Jogo de Sobrevivência: Battle Royale escrita por Sohma


Capítulo 5
Falhas




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Buffy e Dekka beliscavam alguma coisa, ambas encontraram o bairro residencial daquela ilha, assim como tudo o que viram até então aquele local estava abandonado, levou um tempo até elas garimparem uma casa onde estivesse no mínimo aproveitável. Dekka encontrou uma vassoura e superficialmente limpou a cozinha, em especial a mesa e ali depositando um dos salgadinhos, o mapa e uma das garrafas d'água.

 

Buffy se mantinha quieta desde então, como se analisasse toda a situação meticulosamente.

 

Um estranho som as assustou, parecia que tinham acabado de ligar um microfone, o som ensurdecedor era incômodo, passou-se alguns segundos até a voz arrogante de Renata se fazer presente:

 

— Boa noite! — riu. — Já passaram seis horas desde o início do jogo, só para deixar vocês atentos, temos uma pequena lista de mortos. — pigarreou. — São eles consecutivamente: Lovy, Creolle e Estrelina. Vocês estão indo bem melhor do que eu esperava, mas em seis horas apenas três mortes? Vocês são bem melhor que isso...

 

Um longo silêncio se fez presente.

 

— Agora os quadrantes proibidos, são eles: H9 e F8. Fiquem atentos, em 40 minutos esses lugares ficarão proibidos. Bom jogo! — a voz desapareceu.

 

As duas se encararam por um breve momento, Dekka sorriu internamente, ela quase lutou com Buffy pela ideia de se espremerem naquele alçapão que passaram, mas olhando o mapa viu que ele ficava justamente no quadrante H9, teriam que sair de lá imediatamente e nem teriam tempo para descansar.

 

Buffy levantou-se bruscamente da mesa, segurando o picador de gelo, Dekka se sobressaltou, ainda mais quando a outra puxou sua mão e fez uma leve pressão com o picador em seu indicador, onde uma pequena bolha de sangue se fez presente. Buffy usou o sangue de Dekka para marcar no mapa as duas áreas restritas.

 

Dekka voltou o braço para seu corpo, pressionando o dedo nas roupas para tentar estancar o sangue.

 

— Precisamos de uma arma de verdade. — falou prontamente. — Não estamos prontas pra um contato direto, precisamos encontrar alguém que possua uma arma de fogo e roubar dela.

 

Dekka apenas engoliu em seco e assentiu com a cabeça, sentiu um desconforto passar por seu corpo. Sabia muito bem que Buffy é competitiva e inteligente, mas sempre se esquecia o quão assustadora ela poderia ser nesses momentos. Pegou as coisas da mesa e as guardou na bolsa, observando superficialmente as seringas.

 

[...]

 

Grimhilde subia uma parede de ferro, que pertencia a uma área que estava completamente fechada, rodeou-a diversas vezes apenas para concluir que não tinha um portão. Por isso começou a escalar aquela parede, tomando cuidando para não pisar em falso. Sabia que estava longe da cabana principal, conferiu o mapa diversas vezes, pelo seus cálculos deveria estar em E8. Suspeitou que todas inicialmente ficariam nos quadrantes próximos a cabana e ela resolveu fugir.

 

Ouviu tiros diversas vezes, gritos e agora pouco recebera a confirmação de três mortes.

 

Quando chegou ao topo soltou um suspiro, estava realmente assustada. Ninguém ali a conhecia, ninguém ali confiava nela. Acreditou na promessa de Sillum "vem, vai ser uma ótima chance de você participar de uma temporada de verdade". Jamais imaginaria que ela a estava chamando para um jogo de sobrevivência.

 

Desceu com passos meticulosos a parede, mas falhou uma pisada, sentiu alguma coisa perfurar sua perna esquerda, desequilibrando caiu com força no chão.

 

Soltou um gemido, ergueu levemente a cabeça, apenas para conferir que sua perna sangrava, tentou se mexer mas o corpo todo se contraiu de dor.

 

— Espero que você não tenha pegado tétano. — alguém comentou sobre suas costas.

 

Grimhilde levantou a cabeça rapidamente mas não conseguiu ver quem lhe falara. Um tiro atingiu seu peito.

