Apocalipse escrita por merm4idtxt


Capítulo 3
Capítulo 3: De volta ao vilarejo.




Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/794729/chapter/3

Sakura acordou e abriu os olhos lentamente. Quando percebeu que estava deitada no peito de Sasuke ela se afastou timidamente.

— S-Sasuke!

— Eu não queria te acordar. – ele disse levantando-se e saíndo da cama.

Sakura demorou um pouco para despertar, mas logo em seguida foi para o jardim. Ela colheu algumas frutas frescas e tomou café com Sasuke.

— Sasuke-kun, depois que comermos eu quero te mostrar uma coisa.

— O que? – ele mordeu uma maça.

— Quando eu cheguei aqui eu encontrei algumas coisas no porão mas não consegui entender nada. Talvez você possa ajudar.

Sasuke assentiu.

Assim que terminaram o café da manhã, Sakura levou Sasuke até o porão da sala. Ela acendeu algumas velas e iluminou a sala. Haviam diversas estantes com livros velhos, uma mesa de madeira, cadeiras e algumas poltronas espalhadas. Sasuke olhou em volta, curioso. Em uma parede, havia um quadro com um homem pintado. Na pintura, o homem estava sentado e levitava.

— Olhe. – Sakura apontou.

Sasuke se aproximou de onde ela estava.

— Os olhos dele... – Sasuke ficou boquiaberto. – Rinnegan?

— Sim.

Sasuke se aproximou da pintura e passou o dedo sobre a superfície de madeira da moldura. Um nome apareceu por baixo da poeira.

— Hagoromo Otsutsuki.

— Huh? – Sakura se aproximou. – H.O!

Sakura olhou para Sasuke, empolgada.

— As iniciais no portão. – disse.

— Que é esse cara? – Sasuke indagou.

— Eu não sei. – Sakura se jogou em uma das poltronas. – Eu passo a maior parte do meu tempo aqui, posso dizer que já li todos esses livros, alguns mais de uma vez. Entretanto nunca li nada sobre esse tal Hagoromo.

Sasuke andou pelas estantes e leu a lombada de alguns livros.

A História da vingativa Kiyohime, O Garoto Pêssego, O Sábio dos Seis Caminhos... — Sasuke discorria. – Todos eles se tratam de contos e lendas.

— Eu pensei que pudesse encontrar algo relevante devido à peculiaridade deste lugar, mas como pode ver são apenas livros comuns. – Sakura se levantou.

— Tem algo estranho sobre esse cara. – Sasuke voltou-se para o quadro. – Ele me parece familiar.

— Você acha que foi ele quem construiu esse lugar?

— Talvez.

— Não há mais nada sobre ele aqui... Não é possível que alguém que tenha planejado esse lugar tenha morrido.

— Você pode estar certa. – Sasuke disse por fim. – Eu vou dar mais uma olhada nos livros, talvez consiga ver algo que você está perdendo.

Sakura assentiu.

Os dois ficaram naquela biblioteca durante toda a tarde. Já estava escurecendo quando Sakura foi chegar a galinha selvagem que havia colocado no forno.  Há alguns dias ela caçara o animal e o manteve congelado. Sasuke saiu do porão e foi até ela.

— O cheiro está bom. – ele disse, fazendo-a se assustar.

— Sasuke-kun.

— Não acho que vamos conseguir encontrar algo lá embaixo. – disse. – Eu usei o Sharingan para tentar enxergar algo oculto nas páginas dos livros mas não havia nada.

— Entendo.

— Acho que deveríamos arriscar ir até aquele vilarejo. Talvez encontremos algo. – Sasuke sugeriu.

— Você tem certeza? – Sakura tirou a galinha do forno e a colocou sobre a mesa.

— Sim. Deve ter algo lá que pode nos levar a algum lugar.

— Tudo bem.

Sakura e Sasuke se deliciaram da galinha e se reuniram no quarto para arrumarem suas coisas. Eles partiriam logo cedo para aproveitarem a luz do dia. Sakura estava um pouco mais confiante sobre ir para o vilarejo. Sabia que Sasuke a protegeria caso acabassem encrencados com os zubis. Mesmo que não pudesse usar jutsus, sua visão ainda era privilegiada e ele também era muito habilidoso com a espada.

