Forever Unchanging escrita por Kamui Nishimura


Capítulo 21
Twenty One - Aquele que traz a dúvida


Notas iniciais do capítulo

Ai me perdoem a demora! Era pra postar 18hrs. mas estava fora de casa, e não consegui fazer antes.

peço desculpas.

Espero que apreciem a leitura!



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— Olá! Creio que estavam falando de mim! – o rapaz acenou, revelando o rosto de aspecto jovial.

— És o tal Lúcifer?... – Kouyou disse num tom quase acusador, sendo respondido rapidamente pelo outro, ainda sorridente.

— Humanos me chamam assim.  Mas prefiro que me chamem de Ruki.

— O que desejas em minha mansão? Porque está nos espionando? – Kouyou se aproximou, e o outro teve que erguer um pouco o rosto para olha-lo nos olhos, já que era bem mais baixo que o anfitrião.

— Desejo abrigo. – respondeu ainda com um sorriso quase infantil no rosto.  –E os espiei para saber se seriam amigáveis com uma nova presença.

Kouyou o olhou dos pés á cabeça. Ele transmitia algo diferente, algo que nunca vira antes, nem em seu mundo. Isso o preocupou, não sabia o tipo de criatura que o menor era, e nem se ele seria perigoso para Yuu.

— Não farei nada com seu humano; - disse como se houvesse lido os pensamentos de Kouyou, que prontamente se afastou dele. – Seu humano é uma criança dócil, não faria nada contra ele. Alias, adoro crianças...

— Que tipo de criatura és?

— Uma bem diferente de vocês.  – respondeu brevemente, voltando o olhar para os outros dois, que continuavam parados na escadaria, como se fossem impedir que o novo visitante a subisse, por qualquer motivo. – Vejamos, és Kouyou, então o outro rapaz ali deve ser Yutaka, e Akira conheci mais cedo juntamente com Yuu.

— Não terás abrigo aqui... Vá embora... Não quero mais problemas. – Kouyou apontou em direção a porta, e o outro apenas balançou os ombros.

— Rude... Para um rapaz, vestido como um nobre, esperava que agisse de forma mais educada. – disse tirando o tecido que cobria os cabelos castanhos escuros que vinham até os ombros. – Não farei nada contra nenhum de vocês... Dou-lhe minha palavra.

— Não confie nele, Kouyou! – Akira disse em tom alto, fazendo com que o mais alto virasse o rosto, e o encarasse por alguns segundos.

Yutaka nada pronunciou, permaneceu os olhando, como se reconhecesse a presença do menor. Kouyou voltou o olhar para o visitante.

— Vá embora. – disse pela ultima vez, se afastando dele o suficiente, para que o outro notasse que ali era o veredito final do anfitrião;

— Hum... és mais rebelde do que imaginei. Mas ainda gosto de ti... – virou as costas, abrindo facilmente a grandiosa porta, voltando para fora da mansão.

Kouyou continuou parado naquele local, ainda inseguro com a falta de insistência alheia.

— Akira.... ajude-me a trancar a mansão... – Kouyou pediu.

— Desconfia que ele volte? – Akira seguiu até o ‘irmão’, colocando  a mão sobre seu ombro.

— Desconfio... ele não insistiu... isso pareceu-me estranho. – disse o mais alto. – Yutaka, ainda não confio totalmente em sua volta repentina. Mas peço que permaneça com Yuu na biblioteca... por enquanto.

— Como desejar Kouyou... – Yutaka finalmente se pronunciou, e voltou a subir as escadarias.  Adentrou rapidamente a biblioteca, vendo Yuu deitado na poltrona, distraído com um livro de gravuras.

— Kouyou pediu para vigiar-te. – avisou sentando-se ao lado do menor, que fechara o livro, o olhando por alguns segundos.

— Problemas? – disse em tom baixo.

— Talvez... aquele ‘Lucifer’ parece-me algo que já ocorreu antes. – disse num tom nostálgico. Yuu o encarou por alguns momentos, havia ficado curioso, mas não questionaria o mais velho. O deixaria falar, se quisesse.

— Sabe humano... Queria que a vida de criaturas como eu, fosse como a vida humana... Viver eternamente, nos faz carregar muitas memórias do vazio que somos.

— Incomoda viver por tanto tempo? – manteve a voz baixa.

— Não tanto quanto deve incomodar Kouyou. Ele tem sentimentos...

— Já viveram por muitos anos? – Yuu sentou-se, colocando uma das mechas longas do cabelo para trás da orelha.

— Ah... eu já vivi o bastante... – Yutaka pegou um dos livros que estava próximo á si, e começou a folhear.

— É mais velho do que de Akira? – questionou;

— É... sou mais velho que Akira... que por sua vez é mais velho que Kouyou. – disse. – Mas isso não tem importância.

Yuu diria algo, mas Kouyou adentrou a biblioteca.

— Yuu... Ficará alguns dias sem ir ao jardim, para manter-se seguro. – avisou, vendo o menor se levantar e ir em sua direção.

— Mas... não quero ficar preso aqui... – disse.

— Já disse que não é um prisioneiro. Quero que fique seguro, e no momento, lá fora não lhe proporcionara segurança, não com esse estranho rondando a casa. – avisou, sendo abraçado pelo menor.

— Tudo bem... – disse a contra gosto.

— E teremos que nos livrar do gato. – disse Akira entrando no comodo.

