Our Secret escrita por Lola Cricket


Capítulo 1
Único.


Notas iniciais do capítulo

Primeiramente, oiê!

Essa é minha primeira fanfic jily na vida. Confesso que é muito difícil pegar a essência desse casal, mas acho que consegui. Essa one estava mofando nos meus arquivos há muito tempo, até que sem querer eu mandei para a Carter e ela disse que valia muito a pena terminar.

Quero dedicar essa pequena história a todos os jily shippers canon, que não aceitam o final deles de jeito nenhum! (como eu) e especialmente para a Carter, que é minha beta e me incentivou MUITO a terminar essa história.

Boa leitura!



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Grifinória acabou de ganhar a final do campeonato de Quadribol de Hogwarts.

A arquibancada estava indo a loucura enquanto eu abaixava meu exemplar do Profeta Diário, discretamente para observá-lo.

Potter.

James comemorava ao lado de seu time. Ele estava radiante, como alguém que acabou de ganhar na loteria trouxa. Revirei os olhos e tentei voltar minha atenção ao jornal, fingindo não me importar com as festividades do colégio.

Mas eu me importava. Por dentro, eu sentia meu coração se aquecer ao saber que mais uma vez a minha casa era campeã. Esse é o último campeonato de Quadribol em Hogwarts que presenciei antes de me formar, e definitivamente, era uma boa maneira de dizer adeus ao castelo.

Marlene McKinnon, minha grande amiga, gritava enlouquecida ao meu lado, pegando em meu braço e tentando tirar minha atenção do jornal, onde havia várias notas sobre desaparecimentos de bruxos no Beco Diagonal.

Como eu poderia dar atenção a um jogo banal quando várias pessoas estavam morrendo por apenas serem quem eram? Mas eu entendia. Aquilo era uma forma de se distrair do que estava por vir.

— Bom, já que essa coisa aleatória acabou, vou adiantar os afazeres da minha ronda. — Marlene revirou os olhos com a minha fala, enquanto fecho o jornal e me levanto. Sou a monitora-chefe.

— Ah vamos lá, você pode muito bem fazer isso depois! Olha só, o Potter está radiante e está olhando para cá. — Tento fingir que não me importo e revirei os olhos, mas Marlene está apontando discretamente para ele.

— E? É só o Potter.

Mas não consegui evitar olhar para cima novamente. Ele realmente estava olhando para mim. Arqueei as sobrancelhas para ele e o seu sorriso aumentou. Potter se achava o rei de Hogwarts principalmente quando subia naquela vassoura.

Ele acenou para mim e nesse momento senti todos os olhos em mim. Tentei manter minha expressão a mais indiferente possível, mas senti um início de um sorriso se formar em meus lábios. Isso só fez o seu sorriso se alargar e pude escutar alguns colegas assoviando para nós.

— É o Potter, ruiva? Tem certeza? – Marlene diz em um tom irônico em meio tudo aquilo.

Desvio o meu olhar do moreno em sua vassoura e volto a encarar minha melhor amiga.

— Ele gosta de chamar a atenção.

— Admita, Lily, você adora como o mundo dele parece girar ao seu redor.

— Estou indo. – Ignorando a fala dela, saí andando em meio todo mundo para descer dali. Ainda sinto o olhar dele em mim, meu coração parece que vai pular do peito.

É só o Potter.

A arquibancada começa a glorificar o nome dele, reverenciando o rei de Hogwarts. Reviro os olhos, acalmando meu coração. Esse é o efeito Potter, não só em mim, mas em todos. Ele é um idiota, prepotente e egocêntrico. Podia ser bonitinho e parecia ter dado uma trégua ao Severus por minha causa, mas ainda era o mesmo idiota de sempre. Não é?

Sinceramente Evans, continue repetindo esse discurso para si mesma e talvez acabe acreditando.

Estou andando pelos corredores pedindo para os alunos da Grifinória andarem em direção ao dormitório ou ao salão principal para o jantar quando meus pensamentos caem em Severus.

Não o vejo há alguns dias. Não somos mais amigos, mas eu o observava de longe. E ele estava no caminho errado, eu conseguia sentir isso. Ele está com a marca, vê como ele coça o braço? Marlene comentou comigo uma vez. Não podia pensar nisso sem querer surtar, meu amigo, meu mais antigo amigo, estava ao lado de uma ideologia que ia contra mim, contra quem eu sou. Uma sangue-ruim.

