A maldição da Sucessão escrita por Pms


Capítulo 48
Capítulo 48: O grupo de apoio.


Notas iniciais do capítulo

- Desculpem a demora para postar um novo capítulo. Final de ano foi uma loucura, muitos compromissos e acabei mudando de residência nesse meio tempo. Com a cabeça em outras coisas acabei ficando com dificuldade de escrever. No entanto, aqui está o novo capítulo.

— Devo dizer informar que a história está chegando em sua reta final. Só falta dois capítulos.

— Comentem!



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— Onde está o meu neto?! – Ela chacoalhou Harry. – O que ela quer com o meu neto?!

— Me diz você. – Ele afastou suas mãos de sua camisa. – Eu só sei o que ela quer com o Jorge...

— O que ela quer com o Jorge? – Rony questionou rapidamente

 

A verdade atinge de forma dolorosa, por mais que já tivesse deduzido o envolvimento de Andrômeda, ele sente que o chão sob seus pés despareceu, e tudo que o rodeia é confuso e distorcido, e que estão a sua volta bruxos desconhecidos e perigosos. A fuga de Azkaban se tornou algo muito maior do que ele tinha imaginado. Em meio a tantos acontecimentos e sentimentos que ele presenciou e sentiu, nada se compara a corrosiva traição.

— Quem vai começar a falar? – impõe ele com rancor. Por mais que quisesse passar a imagem profissional, suas emoções não o deixam enxergar a situação imparcialmente.

Lágrimas solitárias escorrem do rosto gentil de Hannah. Harry não consegue se sensibilizar, já que não sabe se são por causa do desaparecimento de Neville ou pela vergonha de suas ações.

— Vocês tem que entender que não tínhamos noção do que se tornaria. – Soluça ela. – Só estávamos nos desabafando e com raiva. Queríamos justiça.

—  Se reunir toda semana no grupo de apoio no Hospital St. Mungus para planejar os assassinatos é justiça? –Acusa Hermione com tom agudo.

— Não foi dessa forma! – interrompe Hannah Abbot com os olhos lagrimosos e fungando. – No começo íamos para conversar sobre a dor de nossas perdas.

Hannah se volta para Harry tentando convencer que fala a verdade. Para ele não faz diferença como tudo começou, mas como tudo terminou.

— Allan que começou com a ideia de vingança e Amos Diggory também concordava com ele sobre fazer algo com as próprias mãos.  Então....

Ela parece receosa para prosseguir na sua fala nervosa.

— Então, eu sugeri formas de fazer justiça com as próprias mãos. – confessa Andrômeda calmamente. – Karen Brown havia me dito sobre a corrupção que aconteceu nos julgamentos e a liberação de bruxos das trevas de Azkaban, mas eu sabia que os assassinos do Teddy ainda estavam lá, e que um dia ficariam livres. Por isso, eu decidi libertá-los para poder eu mesma fazer a justiça verdadeira. – ela solta uma risada desdenhosa. -  Foi muito fácil convencer o Gladstone a soltar bruxos perigosos, só precisei de uma quantia certa de dinheiro para que os seguranças de Azkaban fingissem um ataque e falha de segurança.

Harry não consegue erguer o olhar de suas mãos para fitar as três bruxas sentadas na mesa. Andrômeda não se parece mais a mulher desesperada, que veio ao seu encontro junto com Rony para relatar o desaparecimento de Teddy, seu neto.

— Mas muitos fugiram e era quase impossível de encontrá-los, então, começamos com as ameaças aos filhos e amigos para que talvez conseguíssemos fazê-los aparecer. – continua Andrômeda simplesmente.

— Jorge está envolvido com isso? – Pergunta Rony ansioso. – Ele participava dos encontros no St. Mungus.

Nenhuma das três responde a pergunta. Não havia necessidade de resposta para Harry, só que é necessário para Rony e Hermione.

— Falem! – Ordena ele pelo silêncio. – Ou vou forçá-las a tomar a poção veritaserum.

— Sim. Ele sempre esteve envolvido. – Responde Andrômeda antes de beber um gole de seu chá. -  Foi ele que contou sobre a ida de vocês para o Dragão Dourado, foi ele que ajudou Jackson a vender as poções alucinógenas e a envenenar os aurores, foi ele que ouviu de você, Weasley, sobre a elfa saber sobre a pousada e nos contou. As ideias de ameaças vinham dele.

Harry alcança pelo canto do olho Rony tentar dizer algo e fechar a boca inconformado.

— Ele não fazia tudo sozinho, é claro. Ele tinha ajuda do auror Dênis, Dênis Crevey, o auror novo que servia como espião no Departamento do aurores, passando informações sobre cada investigação.

