The Life Of Lia: SPN escrita por CandyStorm


Capítulo 3
1x3 Wendigo


Notas iniciais do capítulo

Hi guys!

Como estão? Vou dizer uma coisinha, esse cap é um dos meus favoritos, sei nem explicar kkk

Espero que gostem.



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Depois da morte de Jéssica, Sam está tendo muitos pesadelos e isso não passou despercebido por mim e Dean. Ficamos uma semana em Stanford para ver se encontramos algum rastro do responsável por isso, mas não achamos nada, ele já devia estar tão longe agora. Eu não precisei falar para eles que foi a mesma criatura que matou a minha família e a mãe deles, pois eles descobriram sozinhos. Depois dessa uma semana em Stanford nós decidimos ir para as coordenadas que John nos deu, que é em BlackWater Ridge, Colorado.

“Eu estava de volta na minha casa, do lado de fora vestindo as mesmas roupas daquela noite. Eu sentia frio e meus pelos do braço arrepiados, eu sentia meus olhos encherem de lágrimas enquanto olhava a casa exatamente do mesmo jeito, todas as luzes estavam apagadas e a cadeira de balanço na varanda começou a balançar com a força do vento. O silêncio foi quebrado quando eu escuto um grito agudo. “Lia, socorro!” Era minha irmã, meu coração acelerou e eu corri para dentro da casa o mais rápido que pude gritando por seu nome, “Molly!Molly!” subi as escada até o seu quarto e a encontrei na janela de costas para mim. “Molly? Sou eu, Natália.” falei me aproximando lentamente, ouvia seus choramingos baixos, ela se virou para mim com seu rosto molhado de lágrimas. “Você me deixou sozinha. Me deixou para morrer.” diz Molly, aquelas palavras foram como centenas de facas sendo cravadas no meu peito. “ Eu não queria ter saído da casa, eu ía voltar para te buscar, eu juro!” falei me aproximando dela com ânsia de abraçá-la. “Você falhou como irmã mais velha. Agora é tarde para desculpas, Lia.”, minhas pernas ficaram fracas e senti o ar faltar em meus pulmões, um pesadelo desses era tortura demais. Tentei abraçá-la mas quando a toquei ela sumiu como fumaça. “ Molly!” sinto minha garganta doer com a força do grito, eu precisava dela, mas eu falhei. Ela tem razão.”

 Eu acordei em desespero, minha respiração acelerada e sentindo suor descer pela testa. O olhar de desprezo da minha irmã me falando aquelas palavras estavam me matando.

ㅡ  Um pesadelo também? – Dean perguntou me olhando sério pelo espelho retrovisor do carro.

ㅡ É, só um pesadelo estranho. - suspirei passando as mãos pelos cabelos.

ㅡ Vocês dois são assombrados. - Dean sorri, eu e Sam com pesadelos me parecia algo normal na verdade.

ㅡ Onde estamos? – perguntei para mudar de assunto.

ㅡ Estamos perto de Grand Junction. – Dean me respondeu, eu olhei o mapa na mão de Sam.

ㅡ Talvez não devêssemos ter saído de Stanford. – Sam disse encarando o mapa, ele estava triste. Quem não estaria quando visse a namorada morta queimando em sua frente, certo? Seria um período longo de aceitação, assim como foi para mim.

ㅡ Sam, ficamos lá uma semana. E não descobrimos nada. – falei colocando minha mão em seu ombro como apoio.

ㅡ Para acharmos quem matou Jéssica... – Dean começou a falar mas Sam terminou antes que Dean.

ㅡ Precisamos encontrar o pai antes. - ele bufou, Dean tinha razão.

ㅡ O sumiço do nosso pai e a volta dessa coisa, depois de 20 anos...

ㅡ Correção, 5 anos. – falei lembrando o Dean que a mesma coisa matou a minha família a cinco anos atrás, em dois dias completaria cinco anos. E será meu aniversário também, mas vamos deletar essa informação.

ㅡ Não é coincidência. Papai terá a resposta. Ele saberá o que fazer. – Dean continuou o que estava querendo falar.

ㅡ É estranho. – Sam falou olhando o mapa.

ㅡ O que? - perguntei olhando o mapa que Sam tanto encarava com o semblante franzido.

ㅡ As coordenadas que ele deixou, Blackwater Ridge...

ㅡ O que tem? – Dean perguntou

ㅡ Não há nada lá. – Sam falou. – nada além de floresta. Por que ele nos enviaria para o meio do nada?

ㅡ Vamos descobrir. - voltei a me deitar no banco de trás.

[...]

 Fomos para o Park Nacional de Colorado, para começar as investigações...

