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Capítulo 3
Capítulo 3




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Os raios de sol entraram pela fresta da janela e foram diretamente até o rosto de Rony. Estranhou um pouco, até porque essa situação não tinha acontecido em nenhum dos outros dias. Além disso, ele estava segurando algo. Não, alguém.

Abriu os olhos rapidamente – o que o cegou por um breve momento – lembrando-se da noite passada. De alguma maneira, os dois tinham se virado um para o outro durante a noite, e agora estavam de mãos dadas entre si.

Seu coração acelerou, mas ele não estava nervoso. Tudo o que conseguia pensar era em como a mão de Hermione se encaixava perfeitamente na sua, como a sua pele refletida no sol era a coisa mais linda que ele já tinha visto, parecendo ter um brilho próprio. O raio de sol ficava mais bonito, mais brilhante, quando tocava sua pele.

Em um ato impulsivo, Rony acariciou uma das mãos da garota com seu dedão, o que fez a serenidade no rosto dela sumir. Assim que viu suas sobrancelhas se franzirem, supôs que ela acordaria e fechou rapidamente os olhos, fingindo dormir.

Ouviu Hermione prender a respiração ao mesmo tempo em que seus dedos apertaram levemente as mãos dele. O gesto foi rápido, pois ela logo retirou delicadamente as mãos das suas, levantando-se da cama e andando em direção ao banheiro. Após o barulho da porta se fechando, ele achou seguro abrir os olhos.

Ela teve a reação esperada. Rony devia ter feito a mesma coisa, e não ficar admirando a garota. Precisava parar com aquilo. Hermione tinha se trancado no banheiro, então com certeza não queria vê-lo. Decidido a parar de pensar na amiga, saiu da cama e calçou seus sapatos, avisando que iria para o próprio quarto.

Não sabia para onde estava indo. Não queria ir para o quarto e encarar Harry, aquilo apenas o faria pensar novamente em Hermione. Não podia ir para o lago olhar as pessoas patinarem, pois se lembraria da noite passada. Não podia passear pela cidade também, ou se lembraria da noite no fliperama. Não podia ir para o salão, cheio de purpurina dourada. Sequer poderia ouvir uma música!

Ele estava perdido.

Decidiu arriscar a sorte e foi até o quarto pegar uma troca de roupa. Com certeza um banho o faria relaxar e afastaria os pensamentos sobre Hermione de sua cabeça. Talvez almoçar também. Viu que o cardápio do dia teria brownie e seu estômago roncou só de imaginar. Brownie era o doce favorito de Hermione, provavelmente ele devesse avisa-la para comer também. Não seria tão bom quanto o que ela mesma cozinhava, mas não poderia ser de todo ruim. Será que ela faria uma fornada para ele quando eles voltassem para casa?

Pare de pensar nela.

Seu dia todo foi resumido nisso. Ele ficou emburrado em um dos bancos próximos ao lago, que dava de vista para a floresta. Observou as pessoas mais aventureiras patinarem, exibindo a todos que não estavam de ressaca. A maioria dos adolescentes passou a tarde do lado de dentro, tomando café ou trancados em seus quartos em silêncio. Alguns decidiram passear, porque a banda As Esquisitonas ainda estava na cidade, então foram tentar a sorte em conseguir um autógrafo.

Rony não ouviu nenhuma música naquele dia. Também não viu Hermione, que ficou em seu quarto lendo Orgulho e Preconceito – pelo menos foi o que Ginevra disse. Ele evitou até mesmo Harry. Não sabia se estava pronto para encarar o amigo, pois certamente acabaria confessando o que estava sentindo.

Confessando o que? Nem ele sabia o que sentia. Aquilo era totalmente novo e estranho. No fundo ele sabia que não era apenas uma atração, afinal, já tinha se sentido atraído por outras garotas antes e nada chegava perto daquilo. Mas ele não poderia estar apaixonado pela sua melhor amiga. Como poderia dizer isso a ela? Ele deveria dizer? Não, era melhor guardar para si mesmo. Hermione não precisava saber das maluquices que passavam em sua cabeça.

Mesmo assim, ele precisava falar para alguém. Nunca foi muito bom em manter segredos, e esse era um que ele não conseguiria guardar. Depois de analisar todas as possibilidades, concluiu que contar para Harry seria seguro. Claro, ele era amigo de Hermione, mas era bom com segredos. Exceto quando estava bêbado, mas isso não aconteceria novamente tão cedo.

