The Life Of Lia: SPN escrita por CandyStorm


Capítulo 7
1x7 Scarecrow


Notas iniciais do capítulo

Eai genteeee

Vortei aki, tava com preguicinha de postar kkkk



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/794079/chapter/7

 

Narradora On

Dean, Sam e Lia dormiam em um quarto de motel qualquer, cada um em uma cama de solteiro. O celular começou a tocar insistente em cima do criado mudo. Sam resmungou chamando Dean, mas esse nem se moveu, chamou Lia que resmungou um "atende você" então ele pegou o celular e com uma voz sonolenta o atendeu. 

— Alô. 

— Sammy, é você? - a voz rouca e inconfundível de John Winchester perguntou.

— Pai? Pai. Tudo bem? - Sam perguntou, sentando-se na cama chocado e feliz. Lia pulou da cama ao ouvir que era John.

— Tudo bem, filho. - acalmou o filho mais novo. 

— Procuramos você por toda parte. Não sabemos onde está, se está bem. - disse Sam, olhando pro Dean acordando.

— Sammy, eu estou bem. E você e o Dean e Lia, estão bem?

— Pai, estamos bem. Onde você está? - Sam perguntou aflito e Dean se sentou rapidamente na cama ao ouvir a palavra "Pai".

— Eu não posso dizer. 

— O quê? Por que não? - perguntou indignado.

— É nosso pai? - perguntou Dean curioso e Lia fez "Dã".

— Eu sei que é difícil de entender, você vai ter que confiar em mim. - John falou.

— Ele está caçando o que matou a Mary e meus pais? - Lia se intrometeu e Sam a olhou.

— Tá caçando não é? A coisa que matou a mamãe. - Sam perguntou.

— É, Sam. - John respondeu, ele havia ouvida a voz de Natália.

— Sabe onde ele está? - Sam.

— Sei, já estou quase chegando nele.

— Então podemos ajudar...

— Não podem, não podem se envolver. - John interrompeu o filho mais novo.

— Por que não? - Sam perguntou meio nervoso. Lia ficou brava pois sabia que John não queria nenhum deles para ajudar a pegar aquele monstro de olhos amarelos. Ela tinha que vingar os pais, e para isso ela tinha que ajudar em algo.

— Me passa o telefone. - disse Dean.

— Sam, por isso liguei, vocês tem que parar de me procurar. Eu quero que você anote uns nomes.

— Nomes? Que nomes? Pai, conversa comigo, fala o que tá acontecendo.

— Não temos tempo pra isso. Estou dando uma ordem, vocês param de me procurar e fazem o trabalho. Estão me entendendo?

Assim que Sam abriu a boca para responder ao seu pai, Dean tomou o celular de sua mão. 

— Pai, onde está? - Dean ouviu o que seu pai tinha a dizer e olhou para Sam - Sim, senhor. - pegou uma caneta e um papel - Já peguei a caneta, quais são os nomes?

[...]

— Os nomes que o papai disse são de casais? - Sam perguntou enquanto dirigia, Dean no banco do carona e Lia atrás.

— Três casais diferentes, os três sumiram. - disse Dean enquanto analisava um mapa.

— Todos são de cidades e estados diferentes? - Natália perguntou.

— Isso aí. Washington, Nova York, Colorado, cada casal viajava pelo país e nunca chegava ao destino. 

— O país é grande, eles podem ter sumido em qualquer lugar, Dean. - Sam diz visivelmente não ligando para o caso.

— É, mas todos eles passaram pelo mesmo lugar de Indiana. Sempre na segunda semana de abril, um ano após o outro. - Dean disse, levantando a sobrancelha.

— Essa é a segunda semana de abril? - Natália.

— É. 

— Então papai nos mandou pra Indiana para caçar aquela coisa antes que outro casal suma? - Sam já sabia a resposta apenas riu fraco.

— Isso aí. - Dean disse, concentrado no mapa e nos nomes. - Já pensou conseguir sacar um padrão desses? Todos os óbitos que o papai pesquisou. O cara é um mestre.

Sam começou a parar o carro no encostamento, fazendo Dean tirar a atenção dos mapas.

