Dark End Of The Street escrita por Minerva Lestrange


Capítulo 9
Perceptível




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— ...Tudo o que estou dizendo é que deve deixar Barry escolher um flat e se mudar em paz.

Cisco elaborou de maneira cansada, sentado à sua frente enquanto brincava com um marca-texto, no que Caitlin bufou, cruzando as pernas de forma tranquila enquanto encarava o outro de maneira tranquila. Provavelmente não admitiria em voz alta para não inflar o ego do latino, mas o mesmo estava certo. Precisava se mudar e rápido, pois continuar a dividir um apartamento não era uma opção que realmente os agradasse. Amava Cisco, mas havia um limite de convivência que fora ultrapassado há alguns dias.

— Não irei deixá-lo ser explorado por esses Corretores. – Caitlin retrucou com calma, fazendo-o olhar Ralph, que mastigava pipoca encarando a discussão, afinal sua vida parecia muito interessante e aberta aos palpites de todos. – Você precisaria ver o bairro em que Banks nos levou a última vez e o valor que pediu pelo aluguel do flat, então pararia de me julgar por não deixar que Barry faça um mal negócio.

Para seu arrependimento, descobrira que a doutora, além de ser especialista em sua área, era uma ávida conhecedora de investimentos e negócios em geral, o que a fazia expert em deixar a Corretora de Imóveis em maus lençóis. Levá-la para ver imóveis com ele fora divertido no começo, mas aquele era o sexto flat que considerava absurdo demais, dessa vez tanto pelo valor, quanto pela qualidade.

Obviamente pensava em praticidades, como o fato de ter uma filha e a menina também poder desfrutar do espaço, mas também adorava iniciar negociações que ganhava unicamente pela exasperação da Corretora, a qual na penúltima vez estava para expulsá-la do lugar. Caitlin se mostrara obcecada por esse tipo de negócio e revelara possuir diversos tipos de investimentos, embora não houvesse entrado em detalhes.

— Eu acho... Que Barry é capaz de se defender sozinho das garras da Corretora malvada.

— Oh, talvez ele nem se defendesse. – Ela sugeriu de forma maliciosa.

— Barry está aqui, okay? – Levantou-se fazendo-os se calar, embora ainda notasse o olhar de desafio entre Cisco e Caitlin. – Ambos estão certos: preciso me mudar, mas também preciso de algo que não vá me falir nos primeiros seis meses. Eu tenho uma filha.

Do mesmo modo que começaram, os viu terminarem revirando os olhos em uma careta, como se Barry fosse um idiota e tivessem considerações mais críveis do que a sua própria. Seu celular despertou, distraindo-o do pequeno incêndio que tinha ali, informando que era hora de buscar Nora na creche da delegacia, já que estava em um esquema de revezamento com Iris. Entretanto, Caitlin também se levantou, estranhamente encarando-os em expectativa.

— Eu... Quero aproveitar que vocês estão aqui para contar que... – Franziu o cenho quando a viu mordeu os lábios e gesticular com as mãos, nervosamente. – Princeton ofereceu uma cadeira para dar aulas num curso de verão.

Todos imediatamente se levantaram, comemorando e indo abraçá-la. Não entendeu exatamente porque ela estaria nervosa, afinal estavam felizes e cientes por Caitlin vir sendo mais e mais convidada para palestras e aulas especiais nos últimos tempos.

— Ei, isso é ótimo! – A abraçou depois de Ralph, evitando prolongar demais o contato ao sentir aquele perfume com o qual ainda vinha sonhando emanando direto dos cabelos dela. – Você adora ensinar!

— E definitivamente é a melhor aqui em colocar ideias insanas em prática e nos fazer entendê-las. Tão didática! – Concordou com Cisco.

— Bem, agora temos uma boa desculpa para sairmos e comemorar na sexta! - Ralph constatou, no que todos concordaram em ir a um bar novo que Cisco conhecia, uma vez que os lugares frequentados pelo detetive não eram exatamente aceitáveis. - Quando você começa?

— Em três semanas.

— Isso é cedo.