 

Laquanda abafou uma risada, andou até a parede dando um pulo, apenas para pegar a bolsa de Grimhilde que estava pendurada pela alça, abriu e vasculhou, procurando a arma que deveria ser de Aron, mas não encontrou nada.

 

Levantou a sobrancelha intrigada.

 

Andou até o corpo inerte e começou a remexer nos bolsos, procurando. Mas não encontrou nada.

 

Olhou para o rosto de Grimhilde e soltou um grito ao ver os olhos abertos lhe encararem assustadoramente. Grim ergueu o corpo, partindo para cima de Laquanda, dando um soco no rosto da garota. Já Laquanda revidou chutando a perna já machucada, fazendo com que a outra permanecesse no chão. Tateou o chão diversas vezes procurando a arma e a encontrando voltou a disparar sobre o peito de Grimhilde, que mesmo se recuando voltava a lhe atacar.

 

Laquanda começou a se desesperar, ainda mais quando apertou o gatilho e um som baixo de 'clic', indicando que não tinha mais balas se fez presente.

 

Jogou a arma sobre Grimhilde e partiu para cima dela, as duas trocaram socos, arranhões, tanto que longas unhas de Laquanda acertaram o olho de Grim, a cegando por um breve momento, e aproveitando essa oportunidade a outra foi pra cima, chutando, socando e batendo a cabeça na de Grimhilde, sentindo em sua boca o gosto de ferro de seu próprio sangue.

 

Grim não conseguiu resistir aos fortes golpes, estava quase desmaiando, sua cabeça doía, não enxergava, mas não queria morrer ali, não aceitaria morrer e muito menos morrer para Laquanda.

 

Tateou o chão e seus olhos franziram ao encontrar uma pedra, pegou e mirou na cabeça mas acabou acertando o ombro de Laquanda, que finalmente saiu de cima dela.

 

Ergueu do chão pensando em fugir mas a dor na perna se fez presente outra vez, agachou e aquele foi seu maior arrependimento.

 

Um pedaço grande de madeira atingira sua cabeça, a jogando outra vez no chão, Laquanda se pôs novamente sobre o corpo de Grimhilde, acertando a cabeça dela diversas vezes com o grande pedaço de madeira. Gritava. Batia. Estava tão nervosa que nem se importou pelo fato de Grimhilde já estar morta na quarta batida.

 

[...]

 

Gallatea cutucou levemente o corpo de Cleo, vendo que a garota não respondia deu um chacoalhão nela, fazendo com que ela piscasse os olhos e olhasse para ela.

 

— Precisamos ir. — avisou.

 

— Ir...? — questionou sonolenta.

 

— Acabaram de avisar que esse quadrante vai se tornar proibido. Se não sairmos daqui em vinte minutos podemos explodir. — Metalica falou exasperada arrumando duas bolsas sobre os ombros.

 

No susto Cleo se levantou, indo até Metalica pegando uma das bolsas que deveria ser sua. As três empunharam as armas nas mãos e saíram do esconderijo. Metalica tomando a dianteira, Cleo parecendo ser escoltada e Gallatea na traseira.

 

— Para onde vamos? — questionou Cleo.

 

— Vimos uma pequena área residencial não muito longe daqui, talvez possamos achar aqui um lugar para pelo menos passar a noite, não podemos ficar perambulando por ai nessa escuridão. — explicou Metalica.

 

— Acha que podemos encontrar alguém? — Cleo voltou a falar.

 

— Queremos encontrar a Dobby. Quero estar do lado de alguém em que eu possa confiar. — Metalica continuou.

 

Apesar de não ter visto, Gallatea lhe lançou um olhar bravo, percebeu a entonação na palavra "eu" na frase da amiga.

 

Ambas concordaram que Cleo deveria estar fragilizada e assustada, permitiram que ela descanse por alguns minutos, só que esses minutos acabaram se tornando horas. Metalica deixou bem claro que não confiava totalmente em Cleo, compreendia que era amiga de Gallatea, mas ela não tinha contato algum com a garota e lembrava-se dela durante o Geekay, a imagem de menina sonsa mas que sabe muito bem o que fazer, afinal ela conseguira chegar até a final dando a volta por cima. Gallatea tentou lhe explicar mas desistiu depois de alguns minutos, ambas estavam nervosas e se continuassem daquele jeito a conclusão poderia não ser muito boa.

