Minha "Amiga" Vampira escrita por pedrojonassm


Capítulo 7
Capítulo 7 - A casa de meu tio


Notas iniciais do capítulo

Qual o nome da garota mistério?



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— Que bolsa é essa, senhor? – Daniel perguntou assim que entrei em casa me fazendo rir.

— Digamos que eu tive uma grande aventura hoje e estou morrendo de fome – Expliquei, então coloquei a bolsa no chão e fui para a cozinha.

— Claro que está, tanto tempo que passou fora, eu fiz comida, o senhor pode comer – Falou, explicando-me o cheiro que vinha da cozinha.

— Obrigado, Daniel – Agradeci me sentando na mesa para comer – Tem um livro dentro da bolsa que eu trouxe. Ele não está legível, então você pode consertar isso para mim? – Pedi, ele acenou positivamente com a cabeça e foi atrás da bolsa. Eu o vi subir as escadas com a bolsa em mãos e voltei a comer, quando terminei fui para meu quarto dormir.

— Bom dia, senhor – Daniel falou me acordando no dia seguinte.

— Bom dia – Respondi bocejando – Conseguiu alguma coisa com o livro? – Perguntei me sentando na cama, fazendo-o virar para mim.

— Estava apenas sujo, eu consegui limpar todas as páginas e o livro será bastante útil para o senhor.

— Já que diz, mas por que diz isso? – Perguntei.

— É que fala sobre vampiros – Disse me entregando um presente – Feliz aniversário, senhor – Falou, me lembrando da data de meu aniversário novamente, que era hoje – Se esqueceu de novo? – Ele perguntou e eu ri de leve como resposta. Eu nunca mais tive uma festinha desde que meus pais se foram, nem nunca tive amigos para fazer uma festinha diferente de agora – Planeja algo, senhor? – Perguntou, provavelmente devido ver meu rosto quando estava pensando.

— Sim, vamos chamar meus amigos aqui em casa, para jogar algo, depois que eu voltar da casa de meu tio – Expliquei, ele concordou acenando a cabeça no momento em que o telefone tocou e eu já sabia quem era – Bom dia, tio.

— Iai, garoto, feliz aniversário – Falou, eu me sentei no sofá antes de responder.

— Cara, To bem demais.

— As garotas? – Perguntou.

— Como sempre.

— Planeja fazer algo hoje?

— Na verdade, sim. Eu gostaria de passar a manhã em sua casa – Pedi e ele demorou um pouco para responder.

— Eu vou sair hoje, tudo bem você ficar sozinho? – Perguntou, me fazendo sorrir.

— Claro! – Falei. Isso seria mais que perfeito para o que eu quero fazer.

— Muito bem, passarei aí em meia hora, esteja pronto.

— Certo, tchau.

— Tchau – Falou e desligou – Parece que vou ficar sozinho na casa do tio Monroe.

— O que vai levar? – Daniel perguntou, eu o fitei sorrindo e ele acenou positivamente com a cabeça – Material de espionagem, devo colocar o livro também? – Perguntou.

— Se o que fala for verdade, sim eu o lerei enquanto estiver espionando o museu.

— Certo – Falou, então saiu do quarto para arrumar minha bolsa para eu sair.

Escutei a buzina do carro do tio Monroe assim que sai do banheiro, fui para a janela e acenei, estava com a toalha na cabeça o que sinalizava para ele que eu havia acabado de tomar banho, faltava apenas me arrumar, fiz um quatro com a mão, pedindo quatro minutos. Ao terminar de me arrumar eu desci e Daniel me entregou a bolsa que pedi, senti o peso dos materiais e do livro sobre minhas costas e saí de casa, me dirigindo ao carro de meu tio. Entrei pulando a porta, já que era um carro conversível e joguei a bolsa no banco traseiro.

— Pronto? – Ele perguntou, eu sinalizei positivamente com a cabeça e ele acelerou, estávamos indo para sua casa, que era vizinha de seu museu – O que trouxe na bolsa? – Ele perguntou sem me fitar já que estava dirigindo.

— Computador, fone, livro, basicamente – Respondi e o vi sorri.

— O de sempre – Falou.

— Exato – Respondi fitando-o, então me voltei para frente e seguimos o caminho.

A casa de meu tio não é em minha cidade, o que dificultará o roubo depois, isso se ela realmente estiver lá, é em uma cidade vizinha que fica a 15 km da saída da minha, não e longe, mas também não é perto.

No caminho mal conversamos, embora eu sentisse que ele estava tenso comigo, como se estivesse preocupado com alguma coisa, mas ele não falou nada, o que acabou me deixando preocupado.

— Está tudo bem, tio? – Perguntei, chamando sua atenção e fazendo-o sorrir por alguma razão.