ㅡ Blackwater Ridge é um local remoto. Fica isolado por estes canyons. Terreno íngreme, floresta fechada e minas abandonadas por toda parte. – Sam falou olhando um mapa que tinha em uma mesa de um escritório do guarda florestal.

ㅡ Venha ver o tamanho deste urso. – Dean falou impressionado olhando uma foto na parede, eu fui ver e o urso era enorme mesmo.

ㅡ E há dúzias de ursos nesta área. Não vai ser um passeio pela natureza. – Sam falou também olhando a foto.

ㅡ Por acaso vocês estão planejando ir a Blackwater Ridge? – o guarda apareceu com uma xícara de café na mão.

ㅡ Não. Somos estudantes de ecologia da Universidade de Boulder. – falei para o guarda, tentando parecer convincente.

ㅡ Estamos fazendo uma pesquisa. – Sam falou.

ㅡ É bom reciclar – o idiota do Dean falou.

ㅡ Mentira. – o guarda falou e eu me assustei. – vocês são amigos da Haley, certo?

ㅡ Sim, somos... – Dean falou e eu dei um sorrisinho forçado. – guarda florestal Wilkinson. – Dean leu o nome na plaquinha.

ㅡ Pois vou dizer o mesmo que disse a ela. O irmão dela preencheu o formulário dizendo que só voltaria de Blackwater depois do dia 24. Ele ainda não está desaparecido, não é mesmo? Digam para ela parar de se preocupar. O irmão dela está bem.

ㅡ Diremos. Ela é agitada, não é mesmo? – Dean falou e o guarda já estava saindo.

ㅡ No mínimo. – ele respondeu.

ㅡ Ajudaria muito se eu pudesse mostrar a ela a cópia do formulário. Assim, ela poderia ver a data em que o irmão queria retornar. – falei para o guarda, talvez isso pudesse nos ajudar a saber o que há aqui.

[...]

 Fomos para a casa da Haley  a irmã do cara que “desapareceu” supostamente.  Eu não queria  ir lá, então falei que ficaria no carro esperando por eles.

ㅡ Vou ficar no carro, acho que estou com dor de cabeça. – falei a primeira desculpa que pensei e me deitei no banco de trás do carro como de costume.

ㅡ Tem certeza Lia? – Sam perguntou, se abaixando um pouco para me ver pela janela do carro.

ㅡ Toda, Sam.

ㅡ A gente traz notícias então. - Dean falou e eles foram andando até a casa da Haley.

Eu resolvi tirar um cochilo, pois não tinha muita coisa para fazer, então eu peguei meu fone de ouvido e meu mp3 e coloquei a música Play Ball do AC/DC. Logo peguei no sono.

Acordei  com a música Always do Bon Jovi, ainda estava no carro, mas em um estacionamento de um bar, ou seja; Dean e Sam estão se divertindo sem mim! Sai do carro passando a mão no rosto, deve ser umas 19:00 porque está um pouco escuro. Me olhei no reflexo da janela de vidro do carro e me assustei com o meu cabelo, parecia que eu andei na montanha russa e não escovei o cabelo. Resolvi fazer um coque alto no cabelo, ficou bom, pelo menos melhor que antes. Tirei minha jaqueta de couro, ficando só com meu suéter preto por cima do meu jeans claro, e com meu amável coturno preto.

Entrei no bar que estava muito cheio, tinha gente pra tudo que é lado, até que lá no fundo do bar eu avistei Dean e Sam sentados em uma mesa. Fui até eles e fiquei parada entre eles em pé com os braços cruzados e com cara de séria.

ㅡ Hey! Lia, acordou. – Sam falou me olhando e depois voltou a sua atenção para o notebook.

ㅡ Porque não me acordaram? – perguntei.

ㅡ Você não gosta de ser acordada, lembra? – Sam falou sem tirar os olhos do notebook, estranhei porque o Dean não falou nada, ele só olhava para os lados com cara de raiva.

ㅡ O que você tem Dean? – Perguntei descruzando os braços.

ㅡ Eu não tenho nada. É só essa gente olhando pra você como um pedaço de carne. – Dean olhou para um dos caras que me olhava por trás e depois acenou com a cabeço para ele como quem diz “o que tá olhando?”, eu apenas revirei os olhos.

ㅡ Você me olha assim, esqueceu?  – peguei uma cadeira e me sentei no meio dos dois. Eu ouvi o Sam rir um pouco. – Porque ta rindo? - Perguntei.

ㅡ Nada não Lia. - ele esconde o sorriso com a mão.

ㅡ Tá, me falem, o que descobriram? – perguntei tomando a cerveja de Dean.