Afinal, tecnicamente ainda não chegariam no verão nesse tempo. Então, o olhar dela demonstrou certo desconforto quando a viu desviá-los e, instintivamente, soube que havia algo errado, mesmo que Caitlin parecesse realmente feliz com o convite.

— Significa que precisamos encontrar logo um lugar para você. – Ela deu de ombros em rendição sentando-se novamente. – Prometo ser menos exigente, certo?

Concordou sem muitas palavras, ainda conjecturando, mas seu celular despertou novamente e sabia que, se não saísse nesse momento, começaria se atrasar – algo que estava tentando evitar agora que tinha uma filha e responsabilidades que iam além dele.

*

No fim das contas, Caitlin não continuou a ver apartamentos com ele e também não voltou a mencionar os exames que prometera há algumas noites, pois tinha muito o que resolver a respeito de sua viagem para Princeton. Por isso, dois dias depois se encontrava ajeitando caixas de roupas e objetos pessoais em seu novo apartamento. Poderia colocar tudo no lugar rapidamente com sua velocidade, mas havia pedido folga justamente para isso e não queria passar o resto do dia com as pernas para cima, alimentando pensamentos questionáveis ou depreciando seu novo lar.

O apartamento não era nada ruim. Na verdade, conseguira um bom preço por um lugar espaçoso que mais parecia um estúdio do que um apartamento, mas que possuía paredes bem definidas e janelas muito grandes, por onde a luz do sol penetrava satisfatoriamente pela maior parte da tarde. A ideia de ter um lugar onde pudesse se mover de maneira limitada não o agradava nem um pouco, assim como a ideia de morar ali sozinho.

Barry estava acostumado à rotina de uma vida com Iris. Não apenas na questão de dividir tudo, desde as contas às coisas mais supérfluas, mas também a convivência, a companhia, ao movimento de ter um bebê em casa o tempo todo, deixando a sala toda bagunçada ou dormindo entre eles em uma noite ruim. O fato de possuir um lugar apenas para si, sem tudo isso com que havia se habituado, era novo, desconfortável e o batera como um trem ao chegar ali e se deparar com seus pertences em caixas. Soava como concretizar que as coisas entre Iris e ele não voltariam a ser como antes.

Seus questionamentos foram interrompidos no momento em que a campainha tocara e ele pendurava suas camisas com todo o cuidado para não as amassar, pois era um desastre passando camisas. Destrancou e abriu a porta de madeira de correr, deparando-se com uma sorridente Srta. Banks carregando algumas pastas negras no braço e uma bolsa no ombro.

— Oi!

— Sr. Allen, que bom que o encontrei em casa! – Ela pronunciou naquele tom polido, fazendo-o imediatamente lembrar de Caitlin a imitando. – Eu trouxe a versão final do contrato para assinar. Você pode reler, se quiser.

— Tudo bem, entre.

A direcionou até uma mesa comprida de madeira maciça próxima a grande janela de vidro, que ultrapassava a divisória da sala com o quarto.

— Vejo que já está se acomodando. – Ela abriu uma das pastas e lhe entregou um envelope pardo, de onde tirou o contrato.

— Eu queria me mudar o mais rápido possível da casa do meu amigo. – A imagem de Cisco escovando os dentes com toalhas enroladas na cintura e no cabelo tinha de ser varrida de seu cérebro o quanto antes também. – Sinto que estava incomodando.

— Não há nada como o nosso próprio lugar. – Concordou enquanto a Srta. Banks dava tapinhas em sua mão. – Ainda não conseguiu tirar a aliança, certo?

— Er... Não estou divorciado. – Franziu o cenho ligeiramente. – Não realmente.

— Homens sempre demoram mais a se conformar, eu entendo.

— É complicado. – Pigarreou voltando a repassar as folhas do contrato. – Você retificou o valor para o que negociamos?

— Claro. É bom que finalmente tenhamos chegado a um acordo. – Ela sorriu com desenvoltura, obviamente muito à vontade em falar sobre qualquer assunto. Não havia nada de errado com a Corretora, embora Caitlin houvesse encontrado todos os defeitos possíveis e, principalmente, aquele que aquele em que "tentava convencê-lo a um acordo ruim devido ao seu charme", pois era confiante, bem sucedida e bonita com seus cabelos castanhos cacheados, olhar afiado e nariz fino sobre a boca carnuda. Em outros tempos, ficaria intimidado pelo interesse. No entanto, Barry não precisava de mais essa equação no problema que vinha sendo sua vida nos últimos tempos. – Aquela sua amiga é jogo duro nos negócios.

