Ébrio Hábito escrita por Lilium Longiflorum


Capítulo 2
Capítulo 2




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Quinn podia ouvir o seu nome ao longe e aos poucos estava se aproximando, até que finalmente despertou. Conseguiu identificar a voz aveludada que a chamava.

— Gatinha! – balbuciou Harley ainda acordando.

— Pelo jeito você está melhor.

Harley mesmo deitada estudou o ambiente em que estava. Não era mais o quarto de Bucky, mas o ambiente era bem mais arejado e a janela era bem maior do que a do quarto dele. Harley se levantou devagar e perguntou por ele.

— Foi comprar algo para você comer. Eu me ofereci, mas ele insistiu. – respondeu Selina.

Quinn olhou para sua roupa, vestia um vestido de algodão rosa, os cabelos estavam soltos e sua pele limpa.

— Vocês me banharam? – ela perguntou.

— Eu te dei banho, você estava bem grogue, mas consegui fazer isso. Estava péssima.

— Obrigada – Harley segurou as mãos da gata.

Quinn começou a lembrar de tudo o que aconteceu na noite anterior: a perseguição pelo Coringa e Bucky salvando sua vida. Ela começou a enrolar uma mecha de seus cabelos em seus dedos e começou a temer que Selina poderia entrega-la ao Batman. Se levantou da cama e foi até a cozinha deixando Selina no quarto. Esta foi atrás dela e disse:

— Poderia ter pedido para eu buscar água para você...

— Você vai me entregar para o morcego, não é? – perguntou Harley sem encará-la.

— Por que eu faria isso? Bucky me disse sobre você e o que aconteceu, por isso pediu para que trouxesse até aqui.

Harley respirou fundo, quando ouviu alguém abrir a porta, era Bucky. Trazia um saco de papel e algumas cartas, deixou tudo sobre a mesa indo até ela e perguntando se estava tudo bem.

— Estou bem – respondeu Harley indo até a mesa, olhou dentro da sacola de papel e sentou-se em uma cadeira próxima.

— Vou preparar o café para você. – disse Selina pegando a sacola.

Bucky sentou ao seu lado e perguntou:

— O que pretende fazer agora?

Quinn permaneceu calada enquanto olhava para o chão deixando alguns de seus cachos dourados penderem sobre seu rosto. Bucky continuou:

— Você precisa tomar uma decisão logo ou irá perder sua vida.

— Do que está falando? – perguntou Harley voltando seu olhar pra ele.

— Selina me contou sua história com esse palhaço. Você está presa em um sistema.

— Sistema?

— Sim, você está presa em uma jaula que Coringa fez para você. É um sistema maldito! Você é dependente dele, começando pela área afetiva e foi se alastrando para outras áreas. Você diz que o ama, faz os serviços que ele pede, ele te agradece, mas de uma forma diferente: espancando-te e dizendo que não faz mais que a sua obrigação, te ofendendo com palavras torpes, te exibindo como troféu para os outros. E você se contenta com isso. Justifica-se para os outros que esse é o jeito que ele tem de te amar.

Eu também estava preso num sistema, me transformaram em um monstro, uma máquina para matar, falando que isso era bom. E quando eu voltei a mim pude ver que não era. Quantas coisas erradas eu fiz em nome de algo que colocaram em minha cabeça que era certo. E não era e nunca foi!

Você precisa descobrir quem é a verdadeira Harley Quinn. Tenho certeza que não é uma escrava sexual de um maluco, um saco de pancadas, uma assassina. Você deve achar essa mulher jovial, inteligente, amiga e determinada! Onde ela está?

— Presa em um ébrio hábito. – respondeu Quinn com lágrimas correndo pelo seu alvo rosto.

Bucky tirou os cabelos do rosto de Quinn e secou as lágrimas de seu rosto. Ela se aproximou um pouco mais, segurou o rosto dele com as duas mãos e depositou um beijo casto em seus lábios. Logo os dois se afastaram, Bucky passou as mãos pelos cabelos e disse:

— Acho que estamos indo muito rápido.

— Não conseguia expressar minha gratidão de outro modo.

Cada palavra que Barnes falara, caiu no coração de Harley como um bálsamo. Ela precisava se livrar do Coringa com urgência e já estava certa do que ia fazer.

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Passaram-se algumas semanas e algo que ninguém esperava aconteceu. A polícia de Gotham encontrou Coringa, em um beco, morto com um corte profundo no pescoço. Quem cometeu tal crime não demorou a se entregar, fora Harley Quinn.

Já na prisão, ela recebeu a visita de Selina Kyle. Estava apenas as duas numa sala e Quinn perguntou:

— Onde Bucky está?

— Não tive notícias dele mais esses dias.

As duas sentaram frente a frente e Selina perguntou:

— Por que você fez isso?

— Tentei conversar com ele, mas no fundo eu sabia que ia dar nisso. Ele tentou me matar e acabei enfiando minha navalha na jugular dele.

— Legitima defesa, então?

— Eu juro que foi. Mas agora tem um ponto positivo nisso.

— Qual ponto? Você está presa, Harley!

— Mas estou livre do Coringa! – disse Quinn com os braços estendidos para cima.

Harley havia confessado outros crimes que havia cometido junto com Coringa e desejava pagar todo o débito que tinha com a justiça, para assim começar a desfrutar da sua nova liberdade.

Quanto a Bucky, ela nunca mais teve notícias dele. Mas a gratidão pela presença breve em sua vida estava no coração da nova Harley Quinn.


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