ㅡ A cada 23 anos pessoas desaparecem naquela floresta, e isso já faz muito tempo. Vi a gravação que o Tommy mandou para a Haley enquanto estava no acampamento e aparece um vulto atrás, olha. – ele me mostrou a parte da gravação e passa um vulto atrás da barraca do Tommy. – são três quadros. É uma fração de segundos.

ㅡ Essa coisa é rápida. – falei impressionada.

ㅡ Eu disse que havia algo estranho! – Dean falou.

ㅡ Mais alguma coisa? – Perguntei.

ㅡ Sim, em 1959, uma pessoa sobreviveu ao suposto ataque de urso. Era uma criança. Mal escapou com vida da floresta.

ㅡ Sabe o nome dele? – perguntei e Sam me olhou com uma cara de quem diz “ eu sei de tudo”, Sam é um gênio.

[...]

Depois de conversarmos com o cara, que é um velhinho, ele nos mostrou uma cicatriz que o monstro fez nele, como garras. Ele disse que o monstro tinha destrancado a porta do chalé e pegou os pais dele. Então isso quer dizer que é uma criatura é “corpórea” como o Sam disse, isso significa que podemos matá-la. Fomos para o carro ver o arsenal de armas, Dean pegou uma mochila e colocou várias armas.

ㅡ Não podemos deixar a Haley ir para lá. – Sam disse pensativo.

ㅡ O que vai dizer? Que ela não pode ir por causa do bicho papão? – Dean falou com sarcasmo.

ㅡ Vamos com ela para dentro da flores e impedir que mais alguém morra. E vamos matar esse bicho papão. – falei pegando algumas lanternas e colocando na mochila. Dean concordou, pegou a mochila dele e fechou o porta-malas.

ㅡ Não basta procurar nosso pai? – Sam perguntou nos olhando sério e irritado. – Agora também vamos servir de babás? – eu fiquei chateada com o jeito do Sam. Eu sei que ele está sofrendo por causa da Jess, e quer achar o que a matou.

Mas isso não significa que vamos deixar gente inocente morrer, por uma criatura que podemos matar. Eu só fiz minha cara de brava misturada com de estúpida e joguei a mochila em Sam, fazendo ele pegar ela confuso.

ㅡ O que é? – Sam perguntou e depois olhou para Dean que também estava sério. Eu só entrei no carro e logo Dean e Sam também.

[...]

Logo de manhã quando acordamos, já nos vestimos e fomos para a flores. Quando estávamos chegando de carro vimos de longe, Haley e seu irmão mais novo e um cara que eu acho que é o guia que vai “proteger” eles.

ㅡ Vocês tem lugar para mais três? – Dean perguntou assim que saímos do carro.

ㅡ Querem vir conosco? – Haley perguntou. Ela parecia estar gostando da “nossa” presença ali, mas não demonstra um sorriso enorme.

ㅡ Quem são eles? – o guia perguntou, ele parecia sério e aquele tipo carrancudo.

ㅡ São a única ajuda que a guarda florestal consegui reunir. – Haley falou e nós já estávamos com as mochilas em mãos.

ㅡ São guardas florestais? – o cara perguntou.

ㅡ Isso mesmo. – Concordei seguindo Sam para não ficar ali parada.

ㅡ E vão na floresta de bota e calça jeans? – Haley falou com uma cara de cínica, eu só sei disso porque ela falou isso olhando para mim de cima a baixo quando passei por ela.

ㅡ Eu não gosto de bermudas. – Dean realmente não percebeu o jeito que ela me olhou, mas Sam sim.

ㅡ Acha engraçado? É um terreno perigoso. O irmão dela pode estar ferido. – o guia falou sério olhando para Dean. E Dean apenas olhou pra mim e Sam com cara de tacho e logo respondeu o cara.

ㅡ Confie em mim. Sei como é perigoso.

ㅡ Queremos ajudá-los a encontrar o irmão, só isso. – Falei colocando confiança em minhas palavras.

Nós fomos caminhando floresta adentro, o guia na frente, depois Dean, Haley e seu irmão mais novo, eu e Sam por último.

[...]

Já estávamos a algum tempo andando na floresta e Dean começou a puxar assunto com o guia, que a propósito se chama Roy.

ㅡ Roy, você disse que caça. – Dean começou o assunto.

ㅡ Sim, bastante.

ㅡ Que tipo de animais você caça?

ㅡ Veados. Às vezes, urso. – Dean ultrapassou Roy.

ㅡ Bambi ou Zé colmeia já tentaram caçar você? – Dean fez uma piadinha e Roy o puxou pelo casaco e os dois se olharam com olhares mortais. E eu e o resto só ficamos assistindo. Será briga?

