tudo até chegar à resposta, à identidade dele. Mas não. Não devia deixar que os seus pensamentos fantasiassem demais sobre aquilo. Era um enigma que não deveria ser resolvido. Ia contra a natureza dela, mas era por um bem maior. Por Paris. Pela vida dela mesma. Pela sanidade de Chat Noir. Nem em pensamentos Ladybug consideraria a possibilidade de deixar seu gato se transformar em um akuma e permanecer como uma concha vazia pelo resto da vida. Ela insistiria para que a imagem perturbadora de Chat Blanc fosse apenas o eco de algo que não tinha acontecido na vida dela.

Era como segurar uma arma com o dedo no gatilho; a única trava de segurança era o segredo que eles mantinham. Então, era aquilo que podiam ser: estranhos até a morte.


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