Dark End Of The Street escrita por Minerva Lestrange


Capítulo 15
Resoluto




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Ajoelhado ao lado da banheira de seu antigo quarto, sorriu ao ajudar Nora pular na água, rindo empolgada para ele enquanto desfrutava da liberdade recém-adquirida no banho. Os cílios escuros piscavam molhados e os olhinhos verdes o encaravam brilhantes, ao passo que os cabelos caíam pela testa. Suas tentativas de fala ainda eram ininteligíveis, mas palavras não eram necessárias naquele momento, bastava olhar para ela.

— Sempre gostou disso, não é, Pinguim?

A pequena bateu na água, adorando o fato de molhar o papai também. Fazia alguns dias que não tinha qualquer momento assim com Nora, mas nessa noite Iris havia mandado mensagem dizendo que precisavam conversar e a deixara sob seus cuidados enquanto preparava o jantar de Nora e ajeitava suas coisas, após chegar do trabalho. No fim das contas, cuidar da filha deles o relaxaria antes de qualquer outra coisa.

— Ei, vocês dois! Precisam de ajuda?

Iris perguntou atrás de si, sentando-se na beirada da banheira para o deleite de Nora. Também fora uma mudança e tanto para a menina não o ter em casa todos os dias ou vê-los juntos fazendo aquele tipo de coisa. Ela ficou em silêncio por algum tempo, apenas ajudando Nora a se mover melhor dentro da espaçosa banheira. Em pouco tempo, a menina prometia estar andando de verdade.

— Vou sentir falta desses dias.

A mulher não o olhou, apenas comentou em tom baixo, concentrada na empolgação da filha, agora tão contrastante à deles. O fim era tão iminente quanto dolorido e o fato de aceitar a verdade de que não funcionavam mais juntos e, talvez, não a amasse mais como sua mulher não tornava nada mais fácil. Afinal de contas, aquela fora a vida que escolhera para si, quando se casara com ela, e estavam fechando as portas para isso.

— Eu também. – Concordou, abaixando os olhos para o movimento da água. – Acho que... Podemos fazer um esforço para não deixar que esses momentos se percam. Por Nora.

— Como hoje.

Ela meneou a cabeça sem discutir e eles terminaram de dar banho e divertir Nora juntos. No fim, Iris anunciou que ia deixá-lo terminar de arrumá-la até colocá-la na cama. A água já estava ficando fria e seus dedos enrugados quando tirou a menina, enrolando-a em sua toalha amarela de dinossauros. Ainda que houvesse tido algum protesto, ela já se mostrava cansada por todo o movimento, sinal de que a hora de dormir estava chegando.

Já no quarto, depois de distraí-la para não dormir logo após comer, colocou-a no berço cantarolando uma música enquanto balançava o móvel lentamente. Os olhos dela já pesavam, mas ainda encontravam forças para continuarem encarando-o brilhantemente, como se quisesse memorizá-lo ali, sob as luzes baixas do abajur. Barry não duvidava, já que vinha tentando fazer o mesmo desde que chegara ali.

— As coisas vão mudar a partir de agora, Pinguim. – Murmurou, pacientemente. – Mas não se preocupe... A mamãe e eu vamos tentar mantê-la ilesa de tudo isso. – Levou um dos dedos a testa dela, passando entre os olhos suavemente. – Durma, Nora, logo tudo vai ficar bem.

Minutos depois, a garotinha fechou os olhos lentamente e Barry se afastou, deixando a porta entreaberta. Voltando a sala pelo corredor espaçoso encontrou Iris sentada a um dos sofás com as pernas cruzadas sob o corpo, rodeada por uma pilha de papéis e com um notebook no colo, parecendo muito concentrada. Percebeu que ela havia mergulhado no trabalhado, como Joe dissera, a fim de se distrair do fato de não serem mais os mesmos.

Suspirando resignadamente, pegou em sua bolsa sobre o balcão o envelope pardo e se aproximou com calma, estendendo-o a ela. A jornalista encontrava-se tensa, foi possível notar apenas pela demora com que se voltou para pegar o item, sem uma palavra e também sem abri-lo.

— É um bom acordo de divórcio. – A viu concordar levemente. – Esse apartamento já é mais seu do que meu, de qualquer forma.

Olhou ao redor, notando o esmero da decoração praticamente gritando o nome de Iris. Sentia falta de estar ali todos os dias, no entanto, sabia que estava relacionado ao início de tudo, aos bons momentos, e que não gostaria de ficar sozinho em meio à tantas lembranças. Era melhor que ela ficasse no apartamento e pudesse visitá-las quando quisesse, do que o contrário.

— Acho que é só o que mereço. – Ela também olhou ao redor, contemplando o ambiente.

