You Belong With Me escrita por CecySazs


Capítulo 1
Capítulo Único: I'm going back to 505


Notas iniciais do capítulo

Oie, voltei com mais KiriBaku!

Este mês está acontecendo o "KiriBakuMonth", e no dia 27 a temática foi música... Eu sei, estou um pouco atrasada, mas a intenção é a que conta. Huh?! rs
Dessa vez, a estória foi baseada na música: "505 - Arctic Monkeys". Eu amo essa banda, e só deixei o plot fluir enquanto ouvia.

Boa leitura!



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/794597/chapter/1

As luzes iam diminuindo gradativamente conforme o trem se distanciava da Philadelphia, seguindo caminho até a estação terminal, em Nova Iorque. O clima dentro do vagão era agradável e silencioso, tendo poucos passageiros em companhia na viagem, cada qual em seu próprio universo particular; ajudava tanto para o próprio anonimato quanto para a quietude do horário, inclusive. A duração do trajeto não seria longa, pouco mais de 45 minutos, e muito em breve, poderia matar um pouco a saudade que o corroía. 

O suave balançar do transporte sobre os trilhos era um acalento para o ansioso cantor de olhos fechados, que mexia ritmadamente a cabeça com a melodia que fluía através dos fones de ouvido, alheio a movimentação ao seu redor. A música sempre fora sua válvula de escape para a ansiedade que o acometia em cada retorno para casa. Assim como também era sua companheira para as frequentes partidas; inevitavelmente, nesses momentos específicos, uma única pessoa surgia em seus pensamentos.

 

Os últimos acordes eram dados no violão, encerrando os parabéns cantado especialmente para o aniversariante do dia. O loiro ostentava um sorriso orgulhoso na face, olhando diretamente para a câmera do notebook posicionado na cama. Deixando o instrumento de lado, Bakugou pegou o objeto colocando-o no próprio colo, recostando-se na cabeceira para observar melhor o rosto corado à sua frente.   

— Obrigado, Suki, isso foi lindo! — Os lábios trêmulos foram pressionados pelos dentes pontudos, enquanto as lágrimas escorriam em abundância, dando início a um pranto doloroso carregado de saudade. — Me desculpa, eu nã-  

 — Shiii, não chora, meu amor. — Cada soluço ouvido através da vídeochamada era como facadas no peito do loiro. Faltava tão pouco para regressar… só mais um mês, e, enfim, casa. Precisava continuar sendo forte por ambos, apesar de compartilhar o mesmo sentimento angustiante. — Respira, Ei, ‘tá tudo bem. Eu ‘tô aqui… calma.

— Que merda, por que tem que doer tanto assim?! Eu já deveria ter me acostumado, né? — Uma risada sem emoção seguido por um grunhido frustrado reverberou através da tela. O ruivo respirou fundo, secando as teimosas lágrimas que insistiam em continuar a cair. — Sinto sua falta, mozi, queria você aqui. Desculpa, ‘tô send-   

— Eu sei, amor, eu sei. Eu também gostaria de estar aí com você, hoje... mas falta tão pouco, agora — interrompeu antes que o outro retomasse com os pedidos de desculpa. A saudade era sufocante, e mútua. A parte ruim da fama, e paralelamente do sucesso, era justamente essa: a ausência na vida das pessoas amadas. Principalmente em datas importantes, como àquela. — ‘Tô levando um novo par de horrorosas crocs para você. Espero que não deixe a Riot comer dessa vez, tch!”

 

A agridoce lembrança foi trazida quando os acordes da música do casal começou a tocar em seus ouvidos. Lembrava-se com clareza do lindo sorriso com dentinhos pontiagudos que recebera ao contar do presente, afastando assim, momentaneamente, a tristeza do momento com a sutil mudança de foco na videochamada. Bakugou desmoronava completamente cada vez que o namorado chorava, a nostalgia trazia a sensação de que mais uma vez, Eijirou o receberia com um adeus à espreita.

