The Life Of Lia: SPN escrita por CandyStorm


Capítulo 16
1x16 Devil's Trap


Notas iniciais do capítulo

Me lembro de ter passado bastante tempo planejando esse capítulo, tentei explorar sentimentos profundos, estou tentando melhorar minha escrita, então, espero que esteja melhor.

Boa leitura!



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Natália Waldorf On

Dean e Sam me encaravam preocupados. Desde que voltamos para o hotel eu não disse nenhuma palavra e ignorei as perguntas que faziam, eu os respondia apenas com o um olhar, um olhar que dizia “Eu não sei o que está acontecendo comigo!”. Dean ligou várias vezes para o número de John e do meu pai mas só caia na caixa de mensagens, ele estava impaciente.

ㅡ Atende pai. Pega a droga do telefone. - Dean andava de um lado pro outro do quarto nervoso com o celular no ouvido. - Tem coisa errada. Alguma coisa está acontecendo. - desliga o celular e me olha nervoso.

ㅡ  Se você tivesse me deixado entrar lá, eu poderia terminar tudo isso. - Sam diz baixo e seu rosto transparência sua raiva.

ㅡ Sam, a única coisa que você teria terminado era sua vida. - Dean rebate, eu concordava com ele. Acho que o demônio está brincando conosco.

ㅡ Você não sabe.

ㅡ Você tentou, Sam, eu vi. Mas aquele demônio é esperto demais. - falei pela primeira vez, me levantando da cama passando as mãos pelos cabelos. Eu estava com medo, sempre sentia medo.

ㅡ Nós temos o colt. - Sam responde me fazendo rir sem crer que ele acreditava que apenas um arma era tudo que faria dar certo.

ㅡ Qual é, cara? Você está querendo se sacrificar? É isso? - Dean perguntou levantando o tom da voz, eu via que ele sentia medo também.

ㅡ É, você está certo. Eu quero - Sam disse, se levantando da cadeira nervoso. Eu o olhei séria dessa vez. 

ㅡ Bem, isso não vai acontecer, enquanto eu estiver por perto. - Dean responde.

ㅡ  Ninguém precisa morrer, Sam. - eu disse com o tom sério, eu nunca gostava de entrar em discussões com eles porque eles eram uma família, mas agora se trata de mortes e o demônio responsável pelo meu inferno pessoal.

ㅡ Do que diabos estão falando? Temos procurado por esse demônio a vida toda. É a única coisa com a qual nos importamos. - Sam levantou o tom de voz e estava agitado.

ㅡ Sam, eu quero dar um fim nele. Eu juro. Mas não vale a pena morrer por isso. - Dean tentava acalmar a situação mas aquele assunto era delicado demais. 

ㅡ O que?

ㅡ É, sério. Se caçar esse demônio vai fazer você ou a Lia morrerem, então não quero encontrar o maldito. - Dean disse encarando o irmão, e eu me perguntava como Sam podia ser tão cego, por não ver tudo o que Dean está deixando transparecer agora.

ㅡ O maldito matou a Jess... matou a mamãe. - Sam disse com a voz trêmula e alta.

ㅡ Uma vez você falou: "Não importa o que façamos, elas se foram e nunca mais vão voltar" - Dean disse calmo.

Sam avançou em Dean o prensando contra a parede, eu corri até eles e peguei no ombro de Sam tentando acalmá-lo.

ㅡ Nunca mais diga isso de novo! - ele grita irritado encarando Dean. - Não depois do que passamos. - Sam fala baixo suspirando.

ㅡ Sam, entenda. Estamos com medo, tudo o que temos é o que sobrou dessa família. E agora nossos pais sumiram, não podemos nos dar o luxo de brigarmos por isso, por que no final ninguém vai morrer além do demônio. - eu disse tentando separá-los.

ㅡ Cara, as vezes eu acho que não seguro a onda. Sem você, Lia e Papai. - Dean falou e eu pude ver que Sam estava quase chorando. Peguei em sua mão e ele se afastou de Dean.

ㅡ Eles já deviam ter ligado. - Sam se acalma e respira fundo.

ㅡ Deixa eu tentar. - falei pegando o celular do bolso e discando o número do meu pai. Na quarta chamada alguém atendeu.

ㅡ Vocês realmente estragaram tudo dessa vez. - eu ouço a voz de Meg no outro lado da linha e olho para Dean em desespero.

ㅡ Onde eles estão? - perguntei com a voz embargada.

ㅡ Vocês nunca mais os viram. - Meg diz por último e desliga. Eu olho para o celular e o jogo na cama sentindo uma lágrima descer pela bochecha do meu rosto.

ㅡ Droga! - passei as mãos pelos cabelos e Dean venho até mim me segurando pela cintura. - Pegaram eles.

ㅡ Ta bom, não podemos ficar aqui. - Dean se afasta de mim e pega o colt o guardando no cós da calça e começou a pegar sua mochila.

ㅡ O que vai fazer? - Sam perguntou.

ㅡ Temos que ir. - Dean.

ㅡ Por quê?