— Porque não estaria? – Respondeu abrindo as mãos sem tira-las do volante – E você, como está a escola, os amigos, as gatinhas? – Retrucou brincando, dando ênfase nas gatinhas. Ele sabe que não sou mulherengo devido ter vergonha de me aproximar de alguém, medo de não ser suficiente, por isso revelo logo que sou pervertido, dessa maneira eu evito decepcionar alguém que goste de mim e, consequentemente, que eu goste dela.

— Tenho dois amigos confiáveis lá, as provas não são difíceis, mas não tenho certeza, já que ainda não tive nenhuma, quanto as gatinhas... Eu ainda sou o mesmo, o excluído da sala – Respondi, abrindo aspas com os dedos na palavra excluídos, apesar que ele não tenha visto.

— Encrencas?

— O bad-boy da escola não gosta de mim, ele diz que faz isso pois a ex-namorada dele gosta de mim.

— E ela gosta? – Perguntou arqueando uma sobrancelha.

— Ela me odeia, ele acha isso porque fui obrigado a sentar do lado dela.

— Como assim obrigado?

— A diretora organizou os lugares onde todos sentam e me colocou ao lado dela, infelizmente.

— Ela faz algo com você?

— Não, pelo menos não mais, ela costumava jogar o resto da comida dela em mim, fora isso nada – Mencionei, ele acenou positivamente com a cabeça e parou o carro. Nós chegamos.

— Tem certeza que vai ficar aí sozinho? Se quiser ficar comigo no trabalho não haverá problema – Chamou, eu levantei a mão e acenei negativamente com a cabeça enquanto andava para a porta – Pensa rápido! – Exclamou, fazendo me virar rapidamente e pegar a chave da porta na sorte.

— Obrigado – Agradeci.

— Toma cuidado, garoto! – Disse.

— Pode deixar – Falei revirando os olhos e dando de ombros. Eu o vi se afastar e me voltei para a porta novamente, encaixei a chave e a abri.

A casa do Tio Monroe nunca mudava, era uma casa grande, com 1° andar e 4 janelas na frente dela, 2 dos quartos do 1° andar, uma da sala e outra da sala de jantar, tem um jardim atrás onde a entrada fica na cozinha, ainda há mais cômodos na casa, mas eles não são importantes. O museu dele fica ao lado do quarto onde costumo dormir quando durmo aqui, o que é bom para o sinal do robô, mesmo sabendo que o sinal alcança 150 metros abaixo do solo.

Entrei na casa pela porta da frente, que dava na sala e tinha visão da cozinha, notei a geladeira aberta e fui até ela para fecha-la. Não era algo tão raro de se ver na casa de meu tio, mas também não era fácil.

Subi para o quarto, me sentei na cama e retirei as coisas de minha bolsa começando pelo rato e seu controlador. O coloquei o rato no chão e o controlei através da casa, indo para o museu ao lado através de buracos pequenos pela casa.

Quando eu vinha aqui, ainda pequeno, eu via os ratos passarem pelos buracos e se moverem através da casa, eu consegui pegar um e o marquei com um pingo de tinta, no dia seguinte eu o encontrei no museu de meu tio. Nunca os maltratei, eu os escondia de meu tio que tinha a intenção de mata-los, eu os alimentava e lhes ajudava em algumas coisas. Pode-se dizer que são meus amigos de infância, mas eu sempre voltava para casa e quando meus pais morreram, eu fiquei mais tempo aqui e com eles. Depois que eu voltei para casa e vim visitar meu tio, encontrei o corpo do marcado morto, então parei de vir aqui, por isso o robô é em forma de rato, para que eu nunca me esqueça dele, mesmo sem o pingo de tinta em seu corpo.

Mesmo que meu tio não estivesse aqui, sempre é bom disfarçar, comecei a jogar um jogo no computador enquanto procurava uma entrada com o rato.

— Muito bem, vamos brincar – Falei para mim mesmo, quando encontrei um pequeno buraco na parede. Fiz o rato entrar dentro e comecei a me locomover por dentro das paredes da casa. Interessante como é fácil se locomover nesse caminho apertado, os canos, pequenos rachaduras e pequenos lixos são usados para se mover pelo local e para subir locais altos.

Eu acabei subindo em um plástico para subir em um local alto, esse plástico se moveu e o rato acabou por cair em um buraco, a tela ficou escura por cerca de 8 segundos e quando vi eu me assustei, mas por pouco salvei o rato, usando seu rabo para segurar em um fio e usei o impulso da queda para fazê-lo ficar em cima do fio, essa passou muito perto. Depois da surpresa de ter escapado disso eu comecei a olhar o local onde estava, mas não adiantou muito pois estava escuro demais, então fiz o rato seguir adiante no fio. Chegando na parede, uma luz ligou e uma pessoa entrou... era o Tio Monroe, mas ele não devia estar no trabalho?

