Alive escrita por Dani


Capítulo 1
Capítulo 1: Stay


Notas iniciais do capítulo

ENTÃO GALERA
Espero que gostem dessa onezinha desse casal maravilhoso que é Percabeth ♥

Tenham uma leitora super ultra maravilhosa ♥



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Desde que havia finalmente entrado para a faculdade e se mudado para Nova Roma junto de Percy, onde dividiam um apartamento relativamente modesto, mas que Annabeth podia afirmar com toda a certeza, era bem arquitetado, ela se sentia finalmente em paz, bem, pelo menos o máximo de paz que um semideus pode considerar ter.

Eles saiam para a faculdade de manhã, voltavam quase na hora do almoço, comiam coisas congeladas, e quando Percy estava disposto, ele cozinhava alguma coisa que havia aprendido com os vídeos que sua mãe lhe enviava quase que todos os dias, saiam com seus amigos aos finais de semana, recebiam visita, visitavam o acampamento meio-sangue e finalmente conseguiam namorar em paz.

Tudo parecia finalmente bem, e até maravilhoso, mas quando Annabeth encontrou Percy acordado as 2h da manhã pela quinta vez consecutiva naquela semana, ela percebeu que talvez não estivesse tudo bem.

— Percy?

Annabeth falava quase que em um sussurro, estava sonolenta, descabelada, seus shorts subiam por sua coxa e a blusa de Percy que usava para dormir estava escorregando por seu ombro. Ele não conseguia evitar o sorriso quando a viu.

— Desculpa, eu te acordei? — Percy falava sem sono algum na voz, abaixando o volume da Tv.

Annabeth esfregava os olhos, sua visão ainda estava focando, se acostumando com a claridade da televisão ligada na frente de seu namorado, passava algo sobre a diferença entre faunos e sátiros e frutas voadoras. Nas mãos de Percy ela pode identificar um prato largo com diversos pedaços de algo azul, que não demorou muito para ela perceber pelo cheiro, que eram os famosos biscoitos de chocolate de Sally Jackson.

— Sua mãe esteve aqui? — Annabeth perguntou

Com isso a Chase franziu a testa, se aproximando do sofá onde Percy estava.

Ele a olhou como se não entendesse, mas pareceu se tocar em seguida, rindo baixo.

— Ah não — Percy colocou o prato com os biscoitos de lado, em cima da mesa de centro — Ela finalmente me passou a receita.

— Ah foi?

Annabeth chegou ao sofá já deitando-se em um Percy, que havia aberto os braços para que a namorada se aconchegasse.

— E o que você está fazendo acordada? — Percy perguntava, acariciando os cachos loiros da Chase, que caiam como uma cascata sob seu peito nu, enquanto a mesma se ajustava em seus braços.

— Eu poderia te perguntar o mesmo — Annabeth se aconchegou ainda mais, tentando não dormir com o toque do garoto.

Percy sorriu, voltando a olhar para a Tv.

— Perdi o sono.

— E ainda está comendo doces.

Percy riu.

— É, e ainda estou comendo doces.

— Não deveria comer açúcar a noite.

Percy se remexeu, envolvendo Annabeth um pouco mais forte em seus braços, descansando a cabeça nos cachos loiros dela.

— Desculpe, só não estava conseguindo dormir — Percy falou, soando desanimado.

Annabeth soltou-se do namorado, levantando a cabeça para olhar sua face.

Percy tinha um rosto cansado, seus cabelos que normalmente estavam bem bagunçados com fios e pontas para todos os lados, estavam arrepiados como se ele houvesse passado o dedo por eles, jogando-os para trás, seus olhos apresentavam olheiras enormes e escuras, que mesmo com a luz fraca da Tv eram bastante perceptíveis, estas mesmas olheiras que ela já havia notado antes, mas pensou ser consequência das horas de estudos intensivos que Percy havia começado a praticar, mas agora tinha suas dúvidas.

Seus olhos verdes transmitiam exaustão e mais algo que a loira não conseguia ler, o que a deixava frustrada, mas o que realmente chamou sua atenção, tirando quase que instantaneamente qualquer resquício de sono, foram aquelas marcas claras, quase apagadas sobre a pele bronzeada do moreno, formando um caminho fino por suas bochechas.

Ele havia chorado.

— Percy... — Annabeth segurava o rosto do namorado, acariciando as marcas de lágrimas — O que realmente aconteceu?

