#SkatingMamaStories escrita por Haruyuki


Capítulo 1
#KatsukiMari




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O que falar da infância e adolescência de Katsuki Yuuri? Se perguntar para ele, certamente ele irá dizer patinação Artística, Victor Nikiforov, Balé e Vicchan. Mas outras pessoas ao redor dele vão dar uma resposta um pouco diferente.

Katsuki Mari é um bom exemplo. A irmã ranzinza de Yuuri, que desde pequena era uma moleca que se metia em brigas, e costumava brincar com os outros meninos pela cidade. Isso a fazia chegar a ter diversos machucados pelo corpo, algo que sempre trouxe preocupação para a mãe deles, Hiroko. Acontece que as brigas eram contra crianças que faziam bullying com seu irmão mais novo.

E todas as vezes que Mari aparece machucada, Hiroko os tratava gentilmente. Pequeno Yuuri, que havia acabado de chegar das aulas de balé, observava tudo com atenção.

E então…

~x~

Mari retorna para casa com um grupo de amigos quando observa uma cena que a faz congelar. Garotos da escola dela correm atrás de Yuuri, o chamando de porco, menina, balão, gordinho e outros nomes que a faz se encher de raiva. Yuuri escapa para o estúdio de Minako-sensei, e os meninos continuam falar alto para que ele escute mesmo dentro do estúdio.

"Ei." Mari diz, estalando os dedos e assustando os dedos. "Se importariam de me dizer por que diabos estão judiando do meu irmão mais novo?"

"A resposta é óbvia, Katsuki! Meninos devem gostar de coisas de meninos, não de meninas!" Um deles, que parece ser o líder do grupo, diz.

"E o que seriam essas coisas de menino?" Ela pergunta, franzindo a testa para ele.

"Futebol, games, carrinhos de brinquedo." Ele responde, com os braços cruzados. "Não coisas afeminados como Balé e patinação artística."

"Que eu saiba, existem homens que são bailarinos e patinadores de gelo, então eu não vejo nenhum problema meu irmão querer ser um. Além disso, se meu irmão mais novo quer ser um bailarino ou patinador artístico, isso não é algo do interesse de ninguém além dele mesmo, o que me faz perguntar novamente o por que diabos vocês estão judiando do meu irmão mais novo?"

"Cala a boca, Katsuki!" Ele exclama, com o rosto vermelho e antes que ela percebesse, ela é acertada no rosto com um soco.

"Maldito!" Ela diz, avançando em cima dele e o socando.

Logo, os outros garotos tentam separar a briga, que só se interrompe quando um guarda se aproxima. Mari, cuspindo no chão ao observar os garotos correndo, vai até um parque e se senta no balanço, não querendo voltar para casa ainda.

"Nee-chan?" Ela se assusta ao escutar Yuuri, e usa o balanço para se virar na direção da voz.

Ela quase solta um palavrão quando o vê arregalar os olhos ao ver ela com o rosto machucado.

"Você está bem?" Ele pergunta, se aproximando dela com o rostinho inclinado.

"Eu estou." Ela responde, franzindo a testa para ele. "Você não vai treinar balé com Minako-sensei?"

"Eu ia, mas Minako-sensei não me achou com cabeça para treinar." Ele diz, colocando a sua mochila no chão e se agachando na frente dela, a abrindo.

Ela se assusta ao ver seu irmão retirar da mochila… uma pequena caixa de primeiros socorros?

"Yuuri? Desde quando…?" Ela se interrompe quando o menino passa algodão e merthiolate no rosto dela, a fazendo soltar um palavrão.

"Desculpa, Neechan. Fique quieta, por favor." Ele pede a ela, concentrado. 

Ele passa outros remédios em outros machucados pelo rosto, braços e mãos dela. E quando ele termina, ele abre um sorriso tímido para ela, satisfeito.

"Eu acabei." Ele então guarda tudo na caixa e depois na mochila, jogando os algodões sujos no lixo.

"Vai me contar porque anda com uma caixa de primeiros socorros na mochila da escola?" Ela pergunta, se levantando e estendendo a mão para ele.

"Eu perguntei para a mamãe se eu poderia ter remédios por causa das aulas de balé e de patinação no gelo." Ele diz dando de ombros. "Ela está me ensinando a usar eles antes de me dar."

Ela sorri, e juntos, eles retornam para casa, onde são imediatamente vistos pela mãe dos dois, que fica chocada e triste com os machucados de sua filha e orgulhosa de seu filho quando Mari revela que ele tratou os machucados dela.

"Eu apenas fiz o que achei certo." Yuuri diz, com as bochechas coradas.

Mari se recusa a revelar a eles o motivo de estar machucada, mas seus pais logo percebem que ela olha para Yuuri com tristeza, o que já é resposta o suficiente.

~x~

Quando Yuuri pede aos seus pais por um cachorro 'como Victor', isso acaba surpreendendo os pais e a irmã dele. Afinal, o menino não costuma ficar pedindo coisas para eles. Ele, que deseja ser um patinador artístico por causa de Victor Nikiforov, não só já tem idade para estar participando de competições novatas, como também está ciente disso e mesmo assim, não pede para participar de competições ou treinamento com um técnico profissional. Fora que ele não tem condições de ter patins adequados e as roupas usadas nas competições.

Isso apenas prova para os Katsukis e para Minako que o menino está ciente da situação financeira de sua família, e que ele só participa das aulas de Balé e de patinação no gelo com Nishigori Takahiro porque são de graça. Tirando isso, e os remédios que o menino carrega na mochila, ele não pede mais nada. Nem por roupas, nem por brinquedos. Nada.