— O que foi? - Dean e Lia perguntaram juntos.

— Não vamos pra Indiana. - disse ele, tirando as mãos do volante.

— Não? - o irmão mais velho perguntou confuso.

— Não. Vamos pra Califórnia. O papai ligou de lá. Código de área de Sacramento.

— Oh, Sam. - Natália.

— Dean, Lia, um demônio matou a mamãe e a Jess e a sua família inteira e o papai tá chegando perto. A gente tem que estar lá pra ajudar.

— Nosso pai não quer nossa ajuda.

— Eu não tô nem aí. - Sam.

— Ele nos deu uma ordem. - Dean disse, já se irritando com a teimosia do irmão.

— Eu não estou nem aí, não temos que fazer tudo que ele manda.

— Sam, John quer que a gente trabalhe para salvar vidas, é importante. - Natália tentou convencê-lo mesmo que ainda esteja tentando convencer a si mesma.

— Tá legal, eu entendo, eu entendo, mas to falando de uma semana, pra ter respostas. E ter vingança.

— Tá legal, eu sei o que você sente... - Dean começou a falar com calma, mas foi interrompido.

— Sabe? Quantos anos tinha quando a mamãe morreu? Quatro? A Jess morreu a seis meses. Como pode querer saber o que eu sinto? - Sam disse, levantando um pouco o tom de voz.

— Papai disse que é perigoso, se ele disse pra ficar longe, ficamos longe.

— Eu não consigo entender essa fé cega que você tem no papai. Você nem questiona o que ele diz. E você Lia, sempre esteve um pé à nossa frente sobre tudo o que o papai sabia, não concordava com ele mas mesmo assim seguia as ordens dele, por que?

—  É porque eu sou um bom filho. E Lia tem respeito ao papai. Ele a salvou. - disse Dean, levantando o tom de voz.

— Me deixem fora disso! - Lia protestou.

Sam simplesmente saiu do carro, fechando a porta com força, Dean e Natália saíram logo em seguida e viram Sam pegando suas coisas no porta malas.

— Você é muito egoísta, sabia? Só faz o que quer. Não tá nem aí para os outros. - Dean disse, aproximando-se do irmão.

— É o que acha mesmo? - Sam perguntou, ajeitando a mochila nas costas e encarando o irmão mais velho. 

— É isso.

— Então o egoísta aqui está indo pra Califórnia. Vêm comigo Lia? Eu sei que você quer ir. - Sam quase implorou. Dean olhou para Natália esperando uma resposta.

— Desculpe Sam. Não posso. - Lia negou olhando para o chão.

— Tudo bem. - Sam pegou sua mala e foi andando em direção contrária que eles iriam.

— Tá falando sério? - Dean gritou.

— Tô. - respondeu.

— Vai ficar sozinho no meio da noite, vamos nos mandar e largar você aí. - Dean ia aumentando o tom de voz conforme Sam se afastava.

— É isso mesmo que eu quero. - Sam disse, parando e se virando para o irmão.

Dean ficou um tempo a olhar para o irmão mais novo, mas fechou o porta malas e entrou no carro, Lia demorou um pouco, deu um tchau com a mão para Sammy e entrou no carro. Seguiram seu destino. Sam respirou fundo e voltou a andar pela escura estrada.

Natália Waldorf On

Eu e Dean durante todo o percurso não falamos nada, eu pensava e ele dirigia, às vezes ele me olha por alguns segundos e voltava a atenção para a estrada. Quando chegamos na cidade Dean parou o carro numa lanchonete chamada Scotty's Café, onde tinha um homem sentado na frente. 

— O que vamos fazer agora? - perguntei olhando ele ver o celular e logo depois desligar.

— Vamos dizer que somos amigos do ultimo casal que desapareceu e que estamos procurando eles. - Ele respondeu e logo saiu do carro e eu o acompanhei indo até o homem de vermelho sentado na frente da lanchonete.

— Vou adivinhar. Você é Scotty. - Dean falou.

— Sim. - Disso o homem sem muito mistério e nem um pouco a fim de conversar pelo que percebi.

