The Life Of Lia: SPN escrita por CandyStorm


Capítulo 9
1x9 Route 666


Notas iniciais do capítulo

Bom dia, doa tarde ou boa noite, não sei em que horário você está lendo isso.

Boa leitura!



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Natália Waldorf On

Já havia se passado uma semana desde o caso do ceifeiro. Sam nunca mais tocou no assunto daquela noite, ele só me olha com um olhar muito significativo quando eu e Dean estamos juntos, como por exemplo ontem...

Flash Back On

Eu estava na cozinha do quarto do hotel que estávamos hospedados, eu estava lavando a louça e Sam e Dean estavam sentados na mesa, Sam mexendo no notebook e Dean terminando de comer um bolo de chocolate.

— Dean, você não sabe comer um bolo sem se sujar todo? Parece uma criança! – Sam disse olhando-o com uma cara de graça para Dean.

—  isso é inveja porque sou o irmão bonitão.

Dean se levantou com o prato do bolo na mão e colocou na pia onde eu estava lavando o último copo.

— Você que vai lavar eu já terminei aqui, bebezinho.

— Vai lavar sim, se não...

— Se não o que? – cruzei meus braços encarando ele e dando um passo para frente deixando nossos rostos mais próximos, um ato intimidador.

— Se não isso! – Dean passou a boca suja de merengue de bolo na minha bochecha e pescoço, eu tentei sair mas ele me segurou pela cintura e eu comecei a gritar e rir.

— Para! Dean isso faz cócegas! – Bati nele e ele saiu gargalhando.

Eu me limpei rindo e quando olhei para Sam ele me olhava com um sorriso malicioso e um olhar significativo no rosto. Eu revirei os olhos e bufei me virando para lavar o prato, sem dar uma palavra sobre o assunto.

Flash Back Off

Agora estávamos de volta para a estrada, paramos o impala em um posto de gasolina, eu e Sam estávamos vendo o mapa para achar um trajeto melhor para chegar na Pensilvânia mais cedo. E Dean estava atrás de nós com o telefone na orelha e uma cara muito séria.

— Ok, acho que encontrei uma maneira de ultrapassar essa construção a leste daqui e ainda chegar mais rápido na Pensilvânia. – Sam disse.

— Sim, mas o problema é que não vamos para a Pensilvânia. – Dean desligou o celular e fez a volta no carro ainda sério.

— O que? – Sam.

— Acabo de receber uma ligação de uma velha amiga. Mataram o pai dela ontem, pode ser nosso tipo de coisa. – Dean explicou.

— O que? – Sam franziu a sobrancelha fazendo a mesma pergunta novamente e se apoiou em cima do carro.

— Sim. Acredite em mim... – Dean abriu a porta do carro. – ela jamais teria ligado, jamais, se não precisasse mesmo de nós. – ele entrou no carro – Vamos! Vocês veem ou não?

Entramos no carro, Sam na frente como sempre e eu atrás com todo aquele espaço para me deitar. Estávamos a uma meia hora na estrada, Dean já havia contado algumas coisa que a amiguinha dele contou sobre o suposto caço. Passaram alguns minutos quando Sam puxou assunto com Dean.

— Quando disse "velha amiga", você quis dizer...

— Uma amiga que não é nova. – Dean respondeu rápido sem tirar os olhos da estrada. Esse assunto me chamou a atenção então me sentei no banco e fiquei inclinada mais perto, entre os bancos da frente. Ato que não passou despercebido por Sammy.

— Sim, obrigado. – ele riu. – O nome dela é Cassie? Nunca falou dela. – cruzou os braços e encarou Dean, eu virei o rosto para encará-lo também, pois eu nunca tinha ouvido falar na garota.

— Não falei? – disse ainda sério demais.

— Não. – Sam.

— Sim, sai com ela. – Dean disse sério.

— Está falando que namorou alguém? Por mais de uma noite? – Sam falou com uma feição de achar isso quase uma mentira. Dean olhou para Sam, mas voltou a olhar a estrada.