 A razão de achar o auror de cabelo mel, Dênis, tão familiar é finalmente justificada. Ele é irmão de Colin Crevey. Harry gostaria de gritar consigo mesmo. Como pôde não ter notado? Ter deixado esse detalhe passar? Ele é um auror, seu trabalho é investigar e analisar pistas.

— Então, foi você que tentou envenenar Gladstone no baile? –Aponta Hermione fitando Andrômeda.

— Não, foi a Karen Brown. – Andrômeda assente com a cabeça quando Hermione parece não acreditar.

— Então, foi a Parvati que enfeitiçou o Nott para matar o Gladstone. – Conclui Hermione encarando Parvati, que confirma com a cabeça envergonhada. - Como sabia o motivo de cada auror ficar alucinando e ajudou na fabricação das poções alucinógenas, mas fingia não saber. E Hannah...

— Eu só contei sobre o encontro da Parkinson com o Malfoy no Caldeirão Furado e contratei o Zabini para encontrá-los. – Revela Hannah rapidamente.

Harry vira-se para Andrômeda, que mantêm a postura firme com o queixo erguido.

— O que aconteceu no dia 27 de Outubro..

Não foi preciso finalizar a pergunta. Andrômeda afirma com um aceno de cabeça.

— O que aconteceu no Dragão Dourado não foi um acidente.

Ele não quer ouvir mais nada, não quer ouvir justificativas ou acusações. Só quer ter Teddy e Alvo seguro. Harry cerra os punhos e se coloca repentinamente de pé, fazendo a cadeira tombar e cair no chão, ele dá as costas para todos na sala de jantar e aperta seus olhos por trás do seu óculos reserva.

— Pansy estava lá! A mãe do meu filho estava lá! – Berra ele. - MEU FILHO ESTAVA LÁ!!

— A ameaça enviada para você dias antes era um aviso. – expõe Andrômeda alto. – E Jorge foi no dia para garantir a segurança deles.

Harry ouve Rony gaguejar algo incoerente.

— Isso é verdade? – pergunta Hermione parecendo decepcionada. – Jorge estava lá?

Harry está reprimindo o impulso de atacar alguém ou de bater em alguma coisa. Imagens fragmentadas de Pansy desacordada em seus braços, Alvo chorando e corpos carbonizados passam por sua mente lentamente.

— CHEGA!!

— Eu digo o mesmo! – Andrômeda se levanta da cadeira. – Chega de perder tempo! Eu quero o meu neto de volta. Enquanto estamos batendo esse papo, a senhorita Parkinson e o senhor Malfoy estão com meu neto em algum lugar.

— O neto que está em perigo por sua culpa. - Culpa Harry friamente.

Ele acredita que Pansy não fará mal a Teddy, não a Pansy que estava com seu filho no colo horas atrás. Neville, Teddy, Jorge e Patil estão sendo usados como ameaça. Essa é a única justificativa para eles terem sido sequestrados.

—Harry, por favor, Neville é seu amigo. – Hannah clama.

— Eu não ficarei nem mais um minuto esperando que você tome uma atitude, Harry. – Andrômeda diz. – Eu irei ao Ministério divulgar eles como sequestradores. Com meus contatos, eles logo serão encontrados.

Parvati e Hannah continuam sentadas na mesa esperando Harry reagir, mas seu estado continua indiferente e despreocupado. Em parte, ele quer que elas continuem sentindo o medo e a impotência de ter alguém que se importa em perigo. Com a falta de reação de Harry as duas se levantam e seguem Andrômeda.

— Torça para que tenha acontecido nada com Teddy. – adiciona Andrômeda antes de partir. – Dessa vez, não será o seu filho um impedimento.

— Devemos comunicar os outros aurores. – Rony sugere depois.

— Não. – nega veemente.

— Harry, a loja estava bagunçada, como tivesse acontecido alguma briga. – Fala Rony. – Se Jorge estiver machucado, precisamos encontrá-los o mais rápido possível.

— Ele não está machucado. – afirma Harry. – Eles usaram a poção polissuco. O Malfoy está se passando por mim para facilitar o sequestro.

— Você ouviu o que Andrômeda falou, Rony. O Jorge foi até casa dela pegar o Teddy para testar uma brincadeira na loja e ela viu o Harry ao lado de fora conversando com uma mulher. – Recorda Hermione. – O Jorge só podia estar sob algum feitiço. Se ele estivesse machucado, Andrômeda teria percebido.

— Mesmo assim precisamos descobrir para onde...

— Não precisamos. – corta Harry.

