Pokémon Mystery Dungeon: Liberators of Fate escrita por Navarchu


Capítulo 6
Dungeon 6 - Bright Dawn




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— Alguém está aí? – uma voz perguntava.

O Pokémon se via em um espaço vazio e apertado, as paredes pareciam ser de metal e havia apenas uma porta. Ele tentou abrir puxando a maçaneta, mas estava trancada.

— Pai?! Mãe?! É o Lance! Me tirem daqui! – ele começou a bater na porta, desesperado. Seus olhos começaram a lacrimejar enquanto ele tentava sair do local.

De repente, um estrondo forte surgia e o garoto caiu no chão e a porta de antes sumia, em seu lugar estava apenas a escuridão, o Riolu se afastava, tremendo de medo e sem conseguir falar nada.

— Lance! – ele ouvia uma voz gritando seu nome.

Da escuridão, dois olhos vermelhos surgiam, encarando o garoto que naquele momento estava chorando, encostado na parede e tentando sair do lugar em que se encontrava.

— Lance! – a mesma voz de antes repetia.

Os olhos pareciam se aproximar de Lance, e com isso, mais da sala sumia nas trevas, que continuavam a chegar perto do Riolu.

— Para com isso! Por favor! – ele se colocava em posição fetal, chorando e esperando que aquilo acabasse.

Finalmente, o local era coberto inteiramente pela escuridão, com Lance gritando após ser engolido pelo vazio de onde estava.

— LANCE! -  a voz gritava novamente.

O Riolu acordava gritando, quase caindo da cama em que estava, e olhou ao redor. Seu irmão estava do seu lado, o olhando com uma expressão de preocupação no rosto. Os dois permaneceram daquele jeito por alguns instantes, nenhum querendo começar a conversa. Porém, Brian, engolindo seco, resolveu se aproximar.

— Você... teve um pesadelo de novo?

O irmão do Zorua apenas concordava com a cabeça, apertando o peito com a mão, onde suas cicatrizes estavam. Ele olhou o local, vendo que estava no hospital da vila em que haviam chegado um dia antes.

— Nós... vencemos aquele Luxray, não foi? – ele perguntava se sentando na cama.

— É, você ficou bem machucado e eu tive que te trazer pra cá!

— Onde aquele Pokémon está? – Lance respirou fundo, mas perguntou de maneira séria, olhando o irmão.

— Eu mandei uma carta para nossa vila e... faz uma meia hora, mas alguém do time do papai veio e levou eles, já estão fora de Heavenwind.

Lance se deitou na cama novamente, olhando o teto e pondo a sua mão na testa. Ele ainda estava exausto da luta do dia anterior. Olhando pela janela, ele via que os Pokémons voadores que moravam na vila pareciam estar felizes, andando pela rua tranquilamente.

— Ei, Brian... – Lance falou, ainda distraído com a paisagem. Seu rosto começou a avermelhar enquanto ele pensava no que ia dizer.

— Hm?

— Eu ia acabar conseguindo vencer aquele Luxray sem a sua ajuda, mas obrigado... – ele disse, ainda olhando para longe, visivelmente envergonhado.

— Não precisa me agradecer, cabeção... sou seu irmão! E seu companheiro de equipe! – ele deu uma leve risada.

A manhã passou tranquilamente para a dupla, que permaneceu nas camas do hospital. Ao meio-dia, os dois saíam pela porta, ajeitando as mochilas em suas costas. Na frente deles estava o prefeito, com talas em suas asas e o corpo enfaixado. Ele os olhava com um sorriso em seu bico.

— Obrigado garotos... não teríamos conseguido expulsá-los sem vocês.

— Não precisa agradecer, é o nosso trabalho, afinal. – Lance cruzou os braços.

— Fico feliz que vocês pensem isso, mas não posso deixar vocês saírem sem agradecer ao menos um pouco! – o Corviknight se afastou, mostrando uma sacola com Oran Berries.

— As nossas haviam acabado! Obrigado! – Brian pegava as frutas, colocando em sua mochila.

Os dois irmãos então acenaram, se despedindo da vila e seguiram em seu caminho, indo para a estrada. Os dois continuaram pela trilha rodeada de árvores, Lance olhando o mapa que trouxe para a viagem.

— Aqui, olha. – ele chamou o irmão.

Surpreso com o gesto, Brian se aproximou do Riolu, olhando o mapa. Nele, havia um X no local onde eles tinham que chegar e pela figura, a cidade aparentava ser grande. No desenho, haviam vários prédios.

— O time do papai vai lá de vez em quando... – o  Zorua comentou.

— Tem uma guilda local lá. Podemos nos registrar, não como aprendizes, claro, mas só para pegarmos missões, nada demais. São meios para um fim. – ele falou calmamente, guardando o mapa.

— Quanto tempo vai levar para nós chegarmos lá?

— Graças as maravilhas da tecnologia, pegamos uma carona e isso encurtou bastante. Acho que no final da tarde já estaremos na cidade. – ele suspirou, seguindo em silêncio.