— Estou falando uma língua que você não entende? Eu e papai estávamos trabalhando em Ohio, eu e Natália tínhamos brigado feio e papai não aguentava mais, ele a mandou para a casa do Bobby. A Cassie estava terminando a faculdade. Nós saímos durante umas duas semanas. 

Por isso eu não sabia dessa tal garota. Eu não me lembrava bem o motivo de termos brigado naquela época, mas eu lembro que foi bem feio, John estava mais irritado com a gente por conta disso.

— E? – Sam perguntou tentando fazê-lo dizer mais, mas Dean apenas balançou a cabeça em negação. – O que aconteceu com o pai dela foi horrível, mas parece um acidente de carro normal. Não entendo como se encaixa no que fazemos.

— A propósito, como ela sabe o que fazemos? – eu perguntei, Dean me olhou como se fosse me matar, ele olhou para Sam, abriu a boca para falar, mas fechou e virou para a estrada novamente.

— Você contou para ela. Contou o segredo para ela. A regra número um da família: Nós fazemos o que fazemos e ficamos calados. Por um ano e meio eu menti para a Jéssica! E você sai com essa garota de Ohio umas vezes e conta tudo para ela? – Sam encarou ele esperando uma resposta, mas ele continuou quieto. – Dean!

— Sim. É o que parece.

Sam ficou sério e quieto a viagem inteira e Dean também, eu voltei a me deitar e fiquei atordoada com meus pensamentos em Dean e essa garota e em todo esse lance novo que sinto por ele. Chegamos na cidade e Dean disse que iríamos encontrá-la na delegacia, quando entramos vimos uma menina morena de cabelos cacheados de costas conversando com dois homens, quando eles saíram ela se virou e viu Dean, ele deu um sorriso para ela e ela pareceu ter se derretido toda.

— Dean. – Ela andou até ele.

— Oi, Cassie. – eles ficaram se encarando profundamente por um bom tempo sem dizer nada, olhei para Sam e ele estava com um sorriso de diversão e eu engoli seco. – Esse é o meu irmão Sam, e ah... essa é uma amiga, Lia. – Dean saiu do transe e se enrolou um pouco para falar.

Ela nos olhou brevemente e acenou com a cabeça, mas voltou a olhar Dean.

— Sinto muito pelo seu pai. – Dean disse.

— Sim. Eu também. – ela olhou para baixo, mas voltou a olhá-lo.

Já era noite, ela nos levou para a casa dela e da mãe, estávamos na sala sentados conversando.

— A minha mãe está muito mal. Tenho ficado com ela. Não gosto de deixa-la sozinha. Ela anda muito assustada e nervosa. – Cassie, disse nos trazendo uma bandeja com café. – Ela estava preocupada com o papai.

—  Por quê? – Dean.

— Ele estava assustado, vendo coisas.

— Como o que?

— Ele jurou ter visto uma caminhonete preta horrível o seguindo.

— Uma caminhonete? Quem era o motorista? – Sam perguntou dessa vez. Eu até agora não falei nada, estou muda desde que chegamos na cidade.

— Não falou do motorista, só da caminhonete. Ele disse que aparecia e desaparecia. – Ela disse, nos entregando as xícaras de café. – No acidente, a caminhonete do papai ficou com uma batida como se estivesse sido atingida por algo grande.

— Obrigado. –Sam agradeceu o café. – Tem certeza que já não estava batida?

— Ele vendia carros. Estava sempre com um novo. Não tinha um arranhão sequer. Choveu forte aquela noite, tinha barro por tudo, havia uma trilha distinta de barro, do carro do papai até...a beira em que ele caiu. – Os olhos dela encheram de água. – Só uma trilha. A dele.

— E a primeira vítima era um amigo do seu pai? – Dean perguntou.

— Melhor amigo, Clayton Soares. Eram sócios na revendedora de carros. A mesma coisa. Batida. Sem trilha. E a polícia disse a mesma coisa: "ele perdeu o controle do carro".

