A luz no fim do túnel escrita por Poliane Isabele


Capítulo 8
Primeiro dia de aula




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Hannah acordou e foi para o banheiro se arrumar, quando voltou, encontrou Lilá falando com Parvati que Harry estava falando bobagens, que estava mentindo, e ela se incomodou com isso, pois ela sabia que não era mentira, ela também tinha visto aquele cara, mas Hermione falou para ela parar de falar besteira, ai Lilá saiu irritada junto com sua amiga. Hermione bufou e olhou para Hannah com uma cara tipo: Acho que temos que nos acostumar com isso. Elas desceram e viram Harry com uma cara péssima.

— Que foi que aconteceu? – perguntou Hermione depois, alcançando Harry e Rony, que estavam atravessando a sala comunal a caminho do café da manhã, como os demais. – Você está com uma cara absolutamente... Ah, pelo amor de Deus.

Ela acabara de olhar para o quadro de avisos da sala comunal, onde fora afixado um enorme aviso.

GALEÕES DE GALEÕES!

Sua mesada não está acompanhando suas saídas? Gostaria de ganhar um extra? Procure Fred e Jorge Weasley, sala comunal da Grifinória, para trabalhos simples, meio expediente e virtualmente indolores.

(Lamentamos informar que todo o trabalho será realizado por conta e risco do candidato.)

— Eles são o fim – disse Hermione séria, retirando o aviso que Fred e Jorge haviam pregado por cima do cartaz, informando a data do primeiro fim de semana em Hogsmeade em outubro. – Vamos ter de falar com eles, Rony.

Rony pareceu decididamente assustado.

— Por quê?

— Porque somos monitores! – respondeu Hermione, enquanto saíam pelo buraco do retrato. – É nossa obrigação acabar com esse tipo de coisa!

Rony não respondeu e Hannah percebeu que ele não estava animado com a ideia de enfrentar os irmãos.

— Em todo o caso, que aconteceu, Harry? Você parece realmente zangado com alguma coisa.

— Simas acha que Harry está mentindo sobre Você-Sabe-Quem – resumiu Rony, ao ver que Harry não ia responder

— É, a Lilá também acha isso – comentou tristonha e Hannah concordou

— Andaram batendo um papinho agradável com ela, em que o assunto foi se Harry é ou não um idiota em busca de atenção, foi? – perguntou o garoto em voz alta.

— Não – respondeu Hermione calmamente. – Na verdade eu disse a ela para parar de ficar falando bobagens sobre você. E seria bem simpático se você parasse de reagir furiosamente com a gente, Harry, porque, caso você não tenha reparado, todos nos estamos do seu lado.

Um silencio constrangedor se instaurou no lugar...

— Desculpem – disse Harry em voz baixa.

— Tudo bem – respondeu Hermione com dignidade. Balançou então a cabeça: – Você não se lembra do que o Dumbledore disse na festa de encerramento do ano passado?

Harry e Rony, os dois, olharam-na sem entender, Hannah nem se preocupou em pensar nisso e Hermione tornou a suspirar.

— Sobre Você-Sabe-Quem. Ele disse que “o dom que ele tem de disseminar a discórdia e a inimizade é muito grande. E só podemos combatê-lo criando laços igualmente fortes de amizade e confiança...”.

— Como é que você se lembra dessas coisas? – perguntou Rony, olhando a amiga com admiração.

— Eu presto atenção – respondeu ela, com uma ligeira rispidez.

— Eu também, mas ainda assim não conseguiria repetir exatamente o que...

— A questão – continuou Hermione em voz alta – É que isto é exatamente o tipo de coisa a que Dumbledore estava se referindo. Você-Sabe-Quem só voltou há dois meses e já estamos brigando entre nós. E o alerta do Chapéu Seletor foi o mesmo: fiquem juntos, fiquem unidos...

— E Harry entendeu certo ontem à noite – retorquiu Rony. – Se isto significa que teremos de ser amiguinhos do pessoal de Sonserina... pode esquecer.

— Bom, acho que é uma pena que a gente não esteja procurando se unir ao pessoal das outras casas – respondeu Hermione irritada.

Os quatro tinham chegado ao pé da escadaria de mármore. Uma fila de quartanistas da Corvinal ia atravessando o saguão e quando viram Harry agruparam-se depressa, como se tivessem medo de que ele atacasse os retardatários.

— É, devíamos realmente estar tentando fazer amizade com gente como essa – disse Harry sarcasticamente.

