Forever Unchanging escrita por Kamui Nishimura


Capítulo 2
Two - Sons


Notas iniciais do capítulo

Como prometido, eis o segundo capitulo.
Espero que gostem ♥



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O dia clareou, e Yuu despertou com os raios de sol tocando seu rosto. Abriu os olhos, notando seu corpo virado em direção a grandiosa janela, que nem ao menos notara no dia anterior, com as cortinas abertas, deixando toda a iluminação diurna lhe alcançar. Olhou ao seu redor, estava coberto com um dos lençóis que vira anteriormente, algo que anfitrião deve ter feito.

Levantou-se, e tratou de organizar a cama, era o mínimo que poderia fazer, já que fora abrigado sem muitas perguntas pelo outro. Ainda sentia as dores em seus pés, mas achou melhor ignorar aquilo, pelo menos naquele momento.  

Terminando a tarefa, seguiu para fora do quarto, observando o longo corredor cheio de portas, todas essas fechadas, e ao fim do mesmo o caminho para o andar inferior. Ainda um pouco incerto, saiu, em busca do moreno, caminhou pelo corredor, em direção a escadaria.

Alcançou o hall principal em alguns segundos, observando melhor o local.  Os moveis eram mais bonitos do que pensara ser na noite anterior, a decoração parecia sóbria, quase num tom gótico. Quadros de rostos inexpressivos, lhe fitando de todas as direções. Que lhe passavam uma sensação desagradável por assim dizer.

Se aproximou de um dos moveis, tocando com a ponta dos dedos, deslizando pelas poucas marcas de tempo, o que lhe provava que deveria ser uma aquisição recente do nobre. Depois de alguns segundos perdidos ali, seguiu em direção á sala de jantar, notando a mesa posta com pães, frutas e leite.

Acabou sorrindo, seu anfitrião havia sido atencioso, e mesmo achando que seria atrevimento comer sem o outro no local, sentou-se, e começou a servir-se. Depois de alguns minutos, ouviu um barulho, alto como um soco em uma peça de madeira, um soco único, que parecia vir debaixo do piso.

Assustado, deixou o que comia pela metade, e levantou-se, seguido rapidamente para fora da sala de jantar, procurando pelo mais velho novamente. Incerto, voltou ao andar superior, talvez ele estivesse em um dos vários cômodos e quartos dali.

Tentou caminhar sem fazer muito barulho, caso o outro estivesse descansando, ou qualquer coisa do tipo, não queria incomodar, mas ao mesmo tempo queria sentir-se seguro, mesmo que fosse com o anfitrião misterioso.

Abriu a primeira porta do corredor, ouvindo o ruído típico de madeira pesada. Espiou o ambiente, um quarto majestoso como o que fora acolhido. Pelo aspecto, parecia sem uso, e claramente o outro não estava naquele local.

Fechou a porta, e partiu para o cômodo seguinte, se deparando com uma espécie de biblioteca, com alguns livros espalhados sobre uma grande mesa, como se o mais velho estivesse lendo e largado a leitura pela metade. Então, Yuu, curioso, seguiu até a mesma, observando as capas escuras e chamativa dos livros.

Atreveu-se a pegar um em suas mãos, observando os detalhes dourados, quase apagados pelo manuseio. Não sabia ler, então as letras eram apenas belos traços, e nada além disso.

— Procurava-me, Yuu? – ouviu a voz do anfitrião, e virou-se assustado, largando o livro ao chão. O outro sorriu levemente, ao ver os olhos ônix do outro se arregalarem ao se encontrarem com os seus. – Perdoe-me... lhe assustei.

— Ah... eu... eu... Ouvi um barulho alto... e achei melhor procura-lo... Milord... – sussurrou.

— Perdoe-me por não espera-lo para o desjejum, tive que ir até o vilarejo. – continuou sorrindo. – Mas faço-lhe companhia durante sua refeição. – estendeu a mão, e o garoto a segurou, sendo guiado novamente a sala de jantar.

Yuu olhou para o chão, ainda com a certeza de que o som viera daquele lugar. Estava com um medo crescente em seu peito, como se devesse correr dali, mas não tinha forças para isso.

— M-mas... O barulho? – sussurrou, na esperança de que o mais velho lhe acalmasse de alguma forma.

— Algum animal, algo comum, já que estamos muito próximos do bosque. – respondeu brevemente, fazendo sinal para que o mais novo se sentasse a mesa, e voltasse a se alimentar.

Yuu não protestou, apenas obedeceu o sinal, voltando a se sentar à mesa. Alimentou-se, mantendo o silencio, sendo observado atentamente pelo mais velho, que parecia de alguma forma, se divertir o olhando.

— Mi...milord.... – Se levantou, e desviou o olhar para os  próprios pés, ainda descalços e feridos. – Por que não encontrei ninguém nesta residência além do senhor?

— Não acho necessário muitas pessoas ao meu redor. – respondeu prontamente ainda com um tom alegre. – Consigo cuidar de tudo sozinho.

Yuu continuou evitando o olhar do outro, aquilo lhe causava um pequeno incomodo, que parecia crescer a cada momento. Parecia que os olhos mais claros do nobre, tomavam sua alma, analisava-a profundamente, como um ser divino que iria lhe castigar por seus pecados.

— Já que terminaste, deveria voltar ao quarto, precisa descansar, ainda está ferido, não será bom se desgastar assim. – se abaixou um pouco mais para encarar o menor, que ficara instantaneamente envergonhado.