ㅡ O que está fazendo, Roy? – Dean perguntou, e Roy o soltou e pegou um galho de árvore que estava por perto e enfiou no chão onde tinha uma armadilha armada bem onde Dean iria pisar. Se Dean tivesse pisado, ele iria ficar sem pé.

ㅡ Devia olhar por onde anda, guarda. – Roy falou dando um sorrisinho e começou a andar na frente.

ㅡ Era uma armadilha para urso. – Dean se fez de sabe tudo, começando a andar.

ㅡ Não trouxeram mantimentos. Só trouxeram uma sacola. Vocês não são guardas. Quem são vocês? – Haley parou Dean no caminho e Roy e o irmão mais novo de Haley foram caminhando. Dean deu um sinal mostrando para eu e Sam prosseguirmos, e ele iria falar com Haley.

ㅡ Lia, eu queria me desculpar por ter sido um pouco estúpido ontem a noite. – Sam falou enquanto andávamos.

ㅡ Tudo bem Sammy. Sei que você quer encontrar logo seu pai e matar essa coisa que matou a Jess e sua mãe. Mas você não é o único que quer isso. Minha família também foi morta pela aquela coisa a cinco anos atrás. É só você manter a calma, que tudo vai dar certo um dia.

ㅡ Nossa, se passou tanto tempo assim.

ㅡ Pois é. Cinco anos que tudo mudou para mim. – dei um sorriso de lado. Amanhã seria dia sete de novembro, meu aniversário também, mas eu não quero que eles se lembrem que é meu aniversário. Não quero ganhar presentes e nem festejar, pois foi nessa data que minha família morreu também, nada me faria ficar bem nesse dia.

ㅡ Cinco anos que virou uma Winchester. – Sam falou, mas eu não concordei com o que ele disse.

ㅡ Não, não. Eu continuo sendo uma Waldorf, apenas convivo com os Winchester.

ㅡ Você nunca nos contou como foi aquela noite, quando o pai salvou você antes da casa pegar fogo. Ele não nos contou muita coisa. – ele olhou para mim e eu parei de andar, comecei a lembrar daquela noite. O barulho que me fez acordar. Minha irmã pedindo para ficar no quarto. O meu pai jogado no chão. Minha mãe gritando. Depois o fogo, e os olhos daquele monstro. Ainda estava tudo na minha cabeça. Não me esquecia de nada, e nunca vou esquecer.

ㅡ Não tem muito o que falar, Sam. Ouvi barulhos no andar de baixo, fui ver e meu pai estava no chão e minha mãe sem saber o que fazer. A coisa estava lá e depois... – dei um suspiro olhando para baixo. – depois você já sabe.

ㅡ Me desculpe te fazer lembrar disso. Você não lembra como era aquela coisa? – Sam disse colocando seu braço em volta de meus ombros e voltamos a andar.

ㅡ Tudo bem. – dei um sorriso de lado. - Eu não me lembro, estava muito escuro. - disse lembrando que John conversou comigo anos atrás, aquela conversa foi para que eu não diga nada do monstro para os meninos. Acho que ele tinha medo.

Logo Dean e Haley nos alcançarão e continuamos todos juntos a caminhar. Dez minutos depois, achamos o acampamento do irmão de Haley, ele estava todo detonado. As barracas rasgadas e cheias de sangue, tudo estava um horror. E Haley tirou a mochila das costas deixando no chão, e se abaixou e pegou um celular todo detonado no chão, e creio eu que seja de seu irmão desaparecido.

ㅡ Ele ainda pode estar vivo. – Dean fala para ela que já estava chorando. 

Ouvimos gritos de socorro vindo da floresta, parecia ser de perto. Todos nós começamos a correr em direção a onde vinha os gritos, mas logo não se ouvia nenhum grito. Dean gritou para que todos nós voltássemos para o acampamento. Mas quando voltamos nossas coisas não estavam mais lá. Nós deixamos nossas mochilas lá e acabou que aqueles gritos foram só uma distração para esse monstro desconhecido pegar as nossas coisa, para ficarmos sem nenhum modo de nos comunicar com as pessoas da cidade ou de nos alimentar.

ㅡ Filho da puta! Foi só uma distração para pegar nossas coisas. – Dean falou com muita raiva. E não é só ele que está.

ㅡ Um urso faria isso? Claro. – Roy disse com sarcasmos no tom de voz.

Eu não estava afim de ouvir briguinhas, então resolvi procurar por pistas em volta do acampamento. Estava andando, quando vi algumas marcas no chão, como se alguma coisa tivesse sido arrastado. Ou seja, a coisa arrastou os corpos para longe do acampamento. Segui os rastros até mais ou menos dois metros a mais na minha frente, e depois sumiram por ali.

