O Segredo de Pendragon escrita por Dandy Brandão


Capítulo 3
Capítulo 02 - A notícia


Notas iniciais do capítulo

A capa de hoje é o símbolo das Valquírias!!



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Capítulo 02 - A Notícia

Aquela festa foi comentada durante dias no reino. Por toda a região da cidade de Draig, no centro de Pendragon, todos comentava sobre o fato de que o rei Valkyon escolheu apenas uma princesa para dançar e todos já especularam que os dois estavam prontos para anunciar seu casamento. 

Qualquer fato relacionado ao novo rei seria notícia no dia seguinte, mas aqueles boatos tomaram grandes proporções. Padeiros e floristas já comentavam sobre as possíveis guloseimas e decorações, costureiras e alfaiates já sonhavam em como fazer os trajes do matrimônio. E algumas outras línguas contavam casos outros sobre o possível casamento, mas não de forma tão favorável.

Além de um possível casamento, outros boatos também corriam na boca do povo de Draig. Ahriman, o príncipe regente de Mainyu, foi visto saindo do castelo quase embriagado e deixou sua corte para trás naquela noite. Estava acompanhado de um desconhecido, uma criatura nunca antes vista em Pendragon. 

Um senhor andarilho disse ter visto corvos seguindo o homem misterioso e que - ele poderia jurar de pés juntos - os olhos do estranho brilhavam no escuro, como duas estrelas gêmeas no céu. Pessoas eminentes de reinos mágicos tinham vindo como convidados, muitos dos parceiros de Pendragon eram de reinos com poderosos feiticeiros e bruxos em seu ramo principal, porém aquele homem sequer foi visto na cerimônia de coroação, muito menos no comboio de qualquer corte. 

Ele apareceu naquela noite e sumiu junto com ela. 

Ahriman também não foi mais visto depois daquela situação. Alguns especularam que teria sido vergonha, já outros diziam que o homem misterioso tinha lançado algum feitiço sobre ele, fazendo-o sumir entre as sombras da noite. As notícias sobre Ahriman só surgiram dias depois, e ele já estava em seus domínios, arrumando confusões com o reino de Stuttgart, por conta de uma faixa de terra ali.

Um mês depois da coroação, os boatos circulavam apenas entre alguns poucos que não tinham muitos assuntos para comentar e, dentro do castelo, a rotina já voltava à normalidade. Alguns convidados ainda passaram poucos dias em Draig para tratar de assuntos com o novo rei. 

*✧.・。☆゚.・。☆゚.・。✧*

Naquele dia, Valkyon estava onde ele sempre amou estar. Treinando suas habilidades em uso de armas com diversos integrantes da guarda real.

Desde que tinha assumido o trono, ele não teve tempo algum para tocar em qualquer arma, deixando-o ansioso para o momento em que pudesse enfim sair dos protocolos, vestir uma armadura leve, duelar por puro esporte e depois tomar um pouco de cerveja com seus companheiros.

Os humores no pátio onde treinavam estavam os melhores. Os guerreiros e guerreiras de Pendragon observavam Valkyon duelar frente a frente com Malena, uma das integrantes do grupo das Valquírias, a guarda pessoal dos soberanos, formada pelas guerreiras mais fortes de toda a região.

Era tradição no reino que o grupo fosse sempre formado por mulheres, após um grupo de guerreiras salvar a vida de um dos mais eminentes reis de Pendragon, Abel, conhecido por expandir o reino em poder e influência, numa das boas épocas do reino. Em uma das grandes guerras com os reinos do Norte, o rei Abel quase foi morto em um cerco de soldados. As mulheres, com suas armas em punho e algumas com uso mágico, defenderam a vida do rei, derrotando milhares de guerreiros, sozinhas. Elas foram condecoradas com honrarias e formaram o grupo das Valquírias, a guarda pessoal do rei. As atuais Valquírias eram descendentes das guerreiras originais ou escolhidas pessoalmente pelos soberanos.

O duelo de espadas de madeira usadas nos treinamentos, parecia não decidir quem seria o vencedor, ambos eram habilidosos em seus ataques. Apesar de Valkyon ser maior em estatura e ter mais força, Malena não ficava para trás, enfrentando-o com agilidade e flexibilidade em seus golpes. O som seco das armas de madeira que se chocavam misturava-se com os murmúrios e gritos de todos aqueles que assistiam, produzindo um som característico daquele lugar. Porém, tudo estava mais agitado naquele dia pelo simples fato do rei estar presente.

