Minha "Amiga" Vampira escrita por pedrojonassm


Capítulo 27
Capítulo 27 - Analógico




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Sem ter muito o que fazer eu continuei o tratando mal, principalmente pelo fato de já ter começado com isso, mas algumas vezes o fitava e me perdia em pensamentos relacionados a ele. Como esse garoto é o Panda? Como ele consegue fazer o que faz? Porque ele veio parar aqui?

Hoje seria o dia em que a professora de história passaria um filme que retratava sobre um homem que virou escravo e ficou do lado do faraó do Egito. José o nome se não me engano, já assisti diversos filmes relacionados a essa história bíblica, mesmo assim nunca deixam de ser interessantes e com a tecnologia de cada dia só fica melhor.

— Bom dia alunos – A professora disse entrando na sala com o computador em mãos – Hoje, como sabem, nós vamos assistir ao filme que eu lhes disse – Explicou colocando o computador na mesa, então olhou para a sala enquanto o abria – Quem lembra o nome do filme?

— José – Respondemos, fitei o novato por um momento e o vi deitar a cabeça sobre a mesa.

— E por que vamos assistir esse filme? – Ela perguntou. Eu me levantei para responder e o novato respondeu junto comigo com as mesmas palavras, eu o fitei, mas ele estava fitando com a cabeça deitada na mesa. Eu me sentei e esperei a professora colocar o filme, entretanto me surpreendi quando ela começou a mexer no computador com desespero, o novato levantou a cabeça e foi para a cadeira dela e entendeu do que se tratava.

— Isso é um vírus professora, um dos grandes – Respondeu, arqueei uma sobrancelha, como se isso não fosse óbvio.

— Ótimo, eu mal-uso ele e ele ganha um vírus quando uso, droga!

— Deixa que eu resolvo, só preciso da cadeira e de um telefone, você poderia me emprestar o seu por favor? – Falou, coloquei minha mão sobre o queixo e notei vários alunos que estavam se preparando para dormir se ajeitar em sua carteira e ver o que o novato estava fazendo, provavelmente torcendo para algo dar errado.

— Claro, aqui está – Ela respondeu entregando-o o celular ele discou um número e colocou na viva voz.

— Alô, senhor? – O homem falou no telefone, arregalei os olhos e notei muitos outros fazerem o mesmo.

— Sim, sou eu.

— O que o senhor deseja? – A forma que esse cara falava era estranha, era como se o Novato tivesse criado ele ou ele fosse seu mestre.

— Estou com um problema de computador e preciso do analógico, tem como você enviar ele para mim? – Perguntou, dei uma risada, mas a segurei rapidamente, como assim enviar?

— Certo, já peguei sua localização então abra a janela do lado da mesa, ele chegará em 10 segundos, esteja preparado para o pouso – Segurei o riso novamente. Eu estava boiando no que ele estava falando, mas o vi ir para a janela e abri-la.

— Enviando agora – Falou e começou uma contagem e quando terminou um avião de papel apareceu e pousou na mesa da professora.

— Recebido, obrigado – Falou e fechou a janela.

— Por nada – O homem do telefone respondeu pouco antes de encerrar a ligação.

— Agora a parte mais importante, retirar esse vírus daqui – Falou retirando uma espécie de controle antigo do avião, depois conectou no computador.

— Isso é um jogo!? – A professora berrou, me fazendo arquear uma sobrancelha.

— É a maneira mais legal de acabar com um vírus, agora se me der licença – Falou apontando para a cadeira onde ela estava sentada, ela se levantou e ele sentou na cadeira dela.

— Não pense que vou deixar de ver o que está fazendo, garoto – Falou, ele acenou com a cabeça e ela ligou o data show, revelando que o que ele estava vendo era realmente um jogo, uma espécie de jogo de tiro. Ele estava andando pelo mapa em busca de alguns monstros com forma estranha e quando encontrava uma certa quantidade reunida ele encontrava uma espécie de criador que fazia os monstros aparecerem e os destruía.

— Ok, já foi – Falou retirando o controle do computador e indo para seu lugar. Ele se sentou, guardou o dispositivo, deitou a cabeça na mesa e tentou dormir. Revirei os olhos, mesmo assim admito que foi impressionante.