Não havia sido fácil os últimos meses, a distância, o sufocou em diversos momentos, a saudade aumentava a cada ligação encerrada; nunca havia ficado tantos quilômetros afastados um do outro ou tiveram tantos contratempos e fusos horários diferentes, atrapalhando ‘as chamadas combinadas’ do casal. Os malditos sentimentos ambíguos não ajudavam em sua insegurança, e apesar de todo o apoio incondicional que sempre recebera tanto do companheiro, quanto da própria família, Katsuki temia o dia em que retornaria para casa e Eijirou não estaria mais a sua espera. 

A despedida no aeroporto há 7 meses ainda lhe causava um gosto amargo na boca, e pensar que a extensa lista de shows que ainda precisava cumprir no país, não ajudava muito no fantasma que o acompanhava nessas ocasiões. Não condenaria o companheiro caso este viesse a romper consigo devido a exaustão que a distância causava no relacionamento de ambos. Afinal, foram muitas as vezes que precisaram cancelar encontros ou passar datas comemorativas — como o aniversário de Eijirou — distantes um do outro.

A estridente buzina do trem o trouxe de volta a realidade, o maquinista avisava aos passageiros que em poucos minutos estariam parando na estação terminal, fazendo com que a sensação de frio na barriga aumentasse no estômago do loiro. Suspirando profundamente, Bakugou aproveitou para pegar o celular no bolso dianteiro da calça jeans escura, soltando um sonoro palavrão ao verificar o horário, constatando que provavelmente encontraria Kirishima dormindo no hotel. Com passos apressados, seguiu em direção à saída da Grand Central Station, a procura de um táxi.

 

[...]

 

Seu reflexo no espelho mostrava as olheiras escuras, resultantes de noites mal dormidas devido a ansiedade que crescera na última semana quando soube que conseguiria uma folga na agenda para encontrar-se com o ruivo. Todavia, nos lábios carnudos, Bakugou ostentava um leve sorriso enquanto acompanhava apreensivamente no painel os andares que iam subindo… O coração batia acelerado, as borboletas voavam ensandecidas em seu estômago, Katsuki aproveitou para secar o suor das mãos ao alisar a calça. Inspirou e expirou profundamente, tentando aliviar a ansiedade, assim que deu um passo em direção ao corredor após a abertura das portas metálicas. 

Enfim, estava diante a porta do quarto 505.

O ambiente se encontrava iluminado pela luz artificial da televisão ligada num canal qualquer, deixando os pertences em cima da poltrona, Katsuki caminhava silenciosamente pelo espaçoso quarto conforme retirava o calçado assim como a jaqueta e o jeans escuro. Ao retornar do banheiro, deixou-se admirar por breves instantes a face serena de Eijirou adormecido na cama; os longos cabelos ruivos estavam espalhados pelo travesseiro, e ele ressonava baixinho deitado de lado, com as mãos escondidas entre as coxas.

Com olhos marejados, Bakugou se aconchegou delicadamente atrás de Kirishima, envolvendo-o entre os braços, inalando o doce odor de morangos que exalava dos cabelos avermelhados, deixando um beijo casto na pele exposta do ombro antes de encaixar o queixo na curvatura do pescoço alheio.

— Bem-vindo de volta, Suki — Eijirou o saudou, entrelaçando os dedos das mãos com a do namorado, suspirando aliviado. O coração enchendo-se da acolhedora sensação de plenitude por estar finalmente entre os braços daquele que tanto amava. — Me desculpa, não consegui esperar você acordado.

— Não se preocupe, o que importa é que estamos juntos de novo. — Katsuki o puxou mais para si, enchendo de beijinhos do ombro ao pescoço do ruivo, fazendo cócegas, sorrindo feito um bobo apaixonado ao ter a risadinha rouca de sono preenchendo seus ouvidos. — Volte a dormir, amor, eu prometo que estarei aqui quando você acordar.

Embalados pelo aconchegante calor que emanava entre os corpos, o casal adormecera tendo a certeza que não importava quantos dias ou meses ainda teriam que passar convivendo com a ausência do outro, o que importava era o desejo recíproco que nutriam por cada reencontro com aquele que amavam verdadeiramente. Por enquanto, teriam a saudade como companheira, conquanto, muito em breve, Kirishima poderia acompanhar Bakugou por onde quer que ele fosse.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Então, gostaram?
Espero que tenham ficado tão boiola quanto eu!

Agradeço a quem leu! Se possível, deixem um comentário...
Até a próxima!