Antes que mudasse de ideia, subiu decidido para o quarto, encontrando o amigo concentrado em um jogo de celular. Como deveria começar essa conversa? Não é que os dois nunca falassem de sentimentos, mas é que, bem, eles nunca falaram disso. Aquilo era culpa do próprio Rony, ele sabia disso; evitava o máximo possível falar da vida amorosa de sua irmã caçula.

— Que tanto você está resmungando?

— Eu não percebi que estava resmungando. – ele sentiu suas bochechas esquentarem. – Queria conversar uma coisa com você.

— Devo me preocupar? – Harry largou o celular, focando completamente sua atenção no amigo.

— Não sei. – ele suspirou, confuso. – Como foi que você descobriu que estava apaixonado?

— Quer mesmo falar sobre minha vida amorosa com a sua irmã?

— Não. – ele torceu o nariz apenas de imaginar a situação. – Vamos fingir que é uma pessoa hipotética.

Harry riu da careta de Rony e ajeitou os óculos antes de começar a falar.

— Cara, eu acho que eu já suspeitava que gostava da sua... – ele se corrigiu – dessa pessoa. Mas a confirmação veio quando eu a vi com outro garoto. Senti ciúmes, sabe? Eu achei que fosse viver amargurado para sempre porque não tinha agido mais rápido do que aquele garoto.

Aproveitando-se da atenção de Rony, ele continuou:

— Quando eu a vi beijando o Dean, senti como se algo tivesse clicado na minha mente. Eu não entendia exatamente o que estava sentindo, mas ver aquilo acontecendo na minha frente me fez compreender que eu estava apaixonado. Eu queria ser o cara que lhe fazia sorrir, que segurava sua cintura, que a beijava.

Rony realmente achou ter ouvido algo clicar na sua mente enquanto ouvia aquela música com Hermione. E todo o resto que Harry falava também fazia sentido. Ele gostava de ser a razão do riso de Hermione, queria poder segurar sua mão novamente, queria poder abraça-la mais vezes. Até mesmo gostava de ser o motivo de sua raiva; achava uma graça quando ela estalava a língua e respirava fundo antes de continuar a discutir com ele.

— Mas isso não é complicado saber que está sentindo isso? E lidar com isso?

— Nem um pouco. Pense no amor como uma equação.

— Harry. – ele disse, frustrado. – Eu quase reprovei em matemática.

— É uma metáfora.

— Eu não sou bom nisso também.

— Meu Deus, Rony, pensa comigo. – ele se inclinou, ajeitando o óculos novamente antes de gesticular uma explicação no ar. – É uma equação simples, sem complicações, entende? É fácil.

— Eu só passei nessa matéria porque a Hermione me ajudou.

Um sorriso surgiu no rosto de Harry quando o nome da amiga foi citado na conversa, como se ele pudesse ler sua mente. Às vezes, Rony achava que ele realmente podia fazer isso. Tinha perdido as contas de quantos diálogos eles tiveram apenas com o olhar. Agora, estavam tendo outro. Não havia como escapar dessa.

— Você está apaixonado pela Hermione! Finalmente!

— Eu não sei se estou, eu estou confuso e... – suas sobrancelhas se uniram, percebendo a última palavra da Harry. – Como assim “finalmente”?

— Nenhum motivo.

— Você é um péssimo mentiroso. – ele se mantém em silêncio um momento, ponderando o que dizer a seguir. – Não importa que estou apaixonado, ou algo do tipo. Ela está apaixonada por alguém.

— Claro que está, todo mundo sabe disso.

— Você sabia que ela estava apaixonada?

— É óbvio! Até o papa sabe que ela está apaixonada.

Uma raiva cresceu dentro de si. Quer dizer que Harry sabia que Hermione estava apaixonada por ele e, mesmo assim, não tinha conversado com ela sobre isso? E Ginevra! Ela se dizia melhor amiga da garota e tinha feito algo assim?

Hermione não merecia aquilo. Ela merecia ser feliz, mesmo que não fosse com Rony. Ele pensou em como ela deveria estar sofrendo todo esse tempo, tendo que ver os dois melhores amigos namorando. Sentiu uma vontade imensa de correr até ela e abraça-la novamente; não se importaria de ser o ombro amigo para quem ela choraria sobre Harry, apenas queria que ela ficasse bem.