Os alunos da Corvinal que entravam no Salão Principal e Hannah olhou para a mesa que eles sentaram e viu o menino estranho do expresso de Hogwarts, ele estava com a mesma cara de tedio e Hannah viu um distintivo parecido com o de Hermione e Rony no peito dele, só que em vez de vermelho e dourado com um leão nele, tinha cores azul e prata e uma águia., e ela lembrou de quando Hermione falou dos monitores de cada casa, e o da Corvinal se chamava Jax Miller, esse era o nome dele.

Aconteceu algumas coisas meio chatinhas antes do intervalo para o almoço. O Prof. Binns (história da magia) mandou fazer um trabalho de quarenta e cinco centímetros sobre as guerras dos gigantes e o Snape mostrou que fazia sentido tudo o que os meninos falavam dele. Ele mandou todos fazerem uma poção da paz, e por algum motivo, ele humilhou o Harry, mesmo tento poções muito piores do que a dele. Hermione e Rony brigaram de novo e Harry se chateou com eles e foi embora e Hannah decidiu olhar um pouco a escola depois de comer.

Ela estava andando por Hogwarts antes de ir para sua próxima aula e não estava prestando atenção na hora. Hannah estava olhando os quadros que se mexiam, alguns não gostavam dela olhando para eles e outros meio que se sentiam admirados e faziam pose, ela andava tranquilamente quando escutou uma voz familiar falando com ela:

— Se você não se apressar vai perder sua aula de adivinhação. – falou Jax Miller, olhando para o horário de Hannah, que ela tinha acabado de reparar que tinha deixado cair. – E acho melhor você tomar mais cuidado com suas coisas, tem sorte de eu ser legal e não deixar você sem horário, nem todos são assim.

Ele riu de lado e entregou o horário para ela, e então pareceu se tocar de alguma coisa, olhou o próprio horário e falou.

— Você sabe onde é a sala de adivinhação?

— Não...

— Também tenho essa aula, aproveito e te mostro onde é.

Hannah agradeceu e enquanto eles iam, uma hora ou outra Jax puxava assunto com ela sobre algumas coisas aleatórias e fazia piada de vez em quando, como um quadro com um cavaleiro começou a chamar ele pra briga, ai o Jax foi lá e deu um fora nele, eles riram muito da cara do cavaleiro.

Eles foram para aula de adivinhação e quando chegou viu Rony e Harry no canto da sala e foi até eles. Na hora que a professora pediu para fazer duplas, ela ficou meio perdida e decidiu fazer sozinha, até que a professora brotou do lado dela.

— O que foi minha jovem? Está sozinha?

— Bem? Na verdade eu estou com meus amigos, mas a senhora tinha pedido duplas então eu estava faze-

— Minha nossa! Sua aura é muito diferenciada, é como se ela tivesse sido alterada por uma força maior! – Hannah não tinha entendido o que ela estava falando, mas ela parecia realmente surpresa, e logo depois foi embora com uma cara meio estranha, e quando ela olhou pra Harry e Rony eles estavam claramente se segurando para não rir

— Podem rir. – falou ela, e eles riram muito, mas de uma maneira controlada. Logo depois a professora deu como tarefa de casa para eles fazer um diário dos sonhos por um mês, e isso não animou nada os meninos.

Quando eles entraram na sala de aula de Defesa Contra as Artes das Trevas, encontraram a Prof.ª Umbridge já sentada à escrivaninha, usando o casaquinho peludo cor-de-rosa da noite anterior e o laço de veludo preto na cabeça. A turma entrou na sala em silêncio, pois todos estavam curiosos para saber como a Prof.ª Umbridge era, já até aquele momento, ela era uma completa desconhecida.

— Bom, Boa tarde! – disse ela finalmente, quando a turma inteira acabou de sentar.

Alguns alunos murmuraram “boa-tarde” em resposta.

— Tss-tss – resmungou a professora. – Assim não vai dar, concordam? Eu gostaria que os senhores, por favor, respondessem: “Boa tarde, Prof.ª Umbridge.” Mais uma vez, por favor. Boa tarde, classe!

— Boa-tarde, Prof.ª Umbridge – falaram os alunos monotonamente.

— Agora sim – disse a professora com uma meiguice meio forçada. – Não foi muito difícil, foi? Guardem as varinhas e apanhem as penas.