Em um dos corredores ao lado do pátio onde o duelo ocorria, Ezarel e Aisha se aproximaram observando a luta, tinham acabado de voltar do comércio de Draig. Assim que chegou, o elfo cruzou os braços permitindo que um leve sorriso invadisse o seu rosto. 

— Dá pra ver em seus movimentos o quanto ele está feliz em voltar aqui. — disse o elfo, observando o duelo com prazer. 

Aisha varreu o olhar pelo pátio, e também sorriu ao ver a cena. 

— As habilidades dele continuam em alta. — o duelo terminou sem um vencedor, a moça se curvou para o rei, solene, e ele fez o mesmo, agradecendo-a pela boa disputa. 

Ele se afastou e logo alguns servos passaram correndo para trazer água e toalhas para o rei se refrescar e limpar o suor.  Enquanto um rapaz pequeno e afobado passava pela princesa, ele esbarrou sem querer no braço da moça. Tomada pelo susto, ela afastou o braço de repente, protegendo-o. 

O rapazinho parou no mesmo instante, uma sombra de culpa caindo sobre o seu rosto. Ele não conseguiu olhar para ela de novo, de vergonha, mas não pode deixar de passar o fato de que, por baixo das mangas de rendas roxas do seu vestido, o seu antebraço estava protegido por bandagens.

— Perdoe-me, alteza. — ele se curvou, sem olhar para o rosto dela. 

— Tudo bem, não se preocupe, pode ir... — Ela respondeu, sorrindo, seu antebraço ainda protegido. Ezarel encarou a moça, observando aquele movimento, mais sério do que o normal. O rapazinho saiu, ainda de cabeça baixa. 

Ela encarou o local afetado, coberto pelo vestido e as bandagens, como se procurasse algo. 

— Ainda não sarou mesmo depois da pomada que te dei? — o elfo se posicionou à frente dela, bloqueando sua visão do pátio. 

— Ficou com a aparência melhor, mas ainda dói um pouco. — ela o encarou, firme. Ezarel devolveu o mesmo olhar, ainda de braços cruzados. 

— Você tem certeza de que esse é um fato que não deve chegar aos ouvidos do rei? 

— Eu confio no seu bom senso. — ela deixou que o braço deitasse sobre o seu colo e ignorou as dores.

— Isso não é justo e nem parece do seu feitio, Aisha. — Ezarel não pode deixar de levantar as sobrancelhas, tentado a convencê-la.  

— Sou uma princesa de um reino que foi destruído, eu já esperava por reações como essa. Situações assim, triviais, não devem ser levadas ao rei. 

O elfo fechou o rosto, pronto para rebater aquele argumento, quando uma figura forte surgiu detrás de Aisha.

— Aconteceu alguma coisa? — a voz gentil de Valkyon alcançou os dois. 

Aisha virou, sem mudar sua expressão. Deparou-se a Valkyon vestido com um colete de couro com um dragão vermelho bordado à frente, uma toalha branca envolta em seu pescoço. Seu rosto estava vermelho e calmo, a expressão mais leve, vestido como um guerreiro simples.

Ezarel, por outro lado, alterou seu humor sem dificuldades. Sorriu para Valkyon, dizendo-lhe,

— Majestade, precisamos conversar mais tarde.  — ele iniciou sua fala, baixando o tom de voz — É um assunto que parece bastante trivial, mas creio que precisamos discutir… 

Ela lhe lançou um olhar frio, o que não deteve as palavras de Ezarel.

 — Sobre as roseiras no jardim, ouvi algumas pessoas comentando que estão com pragas.

Aisha  respirou fundo, cruzando os braços. Quis ocultar o braço enfaixado. Valkyon apertou os olhos, sem responder de imediato. Havia algo de estranho entre aqueles dois, conhecia-os bem. Outro duelo estava para se iniciar no pátio.

— Deixe isso para a…

— Majestade!! — a voz aguda de uma mulher surgiu no corredor onde eles estavam parados. Todos, até mesmo os dois guerreiros prontos para começar o duelo, pararam para olhar a moça correr até Valkyon, acompanhada de mais duas, também alarmadas. 

