Pokémon Mystery Dungeon: Liberators of Fate escrita por Navarchu


Capítulo 10
Dungeon 10 - A origem do metal: parte 2




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Os dois meses que se passaram desde que Flint conheceu o Aron e o Piplup representaram um tempo bom em sua vida. Ele havia finalmente feito amigos e nesse período, os ajudou a treinar um pouco suas habilidades. Eles estavam numa das sessões de treino. O Pawniard estava de braços cruzados, vendo a luta entre Atlas e Napoleon, que agora possuía uma aparência diferente, seu corpo havia crescido e sua barriga agora tinha penas da cor azul claro.

— Você pode ter a vantagem de tipo e ter evoluído, mas eu não vou me dar por vencido tão facilmente! – o Aron declarava, avançando contra o amigo.

O corpo do Prinplup brilhava em um tom rosa ele corria, sua velocidade aumentando, disparando um pulso de água de seu bico, atingindo Atlas em cheio, que se arrastava pelo chão.

— O vencedor é Napoleon! – Flint disse, estendendo seu braço.

— Hehe, desculpa cara, mas parece que eu ganhei dessa vez! – rindo, o Pokémon aquático colocava a mão em sua cabeça.

— Bem, foi uma boa luta... obrigado por me ajudar a treinar, Flint!

— Hm, não é por nada! – ele fechava os olhos. – Escutem, meus pais irão voltar daqui a algumas horas. Então o tempo em que poderemos nos ver irá diminuir, o que acham de fazermos uma despedida?

— Claro! Podemos nos divertir bastante! Nós já treinamos tanto nesses meses...

— Desculpa. Quero ficar um pouco com meu pai, ele ainda não tá levando muito bem a separação... – o garoto abaixou sua cabeça.

— Claro que sim, Atlas...

Os três garotos concordaram e foram em seus caminhos separados, ansiosos. Atlas, ao chegar em sua casa, ia direto para a cama, caindo no sono rapidamente. Sua mente estava tranquila. Embora o desejo do garoto fosse paz, o destino parecia ter outros planos para ele.

O barulho de uma explosão acordou Atlas, que caiu de sua cama assustado. Desorientado, ele olhou pela janela, a visão que teve fez o garoto arregalar os olhos. Do lado de fora via-se apenas fumaça e o barulho de passos mecânicos. Então, a porta abria com força. O pai do garoto estava do outro lado, ofegando e com seus olhos arregalados.

— Atlas, temos que sair... – o Nidoking foi interrompido por outra explosão, dessa vez atingido a casa deles, os dois nocauteados imediatamente.

Longe da residência, Napoleon corria desesperadamente, tentando desviar dos disparos e cobrindo sua cabeça com as nadadeiras. O garoto não sabia o que fazer.

— Pai?! Cadê você?! – desesperado, ele gritava, procurando o parente.

O Prinplup então ouviu o barulho de tosse e seguiu na direção do som. Enquanto andava, via que os outros moradores corriam desordenadamente, as casas destruídas e em chamas. Ao chegar perto, ele via o pai debaixo de escombros, seu corpo preto sangrando e ele tentava se soltar, sem êxito. Napoleon, então, puxou seu pai dali, o libertando.

— Ah! Filho! Você foi útil, que bom! Temos que sair daqui...

— Não sei onde meus amigos estão! Tenho que achar eles!

— Ninguém liga pros seus amigos! Vamos sair daqui!

Então, o barulho de passos era ouvido por eles, e ao virarem os rostos para a direção, vinham um enorme Pokémon que parecia um inseto mecânico de pele roxa, em suas costas estava um canhão com um objeto amarelo embutido. Na arma um raio de energia amarelo crescia a cada segundo que se passava.

— Que Pokémon é esse?! Não reconheço de lugar nenhum! — Napoleon pensou, seu corpo estava tremendo de medo.

— Q... quem é você?! Eu não fiz nada, pode levar o garoto, mas me deixa em paz! – o Empoleon gaguejava, se afastando do filho.

— Me chamo Genesect, e... certeza que essa é a escolha que quer fazer? Vai deixar seu filho morrer para salvar a sua própria pele? – o Pokémon misterioso dizia e o Empoleon concordava com a cabeça.

— Pai?! Do que você tá falando? – o garoto estava em choque, ele não acreditava no que havia escutado.

— Pode ir então... – Genesect cruzava seus braços, esperando.