— Oh, Caitlin adora ganhar. – Pensou por um momento. – E é uma péssima perdedora também.

— Eu notei. – Ela inclinou-se em sua direção, ainda mantendo-se completamente perfeita em sua postura. – Ela não estaria interessada em entrar para o ramo?

Barry riu, apenas por imaginar onde Caitlin poderia chegar sendo corretora de imóveis. Ela era ótima em convencer pessoas, sendo compreensiva e incisiva nos momentos certos, e melhor ainda em negociações que envolviam ganhar ou perder dinheiro. Além disso, pelo fato de apreciar tanto estar na frente, logo a mulher viveria somente em função disso.

— Acredito que isso não faria muito bem a ela.

A Srta. Banks ia responder, como sempre disposta a adentrar uma pequena discussão, mas seu telefone tocou e ela se levantou para atender, distanciando um pouco. Aproveitou para ler o contrato rapidamente, constatando que tudo estava em seu devido lugar, como haviam combinado, e logo o assinou em todas as vias indicadas.

— ... Sim, Sra. Lawrence, aquela residência continua à venda. – A corretora andava de um lado a outro com o telefone no ouvido, paciente falando. – É uma bela casa, a senhora viu nas fotos que mandei por e-mail, vale o preço... É claro que podemos combinar de vê-la, vou lhe passar o endereço agora mesmo!

Então, a viu se aproximar novamente da mesa e rapidamente abrir uma das pastas negras, passando por folhas e folhas de alta gramatura até encontrar a que procurava, passando a combinar os detalhes com a possível compradora. No entanto, sua atenção foi imediatamente tomada pela foto, que ocupava duas folhas em conjunto e mostrava uma casa de subúrbio com fachada completamente branca, uma porta vermelha e o número 55 estampado nela.

Sem que percebesse, sua respiração acelerou imediatamente enquanto percorria os olhos pelo jardim tão amplo quanto toda a residência, as janelas largas e espaçosas nos dois andares, além daquela árvore frondosa, que combinava perfeitamente com o design moderno e arejado da casa. Franziu o cenho, notando toda a familiaridade daquele lugar, como se houvesse sido ele a pisar naquela grama verde bem aparada ou entrar pela porta lateral da cozinha sentindo o cheiro de brownies frescos ou mesmo acordar sentindo a brisa calma fazer as cortinas brancas de seu quarto esvoaçarem enquanto o ambiente era completamente inundado por aquele perfume.

Tudo isso chegou em forma de sensações, dessa vez, não imagens. No entanto, tão fortes e tão presentes. Mas, assim como vieram, se foram rápido demais, o deixando com aquele sentimento de perda, que se tornara comum nos últimos dias, sempre que acordava de um novo sonho de madrugada ou quando se encontrava distraído e uma dessas imagens chegavam até ele sem que pedisse, como uma memória perdida no tempo. Suas divagações foram interrompidas pela Srta. Banks, que desligara o celular e fechara a pasta, sorrindo ao perceber que já havia assinado todos os documentos necessários.

— Essa casa... Ela é real. – Engoliu em seco. – Ela fica em Central City?

— Na verdade, fica em Emerald Village, o distrito. – Ela deu de ombros, separando as cópias do contrato. – Você sabe, é mais como uma vila para pessoas endinheiradas em busca de tranquilidade. Não têm muitos vizinhos, aqueles que vivem lá são pacatos e funciona bem como um destino de verão. É bonita, não?

— O quê? – Questionou sem notar que havia ficado um tanto aéreo enquanto ela falava.

— A casa, que irei mostrar à Sra. Lawrence, é muito bonita. Eu poderia facilmente viver em uma dessas. – Comentou a mulher jogando assunto fora ao mesmo tempo em que juntava suas coisas e voltava a encará-lo. – Bem, foi ótimo fazer negócios com você, Sr. Allen.