ㅡ Porque o demônio sabe que estamos em Salvation, sabe que temos o Colt, ele pegou nosso pai e Fred e agora vem atrás de nós. - Dean para um momento para responder. Eu pego minha mochila com calma, eu sentia um nó na garganta.

ㅡ Tudo bem. Ainda temos três balas. Deixe-o vir. - Sam diz.

ㅡ Escute, cara durão, não estamos prontos! Ok? Não sabemos quantos deles existem por aí! Agora, não somos bons para ninguém mortos! Estamos saindo, agora!

Sam não respondeu nada, apenas pega suas coisas e saímos do quarto. Quando chegamos no estacionamento eu vi o mustang do meu pai perto do impala e eu pego a chave do meu bolso, parando de frente ao carro. Dean e Sam param quando chegam a porta do impala percebendo que eu não estava junto.

ㅡ Lia? - Dean me chama e eu viro para ele.

ㅡ Eu sigo você. - respondo.

ㅡ Você não vai dirigir sozinha, acabou de ficar pálida como um cadáver, deixa que o Sam dirige pra você. Agora entra no carro. - Dean fala sério abrindo a porta do motorista.

ㅡ Não. - ele me encara. - Ninguém dirige esse carro além de mim e meu pai. Eu estou bem e quero ficar um pouco sozinha agora. Por favor não vamos discutir por isso. - andei até a porta do mustang.

ㅡ Lia. - Dean caminha até mim e me abraça me surpreendendo. - Vamos achá-los. Eu prometo. - falou no meu ouvido.

ㅡ Eu sei. - Dean me dá um selinho e se afasta entrando no carro.

ㅡ Eu sei que as coisas estão estranhas agora, mas o que quer que esteja acontecendo com você e comigo, vamos lidar com isso. - Sam me diz se aproximando e tocando meu ombro.

ㅡ Ta bom. - sorri fraco e ele deposita um beijo na minha testa e se afasta entrando no carro com Dean.

[...]

Desci do carro logo atrás do impala quando chegamos no ferro velho do Bobby, fomos até a porta da casa e Dean bateu. Quando se abriu o homem de boné e cabelo castanho com alguns fios grisalhos ficou surpreso em nos ver, mas abriu um sorriso para mim.

ㅡ Rapazes. - Bobby abraçou os dois juntos depois os deixou entrar. - Waldorf. - ele me abraça e eu dou um sorriso pequeno.

ㅡ Bobby... - ele me olha e franzi o cenho.

ㅡ O que aconteceu? - ele pergunta e eu suspiro baixando o olhar e entrando na casa para me juntar aos garotos.

Fiquei sentada no sofá olhando o quanto a casa de Bobby estava do mesmo jeito que me lembrava, ou talvez mais desarrumada que da última vez. Ouvi Dean e Sam contarem o que tinha acontecido e o plano que pensaram. Dessa vez a gênio não tinha pensado em nada além do próprio nariz, o que me deixava pior. Eu só queria meu pai agora, era pedir demais?

ㅡ Aqui está. - Bobby pega dois frascos redondos de prata com cruzes sobre eles, se aproxima e entrega um para Dean.

ㅡ O que é isso? Água benta? - Dean cheira o frasco.

ㅡ Esse é. Isso é uísque. - Bobby toma do seu frasco e depois entrega para Dean. Vejo Sam olhar os livros e pegar um em especifico. 

ㅡ Bobby, obrigado. Obrigado por tudo. Para dizer a verdade, eu não tinha certeza se deveríamos ter vindo. - Dean fala e se senta ao meu lado me oferecendo o uísque que fiz questão de beber.

ㅡ Bobagem. Seu pai precisa de ajuda. - Bobby se encosta em um mesa de frente para nós.

ㅡ Sim, mas da última vez que te vimos, você ameaçou explodir os miolos dele na parede. Chegou a engatar a arma. - falei sorrindo ao lembrar a cena, foi quando John venho me buscar quando vim aqui pela última vez, velhos tempos.

ㅡ Sim, bem, o que posso dizer? John causa esse efeito nas pessoas. - ele ri dando de ombros.

ㅡ Sim, acho que sim. - Dean concorda.

ㅡ O que importa agora é que os tragam de volta. - Bobby me olha, ele parecia querer pedir perdão por ter guardado o segredo do meu pai. Mas eu tinha perdoado isso.

ㅡ Bobby, esse livro… - Sam bufa em apreciação. - eu nunca vi nada parecido.

ㅡ Chave de Salomão, é o verdadeiro negócio. - Bobby diz ao ver o livro de perto.

ㅡ E esses símbolos de proteção, isso funciona mesmo? - Sam.

ㅡ Isso mesmo. Você pega um demônio em um deles e ficam presos, impotentes. É como um motel satânico de baratas. - eu e Dean rimos.

ㅡ Você é o verdadeiro gênio, Bobby. - falei.

ㅡ Eu também vou te dizer outra coisa. Essa é uma merda séria que vocês entraram.

ㅡ Como assim? - Dean.

ㅡ Ano normal, eu ouço, digamos, três possessões demoníacas? Talvez quatro. Mas este ano ouvi falar de 27 até agora. Vocês entendem o que estou dizendo? Mais e mais demônios estão andando entre nós. Muito mais.