Percy sorriu, colocando sua mão por cima da de Annabeth, tirando a de seu rosto para em seguida beijá-la.

— Eu estou bem, é sério — Ele ainda sorria, mas algo estava incomodando a garota — Eu só perdi o sono, quer algum coisa da cozinha, fiz umas pizzas no pão de forma, que modéstia à parte estão maravilhosas — Percy se levantou, indo em direção a cozinha, tentando claramente mudar o foco da conversa.

Annabeth encarava as costas do namorado, lembrando-se de quando viu aqueles lindos olhos verdes pelos quais havia se apaixonado pela primeira vez, lembrando-se do garoto medroso e de sorriso desafiador que havia conhecido quando tinha apenas 12 anos, do garoto com o qual havia passado alguma de suas maiores aventuras, que a salvou diversas vezes, assim como ela também o salvou.

E agora aquele garoto era um homem, um homem que estava mentindo na cara dela, e ela não conseguia entender por que.

— Percy — Ela o chamou.

Percy apenas olhou rapidamente por cima da bancada que separava a sala da cozinha, sorrindo e respondendo com um rápido “oi”.

Annabeth se aproximou da bancada, olhando para o namorado que parecia evitar olhar em seus olhos, provavelmente por que ambos sabiam que Percy não conseguia suportar guardar nada por muito tempo quando aqueles olhos cinzas o encaravam. Mas mesmo assim, Annabeth não iria desistir, e debruçando-se sobre a pequena bancada, ela insistiu.

— Percy... — Annabeth respirou fundo, e então perguntou novamente — O que realmente aconteceu?

— Annie, eu já disse — Percy ainda permanecia de costas para a namorada, mexendo em algo dentro do forno — Eu estou bem.

Annabeth o encarou, e andou devagar até a entrada da cozinha, e então se dirigindo ao Jackson, acariciou as costas do mesmo, o envolvendo finalmente em um abraço. Percy parou o que quer que estivesse fazendo, seu corpo havia ficado rígido, Annabeth correu as mãos pelo tronco do moreno, apertando-o e acariciando-o, sentindo aos poucos o corpo de Percy relaxar em seus braços, ouvindo por fim um soluçar baixo e gotas de algo molhado cair em seu braço, arrepiando sua pele.

E então Percy caiu e Annabeth não o soltou.

Percy chorava e soluçava, Annabeth agarrava-o por trás, encostada nos armários da cozinha, enquanto que o namorado chorava deitado no peito da loira, ela envolvia o garoto com tamanha ternura e com os olhos levemente marejados, o coração dele batia rápido e forte contra as mãos da garota.

Percy tampava o rosto, passava as mãos pelos cabelos, tentava de forma falha controlar os soluços e as lágrimas, enquanto que ela apenas o abraçava e acariciava, até que ele se virou para ela, escondendo o rosto no pescoço da namorada, e ficaram ali por um longo tempo.

 

 

 

Após algum tempo Percy já havia conseguido se acalmar, e Annabeth conseguiu leva-lo até o sofá. O corpo do garoto ainda tremia e ele sentia dificuldade em respirar, tapando o rosto com ambas as mãos, enquanto Annabeth que se encontrava sentada no colo do moreno de frente para o mesmo, o encarando com o coração apertado.

— Desculpe — Percy sussurrou, afundando mais no sofá.

Annabeth não falou nada, enquanto apenas acariciava o rosto do namorado.

— Você deve estar me achando ridículo por chorar assim por causa de um abraço — O garoto riu, fungando em seguida.

Annabeth segurou as mãos do namorado, puxando-as. O rosto de Percy estava marcado, nas bochechas do moreno longas linhas finas se estendiam, o nariz estava avermelhado e os lábios trêmulos.

— Percy — Ela começou —O que está acontecendo?

Ele não respondeu. Apenas olhou para as sombras que dançavam no teto por conta das luzes da televisão ainda ligada. E então ele a olhou.

— Eu tenho tido pesadelos — O garoto falou por fim.

Annabeth apenas continuou o olhando, esperando que continuasse, enquanto apertava suas mãos em apoio.

— Sonho todas as noites com as morte da Silena, da Zoe, Bianca, Charles, Bob e todo mundo que sacrificou tudo para me salvar ou o mundo — Percy sentiu um aperto na garganta, mas continuou — Eu sinto que tudo foi culpa minha, eu poderia ter salvado eles, poderia ter feito muito melhor — Percy não conseguia mais olhar para a namorada, alternando entre o teto e a janela fechada da sala de estar.