A atenção de Valkyon e seus conselheiros se voltou para elas no mesmo instante. O grupo de mulheres eram das Valquírias, e diferenciavam-se dos competidores em seu uniforme vermelho exibindo um uma espada bordada onde um par de asas se abria em seu cabo. Uma pedra vermelha se destacava entre os braços emplumados. Os rostos das três pingavam em suor, a respiração dificultosa demonstrava a pressa em alcançar o rei. Antes de dizerem qualquer palavra, curvaram-se, apressadas e, antes mesmo de voltar à posição ereta, Elizabeth - aquela quem gritou ao rei - adiantou:

— Nós.. É-É uma informação urgente! —  os olhos azuis da moça estavam arregalados e seus lábios vermelhos se comprimiam, assim que terminou a frase. 

Todos observavam a cena, de certa forma, curiosos com a informação que ela trazia. Valkyon não deixou se influenciar pela expressão da moça. Procurou se manter calmo, mesmo que ainda preocupado com o que viria depois.

O susto inicial tinha passado, então perguntou:

— Sobre o que é?

As moças se entreolharam, como se decidissem quem contaria.

— Sobre sua majestade, Valarian. — Elizabeth falou baixo o suficiente para que somente Valkyon e seus companheiros escutassem. 

O rosto do rei se contraiu de tal forma que todos os olhares fixaram nele. Aquelas mulheres eram sérias demais para brincar com um assunto como aquele, deveria, de verdade, ser algo muito urgente.

Se envolvia o seu irmão, não poderia ignorar, de modo algum. 

Ele se virou sem dizer uma única palavra. Somente depois de dar o primeiro passo, disse, 

— Sigam-me.

As moças e os conselheiros seguiram atrás dele e todos os outros rostos ficaram para trás, encarando uns aos outros, ainda curiosos sobre o que poderia ser a notícia que transfigurou o rosto calmo do rei em uma figura séria, quase amargurada. 

 

*✧.・。☆゚.・。☆゚.・。✧*

Assim que o rei adentrou na sala do trono, a líder das Valquírias, Caméria, apareceu, acompanhada de um grupo de desconhecidos. Eram três pessoas, aparentavam ser um casal com seu filho. Seus trajes estavam maltrapilhos, com roupas sujas e rasgadas. Por suas aparências magras e mal cuidadas, eles tinham passado um bom tempo em viagem, com fome e dormindo ao relento. Nas mãos do homem havia uma pequena trouxa, o único objeto que eles carregavam de bagagem. 

Assim que o rei adentrou, eles se curvaram, em respeito, e mantiveram seus rostos voltados para baixo. Ansiosos, os olhos dourados de Valkyon passearam por aquelas figuras e não esperou que eles fossem apresentados:

— Quem são eles? 

Valkyon permaneceu de pé, seus punhos cerrados encarando as figuras à sua frente. Não conseguia mais conter a sua ansiedade. Caméria se aproximou do rei e sua expressão era de tamanha seriedade que já revelava a importância do assunto. 

— Essas pessoas apareceram nos portões do castelo agora a pouco. — ela lançou um olhar rígido para eles —  Dizem ter informações sobre o possível paradeiro de sua majestade, Valarian. 

Nas entrelinhas, a fala de Caméria claramente dizia: estou desconfiada. Valkyon não deixou passar aquele aviso. Porém, ele deu um passo à frente, decidido ir até ao fim com aquele assunto. 

— Deixe-me ver seus rostos. — disse, inclinando um pouco seu tronco para frente. — Digam o que os trouxeram aqui.

Ezarel e Aisha, observadores da cena, atônitos, se colocaram atrás de Valkyon, esperando a informação com tanta ansiedade quanto o rei. Os integrantes da pequena família se remexeram por inteiro, quase sincronizados. Eles levantaram os seus rostos, mas mantiveram os olhos para baixo, em uma mistura de medo e respeito. 

— Nós… Encontramos isso… — o homem começou, sua voz rouca ecoando por todo a sala. Ele remexeu em sua bagagem, tremendo as mãos. De dentro da sacola manchada de terra emergiu um colar com um medalhão, os presentes não puderam identificar de imediato o que estava gravado no medalhão até o homem estendê-lo para Valkyon. 