Yuuri os surpreende com o pedido por um cachorro, mas soltam um suspiro quando ele os convence a adotar um Mini Poodle marrom, cuja família está prestes a deixar Hasetsu e ir morar em Fukuoka. Enquanto os adultos conversavam entre si, Mari observa o seu irmão brincar alegremente com o cachorrinho, que animadamente aceita a presença do menino. Isso a faz sorrir, pois já faz um bom tempo que ela o ouviu dar risadas naquele jeito.

"Yuuri." O pai deles o chama, fazendo seus dois filhos olhar para os adultos.

"Vicchan pode ir para a casa comigo?" Yuuri pergunta, pegando o Mini Poodle nos braços. 

"Sim." A mãe deles responde, sorrindo o ver arregalar os olhos. "Kunogi-san aceita deixar nas suas mãos Vicchan e tudo o que eles compraram para ele."

O menino abre um largo sorriso e fecha os olhos, abraçando o cachorrinho. Os três Katsukis se entreolham também sorrindo, aliviados por conseguirem dar ao menino um amigo, algo que ele só tem um por causa das aulas de patinação, mas Toyomura Yuuko é três anos mais velha do que ele.

Yuuri e Vicchan são inseparáveis. O cachorro vai com Yuuri até o estúdio de Minako e a Arena Ice Castle, onde ganhou espaços para ficar enquanto assiste o menino treinar. Ele passa a ser o mascote dos locais e todos acham fofo o modo de como ele cuida do cachorro, longo sendo considerado filho de Yuuri.

Naquele ano, Nishigori-sensei dá a Yuuri um par de patins de gelo. Sem que o menino soubesse, ele havia entrado em contato com um oficial da JSF para assistir uma das aulas. O oficial veio acompanhado de outra pessoa, que também é conhecido dele.

"Yuuri." Ele diz, fazendo o garoto o olhar com surpresa, enquanto abraça o novo par de patins. "Se você deixar de lado a situação financeira da sua família, você gostaria de competir como um patinador de gelo?"

"Sim." Yuuri responde imediatamente.

"Então, se prepare, a partir de janeiro do ano que vem, a JSF irá bancar os seus custos com relação à patinação de gelo. Eu estou me referindo a transporte, hotéis e um técnico oficial, e a Mizuno está procurando por jovens atletas que desejam representar o país para patrocinarem com equipamentos adequados." Ele diz, observando o menino arregalar os olhos cada vez mais.

"Eu… vou poder competir?" Ele pergunta, chocado.

"Assim que você assinar o contrato, você irá ter um técnico que irá lhe treinar adequadamente." Nishigori responde, o fazendo franzir a testa.

"Nishigori-sensei e Minako-sensei podem ser meus treinadores?" Yuuri pergunta, surpreendendo os adultos.

"É isso o que você quer?" Minako-sensei pergunta, se ajoelhando na frente dele com os olhos arregalados.

"Sim." Yuuri abre um sorriso tímido e se curva para eles. "Tome conta de mim, Minako-sensei, Nishigori-sensei."

"Entendido." Nishigori-sensei responde, emocionado.

Minako-sensei também aceita e, logo após o ano novo, as aulas de Yuuri se intensificam.

~x~

Mari e Yuuri ficam cada vez mais velhos e o menino, agora um adolescente, cresce como patinador artístico Novato e Junior, sob os cuidados de Minako e Nishigori. Mari, que insiste em se envolver em brigas a ponto de ser considerado uma delinquente e ir até Yuuri todas as vezes que ela se machuca para ser tratada e ouvir broncas dele, algo que só piora quando ela começa a fumar.

Celestino Cialdini mostra interesse em treinar Yuuri se ele aceitar se mudar para Detroit após o ensino médio. Nishigori imediatamente passa a tentar convencer a assinar contrato com ele, mesmo que ele esteja receoso de deixar sua família, amigos e Vicchan para trás. Todos se juntam para convencer a ele, dizendo que ele não precisa se preocupar com dinheiro. A pressão nele é tanta que Yuuri acaba aceitando.

Como Hiroko e Toshiya não são capazes de deixar o Onsen, Mari acompanha Yuuri até o aeroporto de Fukuoka, se perguntando constantemente se fazer ele ir para Detroit sozinho e sem Vicchan para o proteger, mas acaba decidindo não falar nada, convencida de que isso era o melhor a se fazer para ele realizar o sonho de competir junto com o ídolo dele.

"Mari?" Yuuri pergunta, quando o aeroporto começa a anunciar o vôo que Yuuri irá pegar para ir até Tóquio, onde ele irá pegar o vôo que o levará para os Estados Unidos.

"Quê?" Mari o olha, que está de cabeça baixa, respirar fundo.

"Você poderia…" Ele se interrompe, e a olha tristemente. "Você poderia tomar conta de Vicchan por mim?"

Ela solta uma risada, pois já se preparava para ficar responsável pelo Poodle dele.

"Você pode deixar Vicchan comigo." Ela diz, sendo abraçada por ele e o observar ir para o portão de embarque.

Mari acreditava que Yuuri voltaria para Hasetsu nas férias das competições, mas o que ela não esperava era que ele usasse a universidade e os treinos para justificar o não retorno dele. Ela não pode fazer nada, pois tanto ela quanto os pais usam o Onsen para justificar a ausência deles nos eventos de Yuuri pelo Japão. Isso a deixa com cada vez mais saudade dele, embora jamais revele isso para quem perguntar.

E ela poderia muito bem viver sem as constantes mensagens irritantes dele para ela parar de fumar e cuidar da própria saúde. 

Já basta a mãe deles exigindo o mesmo.


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