O Empoleon então corria, rindo e feliz pelo seu plano ter funcionado. Ele nem sequer olhava para trás, correndo para longe dali. O pai do Prinplup não percebeu rápido o suficiente o raio que vinha em sua direção, perfurando seu estômago e deixando um buraco no corpo do pinguim.

— Techno Blast... – Genesect declarava calmamente, a energia do canhão sumindo.

— PAI! – o Prinplup corria para socorrê-lo, mas ao chegar lá, via que ele não se mexia nem reagia. Napoleon tentou de tudo, mas seu pai havia morrido.

— Sinto muito garoto, mas não se preocupe, você vai se juntar a ele... – seu canhão brilhava novamente, criando uma esfera prateada, que era lançada contra Napoleon.

Em um piscar de olhos, um Pokémon quadrupede surgia, e em sua cabeça havia uma espada de energia azul, que cortava a esfera, gerando uma enorme explosão. Após a fumaça se dissipar, o Prinplup via o recém chegado. Ele tinha o corpo azul e em seu rosto os pelos davam a aparência de um bigode.

— Garoto... fuja daqui... – ele dizia sem olhar para Napoleon.

— Cobalion, seu desgraçado! – Genesect rangia os dentes, batendo os pés no chão.

— Você está atacando essa cidade sem propósito nenhum, é meu trabalho como Espada da Justiça acabar com você...

Assustado, o Prinplup fugia dali, carregando o corpo do pai nos ombros. Sozinhos, os Pokémons lendários se encaravam por alguns segundo e então, avançaram um contra o outro com violência.

Flint acordou com a cabeça doendo, ele sentia como se alguém tivesse jogado um Bouffalant em cima dele. O garoto olhou ao redor, vendo apenas escombros do que era a sua casa. Ele imediatamente cortou os detritos com as lâminas em seus braços, procurando os pais.

— Pai?! Mãe! Onde vocês estão?! – o garoto tinha a voz rouca, ele estava desesperado para achar sua família.

Então, ele os viu, mas não da maneira que esperava. Em sua frente, o garoto viu dois Bisharps, eles não se mexiam nem gritavam, permaneciam parados no local. Flint arregalou os olhos, percebendo o que havia acontecido. Sem se segurar, ele deu um grito alto de dor e sofrimento, seus olhos começaram a lacrimejar e ele socava o chão repetidas vezes. Seus braços começaram a sangrar e ele olhou para baixo em silêncio.

— Quem fez isso? – o garoto pensou, sem saber o que fazer agora que seus pais estavam mortos.

Os dois lendários corriam pela cidade, cada um tentando acertar o outro com seus ataques. Genesect disparava energia de seu canhão enquanto Cobalion desviava rapidamente, eles então pararam na frente de uma casa, suas respirações ofegantes.

— Seu filho da mãe... fica quieto pra eu te torrar! – o inseto rosnava, preparando seu canhão para atirar, brilhando com uma energia amarela.

— Estou ficando cansado e tenho que desviar... – o quadrupede pensou, quando foi empurrado por outro Pokémon, que levou o golpe em seu lugar.

O ser em questão era o Nidoking conhecido como Nate, que por sua tipagem, não levou dano algum do ataque elétrico de Genesect. O equino arregalou os olhos, percebendo o que havia acontecido.

— Não se preocupe, Cobalion? É a primeira vez que vejo um lendário, desculpe intrometer, mas tive que ajudar... – o explorador dizia, seus olhos brilhando com determinação.

— Você pode ter arrumado ajuda de outro, Cobalion, mas nossa luta não acabou ainda! Signal Beam! – Genesect carregava outro tiro, de coloração verde, disparando contra o Pokémon quadrupede.

O Nidoking se colocava na frente do disparo, estendendo sua mão e gerando uma barreira, os protegendo do golpe. Ele, removia o suor do rosto, ficando em posição de combate.

— Se eu atingir um Horn Drill, essa luta está acabada...

Atlas acordou novamente, dessa vez no meio da comoção. Ele mal conseguia enxergar, mas pelo que podia, via seu pai junto de um Pokémon, enfrentando outro. Genesect ejetava o objeto em seu canhão, pegando outro na mochila que carregava e inserindo. Ele ria levemente, analisando seus inimigos. O Aron saía lentamente de sua casa, balançando a cabeça, ele tentava pensar em algo que poderia fazer. Então, o Pokémon inseto avistou o garoto e deu uma leve risada.

— Cobalion, sinto muito mas essa luta acaba agora... – ele dizia carregando mais uma vez o tiro, mirando em Atlas.