— Como você consegue saber que Hermione está apaixonada e agir assim?

— Rony, ela tá apaixonada há anos e nos fez prometer nunca contar.

— Mas você sabia e mesmo assim ficou com a melhor amiga dela!

— Ronald, do que você tá falando?

— Da paixão de Hermione. Do que você está falando?

Harry olhou incrédulo para ele, como se estivesse falando algum absurdo, antes de explodir em risadas. Teria concluído tudo errado? A teoria que Hermione gostava de Harry parecia plausível para ele, não fazia sentido a risada.

— Eu não acredito que você achou que a Hermione estava apaixonada por mim. – ele disse quando se acalmou de rir.

— Não faz sentido ser outra pessoa.

— Meu Deus, Rony! – ele reclamou, irritado. – A Hermione vai ter mais trabalho do que ela imagina.

Os olhares de Harry pareciam querer indicar uma obviedade que Rony simplesmente não via. Ele repassou todos os momentos nos quais achou que Hermione estava chateada em sua mente e, em todos, ela estava com Harry e Ginny também. A menos que ela estivesse pensando em outra pessoa enquanto estava com os três, ela tinha que estar apaixonada por Harry. Se não fosse Harry, quem sobrava? Ginevra? Ele mesmo?

Oh.

— Finalmente! – Harry sorriu ao ver a expressão no rosto amigo.

— Ela gosta de mim?

— Claro que gosta. Eu não acredito que você pensou que ela estava apaixonada por mim. – ele riu novamente. – O que vai fazer agora?

— Dormir.

— Rony, eu estou falando sério.

— Eu também. – ele disse enquanto se cobria com o edredom. – Eu tenho que pensar em como falar com a Hermione, e não vou conseguir fazer isso se estiver estressado. Amanhã vou tomar um café da manhã completo e aí falo com ela.

Harry o deixou em paz depois disso, confiando que o amigo fosse mesmo dormir para falar com ela amanhã. Esse era o plano inicial, mas Rony não conseguiu pregar o olho a noite toda pensando na conversa que teria.

Imaginou qual seria sua reação. De todas, achou que a mais provável seria se irritar. Se Harry estava falando a verdade e a garota já tinha sentimentos há tanto tempo assim, ela provavelmente bateria no braço de Rony quando o ouvisse dizendo que gostava dela. Provavelmente ele teria que repetir a declaração.

Repetir parecia algo extremo. Por Deus, Rony sequer sabia se conseguiria falar uma vez. Tentou se lembrar do conselho que Fred, seu irmão, lhe deu uma vez, que ajudava a confessar as coisas.

“É como arrancar um bandaid: rápido e dolorido.”

“Não deveria ser indolor?”

“Você já arrancou um bandaid rápido? Dói pra cacete, mas passa rápido.”

Estava decidido, contaria para Hermione, só não sabia como começaria a conversa. Pensou em diversos cenários, com diferentes começos e diferentes respostas, todos levando a um final diferente. Estava tão nervoso com todas as possibilidades que sentiu seu estômago se agitar, bloqueando qualquer vontade de lanche de madrugada que pudesse surgir. E se ele fosse o culpado por estragar toda a amizade que tinham? Ele nunca magoaria Hermione de propósito, mas sabia que isso acabaria acontecendo em algum momento. Será que conseguiria lidar com esse fato?

Ficou atordoado durante todo o café da manhã, dando respostas automáticas a qualquer pergunta que era feita, enquanto revirava a comida no prato. Ele não conseguia entender como as pessoas lidavam com sentimentos e seguiam normalmente com a vida. Parecia que seu cérebro tinha um letreiro neon escrito “Hermione e eu nos gostamos!” que não permitia que ele pensasse em mais nada. Arrumou as malas de qualquer maneira, ansiando a hora que entraria no ônibus com Hermione para voltarem para casa.

Repassou mais uma vez o plano: entraria no ônibus, ouviria uma música com ela e depois arrancaria o bandaid. Era simples, sem muitas etapas, não teria erro. Ou era o que ele esperava.