— Ei Lily. – Escuto uma voz conhecida me chamar e me viro ao ver Remus Lupin caminhando em minha direção. – Posso te acompanhar?

Ele começa a andar ao meu lado enquanto caminho em direção ao salão principal. Remus, apesar de ser melhor amigo do Potter, era totalmente diferente dele. Remus tinha uma cicatriz em seu rosto, o que não anulava sua beleza charmosa e sua personalidade simpática.

Remus têm seu lado bagunceiro e, também, seu lado puro. E adoro tê-lo como amigo.

— Você parece apreensivo. — Remus realmente estava. Sempre com um sorriso no rosto, dessa vez parecia desanimado.

— Hoje é noite de lua cheia.  — Suas sobrancelhas estavam franzidas naturalmente, como quem não conseguia parar de pensar em situações ruins.

— Ah... — Remus tinha um pequeno problema. Pequeno não; um enorme problema. Daqueles que só apareciam quando a lua cheia aparecia junto. Eu descobri esse segredo no quinto ano, quando, em um momento de raiva do Potter, tentei dedurá-lo em uma noite.

Quase dedurei Remus junto quando vi Potter, Black e Peter Pettigrew virarem animagos, que era uma prática totalmente proibida. Eu estava pronta para abrir a boca quando descobri o porquê deles se transformarem.

Remus Lupin era um lobisomem. A cicatriz de seu rosto era resultado de um ataque de lobisomem quando era mais jovem. E os meninos o ajudavam a aguentar o momento daquela forma. Desde então, Lupin e eu somos bons amigos. E eu o ajudo com algumas poções pós transformações, que impedem suas dores de cabeça.

— Vai dar tudo certo, os meninos vão estar lá, como sempre, te mantendo longe da escola.

— É, eu sei, mas são sempre difíceis de aguentar. — Coloco minha mão no ombro dele em forma de conforto e Remus sorri. Ao entrarmos no salão principal, a face apreensiva dele some e no lugar entra o famoso sorriso maroto.

Os marotos. Era como James Potter, Sirius Black, Remus Lupin e Peter Pettigrew eram chamados. Desde o primeiro ano, esses quatro aprontam muito e ganharam esse apelido. Sempre unidos, sempre arrancando os cabelos dos professores e os suspiros das garotas.

— Aluado, finalmente! — Escuto a voz de Sirius Black chamando Remus na ponta da mesa da Grifinória.

Enquanto Remus era o amigo calmo, que parecia sempre estar pronto para salvar os amigos, Sirius parecia a gasolina que faltava para tudo pegar fogo. Sirius Black. O braço direito dos problemas de Potter. Me viro pronta para sentar em outro lugar quando Remus me puxa para me sentar com eles.

Sirius sorri ironicamente para mim.

— A que devemos a honra de sua presença minha ruiva preferida? – Devolvo o sorriso irônico a ele.

— Acredite, tenho coisas melhores para fazer do que ficar sentada aqui com vocês.

Sirius sorri, agora de verdade, desmanchando a carranca de metido e eu sorrio de volta. Nesse último ano eu quase o chamei de amigo. Mas jamais admitiria em voz alta, ainda mais sabendo a festa que ele daria ao me ouvir o chamando assim.

— Então cadê o resto da equipe? — Pergunto como quem não quer saber nada.

— Fala a verdade ruiva, você quer saber onde o Pontas está.

Potter.

— Pois estou aqui.

Potter se junta a nós. Seu sorriso vencedor está em seu rosto, junto com seus óculos meio tortos e seus olhos verdes acastanhados bonitinhos.

Eu disse bonitinhos. Ele é todo bonitinho, na minha cabeça quase soltei suspiros imaginários observando-o durante o dia de longe. Potter se senta ao lado de Sirius em minha frente, recebendo cumprimentos de seus amigos, inclusive Peter, que está sempre quieto em seu canto. As pessoas que passam por ali o cumprimentam pelo jogo.

Peter era o amigo que aguentava as brincadeiras. Apesar de sempre levar as piadinhas dos meninos, a amizade deles eram sinceras, eles sempre protegiam um ao outro.

— Procurando por mim Evans? –  James pergunta, erguendo uma sobrancelha em brincadeira, colocando algo na boca para comer. Faço minha típica cara de indiferença que só James Potter tem o prazer de ver.