— Oi, meu nome é John Bonham e essa é a Deborah. - Dean apontou para mim.

— Não é o nome do baterista do Led Zeppelin? - O homem perguntou, óbvio que já sabendo a resposta. Dean é tão péssimo assim pra escolher nomes?

— Uau. - quase ri depois dessa.

— Fã do rock clássico. - Dean forçou um riso.

— Em que posso ajudar, John e Deborah? - o homem foi curto e grosso.

— Queria saber se tinha visto essas pessoas. - Dean entregou duas folhas com a foto do casal desaparecido.

— Não. Quem são? 

— São nossos amigos. Sumiram há um ano. Passaram por aqui. Perguntamos em Scottsburg e Salem... - Eu ia continuar a falar mas o homem me interrompeu entregando os papeis para Dean novamente.

— Sinto muito. Não recebemos muitos estranhos por aqui.

— Scotty, você tem um belo sorriso. Alguém já lhe disse isso? - Dean estava zoando. - Deixe para lá. Até mais.

Dean e eu saímos resmungando de como o cara era mal humorado, e grosso. Fomos até um posto de gasolina. Um homem e uma mulher estavam atrás de um balcão, eu e Dean fomos até eles com os folhetos de desaparecidos nas mãos.

— Olá, nós gostaríamos de saber se já viram esse casal. Eles sumiram a um ano, vocês conseguem lembrar se eles já pararam para abastecer aqui? - Eu perguntei mostrando os folhetos para eles.

Eles sorriram simpáticos e analisaram as fotos, até que o homem se pronunciou.

— Não, não me lembro. São seus amigos? - O homem perguntou.

— Isso. - Dean sorriu.

— O cara tem uma tatuagem? - Uma garota loira apareceu descendo uma escada no local com uma caixa na mão.

— Tem sim. - Dean mostrou as fotos para ela.

— Lembra deles? Recém casados? - A garota tentou fazer o homem lembrar.

— É você tem razão. - disse o homem pensando melhor - Pararam para abastecer, ficaram uns 10 minutos. 

— Lembra de mais alguma coisa? - Perguntei.

— Eu ensinei como pegar a interestadual e depois eles foram embora.

— Pode me indicar a mesma direção? - Dean perguntou.

— claro.

[...]

Eu e Dean estávamos no impala seguindo a direção que o homem havia nos mostrado, até que escutamos o EMF começando a apitar bem forte na mochila que estava no banco de trás.

— Deixa eu pegar. - Me virei no banco da frente tentando achar o EMF na mochila de Dean. - Não olha a minha bunda. - Quando me virei pra falar ele já estava fazendo aquilo, mas virou o rosto rapidamente para a estrada, começando a parar o carro. Eu peguei o EMF e me sentei novamente vendo as luzes piscarem.

— Que estranho. - Dean falou. Eu olhei mais para a frente e vi uma entrada entre as árvores.

— Tem alguma coisa por aqui. Encosta o carro lá. - apontei o lugar que eu tinha visto.

Quando descemos do carro andamos pela trilha que tinha lá, era um pomar, várias árvores iguais. Até que Dean olha para o lado e vai até um espantalho pendurado numa madeira. O espantalho segurava um tipo de foice pequena, era assustador e horrível.

— Cara, você é muito feio. - Dean disse ainda encarando o espantalho. Dean pegou uma escada que estava atrás de nós e estava pondo na frente do espantalho.

— O que tá fazendo? - Perguntei.

— Vim sentir o cheiro dele, o que você acha? - Dean ironizou. Ele olhou o braço do espantalho e depois pegou o papel de desaparecido e logo depois me entregou. - Vêm ver isso.

Dean desceu a escada e eu subi e olhei o braço do espantalho e depois a foto do cara desaparecido e notei a semelhança da tatuagem do cara com a marca que tinha no braço do espantalho que era muito realista a um braço de verdade... Espera aí.

— Como? - desci da escada.

— Vamos descobrir.

[...]

Eu e Dean voltamos para o posto de gasolina e nos encontramos com a garota loira de mais tarde.

— Vocês voltam. - Ela disse com um sorriso simpático.

— Nunca fomos. - respondi.