Assim que amanheceu, Sakura e Sasuke se colocaram de pé. A garota havia colocado na mochila um kit para primeiros socorros, água, comida, uma caixa de fósforos e algumas kunais que tinha consigo desde o dia que acordara ali.

Os dois desceram calmamente pela montanha e atravessaram a floresta sem nenhum problema. Pararam de frente para o portão do vilarejo quando o sol estava começando a sair totalmente de trás das nuvens. Sakura e Sasuke caminharam em silêncio pela rua do mercado.

Havia algo que parecia uma escola e foi o primeiro lugar que resolveram explorar. Tudo parecia um caos, as mesas e cadeiras estavam espalhadas pelo chão e algumas estavam quebradas. Sasuke parou Sakura em um corredor com diversas portas.

— Vamos nos separar para olhar as salas de aula. – disse. – Se algo acontecer grite.

— Certo!

Sakura entrou na primeira sala a direita. Parecia a sala dos alunos mais novos, haviam alguns brinquedos no chão e na estante. Sakura deu uma olhada rápida nas gavetas da mesa do professor e não encontrou nada além de gizes de cera e um apagador.

Quando saiu da primeira sala, pode ver Sasuke entrando em uma outra. Para ele deveria ser mais fácil procurar coisas, afinal ele tinha o Sharingan.  Novamente Sakura não encontrou nada relevante.  Sala por sala, tudo o que conseguia achar eram materiais escolares. Sasuke e Sakura se encontraram no final do corredor.

— Eu não encontrei nada. – a garota disse.

—Eu também não.

— Vamos olhar o segundo andar.

Os dois subiram as escadas juntos e novamente estavam em um corredor. Havia uma placa que indicava algumas salas de aula, os banheiros e a biblioteca.

— Eu vou olhar a biblioteca. – Sasuke disse antes de seguir seu caminho.

Sakura foi em direção as salas de aula. Duas delas estavam totalmente vazias, sem mesas ou cadeiras. Deu uma olhada rápida no banheiro e seu coração acelerou quando ela viu manchas de sangue no espelho. Quando saiu de lá, percebeu que as marcas de sangue percorriam o corredor até o final.

Ao parar de frente para a última porta, notou que ela estava emperrada. Era arriscado mas talvez podia haver alguém se escondendo ali. Sakura forçou a porta com o ombro e conseguiu entrar na sala. Seu estômago revirou ao ver que havia um amontoado de corpos em decomposição ali no meio do cômodo. Instintivamente sua mão cobriu sua boca e seu nariz.

O cheiro podre fazia Sakura sentiu náuseas. Ainda sim, ela tinha que continuar sua busca. Pouco atrás dos corpos, havia uma pilha de jornais em cima de uma mesa. Sakura passou cautelosamente por eles e pegou todas as folhas, guardando-as na mochila. Talvez ali eles pudessem ler alguma informação sobre aquela pandemia zumbi.

Um barulho arrepiante de um rosnado percorreu os ouvidos de Sakura. Ela se virou e se deparou com uma horda de zumbis adentrando a sala e bloqueando a porta. Sakura deu um passo para trás mas suas costas bateram na parede, ela não tinha saída. Sabia que sua atual força não seria o suficiente para quebrar a parede e tentar escapar.

Sakura tremia e não tinha muito tempo para pensar em algo. Os zumbis se aproximavam cada vez mais dela, estavam sedentos e ela já previa o que vinha depois. Não iria conseguir passar por eles e chegar até a porta. Sakura gritou e fechou os olhos quando viu um morto-vivo estender a mão para pegá-la.

Tudo aconteceu muito rápido. Sasuke havia passou a lâmina nos zumbis mais próximos de Sakura e a pegou no colo, saindo pela janela de vidro. Ele pulou dali para o telhado de uma casa próxima. Sakura abriu os olhos lentamente e viu Sasuke parado em cima dela.

— Você está bem? – ele perguntou.

— S-sim, eu achei que fosse... Sasuke- kun você está ferido!

Sakura olhou para o ombro de Sasuke e havia alguns cacos de vidro perfurando sua pele.

— Não é nada, eu precisei quebrar o vidro da sala para poder sair. – ele olhou para seus ferimentos.

— Eu posso cuidar disso.

Sakura pegou o kit de primeiros socorros na mochila e o abriu. Delicadamente ela tirou os cacos de vidro que estavam grudados na pele de Sasuke. Ele a observava atentamente enquanto ela assepsiava o local com alguns medicamentos e estancava o sangue. Em seguida, Sakura passou uma pomada anestésica no local e passou uma faixa em volta.