 

"Eu aceito Cleo nos acompanhar, desde que encontremos alguém da minha confiança.", lembrava-se da frase baixa mas autoritária que Metalica lhe falou enquanto Cleo dormia.

 

[...]

 

Agora era Gina que observava o redor pela velha janela. Ela e Dobby resolveram fazer uma troca de turnos, uma descansava algumas horas enquanto a outra ficava de vigia e vice-versa. Quando o anúncio das mortes e quadrantes proibidos foi feito Dobby roncava tranquilamente no chão sujo envolvida na blusa de frio fina que carregava. Gina sentia o frio da noite entrar pelo vidro quebrado e pelas frestas da velha casa, mas não tinha como se esquentar, teria que aturar aquele clima frio até o nascer do Sol.

 

Voltou a olhar o mapa, com cuidado para não deixar também de olhar pela janela. Estava mantendo todo o cuidado para que ninguém a pegasse de surpresa.

 

O quadrante em que estavam deveria ser o H10 ou E9? Existiam três residências no mapa, só que uma se localizava muito distante dali, J2, elas com certeza não poderiam estar ali.

 

Observou nas bases ao redor, no quadrantes proibido H8 existia algo que parecia um alçapão, não lembrava de ter passado por ali, usando isso como lógica acreditou que estavam em E9.

 

Apesar de as localizações nos mapas parecerem bem próximas seu corpo dolorido quando encontrou a casa informou que caminhou bastante, nem parecia que haviam se passado seis horas desde que tudo isso começou.

 

Gina suspirou pesadamente voltando a encarar a janela. Ninguém estava lá fora.

 

Outra vez encostou na foice que era sua arma. Observoh ao lado de Dobby uma escopeta desmontada. Nem ela e nem Dobby tinham dinâmica para montar aquela arma, mesmo ela tendo vindo com instruções "muito difíceis", palavras da própria Gina. Se ela pudesse... Conseguiria matar Dobby em dois segundos ali, a outra estava indefesa, dormindo. Podia fazer aquilo tranquilamente.

 

Mas e por que não faz?

 

Simples.

 

Ela sabe que não teria forças para enfrentar um confronto sozinha. Preferiu se aliar alguém, ser protegida e quando todas as maiores ameaçar forem eliminadas ela eliminaria aquela que "esteve ao seu lado". Fingiu acreditar e confiar em Dobby que achar pessoas, formar uma galera seria a melhor das alternativas. Quanto mais gente estivesse com ela, mas gente seria morta de uma única vez.

 

Como?

 

Ela ainda não sabia.

 

Mas iria fazer.

 

Desviou o olhar da escopeta quando no fundo, na escuridão da noite, uma silhueta apareceu correndo.

 

[...]

 

Marcelo ED estava confortavelmente sentada numa maca, usando a lanterna que estava em sua bolsa para observar o mapa enquanto mordia os salgadinhos e bebericava um pouco da água. Sentindo a boca seca, quando percebeu que o líquido acabou.

 

Levantou da maca e foi até o corredor principal, encontrando o bebedouro enchendo pela segunda vez a garrafa com 2 litros de água gelada.

 

Tirou a sorte grande.

 

Aproveitando que tinha longas pernas, Marcelo correu mais distante do que todos os outros, passou pelo bosque, vendo o corpo falecido de Lovy, passou pela área residencial vendo de longe Fae assassinar Estrelina, foi tão longe que quando finalmente parou ouviu o anuncio de Renata que já haviam se passado seis horas de jogo.

 

Naquele momento olhou para o mapa e viu que estava em G4, num hospital desativado. Se surpreendeu ao ver que a eletricidade ainda funcionava e se surpreendeu ainda mais ao ver que tinha água limpa e filtradas em todos os bebedouros. Apesar de como tudo o que tinha na ilha o hospital, que mais parecia um pronto socorro, estar abandonado era confortável o bastante para ficar ali por um bom tempo.

 

Pelos seus cálculos, se as outras fossem "preguiçosas" com certeza teriam optado se esconder nas duas primeiras áreas residências próximos a cabana de início do jogo, mas ela não. Conseguiu usar sua inteligência e foi pra longe, distante. As outras iam demorar ao notar que existia esse lugar no mapa e iriam se locomover pra cá. Se ele levou quase 6h andando diretamente, parando apenas para presenciar a cena horrível que fora a morte de Estrelina, ninguém chegaria ali tão cedo. Relaxaria por um instante, dormiria e quem sabe até tomaria um banho no chuveiro coletivo .