— Tem algum motivo de seu pai e o seu sócio serem alvos? – Dean.

— Não.

— Essa caminhonete, os tirou da estrada? – Sam.

— Quando você fala assim... Ouçam, eu sou um pouco cética sobre fantasmas ou o que quer que seja que vocês fazem. – Dean deu uma risadinha.

— Cética? Se me lembro bem, acho que você disse que eu era louco. – Dean.

— Isso foi no passado. – ele concordou e os dois ficaram se encarando, eu virei para o outro lado tomando o café.

— Eu só sei que não consigo explicar o que aconteceu lá. Então liguei para vocês.

Alguém abriu a porta e entrou na casa, Cassie se levantou chamando por sua mãe.

— Mãe. Onde você estava? Eu fiquei... – Cassie começou, mas a mulher interrompeu, eu pude notar que ela parecia agitada ou nervosa, talvez preocupada.

— Eu não sabia que havia convidado amigos.

— Mãe, esse é Dean um amigo meu da faculdade, e o irmão Sam e a amiga Lia. – nos apresentou, eu dei um aceno e um sorriso de lado.

— Bem, não vou interrompê-los. – Ela se virou para subir as escadas com pressa, mas eu a chamei, era a primeira vez que falava algo desde que cheguei na cidade.

— Sra. Robinson. Sentimos muito pela sua perda, mas gostaríamos de falar com você, se não se importar. – falei tentando ser o mais educada e com respeito na voz ao me direcionar a mulher viúva.

— Não estou disposta agora. – me encarou séria e deu as costas. Realmente ela estava estranha, mesmo não a conhecendo notei seus olhos assustados.

Sam e Dean me olharam como se eu tivesse feito algo errado. Vimos que estava na hora de ir embora, Dean e Cassie trocaram muitos olhares na despedida, e no carro até acharmos um hotel para nos hospedarmos. Pegamos nossas mochilas no porta-malas do carro e fomos para a recepção do hotel.

— Por favor, um quarto com três camas de solteiro. – Dean pediu ao rapaz no balcão.

— Não, na verdade dois quartos. Um pra mim com uma cama de casal e um para eles com duas camas de solteiro, os quartos mais simples que tiverem, por favor. – Eu fiquei pensando muito no carro, eu estava cansada e queria muito ficar sozinha um pouco pra variar. Dean e Sam me encararam com as sobrancelhas arqueadas se perguntando porque eu fiz essa escolha.

— Aqui.- o rapaz me entregou uma chave com o número 05 e entregou outra para Dean.

— Obrigada.

Fui andando na frente deles, ouvindo alguns cochichos dos dois. O meu quarto ficava no fim do corredor e o deles era uns três quartos antes.

— Boa noite! – falei sem me virar para olhá-los.

[...]

Acordei era seis e quinze da manhã, tomei um banho e coloquei meu jeans mais novo, coturno preto, blusa de manga comprida branca e uma jaqueta de couro preta por cima. Peguei meu medalhão que os meninos me deram de aniversário, abri o medalhão vendo as fotos das minhas duas famílias. Do lado direito meus pais, eu e minha irmã caçula na minha festa de dezesseis anos, e no lado esquerdo uma foto com John no meio de Dean e Sam apoiando os braços nos ombros deles e eu ao lado de Sam e ele me abraçando, estávamos em uma caçada na Flórida. Senti tanta saudade desses momentos que essas fotos me lembravam. Coloquei o medalhão no pescoço, peguei a chave do quarto, meu celular e dinheiro. Sai do quarto fechando a porta, pensei em passar no quarto dos meninos e convidá-los para ir na lanchonete do outro lado da rua mas passei reto pelo quarto, eu quero ficar sozinha o maior tempo possível.