Vários alunos trocaram olhares desanimados, provavelmente por que a aula seria chata, no quadro estava escrito:

Defesa Contra as Artes das Trevas

Um Retorno aos Princípios Básicos

— Bom, o ensino que receberam desta disciplina foi um tanto... interrompido e fragmentário, não é mesmo? – afirmou a Prof.ª Umbridge, virando-se para encarar a turma, com as mãos perfeitamente cruzadas diante do corpo. – A mudança constante de professores, muitos dos quais não parecem ter seguido nenhum currículo aprovado pelo Ministério, infelizmente teve como consequência os senhores estarem muito abaixo dos padrões que esperaríamos ver no ano dos N.O.M.s.

“Os senhores ficarão satisfeitos de saber, porém, que tais problemas agora serão corrigidos. Este ano iremos seguir um curso de magia defensiva, aprovado pelo Ministério e cuidadosamente estruturado em torno da teoria. Copiem o seguinte, por favor.”

Ela tornou a bater no quadro e a primeira mensagem desapareceu e foi substituída por

“Objetivos do Curso”.

1. Compreender os princípios que fundamentam a magia defensiva.

2. Aprender a reconhecer as situações em que a magia defensiva pode legalmente ser usada.

3. Inserir o uso da magia defensiva em contexto de uso.

Por alguns minutos o som de penas arranhando pergaminhos encheu a sala. Depois que todos copiaram os três objetivos do curso da Prof.ª Umbridge, ela perguntou:

— Todos têm um exemplar de Teoria da magia defensiva de Wilbert Slinkhard?

Ouviu-se um murmúrio baixo de concordância por toda a sala.

— Acho que vou tentar outra vez – disse ela. – Quando eu fizer uma pergunta, gostaria que os senhores respondessem: “Sim, senhora, Prof.ª Umbridge” ou “Não, senhora, Prof.ª Umbridge”. Então: todos têm um exemplar de Teoria da magia defensiva de Wilbert Slinkhard?

— Sim, senhora, Prof.ª Umbridge – ecoou a resposta pela sala.

— Ótimo. Eu gostaria que os senhores abrissem na página cinco e lessem o Capítulo Um, “Elementos Básicos para Principiantes”. Não precisarão falar.
            A Prof.ª Umbridge deu as costas ao quadro e se acomodou na cadeira, à escrivaninha, observando todos os alunos, com aqueles olhos empapuçados de sapo. Hannah já estava acostumada com ler para aprender, mas mais da metade da sala parecia incomodada com isso, abriram seus livros a força, só que Hannah viu uma coisa que chamou sua atenção. Hermione nem sequer abrira seu exemplar de Teoria da magia defensiva. Olhava fixamente a Prof.ª Umbridge com a mão levantada.

Umbridge a olhou confusa, mas ela meramente balançou a cabeça, a indicar que não ia responder perguntas, e continuou a encarar a professora, que olhava com igual resolução para o outro lado. Depois de se passarem vários minutos vários alunos estavam observando a tentativa de Hermione de ser notada pela. Quando mais da metade da classe estava olhando para Hermione e não para os livros, a professora pareceu decidir que não podia continuar a ignorar a situação.

— Queria me perguntar alguma coisa sobre o capítulo, querida? – perguntou ela a Hermione, como se tivesse acabado de reparar nela.

— Não, não é sobre o capítulo – respondeu Hermione.

— Bem, é o que estamos lendo agora – disse a professora, mostrando seus dentinhos pontiagudos. – Se a senhorita tem outras perguntas, podemos tratar delas no final da aula.

— Tenho uma pergunta sobre os objetivos do curso – disse Hermione.

A Prof.ª Umbridge ergueu as sobrancelhas.

— E como é o seu nome?

— Hermione Granger.

— Muito bem, Srta. Granger, acho que os objetivos do curso são perfeitamente claros se lidos com atenção – respondeu em um tom de intencional meiguice.

— Bem, eu não acho que estejam – concluiu Hermione secamente. – Não há nada escrito no quadro sobre o uso de feitiços defensivos.

Houve um breve silêncio em que muitos alunos da turma viraram a cabeça para reler, de testa franzida, os três objetivos do curso ainda escritos no quadro-negro.

— O uso de feitiços defensivos? – repetiu a Prof.ª Umbridge, dando uma risadinha. – Ora, não consigo imaginar nenhuma situação que possa surgir nesta sala de aula que exija o uso de um feitiço defensivo, Srta. Granger. Com certeza não está esperando ser atacada durante a aula, está?

— Não vamos usar magia? – exclamou Rony, em voz alta.

— Os alunos levantam a mão quando querem falar na minha aula, Sr...?

