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O castelo era imenso, isolado e levemente sombrio. Salazar e Godric achavam apropriado para uma escola de magia e bruxaria. Rowena estava inclinada a concordar. Helga, como sempre, era oposição vencida. O problema não era o castelo em si, apenas a certeza de que poderiam torna-lo bem mais acolhedor. Na visão da moça, uma escola deveria ser como uma casa. Um local no qual você se sentisse seguro, bem-vindo, abraçado. E não um ambiente opressor e cheio de normas. Helga Hufflepuff não queria ensinar pela dor ou o medo. Queria ensinar pelo amor e queria incutir esse mesmo amor – pela magia, pelo ensino, pelo próximo – em seus estudantes.

Estudantes, estes, que nem haviam chegado ainda e seus amigos já queriam dividir. Ela era veementemente contra a ideia das casas. Não lhe parecia producente ou mesmo saudável segregar crianças e coloca-las em uma competição vã. Qual era o propósito daquilo? E que bem faria? Além disso, como julgar uma pessoa – completa e complexa – se baseando em características tão triviais e mutáveis.

Godric queria ensinar apenas os corajosos, Salazar queria os ambiciosos e Rowena ansiava pelos inteligentes. Helga entendia de onde vinha o desejo de seus amigos, compreendia porque cada um deles prezava por aquelas características específicas. Ainda assim, não conseguia deixar de se questionar o que era coragem, ambição ou inteligência. Não haviam formas múltiplas desses traços se manifestarem? O que tornava aquelas características marcantes em alguém? Era algo com que se nascia ou qualidades que poderiam ser aprendidas ao longo da vida? Não seria melhor, portanto, ensinar a qualquer um que estivesse disposto a aprender, a trabalhar duro, a abrir seu coração, espírito e mente para ouvir o outro?

Helga julgava que sim e era por isso que não faria distinção entre seus alunos. Não os selecionaria com testes estúpidos que diriam tão pouco sobre seu caráter e principalmente sobre as pessoas que poderiam se tornar. O futuro era um mistério, mas a educação abria portas. Era para isso que servia uma escola, não é mesmo? Não era por isso que trabalharam tão duro para fundar aquele colégio. Então, Hufflepuff teria que a pessoa contrária, apenas para variar, e não criaria barreiras para seus estudantes. Ensinaria a todos que viessem até ela e os trataria como iguais. Faria de Hogwarts um lar, para si mesma e para aqueles jovens bruxos e bruxas. Um lugar onde todos pudessem se sentir acolhidos e abraçados. Sem distinções, sem preconceitos e sem julgamentos.