Pés no chão escrita por Raissa Vilas Boas


Capítulo 2
1 - A primeira vista


Notas iniciais do capítulo

Oi gente, aqui está o primeiro capítulo da história :D



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Capitulo 1

Não foi fácil guardar todas as coisas de Milla na metade de um pequeno guarda roupa. Sua mãe, Amanda Meryn, tinha vários uniformes de empregada, aqueles com as letras Bs nas mangas e no avental. Ela se perguntou como sua mãe se sentia, usando a mesma roupa todo dia, vendo os mesmos rostos e fazendo a mesma coisa. Milla nunca parou realmente pra pensar em como seria essa vida, pois sempre esteve certa de seu futuro ao lado de Guilherme.

E ainda sim, todas as vezes em que Milla a visitava, sua mãe parecia tão feliz, que ela se esquecia de seu verdadeiro trabalho na mansão. “ Eles são legais, e você vai amá-los. Especialmente o garoto, você sabe” Sua mãe havia dito no telefone mais cedo. Ela mais parecia uma amiga da escola apresentando o novo aluno bonito do que uma mãe falando de seu patrão.

— Milla, querida – Amanda chamou, trazendo consigo um pacote pequeno – A sra. Brooms pediu para que fossem refeitos esses, acho que é do seu tamanho, ela tirou uns dois dedos do lado, está bem apertado, como você gosta – Sua mãe lhe entregou o pacote, e nele estavam quatro uniformes diferentes de empregada.

Argh. Ela teve vontade de chorar. Tudo bem Milla, bola pra frente. Seu pai não iria querer te ver chorando por causa disso, ela disse pra si mesma em pensamento. Foi ao banheiro de paredes amarelas para se trocar, e para sua surpresa ou decepção, coube perfeitamente. Era como se o uniforme fosse feito sob medida. Era justo em seu corpo, fazendo-a parecer com mais curvas do que realmente tinha.

— A sra. Brooms pediu para você passar no escritório dela depois, para conversar e conhecer. Seja legal com ela filha, aposto que vai adorá-la. – Amanda disse.

Milla colocou suas ultimas roupas no cabide, os vestidos pretos de festas, e a saia com pregas, a sua preferida. Pegou seus últimos pertences e foi guardando-os em uma ultima prateleira vaga. Como todos os seus livros, perfumes e essas pequenas coisas caberiam ali? Bom, pelo menos ela teria um quarto só pra ela, se isso fosse contar com a pequena parede que dividia as camas de casal, mas a área com o banheiro, guarda roupas, as estantes, tudo seria divido com a mãe. Seu único espaço de privacidade era um cubículo com uma cama e um criado mudo. Se eles são tão ricos, qual o mal em fazer uma casa um pouco maior para os empregados? Pensou.

— Tá legal mãe, depois eu passo lá. – Milla respondeu, e com isso, Amanda saiu para terminar o que estava fazendo antes de Milla aparecer com as monstruosas três bagagens e

suas coisas. Ela pensara que sua mãe ficaria decepcionada, ou triste por ela ter largado tudo, mas na verdade Amanda estava feliz em ter sua filha de volta.

A ultima coisa que estava na mala, era sua pequena bailarina de porcelana. Milla desenrolou as varias camadas de jornal e plástico bolha que havia posto para protege-la, e a posicionou na frente da prateleira, bem visível. Era uma das coisas mais preciosas que ela tinha, e ainda podia ouvir seu pai dizendo, ha tantos anos antes:

“Você é tão linda quanto ela. Até mais. Nunca deixe que ninguém estrague seus sonhos, ou te tire a capacidade de sonhar. Você tem um coração bom Millena, merece uma vida maravilhosa, e eu me orgulho de você.”

A bailarina de porcelana era um presente de seu pai, dado após a menina ganhar em segundo lugar no torneio regional de dança. Diferente da mãe, ele a encorajava como nunca a correr atrás de seu grande sonho de se tornar uma bailarina. Ou dar aulas de dança, ou fazer algo que gostasse. Quando criança, ela nunca imaginaria que acabaria se tornando uma professora traída, ou uma empregada.

Espero que você não esteja muito decepcionado, papai. Ela pensou. E arrastou as malas vazias para debaixo da cama. Ainda teria que arrumar um lugar para os livros, mas deixaria essa preocupação para mais tarde, era hora de falar com a madame.

***

Ainda era a vigésima sétima cesta consecutiva que Michael Brooms acertava a uma boa distância, mas ele já parecia cansado. Talvez ele nunca nasceu para o basquete, e sim para cantar musicas e talvez até dançar. Seu empresário – José Corsen, ainda pensava que a dança juntamente com seu talento vocal, levaria o garoto à mais chances no mercado das celebridades.