Só havia uma pessoa além de Harry que Pansy confiava na casa, e só com ajuda desse alguém que foi possível a entrada de um estranho em Grimmauld Place, sem que ele percebesse e sem que fosse ativado os alarmes de segurança. Um resmungo e xingamentos infiltram em seus ouvidos e sem mais nenhuma palavra para Rony e Hermione, ele grita:

— Monstro!

Segundos depois o elfo vêm andando até a sala de jantar.

— Onde ela está, Monstro?! – Harry lança um olhar severo para o elfo.

— Monstro não sabe. – O elfo doméstico nem o olha quando responde.

Harry sabe que ele está mentindo.

— Eu ordeno que me diga onde ela está! – Ele se exalta para Monstro.

— Harry! – censura Hermione.

— Monstro, eu estou lhe avisando. – ameaça ele, ignorando Hermione. – Você irá se arrepender se não me falar.

O elfo pula o olhar entre Hermione e Rony e aperta aos mãos no pano da roupa. Como se estivesse refletindo sobre se deve ou não dizer.

— A senhorita está onde o mestre se tornou “O menino que sobreviveu”. – murmura ele.

Harry franze o cenho.

— O quê?

— É o que foi dito para Monstro. – esclarece o elfo com a cabeça baixa.

Bufando, Harry leva as mãos para os olhos.

— O que isso significa? – pergunta Hermione. – É um código entre vocês?

— Você sabe onde é isso? – insiste Rony. – Ela não diria isso, se não soubesse que você fosse saber.

— Vocês podem ficar quietos para eu poder pensar! – exige Harry para os dois amigos.

Ele não sabe o que isso quer dizer. Onde o mestre se tornou “O menino que sobreviveu” pode ser qualquer lugar se for levar em conta o que foi dito literalmente, no entanto, se for algo como um código, ele não faz ideia do que se trata.

— Ela disse exatamente isso para você? – Ele pergunta para o elfo que acena em confirmação.

Harry evita o olhar dos dois amigos que o encaram com expectativas por respostas, seu olhar pousa no elfo, se atentando nas roupas largas que veste e ao que está em suas mãos, um cesto de roupas lavadas. É uma pequena blusa azul, provavelmente um macacão de criança que toma sua atenção em meio as outras roupas.

— O menino que sobreviveu. – repete ele para si.

Para se tornar alguém que sobreviveu, tem que ter uma experiência de quase morte, que quase seria impossível sair vivo. Houve várias experiências desse tipo ao longo de sua vida até agora, contudo, só uma deu a ele o título que o tornou famoso.

— Não acredito.

 

 

 

 

Rony e Harry se encontraram parados em uma estradinha coberta de folhas caídas. O vento faz ainda mais folhas caírem das árvores e cada vez mais a estrada é coberta com folhas laranjas, verdes e vermelhas. Um pouco adiante, no centro da aldeia, eles ouvem sons de crianças brincando.

— Por que aqui? – questiona Rony ao seu lado.

— Não sei.

Harry caminha na estradinha, fazendo o caminho que leva para a pracinha. Godric’s Hollow é um lugar que é evitado por ele ao máximo possível. Apesar de ser o lugar de seu nascimento e último lugar que seus pais viveram, não é um lugar feliz para ele estar ou que queira estar, cada casa, comércio e moradores o relembra daquilo que ele nunca irá ter.

Lá está ela. Ela está sentada no banco da pracinha com suas pernas cruzadas, vestindo um grande casaco preto e botas, um carrinho de bebê se encontra ao seu lado. Mesmo de longe e com óculos escuros sobre os olhos, Harry consegue saber que ela está olhando para ele.

— Isso parece uma armadilha. – aconselha Rony.

— Sim, parece. – concorda ele se encaminhando na direção dela. – Fique aqui.

Seu foco se mantém nela, não que ele esteja pensando que Pansy irá atacá-lo, mas a situação parece um tanto suspeita. Algumas crianças acabam se trombando com ele no caminho, o que faz ela soltar algumas risadas.

— Eu me perguntei quanto tempo demoraria para você descobrir que Monstro sabia. – diz ela quando ele finalmente se aproxima.

Ele estranha a fala dela. Ela queria ser encontrada? Então, por que o enfeitiçou?

Com uma checagem rápida no carrinho, ele vê Alvo dormindo tranquilamente.

— Onde eles estão?  - interroga ele.

—  Estão vivos. – ela indica com a cabeça em direção ao grupo de crianças brincando. Em meio a meninos e meninas correndo, um garoto de boné acaba identificado sendo o Teddy.

Um zumbido em seu bolso, vindo de seu distintivo de auror, o avisa que Andrômeda já anunciou sobre os sequestros.