ㅡ Dean! Sam! Veem aqui! – gritei pelos seus nomes, os chamando para mostrar o que eu tinha encontrado.

ㅡ O que houve Lia? – Sam perguntou ao lado de Dean, os dois se agacharam no chão junto comigo e mostrei as marcas na terra.

ㅡ Os corpos foram arrastados para longe do acampamento. Aqui os rastros desaparecem. – Falei me levantando e eles também se levantaram.

ㅡ É estranho. Posso dizer uma coisa... não é um pajé ou cão negro. – Dean falou, então eu coloquei minha linda cabecinha para funcionar e lembrei do que eu tinha lido um dia no diário de John.

ㅡ Dean, me dê o diário do John. – Dean e Sam me olharam entendendo que eu sabia de algo. Dean pegou o diário de dentro do bolso interno de seu casaco e me deu. Eu passei várias páginas até encontrar a que eu queria. – Olhem só isso.

ㅡ Wendigos vivem em Minnesota ou no norte de Michigan. Nunca ouvi falar em um aqui. – Dean falou me olhando como se achasse que eu estivesse errada.

ㅡ Lia tem razão. Pense bem. Ele tem garras, imita a voz humana... – Sam falou pondo razão em mim.

ㅡ Ótimo. Então isso não vai adiantar. – Dean mostrou sua arma. Eu devolvi o diário de John para ele e sai em direção ao acampamento, logo Sam estava atrás de mim.

ㅡ Está bem. Escutem. Precisamos ir embora. As coisas ficaram mais complicadas. – Sam falou para todos do acampamento.

ㅡ O que foi? – Haley falou não entendendo nada.

ㅡ Não se preocupe. Eu posso cuidar desse animal. – Roy falou se achando o super-herói da história.

ㅡ Não estou preocupado comigo. Atirar nele só vai irritá-lo. Vamos embora. Agora. – Sam olhou para Haley.

ㅡ Está falando besteira. E não pode me dar ordens. – Roy aumentou o tom de voz.

ㅡ Relaxa. – Dean falou, ele estava do meu lado, admito que nem tinha o visto ali até esse momento.

ㅡ Não devíamos ter deixado vocês virem conosco. Só quero protegê-los. – Sam tentava manter a calma e não dar uma surra naquele cara.

ㅡ Quer me proteger? Eu vinha caçar aqui quando sua mãe ainda ninava você. – Roy se aproximou de Sam ainda com o tom de voz alto.

ㅡ Este é um caçador perfeito. E é mais esperto que você. E ele vai caçar você, a não ser que saia daqui agora. – Sam falou e Roy segurou seu braço, mas Sam o puxou.

ㅡ Você é maluco, sabia ? – Roy esbravejou.

ㅡ É? Já caçou um Wen... – Sam iria falar demais. Dean puxou Sam para longe para não começarem uma briga.

ㅡ Sam. Calma. – eu disse indo ao seu lado e segurando seu braço.

ㅡ Pare. Parem com  isso. – Haley falou. – Tommy ainda pode estar vivo. Eu não vou sair daqui sem ele. – Ela olhou para nós, e eu pude ver em seus olhos que ela não iria desistir assim tão fácil.

ㅡ Está ficando tarde. Essa criatura é ótima caçadora durante o dia... e melhor ainda a noite. Não vamos derrotá-la no escuro. – falei e depois olhei para Dean e Sam, vendo que era o melhor a fazer.

ㅡ Precisamos nos preparar para nos proteger. – Dean falou.

ㅡ Como? – Haley perguntou o olhando com um certo terror nos olhos.

[...]

Já era noite, tínhamos feito uma fogueira, Haley e o irmão caçula estavam sentados em um tronco perto da fogueira. Dean estava fazendo símbolos para proteção. E eu e Sam, estávamos sentados em outro tronco um pouco mais distantes.

ㅡ Mais uma vez. Isso é?... – Haley começou a falar.

ㅡ Símbolos Anasazi. É para proteção. O Wendigo não pode atravessá-los – Dean falou e Roy deu uma risada alta. Eu devo dizer que nem lembrei de pronunciar onde estava Roy, porque tinha me esquecido da existência dele.

Dean venho em nossa direção e se sentou ao lado de Sam no tronco, e eu estava na frente de Sam em outro tronco.

ㅡ Vai me contar o que está passando pela sua cabeça maluca? – Dean disse olhando para Sam.

ㅡ Dean... – Sam começou mas Dean o cortou.

ㅡ Não. Você não está bem. Você está explosivo. E nunca foi assim. Eu sou o irmão agressivo. Lembra disso? – Dean falou ainda olhando para Sam.