Embora que Michael nunca pensara realmente na fama, e sim em estar fazendo o que gosta, já estava matriculado na pequena escola de dança a duas quadras de sua casa. Ele cantava apenas Rap, por isso não via nenhuma necessidade em aprender outros ritmos, como Tango e Ballet, por exemplo. Essas aulas ele com certeza iria evitar.

— Chega por hoje, mano? – Sua irmã disse. Fernanda adorava assistir a seu irmão, que era seis anos mais velho, a fazer qualquer atividade que fosse. Ela estava sempre nas primeiras filas em seus shows de Rap, e se gabava por ter um irmão famoso para todas as suas amigas.

— Acho que sim, talvez eu não leve o jeito pra basquete. – Respondeu, jogando a bola uma ultima vez, e acertando. Pegou a toalha oferecida pela irmã, e secou seu rosto.

— Não brinca! Você levaria a taça mundial sem nem sequer trein... AH, você está todo suado, que nojo! – Nanda protestou, quando Michael a puxou para um abraço de urso. Não parecia estranho que a irmã estava usando apenas uma camiseta grande o bastante para ser um vestido. A quadra ficava na parte de traz da mansão dos Brooms, e fora da vista de quem passava na rua, mas Nanda não parecia notar a casa dos empregados a poucos metros dali.

— Que roupa é essa? Se você está com calor vá pra piscina, e se quiser virar uma modelo de poucos trajes, deixe-me saber, talvez eu consiga alguns contatos internacionais. – Michael disse, em sua voz forçada de alguma celebridade que se achava superior.

Nanda fez biquinho, cruzando os braços finos sobre o peito. Sua roupa nem era muito curta, ela pensava.

— Michael, ninguém está me vendo assim, e se por acaso você estiver interessado no meu corpinho maravilhoso aqui, volte 22 anos atrás, pra quem sabe ser trocado na maternidade, irmãozão! – Disse ela, em seu tom brincalhão, que fez automaticamente os lábios de Michael se abrirem em um sorriso.

Se Nanda não fosse sua irmã, Michael já estaria apaixonado. Quem mais resistiria? Ela era mais baixa que ele, batendo em seu ombro. Era curvilínea e tinha os mesmos cabelos escuros que ele, que por conta daquela ‘ chapa alisante ‘ deixava os fios caírem lisos até a cintura. Mas ao contrario de seus olhos claros, Nanda tinha olhos tão negros que era impossíveis de serem mais bonitos.

Tanta beleza e inocência faziam Michael se sentir impotente contra a proteção de sua irmã. Ele sustentava um amor fraternal tão grande por ela, que chegava a imaginar se não a amava da mesma forma que seu pai. Ele se dava bem com o namorado dela, apesar de tudo. Muitas vezes eles saiam juntos, para beber e jogar basquete.

— E a casa dos empregados? Imagina como seria se eles decidissem sair pra tomar sol agora? – Michael provocou. Ele colocou a toalha sobre os ombros, e atravessou a quadra para pegar seu rádio – Além do mais, fiquei sabendo que tem gente nova morando ai, algum filho da empregada que não deu certo na vida.

— É, também fiquei sabendo. Mas ao contrario de você, eu tenho a informação completa. É uma garota, deve ter a sua idade não sei bem, e o nome dela é Mi... alguma coisa. Então trate você de se comportar. Ponha já uma camisa, rapaz! – Nanda brincou, fingindo ser sua mãe.

Eles viviam uma vida meio fechada na grande mansão. Tirando seus amigos que iam visita-los regularmente, e as poucas vezes em que saíam, só tinham um ao outro para realmente passarem o tempo. Michael já era famoso, mas não gostava disso. Ter sua própria privacidade arrancada de você era uma droga, e a troco de quê?

Ele ligou seu rádio em uma batida baixa, e o colocou em seu ombro, como sempre fazia. O rádio parecia se encaixar tão bem antes, mas agora arranhava seu ombro, não importava a posição. Não depois em que aquela maluca – a Neurótica da cueca, jogou um vaso sem motivo nenhum, derrubando o rádio e seu orgulho, de uma vez só. Ele nunca gostara muito da Califórnia, fora lá apenas para assinar o contrato e conhecer os bailarinos que fariam parte do seu grupo. Michael sempre achara desnecessário um grupo de dança para ficar com ele no palco, mas o que ele poderia dizer? José comandava toda a sua carreira artística, ele mal podia dar uma opinião. Mas que bela forma de receber um famoso, jogando uma cueca em sua cabeça, ele pensou, a quase dois meses antes.

— Uma filha da empregada que não deu certo na vida. Deve usar óculos, e ser fanática religiosa, eu não me preocuparia com isso. – Michael enfim respondeu.

— Michael! Você está falando igualzinho eles. E pare de generalizar essas coisas, ela parece bem legal. – Nanda defendeu.