— Nidoking! Proteja o garoto! Eu lidarei com ele! Work Up! – o corpo do Cobalion brilhava, seus status de Ataque e Ataque Especial aumentando.

Notando isso, o pai do garoto correu para socorrer o filho, pulando e o agarrando em seus braços. Os dois inimigos que estavam perto dele começaram a carregar seus golpes. Da boca de Cobalion uma energia vermelha surgia, enquanto que do canhão de Genesect, uma rajada azul era disparada.

— Techno Blast! – o inseto declarava.

— Focus Blast! – O lendário disparava uma rajada de energia contra o golpe de Genesect.

Atlas não conseguiu ver mais nada do que aconteceu, uma explosão enorme seguida de um clarão o cegando e o nocauteando mais uma vez. O vento uivava, pedaços das casas e detritos voando pelo impacto dos golpes, a cidade estava arrasada. Tanto o garoto quanto seu pai foram arrastados ferozmente para longe da colisão. De longe, Flint e Napoleon conseguiam ver a forte ventania que se aproximava dos dois, os atirando e fazendo ambos desmaiarem. A vida do trio não seria a mesma depois do evento.

Um mês depois

Atlas corria pelas ruas de uma cidade, ele era seguido por um Pokémon humanoide de músculos definidos. O Aron de antes estava diferente, seu corpo agora estava maior, ainda quadrupede e sua armadura havia se tornado mais resistente. O Lairon tentava fugir do Machoke, mas sua velocidade deixava muito a desejar. Até que, então, o Pokémon lutador levou um corte profundo em seu peito, caindo no chão e desmaiando.

— Flint, obrigado... não podíamos perder o dinheiro dele...

— Estou faminto... – o Pawniard saía das sombras, ofegando.

— É um milagre que conseguimos comer, eu odeio... tudo isso... sermos os sobreviventes o tempo inteiro... quero ter controle da minha própria vida! – ele pegava um punhado de dinheiro do Machoke.

— Hm, se quer isso eu tenho uma sugestão, mas vamos ver com o Napoleon quando chegarmos em nossa... “casa”.

A dupla então saía do beco. Eles seguiam pelas ruas em silêncio, olhando os prédios de metal. A cidade em que moravam agora era Bright Dawn, conhecida por abrigar Pokémons de lugares variados. Eles permaneceram andando, indo para uma área menos nobre do município, onde as casas eram em sua maioria, feitas de madeira. Os amigos entraram em uma das residências. Ao chegarem lá,  viram o Prinplup com uma garrafa de cerveja em sua nadadeira, tomando sem piedade.

— Você vai passar mal se ficar desse jeito... – Atlas parecia preocupado, ele atirava as moedas no chão.

— Foda-se! Eu não tô de bom humor hoje... – ele ignorava, tomando outro gole.

— Bem, senhores, eu... tenho uma sugestão para nosso problema... – Flint dizia calmamente, se sentando no chão.

— É mesmo?! Qual problema? Nossa pobreza? Ou seria o fato de que todo mundo que importava para nós foi morto numa briga idiota entre dois Pokémons lendários?! – com um tom sarcástico, Napoleon se deitava no chão.

— Eu não gosto das coisas do jeito que estão também, então... a ideia que eu vou dizer é uma extensão do que estamos fazendo.

— Você quer dizer os roubos? – Atlas questionava, revirando seus olhos.

— Sim, os roubos... podemos levar um passo além e... nos tornamos mercenários.

— Mercenários? – Napoleon dizia, parecendo interessado na ideia, agora olhando Flint com atenção.

— O oposto do que eu fui criado para ser... – Atlas parou para analisar a situação. Durante sua vida inteira ele foi criado para ser um explorador, mas por isso, sua mãe deixou ele e seu pai morreu tentando protege-lo.

— Então, o que acham da ideia? – Flint os olhava calmamente, esperando eles tomarem a decisão.

— Que se foda a exploração... eu topo! – Atlas falava com determinação em seus olhos e em seu rosto estava um leve sorriso.

— Eu também estou dentro... – Napoleon então soluçava, jogando a garrafa no chão.

— Muito bem, então posso sugerir um nome para a nossa pequena gangue?

Os outros dois Pokémons concordavam e Flint fechou os olhos, preparando-se para dar o primeiro passo na nova etapa da vida dos três.

— Atlas e eu somos da tipagem de aço, Napoleon irá ser quando ele evoluir... nesse caso... a partir de hoje nós seremos conhecidos como a Companhia Coração de Aço.


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