 

Uma sensação de frio percorreu por cada membro do seu corpo quando viu o símbolo gravado sobre a superfície dourada. Era a cabeça do dragão de Pendragon, um diamante escarlate brilhante cravado no olhar ferino da criatura. Seu irmão mais velho usava um igual quando saiu em viagem. Valkyon também tinha um colar como aquele, dado de presente por seus pais.

Ele nunca mais o vestiu depois do desaparecimento de Valarian. 

Ver aquele objeto novamente lhe causava calafrios. O rei deu um passo para trás, quase tropeçando sobre o degrau que levava ao trono, Ezarel o amparou, pondo sua mão sobre as costas largas de Valkyon, discreto, para que ele não se desequilibrasse.

— Encontramos em uma vila… No norte do reino de Corbeau, em nossa viagem… — o homem completou sua fala, ainda segurando o medalhão em suas mãos espalmadas. 

Valkyon olhou para o objeto, todos ficaram calados quando ele aproximou a mão e tocou a corrente de leve, retirando-o das mãos do homem. O rei o segurou bem à frente dos seus olhos, observando o objeto cintilar em dourado à luz do sol que trespassava as janelas até sua superfície.

— Sua majestade Valarian desapareceu em Stuttgart. Como esse colar pôde aparecer em Corbeau? — Ezarel cruzou os braços, encarando o pequeno grupo. Caméria quase o agradeceu ao notar que ele compartilhava as mesmas desconfianças que ela. 

— Não... Não foi só isso. — a mulher tomou a palavra, dando um passo frente. A criança em sua mão também veio, no impulso. 

Valkyon retirou a atenção do colar, encarando a mulher. 

— Q-quando perguntamos às pessoas do vilarejo se eles viram o dono… E-eles disseram que viram um andarilho encapuzado na vila com esse medalhão, mas ele sumiu dias depois. 

— Ninguém viu o rosto desse homem? — Valkyon aumentou o tom de voz, assustando a todos na sala. 

— N-não perguntamos, majestade. —  o homem recuou um passo. Escondendo o rosto nas sombras novamente.

O olhar dourado de Valkyon recaiu para o chão e ele apertou os seus lábios, ponderando milhares de questões em sua mente. Aquele assunto sempre o bagunçava por dentro e removia todas suas defesas. Todos pareciam esperar um posicionamento seu, mas Valkyon permaneceu calado. As questões embaralhadas transformam-se em uma dentro de sua mente: 

Seria possível que ver seu irmão mais uma vez? 

Foi Aisha quem o acordou de sua divagação. 

— Majestade, posso lhe sugerir uma verificação? 

Ele virou para a moça, que já estava a passo de distância. Ela continuou:

— Podemos chamar o ourives para verificar se esse colar é autêntico. Se concordar, faremos isso agora mesmo. — atrás da princesa, Ezarel balançava a cabeça, de acordo. As Valquírias se entreolharam, todas concordaram com a sugestão de Aisha. 

Essa questão sequer tinha girado pela mente de Valkyon. Ele deu uma última olhada naquele objeto, sem quaisquer dúvidas de que era o colar do seu irmão, a pedra vermelha brilhava tanto quanto a cor dos olhos sorridentes de Valarian. Mas, naquela situação, achou melhor seguir a recomendação. 

Ele estendeu o colar para Aisha, a moça o pegou com todo cuidado e, por um segundo, encarou o olhar de Valkyon. Ela não teve dúvidas de que o rei já tinha uma resposta.

*✧.・。☆゚.・。☆゚.・。✧*

Depois de pedir para que dessem uma recepção adequada àqueles viajantes, Valkyon se retirou da sala do trono, em silêncio. Seu dia, até aquele momento, estava correndo do jeito como gostava. Conseguia dizer até que se sentia feliz e aliviado pela manhã depois do breve treinamento com a guarda real. Porém, a leveza daquele momento se esvaiu por todo os poros do seu corpo e sobrou o peso da notícia. Conseguiu pensar apenas em tomar um banho para se livrar do suor e sentou-se sobre o parapeito da janela do seu quarto, segurando seu próprio medalhão.