— Você merece mais, sabe disso. – Sentou-se à mesinha de centro juntando as mãos, de frente para a mulher, que o encarou seriamente. – Por tudo o que fez, desde o início. Pelo time, por mim...

— Eu não estava cobrando.

A viu abaixar os olhos, respirando fundo, e não encontrou mais o que dizer para deixar o momento menos dolorido.

— Continuaremos a mesma rotina com Nora, certo? – Barry se levantou, colocando as mãos nos bolsos ao perceber a inquietude da falta de lugar para elas e da falta de familiaridade naquele momento, mesmo que em um ambiente tão familiar. – Okay, então... Eu já assinei.

Iris concordou, apertando o envelope entre os dedos, sem estender a conversa, mas entendendo o recado: bastava que ela assinasse e terminariam ali. Apesar da relutância, havia mais determinação nela do que em qualquer outra pessoa que conhecia, desde sempre.

— Barry? Você não vai me contar, não é? – Ela manteve o acordo na mão enquanto o encarava, ereta e firme em sinal de dignidade. – Não vai me contar o que há de errado.

Ele desviou o olhar, mais uma vez dentre as muitas que o fizera para a esposa. Condenava-se por não conseguir dizer qualquer coisa desde o princípio, não fazia sentido dizer o que fosse para reverter a situação naquele momento. Sabia que a magoaria e não queria que ela se machucasse ainda mais quando tinha consciência de sua própria culpa sobre o ponto onde estavam.

Assim, respirou fundo e se inclinou na direção da mulher para depositar um beijo em seus cabelos. Fechou os olhos, sentindo-os marejar enquanto a sentia encolher-se, provavelmente na mesma situação, agora apertando o envelope entre os dedos, amassando-o para se conter.

— Obrigado, Iris.

Afastou-se sem olhá-la e a ouviu soluçar antes de fechar a porta do apartamento suavemente atrás de si. Tinha a sensação de que acabara de fazê-lo também figurativamente. E para sempre.

*

Barry encarou por muito tempo a porta do consultório de espera do Dr. Halford, somente aguardando que fosse chamado. A secretária já havia organizado algumas pastas, lixado as unhas, atendido o telefone, verificado o celular, atendido pacientes de outro psicólogo do mesmo prédio, discutido com sua namorada por áudio – embora tentasse manter o diálogo em tom baixo para que as coisas não ficassem muito escandalosas.

No fim das contas, foi chamado para entrar duas horas depois do seu horário, após uma jovem bonita de aparência muito desgrenhada sair chorando da sala tendo os braços da mãe ao redor de seus ombros. A Srta. Gill encarou com pena a dupla e, momentos depois, voltou da sala do psicólogo dizendo que já podia entrar. Pela primeira vez, desde que começara a ver o Dr. Halford, o vira ter de se recompor, tomando um copo d’água rapidamente e levantando-se para cumprimentá-lo.

— Sr. Allen, como vai?

— Bem, é claro. – A secretária fechou a porta e Barry se voltou para o profissional, que usava, como sempre, somente camisa e gravata, deixando o terno de lado. – Parece estar tendo um dia complicado.

— Há dias que as coisas ficam pesadas por aqui. – O senhor recostara-se à sua cadeira de forma pensativa. – Lidar com os sentimentos das pessoas pode ser... Exaustivo.

— Imagino que sim. – Ajeitou-se na poltrona, que deveria ter a intenção de ser confortável, embora um peso se colocasse sobre ele assim se via naquele lugar e naquela poltrona. – Às vezes, nós mesmos estamos uma bagunça.

O Dr. Halford concordou e o encarou tranquilamente, analisando-o novamente por alguns instantes.

— E como estão os seus sentimentos?

Barry ajeitou-se na poltrona novamente, apoiando os cotovelos nos joelhos e examinando nervosamente os dedos. Era estranho detestar ir ali e, ao mesmo tempo, desejar a aprovação do psicólogo. A todo o instante, percebia tentar estar dizendo a coisa certa, esperando que o doutor o congratulasse pelo que fizera ou, ao menos, pela boa intenção a respeito de qualquer coisa.

— Eu não sei. – O tapete do consultório parecia ser dos caros. Havia ido a uma loja de decoração com Iris, antes do casamento, e tinha uma boa ideia de como tapetes podiam ser variados, tanto em qualidade quanto em preço. – Iris e eu nos separamos. Oficialmente. Assinamos o divórcio essa semana e... Eu não sei...

— Esperava que algo mudasse?

— Não de uma hora para a outra. Apenas... Não me sinto nada diferente.

Voltou a se escorar na poltrona, cruzando as pernas, encarando o quadro feio de um cachorro enorme, que alguém pensara ser um ótimo objeto decorativo. Decoração o lembrava Iris, inevitavelmente. Quando adolescente, ela estava sempre comprando revistas sobre arquitetura e fora uma das opções para faculdade, quando Joe a proibira de tentar ser policial também. No entanto, a garota percebera ser uma ótima investigadora, além de curiosa nata. Barry havia dito a ela, na época.