Ele comprimiu os lábios, sinal de que estava chateado. Eles, significava o povo que se deixava levar tanto para a fama, que se achavam superiores, e que tanto Michael quanto Nanda odiavam. Ele prometeu a si mesmo que não se tornaria nada parecido, que acontecesse o que acontecer, sendo famoso ou não, ele continuaria sendo a mesma pessoa.

— Você já esteve com ela? – Michael parecia surpreso, apesar de tudo.

— Claro, ela foi ao escritório mais cedo. Mamãe adorou ela, e eu quero pintar meu cabelo como o dela. Tem personalidade, você sabe.

Michael riu. A garota deve ter cabelo vermelho e tatuagens. Como uma criatura como essa seria trabalhando na cozinha? Perguntou-se.

Após um banho demorado, Michael foi ao seu escritório para tentar algumas novas musicas. Ele precisava se apressar, o show mais esperado seria dali a quatro meses, e ele teria de conseguir tempo para a coreografia, a banda de fundo, e a letra da musica.

Sentou-se em sua grande mesa de mogno, e ligou seu notebook. Outras pessoas diriam que era estranho guardar a imagem da ex namorada como plano de fundo, mas para Michael não. Ele nunca superara a traição, e do mesmo modo que ainda a amava, odiava-a por ter feito isso com ele. Eles estavam namorando antes, não estavam? No que ela se encontrou insatisfeita, a ponto de sair com outro cara?

Um barulho de estilhaço chamou sua atenção, e ele levantou seu olhar da foto para checar. A menina estava curvada sobre um monte de caco de vidro, tomando cuidado ao recolhê-los. Ela era meio estranha, pensou a primeira vista. Ela não era tão alta, mas mesmo abaixada, sua postura parecia indicar auto-confiança.

Santo Deus! Michael exaltou-se. Que cabelo era aquele? Seria isso que Nanda quer copiar? A menina tinha cabelos louros bem claros, mas na nuca e nas pontas eram de um verde limão vivo. Porque alguém pintaria o cabelo assim? Quer se auto excluir da sociedade se mostrando estranha?

— Quer ajuda menina? – Perguntou. Michael pensou ter visto o corpo da menina tencionar-se, ou talvez fosse só impressão. De qualquer jeito, ela não levantou a cabeça para responder.

— Milla. Meu nome é Milla. E dispenso a sua ajuda. – Respondeu bravamente.

Confuso, Michael se abaixou para ter seu rosto ao mesmo nível de Milla. Pelo pouco que podia ver, ela estava vermelha como um pimentão. Muito, muito vermelha. Ah, claro. Ela devia ser mais uma de suas fãs, ou admiradoras. Michael recebia cartas e declarações todos os dias, e não era para menos. Além de ser famoso, era encantador. Seu cabelo era escuro, e a pele bronzeada combinava perfeitamente com os olhos verdes claro. Ela estaria vermelha por estar constrangida? Se for, porque respondeu tão duramente sua oferta de ajuda?

Mesmo assim Michael a ajudou. Pegou os cacos do que antes era um vaso, juntando-os em uma sacola. Milla se mostrou resistente, e não queria dar o braço a torcer. Não olhou para ele uma única vez, e fingia não notar sua presença.

Faltavam três partes de vidro quando por um deslize, Michael abriu um corte na mão da menina. Os dois foram jogar os cacos no mesmo tempo, e a ponta do vidro perfurou a pele dela.

— Descul... – Michael tentou se redimir, mas Milla interveio:

— Qual o problema de vocês, não conseguem ouvir? Se eu disse que dispensava sua ajuda, era porque eu dispensava. Custa deixar eu trabalhar em paz? – Ela disse, tomada pelo ódio, olhou bem no fundo dos olhos de Michael.

Michael estacou, surpreso. Mas que diabos a neurótica da cueca esta fazendo aqui? Pensou. E porque ele não notara antes? Essa postura tentando intimidar, mais parecendo um gato raivoso, só podia ser da garota que havia tacado um vaso em sua cabeça, meses antes.

Impossível de se segurar, Michael abriu aquele sorrisinho sarcástico nos lábios. Agora reconhecendo o porque de tanto constrangimento. É claro que a menina não esperava trabalhar para ele, se não nunca teria aceitado tal proposta, fosse por qualquer motivo. Ela devia estar vermelha pela vergonha de ter o destratado no meio da rua, ou de raiva porque teria de explicar sua atitude impensada.

— Ora, ora. Quem diria! Neurótica da cueca, a que devo a honra? – Zombou ele, brincalhão. – Se quer tacar mais algum vaso em mim perdeu a chance, esse que você quebrou era o ultimo do cômodo. – Sorriu.

Neurótica da cueca? Milla trincou os dentes com o apelido. Foi ele quem ficou com a cueca na cabeça, não ela. Porque diabos ela teria aquele apelido?