ㅡ Papai não está aqui. Disso nós temos certeza. Certo? Ele teria deixado uma mensagem ou um sinal. Certo? – Sam falou, ainda olhando para o chão com um olhar vazio, quase que sem emoção alguma.

ㅡ Sim, provavelmente tem razão. – Dean falou e me olhou. Eu desviei o olhar para o chão.

ㅡ Na verdade, acho que John nunca esteve em Lost Creek. – falei voltando meu olhar para  Dean e logo para Sam.

ㅡ Então, vamos levar essa gente para a cidade e voltar á estrada. Vamos procurar nosso pai. O que estamos fazendo aqui? – Sam olhou para Dean e jogou um graveto no chão. Ele estava com raiva, dava para ver em seus olhos.

 Dean se levantou e se sentou ao meu lado, de frente para Sam, e tirou do bolso do casaco o diário de John.

ㅡ Esse é o motivo. Este diário. – Dean apontou para o diário em sua mão. – Este é o bem mais precioso do nosso pai. Tudo o que ele sabe sobre o mal está aqui. E ele o deixou para nós. Ele quer que continuamos de onde ele parou. Salvar pessoas, Caçar coisas. O negócio da família. – Dean tem toda razão. Eu concordo no que ele disse.

ㅡ Isso não faz sentido. – Sam passou as mãos no rosto. – Porque ele não telefona? Por que não diz o que quer? Ou diz onde está?

ㅡ Eu não sei. Mas eu acho que... nosso pai nos confiou uma missão. E eu vou cumpri-la.

ㅡ Dean, não. Preciso encontrar nosso pai. Preciso encontrar o assassino da Jessica. É a única coisa que me interessa.

ㅡ Está bem. Sam, vamos encontrá-los, eu prometo. Escute bem. Você precisa se preparar. Essa busca pode demorar. E todo esse ódio... Se alimentar esse ódio por muito tempo, ele vai matar você. Você precisa ter paciência.

ㅡ Como vocês conseguem fazer isso? Como o papai consegue?

ㅡ Para começar, por eles. – Falei apontando para Haley e o irmão caçula. – Nossas famílias foram destruídas, mas podemos ajudar outras pessoas. Torna a vida mais tolerável. – Disse por último.

ㅡ Há mais uma coisa que ajuda. – Dean me olhou. – Matar o maior número de criaturas do mal possível. – Dean deu um sorriso e eu e Sam também.

ㅡ Socorro! Por favor!– Foi ouvido um grito na floresta. Era o Wendigo. Eu e os rapazes nos levantamos e fomos para perto de Haley e o irmão e de Roy que estava com sua espingarda na mão.

ㅡ Está tentando nos atrair. Fiquem calmos. Não se mexam. – Dean disse.

ㅡ Dentro do círculo mágico? – Roy falou com ironia de novo.

ㅡ Socorro!! Socorro, por favor! – eu estava com uma lanterna na mão, tentando iluminar os lugares. Nós escutamos barulhos do Wendigo “rugindo” e correndo em volta do local onde estávamos.

ㅡ Está bem. Não é um urso. – Roy disse.

ㅡ Ele está aqui. – eu disse, vendo que as árvores se mexerem sem parar. Até que Roy atira no Wendigo.

ㅡ Eu o acertei. – Roy saiu correndo em direção a mata para ver o Wendigo, que provavelmente vai matar ele desse jeito.

ㅡ Roy, não! Roy! – Dean gritou, ele me olhou impaciente. – Lia fique com eles! – Dean apontou para Haley e o irmão.

ㅡ Não! Dean! Sam! – Gritei assustada. Eles podem ser pegos pelo Wendigo se forem atrás do Roy.  Mas quem disse que eles me escutaram. Os dois foram atrás de Roy. – Droga!

[...]

ㅡ Hey. Nós temos uma chance mínima durante o dia. E eu, pelo menos... quero matar essa criatura filha da puta. – Eu sorri para Sam. Já estava de dia era mais ou menos umas 10:00hrs da manhã, não tínhamos encontrado Roy ontem a noite, provavelmente estava morto.

ㅡ Você sabe que pode contar comigo. – Dean falou dando um sorriso para Sam.

ㅡ “Wendigo” é uma palavra indígena: “o mal que devora”.  – Falei mostrando o que estava escrito no diário de John para Haley, o irmão e Sam. Dean estava atrás de mim.

ㅡ Vivem centenas de anos. Costumavam ser humanos. Podem ter sido um índio. Um mineiro, um pioneiro ou um caçador. – Dean disse.

ㅡ E como viram essa criatura? – Haley perguntou com certo nojo na cara.