Desde que saíra do apartamento, no dia anterior, ficava relembrando esses momentos entre eles. Na sua cabeça, pareciam ser aqueles decisivos a respeito de seus sentimentos por Iris, aqueles nos quais passara a pensar nela, não como sua irmã adotiva que tanto admirava pela coragem e determinação, mas como uma garota, realmente. Os momentos que o estragaram para todas as outras em sua vida adulta.

— Talvez se sinta assim porque já vinham morando em casas separadas há algum tempo. Porque a ideia de se separar de Iris estava instalada e conformada em sua mente.

— Acha que me conformei?! – Halford sorriu minimamente por seu tom alarmado.

— As pessoas têm a mania de acreditar que se conformar é algo ruim, mas tenho de lhe dizer, Sr. Allen, que é um método muito útil para conseguir lidar com os problemas. – Franziu o cenho por um momento, considerando o que dissera. – Não que Iris seja um problema, não é o que quero dizer.

— Tudo bem, eu entendi. – Descruzou as pernas após algum tempo de silêncio. – Acha que se conformar é mais saudável do que alimentar uma obsessão. Ou um amor não correspondido. Ou... O fim de um casamento, que todos já perceberam não ter mais volta.

— Veja, não quero lhe dizer que não deva lutar pelo que quer, quando acha que deve. – Considerou o senhor, muito cuidadosamente. – Mas também deve saber a hora de parar de lutar quando o único motivo que justifica isso é a vontade dos outros, não a sua própria.

 - E... Por tudo que lhe disse, acha que meu casamento com Iris era apenas o que os outros esperavam?

O homem ficou em silêncio por algum tempo, parecendo pensar, enquanto Barry esperava uma resposta às suas perguntas. Por fim, levantou os olhos do papel, onde claramente fazia apenas rabiscos.

— É o que o senhor acha? 

— Não! Eu a amava. – Sua resposta veio rápida, é claro. Então, hesitou, abrindo a boca, procurando as palavras. – Desde sempre, eu a amei mais do que qualquer outra coisa em minha vida e então...

Passou os dedos pelos cabelos, suspirando cansadamente, tentando encontrar uma forma de não comprometer sua identidade. Havia sido depois da Crise, depois de Nora, quando os sonhos começaram. Mas podia dizer isso.

— Então...?

— Então, me vi deixando de amá-la dessa forma. – Encarou o chão novamente, envergonhado, seu tom igualmente abaixando. – Me vi abrindo os olhos para outras possibilidades, fantasiando com... Essa mulher com quem sonho, repetidamente. E também, me sentindo repetidamente culpado por isso.  

O Dr. Halford bateu a caneta contra sua caderneta de anotações de maneira irritante por alguns momentos, enquanto inevitavelmente torcia para estar “indo bem”. Racionalmente, sabia que não havia esse termo quando se tratava de consulta psicológica, contudo queria muito saber se estava indo para uma direção saudável.

— É normal que se sinta desonesto quanto a isso. A possibilidade de traição começa em sua mente muito antes de ser materializada ou concretamente cogitada. – Barry quase o refutou em indignação, pois, desde o início, parecia encarar o interlocutor como um inimigo, alguém que o fazia pensar coisas que não devia, além de expô-lo inicialmente. – Entretanto, até algum tempo atrás, o senhor se mostrava muito determinado quanto ao fato de deixar essa mulher apenas em seu inconsciente.

— Porque queria meu casamento de volta, porque jurei lutar por Iris e eu quando as adversidades chegassem. – Defendeu-se, claramente não impressionando muito o psicólogo, o que o fez questioná-lo diretamente dessa vez.

— O que mudou, desde então?

Engoliu em seco, levantando-se para tomar um copo d’água sem pressa e sentando-se, por apenas alguns segundos, antes de se colocar em pé novamente e dirigir-se à janela. Havia uma cortina claríssima que ia do chão ao teto, tornando o movimento da rua leitoso e quase bonito atrás dela. Levou os dedos a testa, até passá-los pelo cabelo e, finalmente, cruzar os braços a fim de parar toda a sua óbvia agitação em torno do assunto.

O doutor dissera que se sentir culpado era normal, fazê-lo dizer era como “cogitar concretamente”, tornar real algo que apenas pairava na mente de Barry e ao redor da discussão deles sobre sua vida. Dizê-lo sem sentir-se um traidor parecia impossível e, apenas por isso, julgou que demoraria a abrandar tal sentimento considerando o fato de que ainda se sentia comprometido com o que jurara ser, muito tempo antes. 