— NÃO!  - Yuu se afastou de Kouyou, inconformado. – Blu é inofensivo, não deixarei que o levem.

— O gato fica... mas evite de dormir com ele por perto... E falar qualquer coisa comprometedora. – Kouyou beijou a testa do menor.

— Ah Kouyou, você realmente não aprende... – Akira protestou, vendo o mais alto sair da biblioteca, prontamente seguido por Yuu.

— Akira... De onde conhece aquele ser? Disse que o viste antes... – Yutaka questionou, assim que a presença dos outros dois já estava longe.

— Em um vilarejo... antes de reencontrar Kouyou. O vi em meio de alguns filhotes humanos, parecia entretê-los de alguma forma... mas logo fugiu ao notar que alguns líderes do local o descobriram.

— Tenho a impressão de que já o vi em algum lugar... A presença dele é incomoda... como se não fosse algo completo, faltasse algo... E como se ele sugasse toda a energia do lugar...

— Não sei... não tive tempo para analisa-lo completamente.  – disse, saindo da biblioteca, deixando Yutaka mais uma vez sozinho.

— Mesmo que ele não seja como nós... Será que os anciões o enviaram aqui, atrás de mim?

 [...]

Yuu sentou-se na cama, e Kouyou continuou a sua frente. Como se o analisasse milimetricamente.

— Volto a repetir que não estou lhe prendendo. Estou apenas mantendo-lhe seguro por este período turbulento. Tanto dos humanos, como deste desconhecido.

— Quando estarei seguro? – perguntou. – Não quero passar meus dias aqui... como o Índigo...

— Você é um caso diferente dele. Índigo é um problema, para ele mesmo e para mim. E você... você não tem culpa de nada... Você precisa ficar protegido, até que ninguém se recorde de sua face.  – tentou soar compreensivo.

Yuu encolheu-se, evitando olhar para o mais alto. Não queria ser o teimoso naquele momento, mas não queria ter mais a sensação de estar preso ali.

— Agora sobre o Blu... Não deixarei que Akira ou Yutaka façam algo contra o gato, mas prometa-me que não o deixará perto por muito tempo.

— Então ficaras mais tempo comigo? Blu é minha companhia... – sussurrou.

— Claro que ficarei... Não preocupe-se com isto...  – tocou no rosto do menor, que ainda exibia a frustração na face. – Eu sei que gosta do gato...Mas se ele pertence á aquele estranho, penso que estará em perigo com ele por perto.

— Tudo bem... – disse, ainda mantendo o tom baixo.

— Não fique assim... – Kouyou apertou as bochechas do menor, que sorriu levemente. – Quando tudo estiver bem, e eu tiver certeza que estás seguro... Iremos fazer passeios longe da mansão. Acreditas em mim?

— Acredito... – respondeu, sentindo o mais velho beijar sua testa.

— Vamos procurar algo para fazer aqui dentro... – Kouyou o fez levantar da cama, e o guiou para fora do quarto.

— Aquele piano...  sabes tocar? – Yuu perguntou enquanto o mais velho o levava para os corredores da casa  dos quais não costumavam passar.

— Ah... a sala do piano... Eu não sei tocar... o Índigo sabe... mas... – respondeu Kouyou, diminuindo as passadas. – Mas podemos jogar xadrez... isso eu sei.

— Não sei jogar xadrez...  Podes me ensinar?

— Claro. – Kouyou sorriu e o continuou guiando pelo corredor.

Adentraram a grandiosa sala, onde havia um piano ao centro, coberto por um tecido claro, já empoeirado, e diversas prateleiras com itens igualmente empoeirados.

Kouyou o levou até uma mesa, também coberta por um tecido claro, que fora rapidamente retirado, revelando um tabuleiro de xadrez e suas peças belamente feitas em cristal. Yuu sentou-se e analisou as peças, curioso.

— Bom, irei lhe explicar as regras, sei que aprenderá rápido, és bem esperto. – sorriu, vendo o outro corar com o elogio.

Explicou detalhadamente cada peça e a forma de jogá-la, assim como fora ensinado por Índigo.

Não demoraram a iniciar uma partida, e dentro o silencio para concentrar-se nas jogadas, um pensamento ruim formava-se na mente do mais novo.

Era como se um pressentimento, ou apenas sua lógica apontando para seu nível de azar.

— Kouyou... prometa-me uma coisa? – Yuu terminou a jogada, afastando as mãos rapidamente do tabuleiro, quase derrubando suas próprias peças.

— Diga... – Kouyou soou preocupado, mas esperaria a frase do mais novo, antes de precipitar-se em criar teorias. Notara a mudança da feição de Yuu, mas talvez fosse apenas questão do jogo.

— Se alguma coisa acontecer comigo... prometa-me... que não fará com o que eu me torne um vampiro como o Índigo? – disse em tom baixo.

Kouyou sentiu-se incomodado com o pedido. Era como se o menor duvidasse de sua proteção.

— Nada irá lhe acontecer... – disse em tom baixo. – mas prometo, que não o transformarei em um sugador de sangue.

Yuu se levantou, e seguiu até o mais velho o abraçando de mal jeito.

 [...]


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Notas finais do capítulo

Yuu com seus pressentimentos ruins, praticamente sou eu quando algo está dando muito certo, mas acho também já ficaram desconfiados da calma nos ultimos capitulos não é? (não isso não é um spoiler XD )



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