— Jamais.

Nós nos encaramos sem desviar o olhar e, discretamente, James pisca um dos olhos para mim. Não aguento e acabo dando risada.

— Credo, parem com essa flertação em meio ao jantar! — Sirius diz em tom alto fazendo todos rirem e eu ficar com vergonha.

Eu não estava flertando. Quero falar, mas a verdade é que eu estava. Potter olha para mim mais uma vez antes de se distrair com seus amigos.

Logo Marlene se junta a nós e o resto do jantar é de forma leve, apesar de pairar sobre nós os acontecimentos de hoje à noite. Remus iria se transformar e eles cuidariam uns dos outros. E Você-Sabe-Quem estava lá fora, esperando o momento certo para atacar os trouxas e sangues-ruins como eu. Comensais da Morte estavam entre nós, e não sabíamos em quem confiar. Eu poderia confiar nessas pessoas em minha volta?

Isso paira sobre meus pensamentos enquanto estou fazendo a última ronda noturna com ele, antes dele ir ajudar nosso amigo. Nós jantamos e nos despedimos de nossos amigos antes de começarmos a andar nos corredores.

É quando ele segura a minha mão.

Sinto que estou soltando a respiração que segurei durante o dia inteiro. Durante o dia éramos Evans e Potter para os outros, eu, a menina que o odiava com todas as minhas forças e ele, o idiota que adorava aprontar.

Mas James Potter não era mais assim.

Quer dizer, ele ainda era um idiota, mas estava diferente.

Eu comecei a notar suas mudanças logo depois que ele se tornou monitor-chefe. James estava mais responsável. Havia cortado seu cabelo, que antes era em forma de tigela, em um topete dando um ar de homem. Parou de receber advertências e detenções, passou a prestar mais atenção nas aulas.

Parou de atormentar Severus.

É sempre por você, Evans. Ele disse quando o questionei em uma de nossas rondas, logo no começo. É sempre para conseguir arrancar um olhar de admiração seu, ou um sorriso. Sem aquele olhar de mandona.

E foi então que eu o beijei pela primeira vez naquela ronda.

James realmente ficou surpreso com aquela atitude. Mas desde então nós não nos separávamos mais. Apesar de manter aquilo em segredo por um tempo, eu sentia meu coração se aquecer em todas as rondas perto dele sem ninguém.

— Estou com problemas nas aulas de Defesa Contra Arte das Trevas. — Começo a falar para quebrar o gelo, ainda segurando a mão dele. — Sabe, é muito difícil fazer um patrono.

— É sobre ter pensamentos felizes, ruiva. Mas não pensamentos qualquer, pensamentos de momentos que te encheram de felicidade.

— O que pensa quando conjura um patrono? Aliás, você nem deveria conseguir conjurar um patrono, pois por ser você ser sabe, um animago, historicamente isso é quase impossível.

James revira os olhos ao ver que estou tagarelando novamente.

— Tive muitos momentos bons em minha vida. E espero ter mais alguns após o colégio. Sabe, com você.

Perco o fôlego quando ouço essas palavras e, sem querer, paro de andar e ele me acompanha. James coloca as mãos em meus ombros e me olha nos olhos, de um jeito totalmente cuidadoso, algo que nunca imaginei que James Potter pudesse ser.

— Desculpe, eu não quis te assustar falando desse jeito. Sei que começamos a namorar agora e não falamos nem para os nossos amigos, mas eu vejo um futuro, sim, Evans. Eu e você. — Seus olhos estão nos meus enquanto fala. Abro um meio sorriso.

— Não é isso que me dá medo, é o futuro em si. Será que teremos um?

James tenta me passar segurança ao me abraçar e me confortar dizendo que teríamos, sim, um grande futuro. Mas eu posso sentir suas mãos tremerem em minhas costas, também temendo o que pode acontecer após a formatura.

Aproveito o silêncio para beijá-lo. Simples, apenas um encostar de lábios, mas o suficiente para esquecermos o assunto. James aperta minha cintura com força, enquanto minhas mãos seguram seu cabelo. Meu coração parecia sempre se contorcer dentro do meu peito toda vez que ele me tocava, principalmente quando nos beijávamos. E os arrepios; seus dedos em minha pele me causavam ondas de arrepios.