 

Essa prepotência foi a sua maior falha.

 

A porta se abriu num estrondo, ele prontamente se escondeu, ficando atrás de um grande balcão. Ele não conseguia ver quem tinha entrado, mas parecia estar com dificuldades.

 

Quem seria?

 

Com chegou ali tão rápido?

 

Será que alguém tivera a mesma ideia que ele?

 

— Você vai ficar bem. — a voz pareceu ecoar mais alto que o normal. Ouviu-se a porta ser fechada e os passos mostravam que aquela pessoa andava por toda a extensão do pronto socorro, ouviu também quando uma outra porta foi aberta e coisas pareceram cair no chão.

 

Marcelo tremeu.

 

"Droga", praguejou. Olhou ao redor, a única coisa que estava em suas mãos era a garrafa de água que suava. Deixou a bolsa no quarto das macas.

 

Merda!

 

Deixou a bolsa no quarto das macas.

 

Se aquela pessoa, seja lá quem fosse, entrasse lá ia ver que tem alguém ali dentro.

 

E como se ele previsse o futuro uma outra porta foi aberta, e não levou nem 2 minutos para a voz feminina falar mais alto:

 

— Quem está ai?

 

Tremeu.

 

Sua arma. Ele nem sequer pensou em ver qual era sua arma. Como pode ser tão prepotente?

 

Olhou ao redor, procurando qualquer coisa que pudesse usar para se defender, estava completamente desesperado. Até que encontrou, no canto de uma das mesas tinha uma garrafa de vidro. Não pensou duas vezes, largou a garrafa d'água, pegou a de vidro e a partiu na própria mesa, pulou o balcão e apontou para onde vinha a voz.

 

Encontrou a figura de Marria com as mãos levantadas. As roupas sujas de terra, os olhos assustados.

 

Mas Marcelo não se importou, não importava quem era. Ele encontrou aquele lugar e ninguém ia roubá-lo dele.

 

Sem pensar pulou sobre o corpo de Marria, ela acabou sendo mais ágil e se esquivou.

 

— Eu não quero lutar! — mas qualquer frase que ela falasse parecia em vão.

 

Marcelo recobrou a consciência e partiu pra cima de Marria novamente, ela até tentou desviar mas ela não conhecia o ambiente, e seu corpo bateu no balcão de recepção. Ela nem teve tempo de soltar um gemido de dor, precisou ter um reflexo rápido para segurar um dos braços de Marcelo, que apontava os cacos da garrafa em seu rosto.

 

Ela sabia que não iria tão longe, sabia que não chegaria nem na metade daquele jogo, mas nunca pensou que seria uma das dez primeiras mortas.

 

Mas de repente um tiro ecoou, e parece mais alto nos corredores do abandonado hospital.

 

Marcelo caiu no chão, da boca saía sangue assim como de sua cabeça, dois dedos acima do ouvido tinha o buraco perfeito de uma bala.

 

Marria tremia quando virou a cabeça apenas para encontrar Amai agora desperta empunhando uma arma que ela não reconhecia. Mexeu no bolso da calça jeans, apenas para sentir a sua arma ali.

 

— Você está bem? — Amai quebrou o silêncio.

 

Marria apenas acenou com a cabeça, Amai caiu de joelhos no chão e sorriu para ela. Aquela sorriso foi suave e ali uma revelava para a outra a aliança que elas formaram.

 

[...]

 

Ebonique andava por alguma região do bosque, em suas mãos carregava a arma de choque com muito receio, olhava para todos os lados, atenta. Por alguma razão queria saber exatamente que horas deveriam ser, de acordo com a voz de Renata que ecoou já haviam se passado seis horas desde que eles chegaram, mas que horas exatamente eles chegaram? Lembrava-se vagamente de que estava escurecendo, mas ainda não havia de tudo escurecido.

 

Talvez tivessem chegado dentre as 17h, 18h fosse mais provável. Acreditou que deveria ser meia noite ou qualquer horário próximo a madrugada, estava muito frio e apesar da adrenalina que corria pelo seu corpo com medo de confrontar alguém não estava preparada para passar uma noite ao relento.