— Talvez haja essa... Maneira de descobrir de quem se trata. Descobrir quem é essa mulher com quem venho sonhando há meses. – Halford levantou as sobrancelhas, surpreso, mas logo voltou a examiná-lo.

— O senhor soa um tanto resoluto quanto a isso.

“Pode ser alguém que não quero que seja. Alguém que nunca imaginei que pudesse ser. Alguém que não saberei encarar depois de tudo isso.” As opções perpassaram sua cabeça de forma rápida e Barry molhou os lábios, meneando-a em negativo, confuso enquanto condenava a si mesmo.

— Não sei se estou pronto. Não sei se saberei... – “Lidar com o fato de estar fantasiando com minha amiga”, pensou bufando inseguro. – O que fazer com uma informação assim. Provavelmente vou estragar tudo.

Barry sentia que ia. A cada passo que dava para longe de Iris e se aproximava dessa (ir)realidade, sentia o chão tremer aos seus pés pela incerteza do novo. Por isso, viu-se recuando ao saber que a casa era real, forçando-se a esquecer que aquele lugar podia estar diretamente ligado às imagens de uma vida inteira desconhecida, que o atormentavam o tempo.

— Acredito que o senhor saberá o que fazer quando tiver todas as peças do quebra-cabeça em suas mãos.

Sorriu de forma amarga, notando que a recomendação não era para fazer ou não, nunca seria, mas para escolher. Não havia mais do que isso em suas mãos, percebera. Assim, coçou a cabeça por alguns instantes e fechou os olhos, cansado. Só queria que tudo isso acabasse e se resolvesse o mais rápido possível, queria voltar a se sentir como ele mesmo, pois não era raro que se visse muito longe de quem era.

— Nada de remédios para dormir, não é?

Halford negou sem precisar fazê-lo realmente, pois estava olhando o relógio.

— Nosso tempo acabou, Sr. Allen.

Barry deixou lentamente a sala do psicólogo e acertou a consulta daquela semana antes de ganhar as ruas de Star City. Gostava daquele tempo longe de Central City, ciente de que ali não precisava ser o Flash quase que integralmente, pois havia quem cuidasse da cidade. Desde a Crise, o manto do Flash vinha sendo mais pesado do que gostaria.

Se encontrava em uma parte restaurada da cidade, com prédios novos e uma vizinhança que se tornara respeitável com as políticas públicas de Oliver. Era possível ver vários traços dele por toda a cidade e ainda soava estranho pensar em Oliver Queen, o cara que se tornara seu amigo, apesar de todas as diferenças entre eles e tão pouco em comum, que chegava a ser ridículo.

Sentia falta dele - o amigo, não o herói. Talvez pudesse lhe dar alguma direção naquele momento. Oliver lhe dissera certa vez que caras como eles não ficavam com a garota, no fim de tudo. Barry tivera Iris e Felicity se tornara a Sra. Queen por um tempo, mas de uma hora para a outra, tudo se desfizera. De certo modo, o Arqueiro tinha razão.

Suspirou escondendo as mãos nos bolsos e repassando a conversa com o Dr. Halford. Precisava ter todas as peças do quebra-cabeça em mãos para decidir o que fazer, mas sentia em seu âmago, com uma certeza perturbadora, que tudo mudaria quando tivesse a resposta que tanto ansiava. Especialmente se fosse ela, sua mente insistiu em lembra-lo, involuntariamente.

Percebeu o celular vibrando e o pegou no bolso da jaqueta apenas para ver as mensagens de Ralph, Cecile e Caitlin. As duas primeiras não demandavam qualquer atenção especial no momento, mas a última lhe chamou a atenção. A conversa anterior havia sido apagada e, por isso, a pergunta única na tela parecia gritar em sua direção:

“Você está bem? Vou te ligar mais tarde.”

Bloqueou o celular e guardou novamente, condenando-se por não responder. Desde que passara a associar Cait à mulher de seus sonhos, por seu perfume, pela textura de seus cabelos, por toda a familiaridade dele com alguém que não parecia tão desconhecida assim, estava a evitando. Especialmente depois que os sonhos se tornaram apelativos e ela fora para Princeton, respondia as mensagens de maneira porca e mal aguentava encará-la sem se sentir bastante constrangido.

Apesar de Caitlin não saber de nada, era como se estivesse traindo sua confiança - ou seja, estragando tudo. Por fim, acabava por afastá-la, realmente, pois a última vez que ligara para ele, Barry não atendera e depois mandara uma desculpa perguntando o que ela gostaria. Seu status, no momento, era bastante covarde. Não havia prova maior de que as coisas estavam mudando e há bastante tempo, embora não quisesse admitir.

— Droga.

Meneou a cabeça, praticamente reconhecendo uma derrota, apertando o celular entre os dedos e respirando fundo antes de correr.


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