— Ainda estão procurando seus amigos?

— Pode encher o tanque para mim, Emily? - Dean perguntou para a garota, e nos encostamos no carro enquanto ela enchia o tanque do carro.

— Você cresceu aqui? - Eu perguntei.

— Vim para cá aos 13 anos. Perdi meus pais em um acidente de carro. Vim morar com meus tios.

— Eles são gentis com você? - Dean

— Todos aqui são gentis.

— Então esta é a cidade perfeita?  

— É um pouco caipira, mas eu adoro. Nas cidades ao redor...as pessoas estão perdendo as casas e fazendas. Mas aqui, nós somos abençoados.

— Já foi no pomar? E viu aquele espantalho? - Dean perguntou.

— Vi. Ele me mata de medo. - Emily disse e eu levantei a sobrancelha afirmando.

— De quem é?

— Não sei. Sempre esteve lá.

— É o carro dos seus tios? - Eu perguntei olhando a camioneta vermelha.

— De um cliente. Está com problemas.

— É de um casal? Um homem e uma mulher? 

— Aham. - Eu e Dean nos entre olhamos.

[...]

— Oi Scotty. - Dean disse ao entrarmos na lanchonete e avistarmos o casal sentados numa mesa comendo um torta.

— Podemos tomar um café? - Eu perguntei colocando o máximo de falsa simpatia na voz, mas ele nos olhava como se fossemos a peste negra. Nós nos sentamos em uma mesa ao lado do casal novo. 

— Ah, e uma fatia de torta se não for incomodo. - Dean pediu para Scotty. - Como estão? Estão de passagem? - Dean perguntou ao casal.

— Estamos viajando. - A mulher respondeu com um sorriso e logo pondo uma colher de torta na boca.

— Nós também. - Dean disse, pegando em minha mão em cima da mesa fazendo com que achem que somos um casal. Admito que fiquei desconfortável.

— Eles devem querer comer em paz. - Scotty disse parecendo com uma jarra de suco, servindo o casal.

— Só estamos conversando. - falei sorrindo falsamente. - Ah, e não se esqueça do meu café e a torta. Obrigada.

— O que vieram fazer aqui? - Dean já estava fazendo muitas perguntas sem antes termos um plano.

— Paramos para abastecer o tanque. O dono do posto salvou nossas vidas. - a mulher disse sorridente.

— O fluido do freio estava vazando. Eu não sabia. Ele consertou. - o homem falou feliz.

— São pessoas tão gentis. - disse sorrindo e logo olhando para Dean tentando perguntar com o olhar se ele tem um plano em mente, mas nada.

— A que horas vão partir? - Dean perguntou.

— Ao pôr do sol. - O homem disse.

— Para consertar a mangueira do freio? - Dean perguntou e o homem afirmou. - Eu entendo um pouco de carros. Posso consertar em uma hora. Não cobraria nada. 

— Muito obrigada, mas preferimos que um mecânico conserte. - a mulher disse, já parecendo desconfortável com o assunto.

— Mas não é seguro viajar nessas estradas à noite. - Dean falou e eu tentava pensar em algo para amenizar a conversa que estava começando a incomodá-los.

— Como? - a mulher perguntou franzindo o cenho.

— Talvez pareça estranho, mas podem estar em perigo. - eu apertei a mão de Dean repreendendo o que ele disse. Já estava assustando o casal.

— Queremos comer em paz, está bem? - o homem disse com uma cara nada boa.

— Claro, me desculpe pelo meu namorado, às vezes ele fala demais. Né amor? - falei forçando um sorriso olhando Dean.

— Obrigado por vir Xerife. - Scotty disse ao xerife que havia entrado na lanchonete e venho até nós.

— Gostaria de falar com vocês. - Disse o xerife para nós.

— Qual é. Estou tendo um dia ruim. - Dean falou.

— Então não vai querer que piore. - disse ameaçador.

[...]

O xerife nos expulsou de Burkittsville, nos acompanhando de carro até o fim da cidade.

— Você é um idiota. Não viu que estava assustando eles? - Falei enquanto ele dirigia o carro.