Atravessei a rua e entrei na lanchonete, não tinha um grande número de pessoas no local até porque era cedo demais. Fiz meu pedido com o atendente e me sentei na mesa perto da janela para esperar, estava olhando o céu nublado até que meu celular toca no bolso da jaqueta. Eu penso que seja Dean ou Sam me ligando para saber onde estou a essa hora da manhã, mas quando olhei o identificador de chamadas o número era desconhecido. Demorei um pouco, mas atendi a chamada.

— Alô?

— Oi, Lia. – meu corpo congelou, segurei o ar nos pulmões e senti meu coração acelerar. Fazia tempos que não ouvia aquela voz, falando meu apelido, ele estava rouco e parecia estar dirigindo julgando pelo barulho ao fundo.

— John? – minha voz saiu falha e fraca, eu estava surpresa. A tempos eu pensava em tudo que tinha para falar quando tivesse a oportunidade, mas agora tudo sumiu e a única coisa que consigo pensar é em dizer o quanto sinto a falta dele. Mas não posso deixar que ele ache que eu não iria enchê-lo de perguntas.

— É, sou eu. Onde você está? – ele estava calmo.

— Eu que devo perguntar! Onde você anda esse tempo todo? Por que não nos deu noticias se estava bem ou pelo menos respondeu algum dos nossos recados? – esperei uma resposta mesmo sabendo que ele talvez se negaria de responder agora.

— Natália, por favor fique calma.

— Não John, não dá pra ficar calma sendo que você está sumido por meses sem dar uma notícia! Nós te procuramos em todos os lugares, te deixamos mais de cem recados na caixa postal, nós precisávamos de você e chegamos a pensar que estava morto! Cada dia foi pior que o outro sem saber onde você estava. Depois decide nos enviar casos para trabalhar no seu lugar! Eu sinto tanto a sua falta, mas quero dar um tiro na sua perna! – desabafei por fim respirando fundo.

— Está sozinha? - foi tudo que ele disse.

— Sim, eles estão no hotel. – respondi respirando fundo.

— Me desculpe Lia, eu queria muito telefonar para vocês, mas não podia. Não posso arriscar demais. Mas eu precisava saber como vocês estão. Por favor, me diga que estão bem.

— Dean quase morreu na semana retrasada, mas conseguimos salvá-lo, Sam perdeu a namorada e tudo indica ter sido aquele demônio e eu... bom, estou aqui. – Eu pensei em tantas coisas para dizer sobre mim, mas não queria deixá-lo magoado com as minhas palavras de rancor, já não bastava essas de seu desaparecimento.

— Onde estão agora?

— Ohio. E você?

— Não posso, desculpe. Eu tenho que desligar agora mas...

— Não! John você nos deve explicações.

— Não posso agora, mas juro te contar tudo mais tarde. Agora me prometa uma coisa.

— O que?

— Não conte nada para eles. – John está me pedindo a coisa mais difícil que eu pudesse fazer. Eu não posso esconder algo assim deles, eles eram tudo o que eu tinha de mais próximo de família.

— Não, eles merecem saber. Você não pode me fazer mentir para eles...

— Natália isso é uma ordem! Não conte nada para o Dean e o Sam. Fui claro? – eu senti um nó na garganta, e um peso sendo colocado em mim, um peso que talvez eu não conseguisse carregar.

— Sim, senhor.

— Até mais.

Ele desligou a chamada, eu tirei o celular do ouvido e coloquei sobre a mesa, pude ver uma gota de água cair na madeira da mesa... meu rosto estava molhado de lágrimas e eu nem tinha notado. Sequei o rosto com as mãos e respirei fundo. Meu pedido chegou mas eu não estava mais com ânimo para comer, pedi para a garçonete embrulhar o pedido para eu levar. Meu celular tocou novamente em cima da mesa me fazendo dar um pulo da cadeira, olhei com esperança mas dessa vez não era John.

— Oi.- falei disfarçando a voz ao máximo que eu poderia.

— Onde você está? – Dean perguntou, parecia ter acordado a pouco e tinha o tom de voz preocupado.

— Estou na lanchonete, porquê?