— Eu te levo até a porta. – A mulher sorriu novamente, saindo a sua frente.

— Você tem meu cartão, meu e-mail... Pode me ligar, se quiser. – A Srta. Banks parou sob o batente da porta, olhando-o de maneira divertida ao perceber a confusão. – Se precisar de um novo lugar.

— Certo, foi o que entendi.

— Nos vemos, Sr. Allen.

Ela sorriu mais uma vez em despedida e Barry fechou a porta, respirando fundo. Sentia o coração um tanto acelerado e não por conta da atenção da Corretora, mas por agora saber que aquela casa, que habitava seus sonhos de maneira tão constante, era de verdade, estivera em seu mundo o tempo todo. Não sabia, porém, distinguir se o fato era bom ou ruim: sonhando frequentemente e dormindo tão pouco que podia considerar preocupante, após a noite na casa de Caitlin, começar a misturar o irreal e o real não seria nem um pouco recomendável.

Antes que voltasse às ocupações do apartamento e tentasse tirar a distração da casa de sua mente, a campainha tocou novamente. Estranhou, mas seguiu para atender, passando a estranhar ainda mais ao encontrar Iris do outro lado. Ela levantou as sobrancelhas, ajeitando a bolsa ao redor do ombro, como que aguardando que desse o próximo passo agora que estava ali.

— Ei! – Franziu o cenho, vendo a hesitação dela refletir nele próprio. Era estranho que estivessem pisando em ovos daquela forma, depois de tanto tempo de intimidade. – Eu... Er... Não estava te esperando.

— Eu sei. – Quis se bater no instante em que a ouviu responder, sentida. – Vim checar como está indo. Cisco disse que ainda tem aqueles problemas para dormir e... Já não nos vemos há alguns dias...

Por um momento, sentiu-se culpado por não ter pensado nem por um minuto em todos aqueles dias sobre como Iris deveria estar. Simplesmente sabia que ela estaria bem e que não havia qualquer motivo para se preocupar. No entanto, verificar como sua mulher vinha lidando com tudo deveria ter sido uma prioridade desde o princípio, certo? 

— Okay, claro... Quer entrar? – Ela concordou e caminhou com calma pela sala ampla, encarando a tudo com aquele conhecido olhar julgador, desde o sofá que já vinha com a mobília até algumas coisas que pegara do apartamento deles e outras que vieram da casa de Joe, de seu antigo quarto. – Ainda está tudo uma bagunça, mas as coisas vão se ajeitando com o tempo, eu acho. Nora ficou bem na creche?

— Sim, ela adora ficar com as outras crianças, não? – Concordou vendo-a pousar a bolsa sobre o sofá, levando as mãos a cintura antes de se olhá-lo novamente. – Então, realmente... Vai continuar com isso.

— Você... Você disse que devíamos ter esse tempo para pensar melhor.

— Sim, não para nos afastarmos, mas... – Ela levou as mãos de unhas bem-feitas ao cabelo, respirando fundo. – Eu o vejo apenas aceitando nossa situação, como se fosse a única coisa a se fazer.

— Não posso continuar morando indefinidamente na casa de Cisco enquanto decide as regras do tempo que estamos dando. – Soltou observando-a deixar um riso amargo.

— Seria bom que parasse de olhar apenas para o seu lado da situação, só por um minuto, e ouvisse o que estou dizendo. – Iris começou tentando manter o tom calmo, embora nunca durasse muito tempo. – Você sequer está tentando, simplesmente não está lutando por nós, Barry. Entende?

— Eu disse que não devíamos dar um tempo. – Assim como ela, já não tinha muita paciência, pois Iris também conhecia esses argumentos. – Desde o início, eu avisei que era uma ideia estúpida.

— Ainda assim, você parece bastante conformado em seguir em frente. – Iris andou pelo apartamento. – Olhe para todo este lugar! Está mobiliando, Barry, começando denovo...

— Oh meu deus, acha que gosto disso?!  De toda essa situação?! – Seu riso soou incrédulo dessa vez, pois ela costumava conhecê-lo tão melhor que os outros. Iris sempre o lia com apenas um olhar, sempre sabia quando algo estava errado, sempre encontrava as palavras certas. – Está acabando comigo e você parece ser a única a não ver.