— Por que aqui, Parkinson?

Está claro que o local escolhido foi pensado exclusivamente nele. Godric’s Hollow tem uma importância sentimental, Voldemort usou isso contra ele. Não há uma justificativa plausível para ela ter escolhido esse lugar se não atingi-lo emocionalmente.

— Uma piada. – Algo como um sorriso aparece no canto de seus lábios, um sorriso triste. – E também o único lugar que ninguém pensaria em procurar, além de você.

A resposta foi dada. Ela queria ser encontrada, especificamente por ele. Uma dor repentina lhe dá um nó no estômago. Usar a memória de seus pais é inaceitável para ele. 

— O que pensa que está fazendo?! – Sibila ele duramente. – Você sequestrou o meu afilhado! E...

— Eu vou matar cada um deles. – Sua voz está dura e com raiva. – Cada um dos envolvidos, Potter.

A mandíbula de Harry se tenciona e ele fica imóvel, apenas observando-a. Não se trata do memorial sentimental de seus pais ser usado contra ele, não é ele a quem ela quer atacar.

 – E depois vou desaparecer. – continua ela sem emoção. – Eu vou levar o Alvo comigo.

— Não. – Guincha Harry, saindo de seu estupor. – Você não vai.

— Você pode vir comigo.

A oferta o desarma. Harry fica olhando para ela, sem saber o que responder.

Pansy retira os óculos escuros para encará-lo nos olhos.

— Fuga comigo, Potter. – oferece ela novamente.

Por um momento, Harry achou difícil pensar em qualquer coisa. Fugir é algo que nunca mais passou por sua cabeça depois da guerra, é incompressível para ele pensar em motivos para fugir. Por qual motivo ele iria querer desaparecer?

— Para.. onde? – gagueja ele com a primeira pergunta que vêm a sua mente.

Ela se levanta do banco e se aproxima, sua mão é estendida para passar as costas dos nós dos dedos pela mandíbula dele, seus olhos nunca deixando os dele. E isso muda todo o aspecto da atmosfera tensa que estavam. O simples toque dela sempre causa uma vibração em seu estômago, em parte uma emoção e em parte um desconforto.

— Para qualquer lugar. – responde ela suavemente. – Longe de tudo.

Harry engole em seco. Ela está tão perto que ele acha difícil focar em sua expressão ou em qualquer outra coisa. Seus olhos grandes e predatórios o encaram estimulando a dar uma resposta positiva.

— Por que eu iria? – questiona ele.

Por que ir embora se ele tem tudo o que precisa? Não há nada para ele além do que já tem agora.

O rosto de Pansy endurece e ela tenta se afastar só para ter seu pulso agarrado por Harry.

— Me solte, Potter. Isso tudo foi uma perca de tempo. – resmunga ela. O tom típico de arrogância surgindo.

— Vamos voltar para Grimmauld Place. – impõe ele. – E você vai me dizer onde estão os outros.

— Eu não vou pisar naquela casa horrorosa novamente. – Pansy tenta soltar o seu pulso.

Harry tem que morder a língua para não começar a gritar com ela.

— Você prefere pisar em Azkaban, então? – rebate ele.

— Se eu for para Azkaban, que seja por ter  matado cada um que se envolveu nessa maldição jogada contra mim. – Diz ela entre os dentes de forma ameaçadora.

— Andrômeda e os outros irão responder por suas as ações  – Garante ele.

Pansy pisca analisando o rosto de Harry.

  -Você não sabe? – pergunta duvidosa.

— Do que você está falando?

Ela baixa a cabeça e suspira:

— Estou amaldiçoada, Potter.

— HARRY!

Pansy ergue a cabeça e fita algo atrás dele com olhos arregalados. Olhando por cima do ombro, Harry vê que as crianças e pais sumiram da praça e aurores estão rodeando o local.

— Você os trouxe, Potter?! – Cospe ela sentindo-se traída.

— Não. – ele toca no distintivo sob o bolso da calça, deduzindo que rastrearam sua localização através dele. – Eles me rastrearam.

— Senhorita Parkinson, você está cercada. – Um auror anuncia. – Entregue os reféns e...

 - Abaixem as varinhas ou eu mato ele! – Corta uma figura mascarada saindo de uma das casas próximas com Jorge sob a ponta da varinha, com cordas envolta de seu pescoço.

— Será um único aviso!

As entranhas de Harry despencam, quando enxerga outra figura mascarada sair atrás da árvore com Neville sob a ponta da varinha. Ele inicia o movimento para sacar a sua varinha quando a voz de Pansy o faz parar.

— Eu não faria isso se fosse você. – adverti ela.