— Não podemos deixar que isso infeccione. – ela disse. – Nossos ferimentos não se recuperam com tanta facilidade nesse mundo.

— Você encontrou algo? – Sasuke desconversou.

— Sim, uma pilha de jornais. Talvez eles contenham informações sobre essa doença que traz os mortos de volta a vida.

— Ótimo. Esse vilarejo é muito pequeno, estive pensando e há somente dois lugares que talvez possam conter alguma coisa importante. Estamos em cima de um deles.

Sakura analisou o lugar onde estava. Aquela era a residência do Kage ou qualquer que fosse o responsável pelo vilarejo. Era apenas uma construção redonda de três andares. Sasuke pisou forte no chão e fez com que o telhado de madeira meio apodrecido cessasse. Ele pulou para dentro da sala e Sakura o seguiu.

Havia uma mesa com alguns pergaminhos abertos e outros fechados. O chão estava abarrotado de papeis espalhados e amassados, não havia mais do que isso ali.

— Suponho que vamos demorar um pouco por aqui.  – Sakura disse.

Sasuke assentiu.

De fato eles gastaram horas naquela sala. Os papéis e pergaminhos ali continham diversos assuntos, como política e exportação. Alguns falavam sobre uma nova doença que estava se espalhando nas vilas maiores e que as pessoas estavam se tornando agressivas e perigosas, não havia nenhuma cura aparente. De acordo com algumas cartas encontradas, o responsável pelo vilarejo parecia um tanto desesperado.

Sakura estava sentada no chão procurando guardando alguns pergaminhos e papéis que descreviam a engenharia do vilarejo quando Sasuke a chamou.

— O que foi? – ela se levantou e foi até ele.

— Olhe só isso.

Sasuke estava parado atrás da mesa central. Havia um mapa embaixo do vidro.

— Vamos quebrá-lo e tirar o mapa daí. Olharemos melhor quando chegarmos em casa, precisamos voltar antes que escureça.

Sakura pegou uma pequena estátua de mármore que havia ali e cobriu seu rosto antes de acertá-la no vidro, que se estilhaçou. Sasuke tirou o mapa dali e o dobrou, colocando-o dentro da mochila de Sakura. Os dois desceram para o segundo andar e não encontraram nada além de uma sala abandonada.

Haviam algumas fotos espalhadas, Sakura as olhou como se pudesse encontrar alguém conhecido, mas não passavam de estranhos daquele mundo. No térreo havia apenas um balcão onde provavelmente deveria ficar uma recepcionista.

Sakura e Sasuke não demoraram muito mais naquele lugar. Enquanto caminhavam pelo vilarejo, Sakura estava acanhada.

— Sasuke-kun?

Sasuke que caminhava em silêncio olhou para ela como resposta.

— Obrigada por me salvar aquela hora. Eu provavelmente teria morrido.

— Está tudo bem. Obrigado pelos curativos.

Sakura sorriu.

— Espere, agora que eu me lembrei, você mencionou um segundo lugar que poderíamos achar algo.

— Sim. – Sasuke pareceu mais sério. – O hospital.

Sakura suspirou.

— Eu imaginei...

— O que foi? – ele notou um tom preocupado na voz da garota.

— Há pouco mais de um ano eu vim para o vilarejo pegar alguns alimentos. Pensei em checar o hospital, afinal eu poderia encontrar coisas úteis como remédios ou laudos que me ajudassem a entender a doença.

— E então?

— Eu observei o local atentamente. Os zumbis parecem se concentrar ali, existem muitos deles naquela região. Por outro lado, o hospital está lacrado. Existe uma chance de estar tudo limpo por lá.

— Você acha que conseguiríamos passar estado em dois? – ele perguntou.

— Eu não sei... Talvez. Precisaríamos encontrar outra entrada.

— Você pegou aqueles pergaminhos das construções da cidade?

— Sim, estão aqui.

— Nós podemos pensar em algo.

Sakura concordou.

Ao chegar em casa, tudo o que Sakura queria era tomar um banho. Ela correu para a banheira e deixou que Sasuke preparasse o jantar. Depois de quase morrer, era aquilo que ela merecia.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!




Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Apocalipse" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.