— Acredite em mim quando eu disser que quando eu quiser tacar mais um vaso, eu vou deixar você saber. – Milla respondeu, arrogante. – Aquilo foi um simples erro de curso, sinto muito se o feri – Disse, fingindo arrependimento piscando os olhos rapidamente.

Mas por dentro, Milla estava morrendo de medo. O que ela estava fazendo? Como ela podia trabalhar para aquele a quem ela havia supostamente agredido? Mas era impossível se manter calada. O metido do rap a desafiava com as palavras, e ela não era do tipo que conseguia ficar quieta. O que será de mim, tendo de servir ele de agora em diante? Pensou.

Michael fechou a cara para o sarcasmo da menina. Quem dera ela fosse mais uma admiradora, talvez até fosse, mas com medo de admitir. Bom, ele era o seu chefe agora não era? Era o que dava a entender, pois ela estava com o uniforme da família Brooms.

— Erro de curso, claro. Muito bem Milla, limpe isso logo, tenho que terminar essas musicas ainda hoje. – Mandou, mostrando todo o seu poder superior.

Com um ódio incontável nos olhos, Milla desviou o olhar de seu novo chefe, e levou os cacos para jogar fora.

Michael ainda estava rindo quando voltou sua atenção para seu notebook. José queria alguma coisa diferente, mas o que? Talvez ele tenha enjoado do Rap. O próprio Michael as vezes pensava em cantar um ritmo diferente, mas nada saia.

— Mãe, eu não vou servir aquele ternudo! – Ouviu-se Milla protestar com a mãe.

Michael riu com vontade, e de repente ele já tinha ideia para a próxima musica. Uma coisa diferente, com certeza. Talvez a menina se considere homenageada, mas Michael faria de tudo pra não deixar essa impressão.

Foi compondo sua nova musica batendo o lápis ritmicamente em sua mesa de mogno. Vez outra ele tinha que parar para rir, e quando percebeu a musica já tinha duas paginas. Ele queria diminuir, mas a parte do cabelo verde, que era a maior, era indispensável em sua musica.

Por fim desistiu. Jose nunca aceitaria tal coisa, e ele não queria travar uma guerra com a empregada. Talvez eles tenham começado com o pé esquerdo, mas não seria por isso que eles conviveriam mal daqui para frente.

Com esse pensamento, Michael fechou sem notebook sem antes desligar, e foi para a cama descansar. Amanha cedo ele iria saber mais sobre sua turma de bailarinos, e assistir sua primeira aula de dança.

Enquanto isso, Milla ainda terminava de lavar a louça. Pensava em como seria sua vida dali para frente. Ela começaria a procura de emprego a dois dias, pois amanha chegaria sua mudança grande da Califórnia, como seu grande espelho, e sua barra. Alguns moveis também, mas Milla não estava tão ansiosa para estes. Eles lembrariam Guilherme. Ela certamente venderia todos.

***

— Abaixe a arma, ela é apenas uma criança! – Ouvia seu pai protestar. Os mãos dele estavam fechadas em punhos, esbranquiçadas. A pequena menina tremia incontrolavelmente, segurando com os dedos firmes na roupa do pai.

— Não ligo pra isso velhote, passe logo a carteira, entendeu? E as chaves também. – Ordenou o assaltante, intimidando-o com a arma, apontada diretamente pra menina em seu colo.

Jordan abrira a carteira e tirara todo o dinheiro que havia ali, e olhava com o semblante fechado com o convite que ali estava guardado. Era uma promessa de um futuro para a filha, uma carta de aceitação em uma das melhores escolas de dança da Europa. Ele havia guardado essa surpresa para o dia seguinte, no aniversario de Millena.

— Leve o dinheiro, e as chaves, só me deixe com meus documentos – Implorou.

O assalte riu. Um riso frio, que fez com que as pernas da menina tremessem, e o estomago revirasse.

Milla acordou assustada com o despertador, e embora sempre ficasse de mau humor quando acordava cedo, agradeceu silenciosamente por ser poupada de ver o final da cena. A parte em que o assassino puxara o gatilho, e matara seu pai, na sua frente. Ela via essa cena constantemente em sua cabeça. Sempre revivia esse momento, e não havia nada que pudesse fazer com que ela melhore. Ela nunca mais teve um sonho bom.

Ela tomou um rápido banho, antes de vestir sua roupa de ginastica e pegar o fusca de sua mãe emprestada para sua primeira aula de dança. Ah, como ela sentia falta de dançar! Poder expressar seus sentimentos em cada movimento dos pés, em cada salto. A quanto tempo não dançava? A vida corrida de Califórnia não a deixava com brechas para os prazeres como a dança. De certa forma, trabalhar como empregada teria seu lado bom, já que sua patroa a liberou para as aulas.


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Notas finais do capítulo

Espero que estejam gostando!



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