Depois de uma hora de caminhada, eles conseguiam ver, ao longe, fumaça vinda de uma série de prédios. A fábrica era o sinal de que eles estavam chegando na cidade, e que iriam poder ter um pouco de descanso dos dias corridos que tiveram na última semana. Continuando com os passos, eles viam um portão de pedágio na frente da cidade, com uma cabine. No compartimento havia um Pokémon largo e de pelagem marrom, em seu peito, havia um círculo amarelo. Ao notar a dupla se aproximando, o Ursaring ligou o alto-falante.

— Parados! Quem são vocês? O que vieram fazer aqui?

— Time Liberators. Formados na guilda de exploração H.E.R.O. Nós nos mudamos para cá. – Lance disse, mostrando o brasão da equipe.

— Hmph...  – O urso resmungava, pegando um papel e olhando uma lista de nomes. Ele, enfim, abria o portão para a dupla.

Os dois seguiam para dentro dos portões de Bright Dawn e logo era visível a diferença entre as vilas que eles já haviam visto. Os prédios eram enormes e a cidade parecia ser mais mecanizada que as outras. Vários postes podiam ser vistos pelas ruas, que eram largas para comportar diversos tipos de Pokémons que moravam ali.

— Esse lugar... é incrível! – Brian dizia, seus olhos brilhando, impressionado com o lugar.

— É aqui que vamos abrir nossas asas, maninho... – Lance falava de forma calma, voltando a andar, sendo seguido pelo Zorua.

Enquanto caminhavam, viam que haviam estabelecimentos diversos. Lojas, mercados, bares, todos podiam ser vistos pelos garotos, que andavam em direção a um prédio de uma guilda.

— Guilda Black Skull... é a maior dessa cidade e eles aceitam membros de outras guildas para trabalhos. Bom, você não precisa estar comigo para nosso registro, então...

— Então eu vou dar uma volta... te encontro na frente desse prédio aí, maninho! – ele dava meia volta, se afastando do irmão, que entrava na guilda em silêncio.

Brian seguia pelas ruas da cidade, olhando tudo com atenção e curiosidade, até que viu uma loja com uma placa escrito: “Mercado do comum, itens para todas as suas necessidades”. O garoto entrou, olhando o local. Nas prateleiras, vários itens podiam ser vistos, divididos em seções. O Zorua foi direto para a área em que dizia “Itens evolutivos”. Havia uma diversidade alta de pedras, algumas com um símbolo do Sol no meio, outras azuis e outras amarelas com um raio dentro.

— Se eu não me engano, Riolus evoluem precisando de um item... – ele pensava enquanto olhava os produtos.

— Olá meu jovem, em que posso lhe ajudar?

Olhando de onde a voz veio, ele via um Pokémon de bochechas largas e em sua boca fechada, um dente era visível. Seu abdômen esguio tinha a coloração amarela e marrom. Ele cruzava os braços, esperando a resposta do Zorua.

— É... eu vim ver alguns itens evolutivos. Na verdade, vim ver as coisas em geral, essa loja parecia interessante... senhor...?

— Lumi. Senhor Lumi. – o Watchog respondia. – e eu tenho itens em fartura. O que você está procurando em específico?

— Você por acaso teria um Sun Ribbon? – ele perguntava se sentando nas quatro patas.

— Hmm... eu acho que tenho sim, espere aqui. – Lumi saiu, entrando em uma sala. Ao voltar, ele carregava um baú. Colocando-o na mesa, ele abriu, mostrando uma fita dourada.

— É isso mesmo que eu estava procurando! Quanto vai custar?! – Brian perguntou parecendo empolgado.

— Considerando que é um item um pouco raro... eu faço para você por 2000 moedas.

— Dois mil?! – ele arregalava os olhos, surpreso com o preço.

— Bom, eu compro elas por quatro mil... eu diria que é um preço razoável.

Brian abriu a mochila, jogando as moedas no chão e pegando a fita, saindo de lá irritado e sem falar nada. Do lado de fora, ele pensava no que iria fazer com o resto do seu tempo livre.

Na sede da guilda, Lance estava na sala do chefe, sentado em uma cadeira e tomando um chá. Do outro lado, também sentado, havia um Pokémon com o corpo amorfo, parecendo uma ameba de cor roxa. No lugar onde seria sua cabeça, ele possuía um bigode amarelo e seus lábios eram grossos.

— Senhor Robert, eu espero que compreenda a minha situação. Eu ouvi falar de sua guilda enquanto estava procurando onde eu e meu irmão íamos nos fixar e pensei em vir aqui. – Lance dizia após tomar um gole do chá.

— Mas é claro garoto! Vocês serão bem vindos! Ainda servirão de exemplo para recrutas! – o Swalot falava rindo, passando a mão na sua barriga.

— Bem, quanto ao nosso lar, tem alguma recomendação? – ele colocava o copo na mesa.

— No prédio ao lado desse há um condomínio, vou falar para o síndico que irão para lá, tudo bem? – Robert dizia calmo, olhando o Riolu nos olhos.