***

— Vejo que fez amigos agora, novato – Falei em tom de deboche assim que cheguei na mesa dele. Jake e Eduardo estavam ao lado dele, os 2 nerds da sala.

— Nós somos três e vocês são três, sabem o que quer dizer? – Riley perguntou.

— Que nós vamos fazer um ciclo de amizade? Duvido muito – Respondeu.

— Só porque você sabe mexer com computadores não quer dizer que conquistou todos – Vivi falou.

— Sei muito bem disso, mas é melhor ter 2 ou 3 amigos que várias pessoas que possam te trair a qualquer momento – Respondeu.

— Garota temos um problema, acho melhor você ir ver e rápido – Jacob falou. Eu coloquei a comida no lixo deixando apenas a maçã, depois fitei o novato. Preciso de uma explicação para não jogar comida nele.

— Considere isso um agradecimento por ter nos poupados da aula – Falei, então segui para onde Jacob estava – O que foi? – Perguntei assim que estava em um local seguro, já que Jacob é um fantasma e apenas eu e meu pai podemos vê-lo, ele apenas apontou para frente e eu vi os amigos de Damien conversando.

— Eles viram você, eles sabem que o novato sentou em seu canto e contaram a ele, eu ouvi os planos deles e eles planejam dar um trato no novato – Explicou, fazendo aspas com os dedos ao falar trato e isso só podia significar uma coisa.

— Essa não – Falei chocada, Damien nunca vinha na primeira semana de aula, assim como alguns outros alunos, hoje era sexta-feira e o que quer que ele faça com o novato, terá sido culpa minha.

— Mesmo que não admita, você tem um coração bom – Jacob falou e eu percebi que meus olhos estavam cheios de lágrimas.

***

No ônibus, as meninas insistiam que eu contasse o porquê de eu ter saído naquela hora, ou o porquê de eu estar com os olhos levemente inchados quando voltei para a sala.

— Qual é, diz para a gente – Riley insistia.

— Você sabe que a gente não vai contar para ninguém – Vivi confirmava, estavam falando baixo para que os outros não ouvissem, mas creio que isso não era necessário já que a conversa do resto estava relativamente alta. Eu estava com a cabeça deitada sobre os joelhos.

— Você sabe que é melhor quando conta né? – Riley falou, eu acenei com a cabeça.

— Então conte para nós – Vivi pediu e eu acenei negativamente.

— Tem algo a ver com ele, não é? – Riley perguntou. Eu acenei positivamente com a cabeça e senti as duas me fitarem sérias, mas elas pararam de perguntar pelo menos. Pouco depois elas saíram e eu saí do ônibus na minha parada, ele andava calado com as mãos no bolso e olhando para baixo.

— Pergunte, pergunte enquanto pode – Jacob falou, eu suspirei baixo.

— Porque aquele Daniel disse enviar pelo telefone? – Falei fitando o chão.

— Lembra que ele me enviou aparelho através do avião de papel? O símbolo de enviar em um e-mail é o avião de papel.

— A outra pergunta – Falou, estalando os dedos na minha frente. Ok, você venceu.

— Você acredita no amor à primeira vista? – Perguntei sem fita-lo.

— Não – Respondeu depois de um tempo, isso me fez fita-lo.

— Porque?

— Eu acredito na tesão, paixão, ódio, etc. à primeira vista, mas o amor é diferente, porque amor é algo que se constrói e prédios sem estruturas caem.

— Uau, impressionante – Jacob falou e eu tenho de concordar, isso foi lindo de se ouvir.

— Tchau – Falou e eu percebi que estávamos em minha casa.

— Tchau – Respondi, notei ele travar por um instante e me virei para entrar em casa.

— Quem é esse garoto, filha? – Meu pai perguntou assim que cheguei em casa.

— Era um amigo – Respondi sem querer e reparei no que eu disse, eu o chamei de amigo, mas desde quando somos amigos?

— Nicky é um bom garoto, senhor, eu gostei dele. Ele é meio estranho, mas é um cara legal – Jacob falou e depois estalou os dedos em minha frente – Acorda garota, você ainda quer tomar banho, certo? – Falou sorrindo, acenei com a cabeça e fui no meu quarto pegar a toalha e outra roupa para ir no banheiro tomar um banho e depois do banho fui fazer as atividades em meu quarto.

 


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