— Você podia ter avisado pelo menos. Nós temos que sair, vem logo.

— Já estou voltando.

Desliguei a chamada e guardei o celular no bolso da jaqueta. Peguei o lanche e o café e fui para o hotel. Quando fiquei de frente para a porta do quarto deles eu lembrei, da ordem que John me deu, o que ele está me fazendo fazer era horrível, mentir para Dean e Sam, os filhos dele! Não sei se vou conseguir manter isso escondido por muito tempo. Respirei fundo e entrei no quarto. Dean estava sentado na cama colocando seu sapato. Ele me olhou e eu coloquei o lanche na mesa.

— Cadê o Sam? – perguntei.

— No banho. Você está bem? – Dean me encarou.

— Por que tá perguntando? – mil coisas passaram na minha mente, eu fiquei nervosa, mas não podia deixar transparecer.

— Por que você resolveu dormir em um quarto separado do nosso, é muito raro você fazer isso, e ontem mal falou com a gente. – ah, era isso. Já quase havia me esquecido disso.

— Eu estou bem Dean.

— Verdade? – se levantou dando alguns passos para perto de mim.

— Sim. – o telefone de Dean começou a tocar e ele atendeu. Sam saiu do banheiro já vestido.

—Tudo bem com você? - Sammy.

— Sim. Darei um tiro no próximo que perguntar. Agora me diga, o que aconteceu?

— Parece que mais um morreu naquela mesma estrada, "acidente" de carro.

[...]

Chegamos no local do acidente, estavam retirando o corpo e de longe Dean viu Cassie falando com um homem. Caminhamos até lá, quando eu passei pelo carro de Jimmy o homem que morreu, o carro estava totalmente amassado. Não tinha como ver isso como um simples acidente na estrada.

— Fechar a estrada? – perguntou o homem. – A única para entrar e sair da cidade? Acidentes acontecem, Cassie.

— Os policiais checaram se amassou o carro de Jimmy para ver se ele foi empurrado? - perguntou Dean parando atrás de Cassie, que virou imediatamente para trás.

— Quem são vocês?

— Dean, Sam e Natália. Amigos da família. Este é o prefeito Harold Todd.

— Existe uma série de pistas. Primeira, não parece nenhum tipo de delito. – Diz o prefeito Harold.

— Prefeito, a polícia e as autoridades da cidade usam você como exemplo, se vai ser indiferente... – Cassie vociferou.

— Indiferente?

— E se as vítimas fossem brancas? - Cassie.

— Está me chamando de racista? Eu sou a última pessoa com quem você deveria falar assim.

— Por quê?

— Pergunte para a sua mãe. – Cassie ficou sem palavras e ele saiu.

Ficamos mais um pouco para conversar, depois voltamos para o hotel, eu estava me arrumando no meu quarto, colocando uma calça social, blusa social branca e um terninho feminino preto. Prendi meu cabelo castanho escuro num rabo de cavalo alto, coloquei meu medalhão para dentro da blusa, peguei o distintivo falso e me olhei no espelho pequeno do quarto. Estava pronta, ouvi uma batida na porta, antes que eu pudesse falar ela foi aberta e o rosto de Sam apareceu dentro do quarto.

— Está pronta? – confirmei com a cabeça e saímos do quarto.

Fomos para onde Jimmy trabalhava para falar com os colegas de trabalho dele para conseguir mais informações. Um dos amigos dele não sabia de nada fora do normal sobre Jimmy antes do acidente, já o senhor negro que estava por perto sabia de algo muito útil para nós.

— Esse caminhão, é um grande e assustador? – o homem perguntou.

—Sim, sabe de algo sobre ele? – eu perguntei.

— Eu ouvi coisas sobre ele.

— O que? Onde ouviu? – Sam.

— Não onde, quando. Foi nos anos 60, houve uma série de mortes. A história diz que as pessoas desapareciam em um grande caminhão preto.