— Uma é o Draco Malfoy e quem é a outra pessoa? – Harry questiona puxando-a para perto pelo braço. – Fala para eles abaixarem as varinhas e soltarem o Jorge e o Neville.

Pansy nega com a cabeça.

— Harry, faça alguma coisa! – grita Rony atrás de si.

— Eles o amaldiçoaram também. – sussurra ela com um tom sinistro.

Por intuição, Harry volta olhar para o carrinho que está Alvo.

— Eu disse...

— NÃO!

  O grito de Rony não havia acabado de sair de sua boca quando feitiços começam a ser lançados de um lado para outro, porém nenhum feitiço o atinge pelo protego lançado por ele para proteger ambos.

— Fumos!

Harry ouve Pansy pronunciar e uma grande nuvem de fumaça preenche o local. Tudo ao redor fica branco e sem visibilidade nenhuma.

—TEDDY! – Escuta Andrômeda chamar.

 Harry olha assustado para os lados tentando vê-lo, temendo que Teddy possa ter sido atingido.

— HERMIONE, NÃO!

Mesmo com a primeira tentativa sendo frustrada, Harry tenta novamente lançar o feitiço para sugar a fumaça. Os brilhos das luzes de feitiços podem ser vistos, mas não os bruxos que os lançam.

— Pansy! – Chama Harry às cegas quando não consegue vê-la.

Um berro corta o ar.

—Rony!

Os passos rápidos e incertos de Harry na neblina o aproxima de quem ele acha que possa ter berrado. Um auror está desesperado balançando sua varinha em volta de si para afastar o enxame de abelhas que o ataca.

— Quer rever o seu irmão, Weasley? – A voz de Draco ressoa ameaçadoramente no vazio esbranquiçado. - Eu faço você rever ele.

Seu corpo tromba com outro auror que tosse de forma angustiante e luta para respirar. Em meio a névoa e as tosses um choro agudo de criança ecoa.

— PAREM! – Vocifera Harry.

 O medo toma seu corpo e some qualquer senso de racionalidade. Encurralado, completamente sozinho e não tendo sua rede de apoio, ele só corre sem rumo no nevoeiro a procura de seu filho.

—PANSY!

Qualquer capacidade de pensar é tirada dele à medida que o choro de Alvo fica cada vez mais forte. O choro cessa e somente escuta os som de sua respiração curta e de seu coração batendo rápido.

— PANSY!!

Ele sente que algo passou pelo seu corpo, como tivesse passado por uma corrente de água fria. A fumaça distorce a visão a sua frente e conforme avança a silhueta de Monstro começa a tomar forma como também o carrinho de bebê.

Um murmúrio e som de impacto também demonstra que alguém está por perto e atingiu algo duro. Suas mãos trêmulas erguem a varinha para o véu de fumaça esperando alguém aparecer. Há mais batidas, e Andrômeda se encontra batendo com os punhos em uma barreira invisível a poucos passos de Harry.  

— Teddy está com você?! – pergunta ela quando o vê.

Harry não responde, sua atenção se foca na pessoa que ao poucos está tomando forma atrás de Andrômeda. Ele não pensa quando ultrapassa novamente a parede que o protegia e se coloca em frente a varinha estendida de Pansy Parkinson.

O tempo de um suspiro é o que ele teve até perceber e sentir  o úmido escorrendo pela sua barriga. Suas mãos toca o líquido quente numa tentativa de parar o fluxo. Ele foi atingido por algum feitiço cortante.

— Calma. – ela segura quando ele cambaleia. – Você vai ficar bem.

— Pansy. – reconhece ele ao erguer o olhar de suas mãos cheias de sangue.

— O que você fez?! – grita ela para o nada. - Estanque Sangria

O lampejo prateado saí de sua varinha, mas o sangue continua a fluir.

— Cicatriccio. – tenta ela com a voz vacilando.

— Pansy...

— Fique quieto, Potter! – Ele apoia a cabeça nela sentindo seu corpo fraquejar. – Eu estou tentando te ajudar.

Um movimento atrás deles chama sua atenção e a ponta de uma varinha é vista e um brilho começa a surgir.

— Pansy! - Harry tenta avisar, mas o feitiço a atinge.

Qual seja o feitiço que tenha sido lançado, acaba tendo efeito nele também, já que tudo escurece.


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Notas finais do capítulo

- O que acharam?

— Eu não coloquei tanta descrição nesse capítulo para dar a sensação de tudo estar acontecendo rápido e de forma que não dá para se pensar. E pelo fato do lançamento do feitiço da fumaça acabar tirando toda visibilidade que uma descrição daria.



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