ㅡ É sempre a mesma coisa. Durante o inverno, alguém estava morrendo de fome, sem alimentos ou ajuda. E resolveu virar canibal, devorando os outros membros do grupo. – falei fechando o diário de John e indo perto de Dean, abri um lado de sua jaqueta e guardei no bolso interno, olhando bem em seus olhos.

ㅡ É como a história do comboi Donner. – o irmão de Haley disse.

ㅡ Muitos povos acreditam que ingerir carne humana, dá certos poderes: rapidez, força e imortalidade. – Sam disse

ㅡ E se continuar nessa dieta, em alguns anos... a pessoa se torna essa criatura quase humana. E está sempre com fome. – Falei cruzando os braços

ㅡ Se isso for verdade, Tommy ainda pode estar vivo? – Haley perguntou

ㅡ não vai gostar de saber. – Dean falou

ㅡ diga. – Haley insistiu.

ㅡ Um Wendigo sabe como sobreviver no inverno sem comida. Quando está acordado, mantém as vítimas vivas. Elas ficam armazenadas até ele precisa se alimentar. Se seu irmão estiver vivo, ele está em um local escuro e protegido. Precisamos rastrear a criatura até lá. – Dean falou olhando para Haley e ele ficou de certa forma mais “aliviada”

ㅡ E como vamos matá-lo? – Mais uma pergunta da Haley.

ㅡ Armas de fogo são inúteis, assim como facas. Basicamente, precisamos queimar o desgraçado. – disse por fim.

[...]

 Começamos a andar pela floresta, até Sam chamas a minha atenção e a de Dean. Mostrando marcas de garras no alto dos troncos das árvores.

ㅡ Acho que as marcas das garras são claras e distintas... quase fáceis demais de seguir. – Sam falou e com toda a razão.

ㅡ Acha que é um tipo de armadilha? - perguntei.

Escutamos os barulhos do Wendigo outra vez, ele estava perto de nós, nos cercando. Haley fica com medo e se encosta em uma árvore. Eu e os Winchester olhávamos para cima e para os lados para ver se encontramos ele. Nós ouvimos o grito de Haley e quando fui ver, um corpo cai da árvore onde Haley estava encostada. O corpo era de Roy.

O Wendigo estava próximo de nós. Então começamos a correr em disparado para longe dele. No meio da correria Ben tropeçou no chão e eu e Sam o ajudamos a levantar e Dean e Haley estavam correndo ainda, um pouco mais adiante que nós.

ㅡ Vamos, vamos! – falei para Sam e Ben.

Corremos mais um pouco, até que escutamos o grito da Haley um pouco mais a diante. Corremos mais mas não encontramos Haley e nem Dean. Sam encontrou no chão a “bomba” de fogo de Dean. Eu comecei a me preocupar. O Wendigo pegou Haley e Dean!

ㅡ Dean! – Eu e Sam gritamos por Dean, mas nada.

Começamos a caminhar, para tentar encontrar o esconderijo onde o Wendigo guarda a sua comido, ou seja Dean, Haley e Tommy.

ㅡ Se ele mantém as vítimas vivas, por que matou Roy? – Ben perguntou.

ㅡ Acho que foi porque Roy atirou nele. Ele ficou irritado. – Sam respondeu a pergunta.

Ben se agachou no chão e pegou um m&m colorido no chão.

ㅡ Eles passaram por aqui. – Ben falou animado, vendo que encontrou uma pista.

ㅡ Melhor do que migalhas de pão. – Falei sorrindo, e fomos seguir a trilha de m&m’s de Dean.

 [...]

Depois de um tempinho, encontramos uma entrada de mina, com uma placa escrito “cuidado, não entre”. Nós entramos, óbvio. Eu peguei minha lanterna e Sam a sua, e fomos caminhando pela mina. Até que escutamos o barulho do Wendigo e nos escondermos num canto da mina, onde tinha outro caminho para seguir. O Wendigo passou por nós e não nos viu. Continuamos andando quando o Wendigo saiu da mina. Mas quando estávamos caminhando, ficamos em cima de um chão feito de madeira, e essa madeiro ronco e se quebrou e nós acabamos caindo para dentro de um buraco.

ㅡ Aí! – resmunguei pois meu pé começou a doer muito, e tinha batido muito forte minha cabeça no chão.

Ben se assustou com os crânios de humanos no chão, mas Sam o acalmou. Eu olhei para os lados e tenho certeza que meus olhos brilharam quando vi Dean na minha frente amarrado. Bom, não era só ele, Haley e o irmão Tommy também estavam lá, amarrados.

ㅡ Dean! – Me levantei e fui em sua direção, mesmo com o pé mancando. – Hey, Dean – dei alguns tapinhas em seu rosto.

Sam viu que eu já estava com Dean e foi ver o Tommy, e Ben foi acordar a irmã.