— Weasley – respondeu Rony, erguendo a mão no ar.

A Prof.ª Umbridge, ampliando o seu sorriso, virou as costas para ele. Harry e Hermione imediatamente ergueram as mãos também. Os olhos empapuçados da professora param em Harry por um momento, antes de se dirigir a Hermione.

— Sim, Srta. Granger? Quer me perguntar mais alguma coisa?

— Quero. Certamente a questão central na Defesa Contra as Artes das Trevas é a prática de feitiços defensivos.

— A senhorita é uma especialista educacional do Ministério da Magia, Srta. Granger?

— Não, mas...

— Bem, então, receio que não esteja qualificada para decidir qual é a “questão central” em nenhuma disciplina. Bruxos mais velhos e mais inteligentes que a senhorita prepararam o nosso novo programa de estudos. A senhorita irá aprender a respeito dos feitiços defensivos de um modo seguro e livre de riscos...

— Para que servirá isso? – perguntou Harry, em voz alta. – Se formos atacados, não será em um...

— Mão, Sr. Potter! – entoou a Prof.ª Umbridge.

Harry empunhou o dedo no ar. Mais uma vez, a professora prontamente lhe deu as costas, mas agora vários outros alunos tinham erguido as mãos.

— E o seu nome é? – perguntou a professora a Dino.

— Dino Thomas.

— Diga, Sr. Thomas.

— Bem, é como disse o Harry, não é? Se vamos ser atacados, então não será livre de riscos.

— Repito – disse a professora, sorrindo para Dino de modo muito bizarro – o senhor espera ser atacado durante as minhas aulas?

— Não, mas...

A Prof.ª Umbridge interrompeu-o.

— Não quero criticar o modo como as coisas têm sido conduzidas nesta escola – disse ela, um sorriso pouco convincente distendendo sua boca rasgada – mas os senhores foram expostos a alguns bruxos muito irresponsáveis nesta disciplina, de fato muito irresponsáveis, isto para não falar – ela deu uma risadinha desagradável – em mestiços extremamente perigosos.

— Se a senhora está se referindo ao Prof. Lupin – disse Dino, zangado, esganiçando a voz e – ele foi o melhor que já...

— Mão, Sr. Thomas! Como eu ia dizendo: os senhores foram apresentados a feitiços muito complexos, impróprios para a sua faixa etária e potencialmente letais. Alguém os amedrontou, fazendo-os acreditar na probabilidade de depararem com ataques das trevas com frequência...

Hannah estava incomodada, ela não tinha visto as aulas do Lupin, mas tinha certeza que ele não era assim.

— Não, isto não aconteceu – protestou Hermione – só que...

— Sua mão não está erguida, Srta. Granger!

Hermione ergueu a mão. A Prof.ª Umbridge virou-lhe as costas.

— Pelo que entendi, o meu antecessor não somente realizou maldições ilegais em sua presença, como chegou a aplicá-las nos senhores.

— Ora, no fim ficou provado que ele era um maníaco, não foi? – respondeu Dino, acalorado. – E veja bem, ainda assim aprendemos um bocado.

— Sua mão não está erguida, Sr. Thomas! Agora o Ministério acredita que um estudo teórico será mais do que suficiente para prepará-los para enfrentar os exames, que, afinal, é para o que existe a escola. E o seu nome é? – acrescentou ela, fixando o olhar em Parvati, que acabara de erguer a mão.

— Parvati Patil, e não tem uma pequena parte prática no nosso N.O.M. de Defesa Contra as Artes das Trevas? Não temos de demonstrar que somos capazes de realizar contrafeitiços e coisas assim?

— Desde que tenham estudado a teoria com muita atenção, não há razão para não serem capazes de realizar feitiços sob condições de exame cuidadosamente controladas – respondeu a professora, encerrando o assunto.

— Sem nunca ter praticado os feitiços antes? – perguntou Parvati, incrédula. – A senhora está nos dizendo que a primeira vez que poderemos realizar feitiços será durante o exame?

— Repito, desde que tenham estudado a teoria com muita atenção...

— E para que vai servir a teoria no mundo real? – perguntou Harry em voz alta, seu punho mais uma vez no ar.

A Prof.ª Umbridge ergueu a cabeça.

— Isto é uma escola, Sr. Potter, não é o mundo real – disse mansamente.

— Então não devemos nos preparar para o que estará nos aguardando lá fora?

— Não há nada aguardando lá fora, Sr. Potter.