— Muito bem, cheguei mesmo sabendo que você não me escuta mais – Ele falou rindo, então retirou o moletom e colocou no braço da estátua.

Ali estava, a estátua de cristal de uma mulher perfeita. A mãe da encrenqueira. Fiz o rato descer e se aproximar dela, então notei que gotas de água caiam em sua boca aberta, estranho a forma que ela foi cristalizada, seu rosto parecia calmo, mas não parecia estar feliz. Seus dedos estavam bem espalhados, o que permitia que meu tio colocasse o moletom dele apoiado nos dedos dela. Até lágrimas foram cristalizadas, mas o mais interessante era o cabelo. Eu me lembro que o pai dela disse que ela havia conseguido se proteger, mas puxaram dela a proteção a força, balançando os cabelos, que foram cristalizados dessa forma. Isso distraia até mesmo do belo corpo nu dela, mesmo cristalizado, lembra o corpo da filha, mesmo que eu tenha visto apenas por baixo de uma roupa molhada.

— Vamos pensar em outra coisa – Falei para mim mesmo, então eu me lembrei, como assim não mais!? Ele sabe que ela era uma mulher viva, uma vampira!

Parei um pouco para pensar e me concentrei no que o rato via, então notei a decoração ao redor espadas de todos os tamanhos, bombas de fumaça, granadas e outras armas modificadas para serem ilesas. Posso não gostar muito de meu tio, mas vivi ao seu lado e sei de muitas coisas que ele fez e ainda faz, também aprendi muito com ele. Fiz o rato se virar para meu tio, então vi ele sentado em uma cadeira, fitando a estátua e a seu lado uma roupa em um manequim, mas essa roupa eu reconheci muito bem ao ver meu tio se aproximar dele e se ajoelhar.

— Pai, eu herdei tudo o que era seu, matei a garota vampira que te dava dor de cabeça e a tenho como estátua, mas fui lento, mais uma vez eu te explico e te peço desculpas pelo erro, ela teve uma filha e o pai a protege, ainda não a encontrei, mas quando a encontrar eu farei o mesmo que a mãe, enquanto ao pai, ele pagará o que fez ao senhor – Falou fitando a roupa, então desenhou um S em seu corpo e fez um X nele. O símbolo do Não-Satã. Não-Satã é um herói de histórias em quadrinhos, ele é caçador de monstros, do que a maioria são ligados ao Satã, entre eles vampiros e demônios. Vampiros eu sei que existem, enquanto os demônios? Vi meu tio ir para a estátua e pegar seu moletom – Se não se importa, tenho um sobrinho para levar para casa – Disse, chamando minha atenção. Fiz o rato se mover ao redor da estátua, de forma a ver seu corpo em todas as direções. Tudo bem, pode me chamar de safado agora, mas se pensar bem eu não fiz isso por conta disso... Pelo menos não só por isso. eu já sei o que fazer para pegar aquela estátua.

— Muito bem, agora vamos seguir meu tio – Pensei alto, fazendo o rato segui-lo para a saída, que era uma porta enorme, que levava a um imenso corredor onde havia uma bicicleta. Meu tio subiu nela e avançou, eu teria o perdido de vista se o rato não pudesse trocar suas patas por rodas. A entrada dali era a, mais ou menos, 2 quilômetros da estátua e o caminho é largo o suficiente para um carro passar. Programei o rato para voltar para casa sozinho e comecei a arrumar minhas coisas para voltar para casa e enquanto fazia isso fiquei pensando no que estava me metendo. Meu tio era o atual Não-Satã e eu tenho uma "amiga" vampira, onde eu ainda estou confuso se ela me odeia ou não, mas isso não me importa. O pai dela a ama e faz de tudo para impedir de entrar em perigo e tem razão.

— Ô garoto, não me escutou não!? – Meu tio perguntou abrindo a porta e me chamando

— Desculpe, tio, eu estava distraído em meus pensamentos – Falei colocando a mão na nuca.

— Tudo bem, vamos – Ele chamou e eu concordei com a cabeça e o segui para o carro. Acabei vendo o rato no caminho e sorri ao vê-lo, o GPS dele funciona bem.

— Muito obrigado – Agradeci, vi ele acenar para mim e ir embora. Senti meu celular tremer e vi a mensagem de Daniel – O que? – Comentei ao ler a mensagem. "Desculpe senhor, não consegui impedi-los."

Não havia nenhuma mensagem a mais depois dessa, em meu tio não há sinal de minha operadora, por isso só a recebi agora, dei de ombros, não deve ser nada importante, então abri a porta de casa e fiquei de queixo caído.

Sem dúvidas de que era importante, pelo menos para eles, estavam todos aqui. Tanta coisa em mente que, apesar de ser comum, esqueci de meu aniversário.

De novo.

 


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