— Pegaram o motorista do caminhão? - Dean

— Nunca o pegaram. Sabe, havia um tempo em que essa cidade era boa com todos os moradores.

— Obrigada. – respondi e nós três nos retiramos.

— O caminhão novamente. – Dean.

— Eu estava pensando. Já ouviram falar do Holandês Voador? – pergunta Sam.

— Sim, um navio fantasma com o espírito malvado do capitão. – responde Dean.

— Era basicamente parte dele. - respondi.

— E se estivermos lidando com a mesma coisa? – pergunta Sam. – Um caminhão fantasma que é uma extensão do fantasma de um bastardo. Ele está reencenando os crimes do passado.

— Acho que é mais que isso. E envolve a família de Cassei e ela pode estar em perigo também. – Falei.

— Você cuida disso. Vá falar com ela. – Sam apontou para Dean.

— Sim, vou ir.

— E já resolve aquele assunto mal resolvido entre vocês dois. – Sam sorriu para Dean e isso me deixou mais incomodada.

Voltamos para o hotel e Dean apenas mudou de roupa e foi para a casa de Cassie. Minha mente não parava de pensar em tudo que poderia rolar entre eles essa noite, isso nunca havia acontecido antes quando Dean se envolvia com outras garotas, eu nunca havia ligado ou me incomodado com essas coisas. Porém acho que me incomodo pelo fato de Cassie não ser uma qualquer na vida dele que ele só vai ter uma noite de prazer. Cassie e Dean tiveram uma história, e isso me atormenta. Mas eu não posso pensar nisso agora, tenho coisas mais importantes e urgentes para pensar, por exemplo, John. Essa situação que John me colocou me agonia, eles não mereciam ficar sem saber notícias do pai. Mas porque John quer tanto se esconder? Porque ele parece estar tão preocupado? Porque ele não quer que o ajudemos a encontrar o demônio? Proteção, óbvio!

— Lia! – Sam apareceu no meu quarto.

— Oi Sammy. – falei me sentando na cama.

— Tá tudo bem?

— De novo com isso? – ele se sentou em meu lado.

— Tá, não está mais aqui quem falou. – levantou as mãos em forma de rendição.

— Obrigado.

— Mas então, o que acha de pedirmos alguma coisa para jantar?

— Comida chinesa e biscoitos da sorte! – falei pegando meu celular.

Eu e Sam ficamos sentados na minha cama comendo e assistindo tv por uma hora, já eram 23hrs e 20min da noite quando Dean entrou no meu quarto e deitou na cama atravessado na nossa frente, ele parecia cansado.

— Tudo bem, cara? – Sam perguntou largando o pote e os pauzinhos de comer em cima do criado mudo do lado da cama.

—Tudo ótimo. – Dean fez positivo com o polegar, de olhos fechados.

— Achei que não voltaria hoje. – Me levantei com o pote da comida e os guardanapos sujos e coloquei na mesa do quarto, o que eu tinha dito era um pensamento mas acabei falando em voz alta. Merda.

— Eu também, achei que iria dormir na Cassei. – Sammy comentou e eu suspirei. Me escorei na mesa e cruzei os braços vendo Dean se sentar na cama.

— Olha, não deu certo antes com ela, e eu não quero mais que de algo. – Dean disse. – Não quero mais conversar sobre isso. – Ele suspirou, e depois virou a cabeça para me olhar.

— Tudo bem, mas eu achei que você gostava dela. – Sam disse.

— Como você disse, gostava.

— O que te faz pensar que não gosta mais? Pode estar enganado. – falei começando a me irritar, ele ficava me encarando e isso entre ele e essa garota me deixa nervosa.

— Porque eu sei o que sinto, sei o que é gostar de alguém. E não é ela que eu gosto. Tenho certeza disso.

— Olha, eu vou para o quarto. E vocês vão conversar. – Sam disse ficando em nossa frente.

— Não temos o que conversar. – Eu e Dean falamos junto.