Por um segundo, lembrou-se dos seus pais, Tia e Song, ambos padeceram de uma doença. Primeiro seu pai, quando ele ainda era pequeno, e depois sua mãe há poucos anos, depois de governar e cuidar dos filhos durante anos, sozinha. Sentiu falta daquele calor familiar, enquanto apertava o colar contra o peito. Apenas em pensar na possibilidade de seu irmão pudesse estar vivo, seu coração já se enchia daquele ardor, mas, ao mesmo tempo, dúvidas e mais dúvidas também o rodeavam. 

Se ele estivesse vivo, por qual motivo não o procurou? 

O vento batia em seus cabelos prateados e, no horizonte, pássaros se moviam na direção da corrente de ar. Ainda não tinha o resultado da verificação, mas seus sentimentos lhe diziam que deveria agir… De alguma forma. 

Mais uma vez, alguém lhe retirou de sua divagação. Batidas fracas soaram na porta. Pulou da janela e a abriu, rápido. Três rostos conhecidos surgiram: eram seus conselheiros e um senhor, já idoso, usando óculos de aro dourado sobre o rosto, nas mãos carregava uma pequena maleta. Era Otto, o ourives oficial da família real, responsável por fazer todas as joias encomendadas pela família. Com certeza, ele saberia reconhecer uma joia sua apenas em olhar. 

— Ele quis fazer a verificação à sua frente, Majestade. — disse Ezarel, de braços cruzados. Valkyon lembrou-se que não tinha exigido nada do tipo, mas aquela era uma decisão honesta. 

Ele permitiu a entrada dos três, todos se sentaram sobre uma pequena mesa próxima à janela do quarto. Uma sensação de frio percorreu seu estômago quando Aisha retirou o medalhão de dentro de uma bolsa aveludada azul marinho e o colocou sobre a mesa. O ourives tirou uma pequena lupa de dentro de sua maleta e, arrumando seu óculos sobre o rosto, segurou o colar em uma mão. A outra mão livre segurou a lupa e, com aquele objeto minúsculo, começou a examinar os mínimos detalhes da joia. 

Aisha e Ezarel olhavam para o senhor, mais ansiosos do que o próprio rei. 

Valkyon não tinha dúvidas, e sua certeza aumentou quando, depois de poucos minutos, o senhor falou, tranquilo:

— Não preciso observar mais. É o medalhão de Valarian. O verdadeiro. — o senhor Otto já era conhecido da família há muitos anos, dizer o primeiro nome dos filhos Pendragon de forma tão natural era comum para ele. 

Valkyon assentiu, sem qualquer surpresa em seu olhar, enquanto Aisha e Ezarel começaram a sentir um peso de dúvidas semelhante ao que o rei estava enfrentando a pouco tempo atrás.

— Também não pareceu sofrer com ação de arranhões, nem água ou qualquer outra coisa. Está em perfeito estado. — o ourives levantou-o à frente de seus olhos.

— Isso é possível?! — Ezarel levantou suas sobrancelhas azuis e a ponta de suas orelhas começaram a ficar rubras — Do jeito que tudo aconteceu, ele deveria ter no mínimo alguns arranhões. 

Ele não quis citar a forma como Valarian tinha desaparecido, mesmo assim, Ezarel estava estarrecido buscando respostas que nenhum deles poderia responder no momento. 

— Eu não sei o que pode ter acontecido, mas eu não posso ignorar isso. — Valkyon se levantou, seu olhar determinado denunciando que ela já tinha uma decisão. 

Os olhares recaíram sobre o rei. 

— Valkyon… — Aisha começou, uma pergunta formando-se em sua cabeça, mas ela já sabia a resposta. 

As mãos de Valkyon apertavam o encosto macio da cadeira com força, as palavras prontas para saírem de sua boca.

— Amanhã, eu… 

— Meu primo! — uma voz altiva soou vinda da porta interrompendo a frase de Valkyon. A porta estava fechada, mas todos, até mesmo o ourives, reconheciam quem estava por detrás dela. 

Um único comentário soou no meio do quarto, que parecia contemplar a expressão de todos:

— O que diabos aquele chamariz veio fazer aqui hoje? 

 


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Notas finais do capítulo

Então, gente rs
Eu não consegui pensar em nenhuma outra líder melhor para as Valquírias do que a Caméria! Ela é forte, independente e um mulherão! Então, pensei? Vou me contradizer e colocar mais uma personagem do jogo! rs

Então? O que Valkyon vai fazer? O que o chamariz veio fazer no reino?
Comentem ♥ Bjs!!



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