Ele a observou enquanto ela entrava no ônibus e sentava-se ao seu lado. Ainda parecia surreal que alguém como Hermione pudesse estar apaixonada por alguém como ele. Para uma pessoa que sempre lia romances épicos, ela certamente deveria ter padrões mais altos do que ele. Ela segurava seu exemplar surrado de Orgulho e Preconceito, com o cabo de uma flor marcando quase o final. Sorriu quando se lembrou da vez que lhe disse que flores eram melhores, há mais ou menos dois anos. Eles estavam caminhando para casa após a aula e passaram por um arbusto florido de margaridas; sem pensar, ele pegou uma e lhe entregou, dizendo que agora ela não precisaria mais reclamar de não ter um marca página, pois as flores, além de marcarem, deixavam também um aroma nas páginas.

Ela sempre usou flores depois disso, e ele sempre recolheu algumas para lhe entregar.

— Ronald, você dormiu? – ela perguntou preocupada assim que se sentou. – Você está com uma olheira enorme.

— Obrigado, achei que estou parecido com o Victor de Noiva Cadáver. – ele apontou para o livro nas mãos dela. – Qual a flor que está marcando dessa vez?

— Margaridas. Elas são as minhas favoritas. – ele sorriu com a informação, observando suas bochechas corarem e seus dedos acariciarem nervosamente as folhas do livro enquanto ela mudava o assunto rapidamente. – Não vai tentar me convencer que está certo com alguma música?

— Música? – sorriu enquanto passava os olhos pela lista em seu celular. – Essa aposta foi mais fácil do que eu pensei.

— Não enche.

— Hoje vamos escutar Beatles. Eu estou realmente te trazendo um pouco de cultura nessa aqui.

— Eles não são... velhos? – ela perguntou com tom de desprezo enquanto colocava o fone no ouvido.

— Esse seu livro também é velho.

— Ele é um clássico.

— Digo o mesmo sobre Beatles. – ele riu quando ela ficou sem argumentos. – E, mais uma vez, eu venci em uma discussão.

Antes que ela pudesse rebater, ele colocou All My Loving para tocar. Dias antes da viagem, ele tinha feito uma seleção especial de suas músicas favoritas, aquelas que Hermione não teria como desgostar. Enquanto ouvia o que tocava em seu fone, percebeu que todas eram românticas.

Ali, naquele mesmo ônibus, apenas uns dias antes, Rony dissera que não tinha músicas que o lembravam de Hermione. Assim como percebeu estar apaixonado, percebeu que estava errado sobre as músicas. Sua lista tinha sido feita pensando inteiramente em Hermione, associando, inconscientemente, as letras a ela. Estava chocado por não ter percebido sua paixão antes.

Decidiu abortar o plano. Não poderia dizer que gostava dela de qualquer jeito, e, principalmente, não poderia dizer num ônibus cheio de pessoas. Ele estava arquitetando um plano melhor. Claro, provavelmente não chegaria nem perto de Mr. Darcy e sua baboseira de “amar ardentemente”, mas ele tentaria seu melhor, pois era o que ela merecia.

—--

Suas mãos estavam suando enquanto ele mandava mensagem para que Hermione saísse. Depois de cochilar, devido à exaustão, no ônibus de volta para casa, Rony sentiu-se revigorado. Ele passou a tarde toda se dedicando a vencer a aposta, fazendo uma lista de músicas que sempre lembraria Hermione daquela viagem. Claro, poderia apenas lhe enviar o link por mensagem, mas ele precisava seguir seu plano. Quer dizer, não era exatamente um plano, apenas achava que não deveria confessar seus sentimentos para ela por mensagem.

Andava de um lado pro outro quando ouviu a porta da frente se abrindo. Seu coração acelerou no momento em que ele colocou os olhos em Hermione. Estava anoitecendo, e os últimos raios de sol do dia refletiram diretamente na garota, fazendo parecer que a luz saía dela. Talvez saísse, Rony pensou. Ele sempre associou Hermione a uma estrela; não como o sol, com um brilho que cegava a todos e chamava a atenção para si, mas sim um que confortava aqueles que sabiam olhar com atenção e a valorizavam.

— Por que você está sorrindo tanto? – Hermione parou em sua frente, cruzando os braços. – Você ainda não ganhou a aposta.