É só o Potter.

— Potter se misturando com sangue-ruim. Já era de se esperar. — Sinto o corpo de James enrijecer ao ouvir aquela voz.

Avery. Amigo do Severus. Um sonserino idiota que sabíamos com toda a certeza que tinha se tornado um comensal recentemente.

— Se continuar com o linguajar, Avery, vai levar mais que uma detenção. — Digo antes que James perca a paciência. Ele odiava aquela palavra, principalmente dirigida a mim.

Quando me viro para falar diretamente com Avery, meu coração parece que vai sair pela boca. Severus está com ele. Um pouco mais atrás, sem conseguir me encarar, mas está ali, vendo seu amigo dirigir aquelas palavras a mim. Dizendo coisas que ele também já havia dito para mim.

— Sua hora vai chegar sua suja. — O garoto praticamente cospe as palavras cheias de ódio, porém não estou prestando atenção nele. Olho para o garoto que um dia foi meu melhor amigo com muita dor no coração.

Aquela sensação boa que James me causara minutos antes tinha desaparecido. Em meu peito, agora, só havia dor e mágoa.

— Acho que duas semanas de detenção vão te fazer repensar quando abrir a boca. — James retruca, calmo demais, apesar de eu já ter percebido que quando está irritado suas sobrancelhas se franzem e um vinco aparece em sua testa.

— Não vejo a hora de te mostrar o que acho dessas detenções, seu traidor do sangue. — Avery retruca e James faz menção de avançar, mas seguro firmemente sua mão, apertando o suficiente para mantê-lo no lugar.

Minha atenção estava mais em Severus, em como ele estava se mantendo indiferente a aquela situação.

— Saía daqui Avery e leve o seboso junto antes que aumente sua detenção até a formatura.

Avery revira os olhos e começa a andar em direção oposta à nossa, no sentido das masmorras e o salão comunal da Sonserina. Severus segue logo atrás, mantendo seu olhar no chão.

— Não consegue nem me olhar nos olhos? — Solto as palavras antes que consiga me controlar. Ele para de andar, mas não se vira. Minha voz está carregada de raiva e talvez eu esteja apertando a mão de James muito forte. — Agora está se escondendo por trás de seus amigos comensais?

Porém ele não se vira e volta a andar até alcançar Avery. Não consigo controlar o tremor de minhas mãos. Severus e eu não somos amigos há anos, mas ainda dói. Seus ideais foram maiores que nossa amizade. O meu sangue ruim o incomodava.

James segura meu rosto com as duas mãos e foco meu olhar nele. Ele parece preocupado.

— Diga a palavra e acabo com os dois agora mesmo. — Respiro fundo algumas vezes e solto um sorriso fraco, agarrando seu uniforme com as mãos e o segurando.

— Não vale a pena.

— Avery está realmente perdendo a noção, nos ameaçando assim diretamente, se Dumbledore souber disso...

— Deixe isso para lá, James. Isso está estragando nosso momento, nosso único momento juntos do dia.

James suspira e relutantemente parece deixar o assunto para lá por enquanto.

— Vou te beijar, tudo bem? — Ele pergunta, abaixando seu rosto no meu. Balanço a cabeça concordando antes de nossos lábios se encontrarem novamente, acostumados já com o caminho.

Nós aproveitamos nosso momento juntos do jeito certo. Acabamos encostados em uma parede qualquer, com as mãos de James por dentro das minhas vestes, segurando a minha cintura com firmeza. Minhas mãos já sabem o caminho certo por seu cabelo, arranhando sua nuca e parando enfim, em suas costas arranhando e fazendo leves carinhos.

James sempre me beija sem pressa, como se tivesse todo o tempo do mundo para aproveitar aquele momento. Sua boca sempre me toca delicadamente nos lábios, pescoço e rosto. Nunca consigo evitar os arrepios e os suspiros que seus toques me causam. Meus pés parecem pedras pesadas no chão, que não querem nunca se mover e sair dali.

O que diriam Dumbledore e McGonagall vendo Lily Evans com os cabelos rebeldes e a boca inchada se agarrando durante uma ronda com James Potter?

E nessas situações, acabo cedendo e tendo certeza de que não é só Potter.