— Ah, é? – A voz de Harry começou a ficar tremula de raiva.

— Quem é que o senhor imagina que queira atacar crianças de sua idade? – perguntou a professora, num tom horrivelmente meloso.

— Humm, vejamos... – disse Harry numa falsa voz pensativa. – Talvez... Lorde Voldemort?

Rony ofegou. Lilá Brown soltou um gritinho. Hannah se encolheu na cadeira. Neville escorregou pela lateral do banco. A Prof.ª Umbridge, porém, nem sequer piscou. Estava encarando Harry com uma expressão de sinistra satisfação no rosto.

— Dez pontos perdidos para a Grifinória, Sr. Potter.

A sala ficou parada e em silêncio. Todos olhavam para Umbridge ou para Harry.

— Agora gostaria de deixar algumas coisas muito claras.

A Prof.ª Umbridge ficou em pé e se curvou para a turma, suas mãos de dedos grossos e curtos abertas sobre a escrivaninha.

— Os senhores foram informados de que um certo bruxo das trevas retornou do além...

— Ele não estava morto – protestou Harry zangado – mas, sim senhora, ele retornou!

— Sr. Potter-o-senhor-já-fez-sua-casa-perder-dez-pontos-não-piore-as-coisas-para-si-mesmo – disse a professora sem parar para respirar e sem olhar para ele. – Como eu ia dizendo, os senhores foram informados de que um certo bruxo das trevas está novamente solto. Isto é mentira.

— NÃO é mentira! – disse Harry. – Eu o vi, lutei com ele.

— Detenção, Sr. Potter! – disse a Prof.ª Umbridge, em tom de triunfo. – Amanhã à tarde. Cinco horas. Na minha sala. Repito, isto é uma mentira. O Ministério da Magia garante que não estamos ameaçados por nenhum bruxo das trevas. Se os senhores continuam preocupados, não se acanhem, venham me ver quando estiverem livres. Se alguém está alarmando os senhores com lorotas sobre bruxos das trevas renascidos, eu gostaria de ser informada. Estou aqui para ajudar. Sou sua amiga. E agora, por favor, continuem sua leitura. Página cinco. “Elementos Básicos para Principiantes”.

A Prof.ª Umbridge sentou-se à escrivaninha. Harry, no entanto, ficou em pé. Todos o olhavam, Simas parecia meio apavorado, meio fascinado. Hannah estava começando a ficar com raiva, ela também tinha visto aquele cara, ela sabia que era verdade, mas ao ver Harry ainda em pé, tentou convencer ele a sentar de novo, mas ele a ignorou

— Harry, não! – sussurrou Hermione, em tom de alerta, puxando-o pela manga, mas ele desvencilhou o braço da mão da amiga.

— Então, segundo a senhora, Cedrico Diggory caiu morto porque quis, foi? – perguntou Harry, com a voz tremendo de novo.

Todos olhavam avidamente de Harry para a professora, que erguera os olhos e encarava o garoto sem o menor vestígio de falso sorriso no rosto.

— A morte de Cedrico Diggory foi um trágico acidente – disse ela, com frieza.

— Foi assassinato. Voldemort o matou, e a senhora sabe disso.

O rosto da Prof.ª Umbridge estava inexpressivo. Por um momento, pareceu que fosse berrar com ele, mas então ela falou, com a sua voz mais macia, mais meiga, mais infantil e meio psicótica:

— Venha cá, Sr. Potter, querido.

Ele chutou sua cadeira para o lado, contornou Rony, Hannah e Hermione e foi à escrivaninha da professora.  A Prof.ª Umbridge puxou um pequeno rolo de pergaminho cor-de-rosa da bolsa, esticou-o sobre a escrivaninha, molhou a pena no tinteiro e começou a escrever, curvada sobre o pergaminho para que ninguém não pudesse ver o que estava escrevendo. Ninguém falava. Passado um minuto e pouco, ela enrolou o pergaminho e lhe deu um toque com a varinha; ele se selou, sem emendas, de modo que o garoto não o pudesse abrir.

— Leve isto à Prof.ª McGonagall, querido – disse estendendo a ele o bilhete. Harry apanhou-o sem dizer palavra e saiu da sala, sem sequer olhar para os amigos, batendo a porta ao passar.

Hannah tinha ficado sem palavras, ela não gostava de ver gente brava, ainda mais ao seu lado, e o pior é que a Umbridge continuou a aula tranquilamente, mandando os alunos voltarem a ler os livros.


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