ㅡ Ficou preocupada? – Dean perguntou para mim com um sorrisinho e com a voz cansada.

ㅡ Cala boca idiota! Você está bem? – não iria responder aquela pergunta.

ㅡ Sim. E você? Sua cabeça está com sangue. – Dean olhou minha testa, e sim eu tinha sentido um pouco de sangue escorrendo.

ㅡ Está tudo bem. Não foi nada. – Falei pegando minha faca que ficava guardada dentro da minha bota e cortei as cordas da mão de Dean e o ajudei a sentar no chão. – Achei que ele tinha matado você.

 Sam cortou as cordas que seguravam a Haley e o seu irmão Tommy, e Sam e Ben os ajudaram a se sentar.

ㅡ Então você estava preocupada. – Dean falou me olhando e massageando seus pulsos.

ㅡ Não, eu estava pulando de felicidade, quase soltando fogos de artifício.

ㅡ Ok, ok esquentadinha. Agora me fala, onde ele está? – Dean perguntou sobre o Wendigo.

ㅡ Ele não está por aqui. – falei e Dean começou a mexer nas mochilas que o Wendigo roubou de nós.

ㅡ Veja só isso. – Dean estava com dois sinalizadores, que tem a forma de uma arma, para quem não sabe. Eles são feitos de fogo, então dá para matar o Wendigo com eles.

ㅡ Sam! – chamei sua atenção e Dean jogou uma para ele, eu olhei para Dean mas tinha apenas duas pistolas de sinalização.

Saímos de lá. Sam ajudava Haley a carregar Tommy que estava muito fraco, Ben estava com eles, e eu e Dean na frente.

ㅡ Acho que alguém veio jantar. – Dean comentou, depois de termos escutado o barulho do Wendigo.

ㅡ Não conseguimos correr. – Haley falou ainda segurando seu irmão Tommy junto com Ben. Eu posso ter torcido o tornozelo mas até consigo dar uma corridinha.

ㅡ Está pensando o mesmo que eu? – Dean perguntou para Sam.

ㅡ Acho que sim. – Sam falou pensativo. Os olhares deles estavam suspeitos, tenho certeza que não vou gostar dessa ideia.

ㅡ O que? No que estão pensando? – Perguntei aflita e Dean virou para nós.

ㅡ Escutem bem. Sigam Sam e a Lia, eles vão tirá-los daqui. – Dean falou como uma autoridade.

ㅡ O que? Não! Dean, o que você vai fazer? – se ele fizer o que eu estou pensando que ele vai fazer, eu mato ele. Isso é suicídio! Ele esquivou o olhar de mim e começou a gritar.

ㅡ Está na hora da janta, seu desgraçado! – Dean foi saindo de perto de nós, mas eu o segurei no braço.

ㅡ Eu vou com você. – falei com desespero na voz.

ㅡ Não Lia. Ajude Sam a levá-los com segurança para fora daqui.

ㅡ E deixar você se entregar assim tão fácil de comida pra Wendigo? Não!

ㅡ Vamos Lia! – Sam me chamou mas eu não tirava minha atenção de Dean.

ㅡ Feliz aniversário! – Dean piscou para mim e saiu correndo. Eu bufei e fui com Sam.

Andamos um pouco até que escutamos o Wendigo de novo. Sam me olhou e disse.

ㅡ Leve-os para fora.

ㅡ Sam, não! – Eu e Haley falamos ao mesmo tempo.

ㅡ Andem! Vão! – Sam gritou.

ㅡ Vamos Haley. – Ben puxou Haley e Tommy para prosseguirem, e eu olhei sério para Sam ainda parada.

ㅡ Lia, vai por favor. – Sam implorou, então eu bufei e sai com Ben, Haley e Tommy.

Nós escutamos o grito do Wendigo e depois um tiro da pistola de sinalização. Nós olhamos para trás e Sam estava vindo correndo.

ㅡ Vamos, depressa! – Sam gritou e começamos a correr, um pouco devagar por causa que Tommy não tinha forças para correr e eu com o pé torcido.

 Corremos até que ficamos sem lugar para onde correr, pois o túnel que estávamos tinha chegado ao fim.

ㅡ Droga! Atrás de mim! – Sam me puxou para ficar atrás dele, e ficando na frente de todos.

O Wendigo aparece, ele chegou perto da gente, ele iria nos matar. Mas escutamos uma voz, a voz de Dean. 

ㅡ Ei! – Dean apareceu atrás do Wendigo, e atirou nele. Ele queimou e gritou muito. Eu e o resto, suspiramos de alívio. Era bom ver Dean vivo, e o Wendigo morto.

Fim de mais um caso.


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Notas finais do capítulo

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