 

Encarou o mapa mais uma vez, procurando algum ponto em que a claridade da lua se fizesse presente para que pudesse vê-lo sem muitos problemas.

 

Soltou um "ufa" ao reconhecer a saída do bosque no mapa, estava distante da área F8.

 

— Eu não vou explodir. — falou para si mesma.

 

Observou o mapa com mais cuidado, vendo que mais para frente deveria ter algo parecido com um jardim, tentou ver algo adiante mas era impossível na escuridão da noite.

 

Voltou a caminhar com receio, olhando para todos os lados. Sobressaltou-se ao escutar um farfalhar atrás de si, apontou a arma de choque prontamente quando soltou um gritinho de surpresa ao ver um pequeno animal passar correndo. Caiu de bunda no chão, tremendo.

 

Tentou-se levantar mas os joelhos tremiam.

 

— Porra... — falou calmamente. — Eu preciso parar com isso. Preciso me concentrar.

 

— Está tudo bem? — ouviu uma voz atrás de si, fazendo com que ela se levantasse por completo, apontando a arma de choque para a figura ali.

 

Era Alice.

 

Alice levantou as mãos surpresas.

 

— Calma! — falou rapidamente. — Eu... Eu também acabei de sair do bosque. — ela apontou para o relógio em seu pulso, indicando que estava contando o tempo para aquele quadrante se tornar proibido. Alice tentou dar um passo para mais perto de Ebonique, mas esta ainda apontava a arma de choque de onde saíam algumas faíscas. — Eu não quero te machucar.

 

Como se pra provar que estivesse falando a verdade Alice jogou a bolsa que usava.

 

— Pode revistar.

 

Ebonique ainda apontando a pequena arma olhou rapidamente a bolsa de Alice, estava tão nervosa que nem havia notado a quantidade em dobro de itens, mas ao sentir a pequena arma ela pareceu suspirar.

 

Se Alice quisesse lhe matar poderia ter tirado a arma da bolsa e ter usado a tática da confiança como isca.

 

Ebonique fechou o zíper e entregou novamente para Alice.

 

— Desculpa desconfiar assim de você. Eu...

 

— Está assustada. Eu sei... Eu também estou. — a voz era baixa e mostrava um pouco de angústia. — Nós saímos em tempo do quadrante. — falou novamente apontando para o relógio de pulso. — Agora é meia noite e trinta e oito, mais dois minutos e poderíamos ter morrido.

 

Ebonique tremeu levemente só de pensar nisso.

 

— Você está com alguém? — questionou Alice arrumando a bolsa sobre os ombros.

 

— Não. Não procurei ninguém ainda, nem tive tempo de pensar nisso.

 

Alice ponderou e acenou com a cabeça soltando um pequeno sorriso.

 

— Você sabe ler esse mapa?

 

A indagação pegou Ebonique de supetão. Ela podia compreendê-lo, mas não sabia lê-lo completamente.

 

— Cada quadrante nesse mapa equivale a quatro quilômetros. Eu analisei ele com calma para conseguir compreender como ele funcionava. Eu percebi que a extremidade do bosque começava a partir do quadrante G8. G8, F8 e F9 são todos os quadrantes que o bosque é afetado.

 

— Porque você está me explicando isso.

 

Alice finalmente sorriu. Mas não era um sorriso normal.

 

Deu três passos para trás.

 

Um clic foi ouvido e não levou nem três segundos para que o colar que estava preso ao corpo de Ebonique explodisse, assim também explodindo toda a sua cabeça, fazendo com que os miolos se espalhassem por todo o chão. Não houve nenhum resquício de seu rosto, cabelos, nada que fizesse parte de sua cabeça. No entanto, o corpo sem cabeça ficou em pé por breves segundos após a explosão para depois cair que nem um saco de batatas.

 

Alice suspirou, retirou das costas um pedaço mediano de madeira que encontrou no bosque, tomando cuidado para não colocar a cabeça próximo ao quadrante agora proibido.

 

— Expliquei porque você precisava saber que estava 2m ainda dentro do quadrante F8. — falou para o corpo sem cabeça inerte no chão.


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