— Pelo menos eu estava tentando fazer alguma coisa. E você, gênio? O que estava pensando? Está sempre calada, deixa os problemas de fora interferirem no trabalho. - falou um pouco mais alto que o normal.

— Pensando em um plano e consertar sua merda! E eu não deixo problemas interferirem no trabalho, você que não sabe se controlar. - falei aumentando o tom de voz como ele.

— Você precisa se controlar, acha que eu não sei que papai te contava coisas, como coisas que não contava pra mim e Sam?

— Olha só quem está deixando os problemas pessoais interferirem no trabalho, agora! - olhei zangada pra ele. Nossa primeira discussão depois de uma semana. Até que a gente foi longe dessa vez.

— Dane-se - Falou por fim e eu bufei cruzando os braços.

— Idiota.

[...]

Fomos para uma cidade que tinha logo ali e nos alimentamos um pouco, então decidimos ficar na estrada perto do pomar, para quando o casal passar por lá nós possamos salvá-los. Esse era o plano. Depois que comermos fomos para o pomar esperar o casal. Já estávamos parados lá por uns 30 minutos até que Dean se pronuncia.

— Por que não foi com o Sam? - perguntou olhando a estrada escura através do vidro do carro.

— Já sabia, você odeia a minha companhia. Então eu vou embora. - Brinquei.

— Não muda de assunto, Lia... Por quê? - desta vez ele me olhou.

— Seu pai deixou bem claro que não quer nenhum de nós envolvido nisso. Aquela coisa matou a minha família e o John não pensou nisso nem por um instante? Ele não se importou com o que eu sinto? Eu também quero ajudar a matar aquela coisa, mais que tudo na minha vida! Mas não quero deixar vocês. John vai se tocar que está errado, ele precisa da gente. Mas não quero ver ele tão cedo. - olhei para o grande par de olhos verdes de Dean, era incrível em como me perdia neles tão facilmente.

— Também acho que ele precisa da gente. Mas ele nos protege de mais.

— E você pegou isso dele. - ri do meu próprio comentário.

— Porque diz isso?

— Você é super protetor! Com o Sam e até comigo.

— Protejo as pessoas que são importantes pra mim.

— Sou importante pra você, Dean Winchester? - levantei uma sobrancelha com um sorriso.

— Somos uma família. - ele foi tão misterioso em dizer aquelas palavras que me percorrerão arrepios pelo corpo.

Nós nos encaramos quase sem piscar, eu não tinha o que dizer, minha boca abria e fechava tentando achar algo para dizer... mas nada vinha na mente. Então desviei o olhar para meus pés, não queria que ele me visse com cara de quem achou isso a coisa mais fofa do mundo, e que isso tinha me afetado de algum jeito. Mais um arrepio me percorre quando sinto ele tocar na minha mão, tão calmo e suave. Olhei para ele, e ele me encarava ainda com aquela intensidade de antes. Sem perceber parei meus olhos na sua boca, quase aberta, seus lábios eram rosados natural. Quando eu olhei seus olhos novamente ele olhava para minha boca, parecia que estava desejando ela, assim como eu também estava desejando a sua. Por quê? O que eu to sentindo por ele? Isso nunca aconteceu, eu nunca vi ele com outros olhos, nunca senti nada por ele além de uma amizade. Me vi sem saber respirar, sem saber o que fazer. Até ver Dean se aproximar de mim e automaticamente eu também me inclinei até ele. Estávamos tão próximos, sentia sua respiração se misturando com a minha, então eu fecho meus olhos, esperando sentir seu beijo.

Mas algo acontece, ouvimos um grito vindo do pomar e imediatamente nos separamos e pegamos nossas armas, saindo do carro e correndo para dentro do pomar até que encontramos o casal correndo perto de nós com o espantalho logo atrás.

— Para fora do pomar! - gritei atirando no espantalho e correndo junto com Dean e o casal.

Quando olho para trás novamente o espantalho está logo atrás de novo, mas quando passamos para fora do pomar a coisa sumiu.

— O que era aquela coisa?! - perguntou o homem assustado.

— É o que vamos descobrir. - Dean respondeu olhando para mim.

[...]