— Certo... então nossa discussão está acabada. Tenho que me encontrar com o meu irmão e depois vamos para lá. – Lance se levantava.

Robert estendia a mão para o garoto, que, instintivamente, se afastava dele. Estranhando isso, o Swalot suspirou e deixou o garoto seguir seu caminho.

— Espero que eles não se metam em problemas... – ele pensou.

Conforme a noite chegava, nuvens se formavam no céu, iniciando uma chuva. Lance andava em silêncio, as gotas d’água caindo em seus pelos. Ao andar, passava por um Pokémon largo e branco.

— Eles tem até Aggrons por aqui... interessante... bem, eu tenho que achar o idiota do meu irmão... não acho que dê pra procurar por aura numa cidade tão grande como essa...

— Ei! Isso é discriminação comigo! – em um estabelecimento a duas quadras, uma voz dizia.

Lance, reconhecendo a voz, correu para se aproximar, vendo seu irmão e na frente dele um largo Pokémon, de barriga larga e pelagem branca, seus braços tinham os pelos pretos e em sua boca ele mordia uma folha.

— Está escrito aqui que Zoruas e Zoroarks não podem participar para evitar trapaças. – o Pangoro apontava para uma placa.

— Então, isso é discriminação! – o Zorua reclamava bufando.

— Não estamos aqui não tem nem um dia e você já tá arrumando confusão... – Lance falava se aproximando dele, seus braços cruzados.

— Ah, oi Lance! Esse cara não quer me deixar entrar só por que eu sou um Zorua.

— Desculpa o meu irmão, as vezes ele não tem noção das coisas... vamos Brian, já arrumei as coisas na guilda.

— Que saco! – ele resmungava, andando para longe. Seu irmão ia logo atrás.

— Arrumei um apartamento, bem, o Swalot que comanda a guilda arrumou, mas isso não importa. Onde você foi?

— Bem, eu tenho uma surpresa pra você... – ele ria levemente. – e eu queria ir naquele cassino, mas não me deixaram entrar.

— Uma surpresa? Ok, você pode me dizer dentro do nosso novo lar...

Ao dizer isso, Lance parava. Eles se encontravam na frente do prédio que seria a casa deles pelo futuro previsto. O condomínio tinha vários andares e as paredes eram da cor cinza. A dupla entrou no local, indo para a recepção. O recepcionista era um Pokémon bípede com um corpo cinza e magro, com algumas penas vermelhas em sua cabeça. Ele estava lixando suas garras, sentado, quando viu os novos residentes.

— Lance e... Brian, certo? Robert me avisou que passariam a morar aqui. Me chamo Noir e sou o síndico desse condomínio. – o Weavile disse para eles.

Enquanto Brian olhava o lugar com atenção, Lance consentiu com sua cabeça, esperando o Pokémon entregar as chaves do apartamento. Noir então abriu uma gaveta e jogou o utensílio para o Riolu, que pegou e seguiu para as escadas, olhando o número na chave. O outro membro do time seguiu Lance. O apartamento dos dois ficava no segundo andar, de número 102, logo no início do corredor.

— Olha só, parece que encontramos mais alguém que não gosta de falar! – Brian disse olhando o irmão, rindo.

— Você recebeu o prêmio de comediante do ano... – ele dizia enquanto abria a porta do quarto.

O novo lar do time não era largo, mas era confortável. Havia um sofá na sala e no lado esquerdo estava a cozinha, com uma geladeira desligada. No fundo do apartamento, haviam algumas portas que davam nos quartos e nos banheiros. Trancando a porta atrás deles, Lance jogava a chave no criado-mudo do lado, se espreguiçando.

— Eu vou tomar um banho...

— Oh! Eles tem telefone aqui! – Brian apontava para a mesa na sala.

Ignorando o irmão, Lance pôs sua mochila no chão e seguiu para o banheiro calmamente. Enquanto isso, Brian colocou o item que havia comprado na mochila do irmão e se deitou no sofá, suspirando de alívio.

— Ah... foi uma bela decisão essa que tomamos.

Depois de ligar o chuveiro, Lance se sentou no chão do banheiro, abraçando seus joelhos em silêncio. Ele não havia demonstrado isso para o irmão, mas o pesadelo que teve ainda não havia saído de sua cabeça.

— Eu estou bem... eu estou seguro... eu estou bem... eu estou seguro...

Ele permaneceu envolto nos próprios pensamentos por mais um tempo, chorando sozinho. A Lua no céu iluminava a noite chuvosa e o tempo parecia parar para os garotos, que haviam começado a nova etapa de suas vidas.

Diário da aventura

Itens:

5x Oran Berry

1x Escape Orb

2x Apple

1x Sun Ribbon

Lance

Espécie: Riolu

Idade: 16 anos

Level: 21 

Moves conhecidos:

— Force Palm

— Cross Chop

Brian

Espécie: Zorua

Idade: 16 anos

Level: 20

Moves conhecidos:

— Pursuit

 Copycat

— Shadow Ball

— Fury Swipes


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