— A Lia está estranha desde que você quase morreu, e você Dean, nunca soube disfarçar que ela mexe com você. Agora os dois já tem muito o que falar. Boa noite. – Sam saiu pela porta dando com sorriso de lado. Ele estava bancando o cupido.

Narradora On

Dean e Natália se encarava profundamente, nenhum dos dois sabia exatamente o que dizer. Dean se levantou e cruzou os braços, olhou para Lia e abriu a boca para falar.

— Ele tem razão.

— No que?

— Você está estranha. – Lia revirou os olhos e se desencostou da mesa. – O que aconteceu ?

— Eu não sei. – ele continuou olhando a garota a sua frente, ela bufou e disse. – Nós nos afastamos, você falava comigo sobre seus sentimentos, estava começando a se abrir e agora já não nos falamos mais. Mas o que está diferente entre nós não é desde o dia que você estava naquele hospital quase morrendo na minha frente.

— O espantalho. Desde o caso do espantalho. – Dean disse confirmando com a cabeça. A cena dos dois quase se beijando no carro se repetia nas mentes de Dean e Lia.

— Não sei porque nunca toquei nesse assunto com você. Bom, eu tentei, mas sempre alguém chegava e atrapalhava.

— Naquele dia, no hospital. Você queria me contar alguma coisa. O que era? – ele deu um passo a frente ficando mais perto dela.

— Não, não dá. Dean, você estava quase morrendo, eu tinha muita coisa para falar!

— É só falar, quer que eu esteja batendo na porta da morte pra me contar? Bom, todos os dias nós temos mais chance de morrer do que alguém com uma vida normal. Naquela noite eu te contei que você era importante para mim, mas não contei que era apenas como a garota que eu considero parte da família. – Dean se aproximou mais ainda da garota, ele queria há muito tempo falar o que sentia a ela, já não se aguentava mais prender isso por tanto tempo no peito. – Nós quase nos beijamos, e depois daquilo eu não tinha mais certeza se você só me via como um amigo ou como algo a mais. Você nunca demonstrou nada e isso me confundia. Mas lá no hospital, eu vi nos seus olhos algo que eu nunca tinha visto antes.

Dean pegou o rosto de Lia em suas mãos, chegando perto dela e olhando bem nos olhos cor de mel da garota. Ela estava perdendo o controle dentro de si, ela olhava os olhos verdes dele, e sentia as palavras dele entrarem em sua mente como uma música que ela ouviria mais milhões de vezes. Ele estava falando o que sentia, e ela tinha que dizer também.

— Eu estava com medo, não só de te perder, mas de me abrir para você naquele momento e você falar que sente o mesmo apenas porque achava que iria morrer logo. – Lia finalmente disse o motivo que nem em seus pensamentos ela queria admitir.

— Eu não aguento mais esconder meus sentimentos por você.

— E o que você sente por mim? – ela perguntou, ela tinha que ouvir.

— Não está na cara? Eu gosto de você, não como uma amiga da família, nem irmã. Eu gosto de você como a mulher que você é. Acho que gosto de você há muito tempo, Natália.

Aquelas palavras acertaram o coração de Lia, que começou a bombardear cada vez mais rápido. Dean sentia que tinha tirado um peso enorme das costas, desfeito um nó de seu cérebro.

— Eu não sei quando isso surgiu, mas eu gosto de você, Dean Winchester.

Os dois se aproximaram e fecharam os olhos sentindo seus lábios se tocarem, era tanto desejo de ambos lados para que esse beijo acontecesse. Dean levou sua mão direita na cintura da garota e a esquerda mantinha no rosto delicado dela. Lia passava as unhas pelos cabelos castanhos claros de Dean as vezes indo para os braços fortes do rapaz. O beijo estava em uma perfeita sincronia e bom demais para acabar, porém se separaram brevemente. Com as testas juntas e as respirações se misturando os dois se olhavam intensamente. Tudo parecia um sonho, finalmente tinham falado o que sentiam.

 

 

 

 


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Notas finais do capítulo

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