Os mugiwaras ancoraram numa ilha misteriosa com várias pegadinhas e magia, era também inabitável como mostravam ser sua vegetação virgem e seus animais mágicos. Luffy foi o primeiro a se separar antes mesmo de Nami ordená-lo para esperar os grupos a serem sorteados. Ele havia visto algo na floresta, mais precisamente uma carne com o tamanho de um ser humano e que supreendemente andava, usava tênis e até mesmo segurava um garfo por também ter braços. Estava o seduzindo? Pronto! O capitão ficou muito interessado por aquela carne misteriosa e correu atrás dela, apenas dentre alguns segundos o rapaz já havia se perdido naquela floresta fechada.

No canto de uma caverna, Nami estava sentada enquanto esfregava os braços. Sentia frio naquele ambiente gelado e usava roupas "leves" para piorar sua situação. Parou ali para fugir de uma capivara gigante que expelia pela língua um tipo de toxina. A ruiva correu muito para não ser lambida e se machucou com os galhos, plantas, pedras e arbustos no meio do caminho. Sua pele alva estava toda surrada, mas não havia nenhum ferimento sério e ainda conseguiu escapar daquele monstro quando se escondeu na caverna. Ela também sentia um ódio inexplicável por Luffy ter começado toda aquela confusão. Alguns foram atrás dele, inclusive ela, mas todos se separaram.

"Por que não fiquei no navio ganhando os mimos do Sanji-kun? Por que hoje dei azar no sorteio?"

No entanto, Nami ouviu um barulho estrondoso e se levantou do chão em estado de alerta. - Quem está aí? - Perguntou depois de agarrar com muita força no seu clima tact, tremia um pouco e não enxergava devido a escuridão da caverna.

— Nami?!

Ela reconheceu a voz e avançou alguns passos de onde viera até sentir duas mãos tocando o seu rosto.

— Usopp!!

— Nami!!

Os dois se abraçaram bem apertado, até mesmo choraram um pouco.

— Você está bem? - O atirador perguntou preocupado.

— Sim, só sinto frio.

— Esperar o que de alguém que usa um biquini pra lutar.

Mais um barulho ecoou naquela caverna, era do clima tact batendo com força na cabeça estúpida de Usopp. Ele se levantou com a mão alisando a cabeça e tirou seu casaco. Tateava o ar para achar Nami naquele escuro novamente, sentiu algo e entendeu que era o braço da mesma. Depois deslizou sua mão morena até a dela. - Pegue esse pano, é um casaco. Vista-o por enquanto.

Nami sentiu um arrepio com o deslizamento da mão um pouco áspera do atirador, mas pegou o casaco da mão dele e o vestiu. Já se sentia melhor. - Obrigada, Usopp. - Agradeceu.

— Tudo bem. Você entrou como aqui?

— Pela entrada e me perdi.

— Eu caí de um túnel da minha largura, por pouco não fiquei preso.

Um minuto de silêncio se apoderou deles, até Nami lembrar que Usopp sempre carregava uma bolsa brega cheia de bugigangas. - Será que você tem uma lanterna na sua bolsa brega?

O moreno piscou os olhos "brega?" mas se lembrou de algo. - É verdade! Eu tenho uma sim! - Retirou da bolsa uma lanterna e Nami deu um pulinho de alegria quando Usopp a acendeu. - O que seria de você sem o grande Usopp, o guerreiro do mar mais precavido do mundo!

— Tonto! É mais que sua obrigação me tirar daqui! Senão o mangá acaba, pois só eu sei navegá-los até seus destinos. - Nami brandava num tom arrogante e Usopp a observava enquanto pensava que ela estava demorando muito de levar-los até os seus supostos destinos. Já alcançariam a marca de 1000 capítulos.

— Ok, então. Que tal ser reponsável por esse destino também? - Havia um tom de deboche na voz do atirador. - Seja o nosso guia para a saída.

Nami franziu o cenho porque se lembrara que já procurara pela saída há mais de uma hora. Mas seu orgulho falou mais alto e começou a andar pra uma direção qualquer.

Passou mais uma hora.

— Céus! - Usopp se queixava com as mãos nos joelhos e cansado. - Você tá parecendo Zoro numa linha reta.

Nami estava igualmente cansada e resolveu não retrucar. - Ele é incrível.

— Quem?!

— Zoro.

— Tá delirando?

— Ora, pensa só: se ele estivesse aqui já teria dado um oniguiri e exterminado essa rocha há muito tempo!!!

— É verdade. - Usopp admitiu com os braços cruzados e um aceno na cabeça.

— Ali mesmo! - Nami apontou pra uma direção aleatória. - Não teria mais essa parede estúpida!!

— Aposto que Sanji também daria um jeito.

— Mas é você que tá aqui, faça alguma coisa, Usopp!! - Nami ficou de joelhos e rosto no chão. - Deixo tudo contigo.

— NEM A PAU! - Levantou a garota do chão. - Me ajude também!

De repente um ronco ecoou pela caverna.

— Você tá com fome, Nami?

— Sim, mas vou cometer seppuku e já não terei mais barriga. - Chorava muito feito um bebezão. Usopp revirou os olhos.

— Eu também estou com fome, mas não tenho nada e pelo visto você também não.

— E sua bolsa brega?

— ELA NÃO É BREGA!

— Ok.

Usopp inspirou fundo. - Acho melhor dormimos pra não sentirmos fome.

— Concordo.

Após alguns minutos, os dois estavam acomodados um do lado do outro sentados e de costas na parede. Usopp estava sentindo frio há algum tempo e Nami notou, para resolver isso ela usou o casaco de cobertor e cobriu os dois. Portanto, eles estavam bem próximos um do outro. Com os olhos fechados, Nami envolveu sua mão macia na mão áspera de Usopp e o mesmo despertou com esse toque.

— Nami?

— Zoro é um bobão.

— Oi?

— O Sanji também.

— O que está dizendo, Nami? - Usopp ainda sentia a mão dela se envolvendo com a sua. Isso lhe deixava confuso.

— Mas Usopp é perfeito.

Usopp abriu o olhar e virou o rosto para ruiva, naquele momento ela lhe deu um selinho que deixou o atirador muito assustado e sem graça.

— Obrigada por ser você que está aqui.

O narigudo estava confuso, mas se lembrou do sentimento de impotência que tivera mais cedo por não ser Zoro ou Sanji. Ela percebeu?

Apesar da lanterna estar desligada para poupar bateria e não estar mais a vendo, Usopp sabia que Nami estava sorrindo.

— Eu também, Nami. Mas não fale de um jeito que pode morrer feliz por estar ao meu lado. Afinal, preciso que você continue me conduzindo até o meu destino de me tornar um bravo guerreiro do mar, certo? - Sorriu gentilmente mas notou que a ruiva já adormecera quando roncava tão alto. "Ela não ouviu nada do que eu disse?" Mas deixou pra lá, era normal as pessoas não lhe ouvirem. Pobre, Usopp! "Por que estou reclamando? Nami acabou de me beijar!"

Portanto, Usopp cobriu com o braço os ombros da navegadora e tombou sua cabeça junto a dela.

É claro que os dois não morreram, pois ninguém morre nesse mangá. Mais tarde Zoro e Sanji se econtrariam e começariam uma briga feia até exterminar aquela caverna com os seus golpes e ver aquele casal medroso ainda abraçadinho e dormindo.