— Tem razão, eu ainda não ganhei. – ele rebateu enquanto lhe enviava o link com as músicas para seu celular. – Essas são as músicas que eu associei aos momentos que tivemos na viagem. Agora você pode escuta-las e se lembrar também.

Aproveitou enquanto ela lia os títulos e continuou falando, antes que perdesse a coragem:

— Acho que a primeira é a mais importante. Você me perguntou cinco dias atrás se eu tinha uma música que me lembrava você e a resposta é não, Hermione. Eu não consigo associar apenas uma música a você, principalmente quando levo em conta que nada nunca vai se comparar ao som da sua risada, ao estalar da sua língua quando você está prestes a brigar comigo, ou até mesmo ao timbre da sua voz. Talvez isso soe brega, mas esses são meus barulhos favoritos. Eles superam qualquer música já lançada ou futura, e sabe por quê? Porque estão associados a você, Mione, e você é a minha pessoa favorita.

Sentiu que um peso tivesse saído de cima de seu peito quando terminou de falar. Agora, tudo o que restou foi medo. Não conseguia ler o que Hermione estava sentindo, não sabia se era raiva, confusão, alegria, medo, desconfiança. Rony não sabia nem que era possível alguém sentir tantas coisas ao mesmo tempo.

— Se você estiver brincando sobre essa última parte...

— Eu não estou! Juro, Mione. – falou apressado quando viu a expressão de raiva no rosto da amiga. – Eu gosto de você, percebi isso na viagem enquanto ouvíamos música e o sol nascia. Eu não ia brincar com algo assim.

A expressão no rosto da amiga se suavizou na medida em que o sangue corava suas bochechas, mas Rony ainda estava com medo. Ela olhou novamente para o celular, sorrindo diante a lista de músicas. Mal podia acreditar que tinha feito Hermione sorrir com algo sério que dissera. Tinha acabado de dizer, com todas as letras, que gostava dela. Ela estava sorrindo, então era um bom sinal – pelo menos, era o que Harry tinha dito.

— Ronald. – ela chamou sua atenção, o que o fez gelar. Ela apenas usava seu nome completo quando queria brigar com ele. – Por que veio até aqui falar isso?

— Eu não sei. Achei que era melhor do que falar por mensagem. – ele respondeu enquanto repassava os conselhos de Harry mentalmente. – Ah! E eu ia te chamar para um encontro. Você quer ir?

— Claro. – ela sorriu ainda mais.

— Espera. É sério?

— Sempre esse tom de surpresa. – ela riu animada. – Claro que é sério.

O garoto suspirou aliviado enquanto Hermione entrou novamente para buscar sua bolsa para saírem. Decidiu não se preocupar com o que poderia acontecer naquele encontro, afinal, a parte mais difícil já tinha passado. Pela primeira vez na vida, ele estava seguro de si, confiante que aquilo entre ele e Hermione daria certo.

— Vamos ao Cabeça de Javali? – ela perguntou quando voltou. – Eu pago.

— É um encontro, nós deveríamos dividir.

— Eu perdi a aposta, Ronald. Eu me apaixonei pelas músicas, então eu pago.

Sorrindo, ele esticou o braço e encaixou perfeitamente suas mãos. Dessa vez, ele não precisaria se preocupar em estar fazendo algo de errado. Ele acariciou sua mão e ela apertou em resposta, tal como tinham feito em segredo no outro dia. Agora, não precisavam mais esconder nada.

Para Rony, não importava que ele só tivesse notado seus sentimentos agora, ele acreditava que tudo acontecia em um tempo certo. Não sabia o que o futuro lhe reservava, mas sabia que, desde que Hermione estivesse ao seu lado, ele poderia resolver. Aquele encontro seria apenas o primeiro de muitos, e ele ansiava por cada um deles. Cada momento passado com Hermione seria um momento feliz, e ele mal podia esperar para fazer ela se apaixonar ainda mais pelas músicas. Ainda com o sorriso bobo no rosto, ele respondeu:

— E eu me apaixonei por você.


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Notas finais do capítulo

Fim! Obrigada por lerem até aqui e espero que tenham gostado.

Se alguém se interessar, essa foi a playlist final que ele entregou https://open.spotify.com/playlist/4YE3krMEFOHWXlcw2i14Sm?si=FiF_NjNOTnyz6mDa8WT28Q



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