— Um espantalho? - Sam disse no telefone no viva voz. Eu e Dean estávamos no hotel fazendo pesquisas. Não tocamos no assunto do que estava meio que acontecendo no carro agora a noite.

— É, a cidade é legal, Burkittsville, Indiana. - falei olhando a tela do notebook.

— O casal não morreu? - Sam perguntou.

— Não. Sabemos nos virar sem você, sabia? - Dean.

— Alguma coisa está dando vida a ele. Talvez um espírito...

— Não, é mais que um espírito, Sammy. É um Deus, um Deus pagão. - Interrompi Sam.

— Por que acha isso? - Sammy.

— O ciclo anual da matança. O fato das vítimas serem sempre um homem e uma mulher, um rito de fertilidade. Você deveria ver o jeito que as pessoas tratam o casal, dando comida como se fossem perus de natal. - falei ainda olhando o notebook.

— A última refeição para as vítimas do sacrifício. - Dean falou concordando.

— É, parece um ritual para agradar um Deus pagão. - Sam disse.

— Primeiro um Deus possui um espantalho... - eu comecei a falar e Dean terminou meu pensamento.

— O espantalho recebe o sacrifício e garante mais um ano de colheita boa e sem doenças.

— Vocês sabem que Deus é esse? - Sam.

— Ainda não.

— Como vão matar quando descobrirem?

— O gênio está cuidando disso. - Dean me deu uma piscada e eu sorri. - Sabe, ela fez sua parte muito bem quando não está, então...

— Meu irmão, se acha que precisam de ajuda é só pedir.

— Eu não acho nada... Na verdade, eu quero que você saiba... não pense que...

— Tá, me desculpe também.

— Sam, você tá certo. Tem que correr atrás e viver sua própria vida.

— Isso é sério?

— Você sempre sabe o que quer e corre atrás, você sempre enfrentou o papai. Eu queria... eu... Admiro isso em você. Me orgulho de você. - Eu sorri para ele, era raro ele dizer coisas assim, acho que estou fazendo um ótimo trabalho.

— Eu nem sei o que dizer.

— Só diz que vai se cuidar.

— Eu vou.

— Me liga quando achar o papai.

— Tudo bem. Tchau Dean, tchau Lia.

— Tchau Sammy. - eu disse e Dean desligou o celular e me olhou. Eu estava o olhando com um sorriso no rosto.

— O que foi? - ele perguntou dando mais passos para perto de mim.

— Você foi sincero com ele. Disse a verdade do que sentia. Você está indo bem. - nós rimos

— Valeu. - disse sorrindo. - Achou alguma outra coisa? - perguntou vindo atrás de mim na cadeira para olhar o notebook

— Os imigrantes de Burkittsville são do norte da Europa, eles têm vários Deuses pagãos, mas... Aqui, olhe isso. - Dean leu o que dizia na tela do computador. - Os Vanir's eram deuses nórdicos de proteção e prosperidade. Eles protegiam os assentamentos. Algumas villas erguiam ervinges do Vanir nos campos, outras praticavam sacrifícios humanos, um homem e uma mulher.

— Esse Vanir é energia que brota da árvore sagrada. - Dean assentiu. 

— E se queimarmos a árvore? - olhei para ele pensando nessa hipótese.

— Diz algo sobre isso dar certo? - Dean me perguntou.

— Não, mas pode dar certo. - falei mas logo venho em minha mente a cena de nosso quase beijo. Isso aconteceu mesmo? Como faço para resolver?

— Se você acha, então vamos fazer isso. - Dean se afastou de mim indo se sentar na cama.

— Dean... - eu tinha que perguntar sobre aquilo, era necessário.

— Fala. - Quando foi abrir a boca para falar novamente alguém bate na porta.

Droga! Por que tem que acontecer alguma coisa sempre! Dean se levantou e abriu a porta mas não pude fazer nada antes de ver Dean caindo no chão inconsciente.

— Dean! - O xerife de Burkittsville apontou a arma para mim.

— É melhor vir comigo mocinha.

[...]

— Eu não posso acreditar que isso está acontecendo! - disse tentando me soltar das cordas que me prendiam na árvore junto com Dean.