É todo um conjunto dele. Seu rosto, seus olhos, seu corpo. É o que ele faz com todo esse conjunto, seus toques, seus sorrisos e suas palavras, que anos atrás eu achava insultante, agora acho charmoso como ele é cuidadoso com o que fala comigo. É como suas atitudes o tornaram esse homem que me deixa louca a ponto de não ligar para uma ronda de monitoria e preferir me encostar em uma parede nos corredores de Hogwarts.

James me deixa na porta do Salão Comunal da Grifinória com um beijo na minha bochecha antes de ir ajudar Remus com a Lua Cheia. Quando entro no dormitório, sei que devo estar com coraçõezinhos nos olhos e um ar de apaixonada, porque quando me deito em minha cama, Marlene faz um som de vômito.

— Seu eu do quinto ano provavelmente te daria um soco se te visse suspirando desse jeito por James Potter. — Ela comenta, voltando sua atenção para um livro qualquer.

Continuo encarando o teto da minha cama e solto uma risada.

— Não sei do que está falando.

Marlene taca o travesseiro em mim.

— Ah cale a boca! Sirius comentou comigo que o James vive chegando no dormitório praticamente vomitando romance.

Sento-me na cama.

— E desde quando Sirius Black é seu grande amigo hein? — Peguei ela no pulo. Marlene revira os olhos, mas vejo suas bochechas ficarem vermelhas. Marlene McKinnon corando era algo novo, dificilmente isso acontecia.

— Não sei do que está falando.

Seguimos provocando uma a outra até que acabo indo tomar um banho e quando volto Marlene já está dormindo. Nossas outras colegas de dormitório também. Emmeline está em um sono profundo e Dorcas está com as cortinas fechadas, o que queria dizer que ou estava estudando ou também dormindo.

Pego no sono e sonho com James acariciando meu rosto, com seu sorriso e James, James, James...

— Lily. — Escuto um sussurro. Acordo em um susto, me lembrando que estou em meu quarto. Minha cortina está fechada e James Potter está sentado em minha cama, acariciando meu rosto e um sorriso maroto em seus lábios.

Sento-me na cama pronta para gritar quando ele sussurra um shh apontando para fora, onde escutamos Marlene roncar de um jeito leve, igual um porquinho.

— O que está fazendo aqui? E como conseguiu entrar aqui?

James deu de ombros, no escuro podia ver seus olhos brilharem de diversão.

— Se eu te contar, você vai ficar irritada.

— Pensando bem, eu não quero saber das suas aventuras com outras garotas. — Murmuro, sentindo meu coração apertar em ciúmes. James se aproxima no escuro, puxando-me para deitar.

Nos deitamos de frente um para o outro, seus braços me enrolando em um abraço e minhas pernas automaticamente enroscando nas deles. Percebi que tirou os sapatos.

— Sempre foi você, Lily. Aqui — Seus dedos se enroscaram nos meus e ele puxou minha mão até seu peito que batia disparado. — Sempre foi você.

 James se abaixou e depositou um beijo delicado em meu nariz, algo que descobri que gostava muito quando o fazia.

— Precisei vir aqui depois do que houve hoje mais cedo. Sinto muito por ouvir aquelas palavras, se pudesse arrancava a língua do Avery.

— Sabe que não precisa me proteger, são coisas que escuto o tempo todo, estou acostumada.

Ele suspira e me puxa para mais perto de seu corpo. Agora, estou deitada com a cabeça em seu peito e estou escutando seus batimentos cardíacos acelerados.

— Sei que não preciso, mas eu quero. Falo sério quando digo sobre o nosso futuro, Lily. Daqui até o fim, vou sempre fazer de tudo por você.

Você já faz. E eu te amo muito por isso.

As palavras ficam presas na minha garganta. Ao invés de as dizer, apenas o puxo para um beijo.

Ficamos deitados em minha cama, conversando baixinho e acabamos adormecendo. Quando acordo, fico olhando James dormir tão tranquilo e tenho certeza depois que realmente o amo.

Dias depois, pensando nessa noite com ele e em como senti que o amava, consegui conjurar um patrono pela primeira vez. E disse as palavras em voz alta a ele, quando vi que meu patrono completava o dele.


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Notas finais do capítulo

Na minha cabeça, apesar de ser uma mulher extremamente forte e corajosa, Lily gostava e se derretia com o James a protegendo e cuidando dela. Espero que tenham gostado!

Vejo vocês nos comentários?