Dessa vez, a observou pensar duas vezes enquanto o encarava com os olhos marejados, fechando a boca, que já se abria pronta para um contra-argumento, afinal era assim que vinham funcionando nos últimos tempos. Notou que, novamente, sua respiração se encontrava pesada, como se houvesse acabado de perder o fôlego após correr rápido demais. Engoliu em seco e, então, a viu se aproximar, os olhos longe dos dele até que se aproximou o suficiente para levar as mãos ao seu peito um tanto incerta.

— Então, volte para casa. – Franziu o cenho, estranhando de imediato a aproximação e o tom ansioso, uma vez que Iris nunca se mostrava tão angustiada. – Podemos dar um jeito nisso, consertar o que precisa ser consertado, tentar sermos o que costumávamos. Apenas... Volte para casa, okay?

— Iris...

Antes que pudesse respondê-la, os lábios colaram nos seus, nublando seus pensamentos. Fazia algum tempo que não se beijavam assim ou dedicavam qualquer tempo um ao outro e, até então, não havia parado para pensar nesse tipo de falta que sentia. Gostava de como o perfume predominante em sua pele era sempre o do hidratante que passava todas as noites, sem falta, ou de como sua boca se movia daquela maneira conhecida e o corpo pequeno se encaixava no seu logo antes das mãos encontrarem seus cabelos. Era tão familiar e tão eles, que se perguntou por um momento como não havia pensado nisso todos os dias. No entanto, pareceu ter acabado rápido demais quando ela se afastou, segurando seus ombros e franzindo o cenho, assim como Barry.

— O que está errado?

— O quê? – Perguntou vendo-a se afastar. – O que quer dizer?

— Você... Parece estranho. – Ela o encarou com atenção, estreitando um pouco os olhos, como se estivesse analisando-o. – Seu beijo está diferente.

— Não há nada de diferente em como a beijo.

— É que... Soa como se não estivesse realmente me beijando, mas apenas... Seguindo um instinto físico. Uma memória corporal respondendo enquanto eu te beijo. – Então, ela se afastou pra valer, buscando a bolsa no sofá. – Oh, eu não sei mesmo lidar com você assim.

— Iris, isso é absurdo! – Disse ao notar com incredulidade que ela já se encaminhava à porta, ainda parecendo pensar, mantendo o cenho franzido. – É apenas nós, como nós somos...

— Não, não é! Acha que não o conheço, depois de todo esse tempo?

— Acho que está procurando um problema onde não há nada para ser encontrado. – Respondeu imediatamente, tentando se aproximar novamente. 

— Barry, vou perguntar uma vez e juro que nunca mais farei em nome da nossa sanidade, tudo bem? – Ela molhou os lábios ao mesmo tempo em que apertava a alça de ferro por onde abriria a porta, antes de encará-lo decididamente. – Há outra pessoa?

— O quê?!

— Está apaixonado por outra pessoa?

Iris elaborou mais lentamente ainda, em contraponto com sua própria surpresa, pois jamais esperaria esse tipo de pergunta vindo de sua esposa, bem como sua própria demora em negar avidamente. Não havia nenhuma outra pessoa, apenas sonhos estranhos e uma possível ligação com a Força de Aceleração, a qual vinha destruindo aos poucos suas relações e sua vida pessoal. Pensou naquela mulher dos sonhos, perturbadora e irreal, assim como seu perfume, o que era absurdo, mesmo para Barry.

— Não.

A viu sorrir magoada, a decepção em cada lágrima que se recusava a deixar os olhos escuros, conhecedores dele mais do que tudo. Então, Iris mordeu os lábios e lhe deu as costas, mais certa do que ele próprio de suas certezas, ciente de que Barry tentava muito acreditar em si mesmo. Dessa vez, não fez qualquer movimento para impedi-la de ir: ela desistira e não tinha ideia do que fazer com isso.


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Notas finais do capítulo

Então, esse é o último capítulo postado no outro site e agora haverá sincronia das postagens.

Me digam suas impressões e o que acharam dessa confusão sentimental em que Barry está constantemente metido!

Espero que tenham gostado, nos vemos em breve!



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