— De caçadores a vítimas. Bem que podia ter aquela torta grátis antes. - Dean brincou tentando se soltar.

— Pode parar de piada! Vamos ser comida de espantalho aqui se você não percebeu. - falei aflita.

— Sacrificados, soa mais bonito.

— Para de falar merda e tenta se soltar pelo menos.

— Ok, se calma. - Dean ficou quieto tentando se soltar e eu também mas acabei me assustando com algo se aproximando de nós.

— Dean. - quase gritei.

— O que? Está vendo alguma coisa?

— Tem alguma coisa se aproximando - falei me assustando mas logo suspirei vendo quem era. - Ah, graças a Deus, é você!

— Eu retiro tudo o que eu disse. Que bom ver você. - Dean disse enquanto Sam tentava solta-lo. - Como chegou aqui?

— Roubei um carro. - Sam riu.

— Ah, garoto. - Dean riu se soldando. - Fica de olho no espantalho, ele revive de repente. - Dean venho me soltar.

— Que espantalho? - Sam olhou ao redor, Dean me soltou e nós três olhamos onde o espantalho deveria estar. Mas não havia nada lá, ele já acordou.

— Corram! - Sam gritou ao ver o espantalho vindo até nós. Corremos o mais rápido possível.

— Qual o plano? - Gritei.

— Tem um galão de gasolina perto da saída do pomar junto com uma arma, alguém vem comigo, e outro distrai o espantalho. - nós paramos de correr assim que vimos que o espantalho não estava atrás da gente.

— Eu fico para distrair. Sejam rápidos. - falei respirando fundo.

— Cuidado Lia. - Dean disse dando um beijo na minha testa, o que me pegou desprevenida.

— Vão logo.

Eles correram para fora do pomar e eu fiquei esperando o espantalho aparecer, até que eu ouço passos atrás de mim. Quando me viro vejo o espantalho correndo assustadoramente atrás de mim. Corri o mais rápido possível, quando eu tinha meus doze anos fazia aulas de atletismos, então sou bem rápida. Acabei me encontrando com Sam que estava com uma arma, mas acabei me distraindo e cai um tombo no chão. Sam atirou no espantalho várias vezes fazendo ele se atrasar o suficiente para eu me levantar e correr. Eu e Sam logo chegamos na entrada do pomar e a coisa desapareceu.

— Onde está o Dean? - Perguntei olhando em volta.

— Merda, ele ainda está lá. - Disse Sammy aflito. - Vou buscá-lo.

— Não! Espera. - falei, mas estava muito nervosa. Dean estava demorando.

— Lá está ele. - Sam sorriu vendo Dean se aproximar.

— Cara, foi moleza. - Dean falou sorrindo.

— Seja a isca da próxima vez.

[...]

Próximo capítulo:

Natália Waldorf On

Chegamos na casa que estávamos investigando, era noite. Pegamos nossas armas de choque de cem mil volts e lanternas. Entramos na casa até chegarmos no porão, descemos as escadas até ouvirmos algo se mexendo dentro de um armário. Nos aproximamos com as armas apontadas.

— Um... dois... três. - Dean sussurrou. No três ele abriu a porta e duas crianças gritaram assustadas.

— Ele ainda está aqui? - perguntei para as crianças e elas afirmaram.

— Pegue a mão de sua irmã, vamos sair daqui. - Dean falou pegando a mão do menino.

As crianças subiram as escadas correndo eu fui logo em seguida mas algo pegou meu pé me fazendo rolar a escada a baixo, senti uma dor horrível no tornozelo. Dean tentou atirar na coisa mas não conseguiu.

— Sam, meu pé, acho que torci. - Falei e ele me pegou no colo e jogou sua arma para Dean.

Sam me largou no banco de trás do carro junto com as crianças e voltou para dentro da casa para ajudar Dean. Depois de uns minutos Sam apareceu com Dean nas costas desacordado.

— O que aconteceu? - perguntei aflita.

— Precisamos ir ao hospital agora.

  [...]

Continua...

 

 

 

 

 

 

 


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Comentem!



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "The Life Of Lia: SPN" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.