Annabeth sentiu o coração doer. Percy tinha um olhar sofrido, como ela nunca havia visto antes. A dor nas suas palavras era perceptível.

Ela sabia como ele se sentia, era muito mais antiga naquela vida de semideus. Ainda muito nova teve que se familiarizar com o abandono e o luto, como no momento em que fugiu de casa e que pensou ter perdido Thalia. Ela entendia a dor de viver todos os dias sabendo que outros não podiam, pessoas que haviam sido seus amigos e amigas, pessoas que deram tudo para fazê-la sobreviver.

Annabeth entendia cada lágrima e cada luto. Mas ela também entendia que enquanto tivesse Percy e seus amigos, ela poderia ser feliz. Ela só queria que ele soubesse e sentisse o mesmo.

— Percy — Ela soltou suas mãos, segurando o rosto do namorado — Não foi culpa sua, nada foi culpa sua.

Ele não falou nada, e apenas deixou os olhos caírem.

— Você era, e ainda é, apenas um adolescente, uma criança que foi jogado nesse mundo, e que não pode ficar carregando a culpa da morte de outros com você — A loira levantou o rosto do namorado para si novamente, fazendo ele olhá-la — Todos que se foram lutaram até o fim, tenha sido para proteger o mundo ou você, eles sabiam os perigos e mesmo assim foram adiante, não faça com que o sacrifício de cada um deles tenha sido em vão Percy.

Percy nada respondeu, levando apenas uma das mãos aos olhos, escondendo-os.

— Mas... — Sua voz voltava a ficar embargada — Até você sofreu por minha causa — Annabeth o olhou, confusa, então ele continuou — Na batalha que você foi ferida por mim, no acampamento júpiter, no tártaro... — Sua voz falhou.

E então ela entendeu.

Ele se culpava por ter sumido, por tê-la deixado sozinha contra Aracne, e por ela ter se colocado como escudo para salvá-lo das forças de Cronos. Ele se culpava por cada momento cruel que já haviam passado.

— Mas nada disso foi sua culpa — A loira começou, colocando mais seu corpo com o de Percy — Foram os deuses, os titãs e rixas antigas — Ela sentiu o moreno envolver seu corpo.

— Eu deveria ser forte o suficiente... — Ele murmurava baixo, escondendo o rosto agora nos peitos da garota, que pelo clima do momento, não se importou com o ato.

— Não cabeça de algas — Então ela novamente levantou o rosto molhado do namorado contra si — Você devia apenas viver, você já salvou muitas pessoas, e continua salvando, você precisa se salvar agora, você merece isso.

Ele a olhava nos olhos, segurando a garota pela cintura.

— Como eu poderia?

Ela se remexeu em seu colo, acariciando novamente o rosto dele.

— Pra começar — Annabeth encostou ternamente seus lábios contra os do namorado, beijando-o de forma tranquila, para em seguida encostar suas testas — Perceber que você não precisa passar por nada disso sozinho.

Ele a olhava mais atento.

— Nada de ficar guardando para si — Ela continuou quando percebeu que ele não falaria nada, se afastando para ver melhor o rosto do garoto — Estamos entendidos?

Percy estava com a boca aberta, e ainda a segurando cuidadoso, porém não falava nada.

Mas então, ele sorriu. E a puxou para perto, tomando os lábios da garota, beijando.

— Tudo bem sabidinha — Ele falou por fim, colocando sua testa a de Annabeth — Mas você pode me prometer algo?

— O que? —Ela sorriu também, enquanto lhe abraçava pelo pescoço.

— Que você sempre vai ficar.

— Percy, eu não vou a lugar nenhum.

E então ele a puxou para um beijo inocente, experimentando o sabor já conhecido dos lábios de Annabeth, mas que ele jamais ousaria enjoar.

E naquela noite, cheia de beijos, biscoitos azuis e programas de tv estranhos, Percy conseguiu, pela primeira vez em muito tempo, aproveitar o fato de estar vivo.


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Notas finais do capítulo

Gostaram? Amaram? Odiaram? Os beijos foram uma delícia? hehehehe
Espero que tenham gostado, e VAMOS AMAR O CASAL PERCABETH ♥



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