— Agradeço a preocupação, milord... – respondeu depois de alguns segundos paralisado pela timidez.

— És meu convidado, tenho que preocupar-me com seu bem estar em minha residência.  – disse segurando sua mão, e o guiando novamente para fora da sala de jantar, não antes que o som vindo do assoalho se fizesse presente mais uma vez. Desta vez mais alto, como se estivesse mais perto de ambos.

A primeira reação de Yuu, foi agarrar o braço de seu anfitrião, demonstrando seu medo infantil. Kouyou pousou a mão em seus ombros, e sorriu amigavelmente.

— Não se preocupe, é apenas um animal.  – continuou a encaminhá-lo para fora do cômodo, a passos vagarosos, como se estivesse ensinando o caminho para o mais novo.

Novamente o silencio os cercou, até o quarto, onde Yuu passara a noite.

— Milord... não quero descansar, eu posso ajudar em qualquer coisa. – disse, mas o outro apenas beijou sua testa, e saiu do quarto rapidamente. – Ele... nem me escutou... – sussurrou, sentando-se na beira da cama, encarando as paredes de tons pastéis.

Perdeu alguns segundos olhando, e depois deitou-se na cama, fechando os olhos, suspirando alto. A dor nos pés retornara, e ele não queria pensar muito nela, embora as pontadas se fizessem cada vez mais agudas.

— Não posso ficar aqui... Vão me descobrir, e vou prejudicar quem estiver por perto. – murmurou.

A curiosidade, e a vontade de sair dali foram suficientes, para que ele se levantasse, e saísse do quarto, não demorando a encontrar o anfitrião, terminado de vestir um casaco, próximo a porta do quarto, o primeiro do corredor.

— Não posso ficar aqui... milord... – sussurrou, chamando a atenção do mais velho. – irão me encontrar, poderá ser perigoso para o senhor...

— Hum... um pessimista... – continuou a se arrumar. – não está correndo riscos, raramente temos visitantes, e há onde se ocultar, não se preocupe com isso.

— Tens certeza disso, milord? Porque não quero que seja culpado por abrigar um foragido. – insistiu.

Kouyou sorriu, e se aproximou do menor, pousando as mãos em seus ombros.

— Ninguém desconfiaria de um bom nobre, não é mesmo?  - o olhou nos olhos, e o mais novo se encolheu ainda mais, sentindo um calafrio percorrer suas costas;

Depois de alguns segundos, encolhido, assentiu, sentindo o peso das mãos do mais alto diminuírem, e o mesmo se afastar.

— Volte a descansar, Yuu... Eu irei resolver alguns assuntos, voltarei antes do anoitecer. Se ouvirdes qualquer barulho suspeito, esconda-se nos armários, você cabe perfeitamente lá. – disse já mais afastado.

Yuu continuou parado, vendo a silhueta do outro sumir do corredor.

— Qual é teu segredo, Kouyou? – sussurrou para si mesmo, retornando ao quarto, e sentando-se na cama.

Sua mente não assimilava, um nobre, em uma mansão enorme, sem empregados, sem alardes no exterior da casa. Parecia que escondia algo, algo bem perigoso pelo jeito que desviava o assunto.

Mas ao mesmo tempo, sentia-se culpado por estar desconfiando sem motivos relevantes da bondade do mais velho, talvez estivesse sendo muito pessimista, como ultimamente vinha sendo em todas as situações de sua vida.

Encarou a janela ainda aberta, o sol já se fazia mais brilhante no céu azul pálido. Deitou-se na cama, ainda com o olhar fixado na janela. Ouviu os pássaros nas arvores próximas cantarolando alegremente. Ainda cansado fechou os olhos, aproveitando que não teria nada realmente a fazer.

Queria esquecer a desconfiança sobre o anfitrião, o barulho e qualquer coisa que no momento parecia roubar suas energias.

Fechou os olhos, não demorando a se entregar ao sono...

Despertou de abrupto, com um grito agudo vindo do jardim. Os olhos pequenos ficaram arregalados, e o susto fora tão grandioso, que as lágrimas correram pelo seu rosto sem que percebesse. Atordoado, mal sabia se levantaria e veria o que ocorria, ou se ficaria escondido no quarto, esperado a volta do anfitrião.

Sentia o coração pulsando rapidamente, como se fosse sair de seu peito, ergue as mãos, colocando no tórax.

— Yuu... – ouviu a voz baixa, grave, e ainda assustado ergueu os olhos em direção a porta, vendo o mais velho vir em sua direção. – Assustou-se com algo?

— N-n-não ouviu o grito? – questionou, tremulo.

— Grito? Não ouvi nada... Deve ter sido um pesadelo... Mas vim chama-lo para o jantar, temos um convidado. – sorriu.

— Convidado...? – sussurrou.

— Ah sim... E trouxe-lhe roupas que servem perfeitamente em você... Vista-se e logo virei busca-lo! – sorriu deixando as peças de roupa ao lado do mais baixo, beijando sua fronte, saindo rapidamente, sem, novamente, dar explicações.

Yuu secou as poucas lágrimas no rosto, e voltou o olhar para as roupas.

— Pesadelos... - sussurrou para si mesmo


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Notas finais do capítulo

Enfim, eu to desacostumada a postar, não sei nem o que dizer mais. kkkkkk Obrigada por acompanharem essa fic, e espero que eu recupere o alcance que tinha aqui no Nyah kkkkkk
Obrigada mais uma vez por lerem, e até amanhã
bjs.



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