ㅡ Você sabe por que? - Sam.

ㅡ Não, mas eu sei que é algo grande. A tempestade está chegando. E vocês, seus pais? Vocês estão bem no meio disso. - diz o Singer, logo ouvimos o cachorro latir e Bobby vai até a janela. -  O que é isso?

Nós fomos até a janela ver e o cachorro tinha sumido e a corrente estava quebrada no chão.

ㅡ Tem algo errado. - eu digo.

Nesse momento ouvimos a porta bater e Meg surge na sala e nos encara. Vejo Dean pegar o frasco com água benta.

ㅡ Já chega de brincadeira. - ela levanta a mão e Dean é jogado para cima da mesa cheia de livros.

Antes que eu pudesse correr para ajuda Dean, sinto Sam agarrar meu pulso e me puxar para trás dele junto com Bobby. Com passos lentos fomos andando para trás, atravessando a sala e Meg nos seguindo com um olhar ameaçador.

ㅡ Eu quero o Colt. O verdadeiro. Agora!

ㅡ Não estamos com ele. Enterramos. - Sam responde, paramos de antes e Meg para a pouco passos a nossa frente.

ㅡ  Eu não disse que já chega de brincadeira? Eu juro que depois de tudo o que ouvi sobre vocês, Winchesters, devo lhe dizer que estou um pouco desapontada. Primeiro, John e Fred tentam penhorar uma arma falsa e, em seguida, deixa a arma de verdade com vocês, três criancinhas sem brilho. Quero dizer, você realmente achou que eu não te encontraria? - Meg fala para Sam e eu vejo Dean aparece atrás dela.

ㅡ Na verdade, estávamos contando com isso. - Dean fala, ela vire e o vê apontar para o teto, ela olha e percebe que está presa em um símbolo de proteção.

[...]

ㅡ Salgamos as portas e janelas. - falei ao entrar na sala com Bobby e uma bacia de sal grosso. Meg estava amarrada em uma cadeira no centro de um pentagrama.

ㅡ Se houver demônios por aí, eles não vão entrar. - Bobby diz e Dean assente. 

ㅡ Onde eles estão, Meg? - Dean para na frente dela e eu cruzo os braços a encarando.

ㅡ Você não pediu direito. - ela fala com um sorriso sínico.

ㅡ Cadê eles, vadia! - Dean gritou se aproximando dela, e a mesma desmancha o sorriso.

ㅡ Você beija sua mãe com essa boca? Ah, eu esqueci, você não tem mãe. - ela volta a rir e Dean segurar os braços dela que estavam presos na cadeira.

ㅡ Você acha que isso é um jogo de merda ?! Onde eles estão?! O que você fez com eles? - Dean gritava e eu ficava cada vez mais nervosa.

ㅡ Morreram gritando. Eu mesma os matei. - eu levo a mão a boca impedindo que algum som de choro saia. Minha mão tremia, era medo. Agora que tinha meu pai, meu medo de ficar completamente sozinha voltou. Dean fere um soco no rosto dela. - Papai morreu engasgado no próprio sangue, sentiu mais dor que sua mãe naquela noite. Qual era o nome dela mesmo? Lauren? 

Meg fala me olhando e ri no final. Dean, Sam e Bobby me olham tremer, senti o ar faltar por alguns segundos. Como ela sabia o nome da minha mãe? As lágrimas brotaram e eu corri para o andar de cima. Não podia ouvi-la de novo. Mas mesmo assim eu escutava Dean a batendo e seus gritos conforme o tempo passava. Eu chorei sentada no chão no banheiro agarrada aos meus joelhos, seria mesmo possível que aquilo era verdade? Eles estão mortos? Perdi meu pai novamente, perdi John, a pessoa que mais cuidou de mim desde que fiquei órfã. Depois de alguns minutos eu escuto alguém bater na porta, eu me levanto e limpo o rosto molhado e abro a porta.

ㅡ Tudo bem? - Bobby pergunta.

ㅡ Me diz você. - suspirei abaixando a cabeça.

ㅡ Eles estão vivos, Lia. - eu levanto o olhar o encarando. - Eles estão se preparando para sair.

ㅡ Então ela mentiu? 

ㅡ Demônios mentem.

[...]

Eu fui dirigindo o mustang atrás do impala do Dean, claro, contra a vontade dele, mas eu não me importo de dirigir sozinha, era até bom estar no comando do volante. Paramos os carros na linha de trem, Dean encheu uma mochila com armamentos e tivemos mais um discussão, dessa vez sobre levar ou não o colt junto. Dean e eu queríamos levar mas Sam vez um simbolo de proteção no capô do impala e fez Dean colocá-la lá. Mas assim que Sam se virou eu vi Dean colocar a Colt dentro da mochila. Eu faria o mesmo pra falar a verdade.

Quando chegamos no apartamento Sunrise, estava lotado de pessoas, não daria para saber qual era humano e qual era um demônio, então Sam entrou no apartamento e ligou o alarme de incêndio fazendo todos as pessoas saírem de dentro e em cinco minutos os bombeiros chegaram.

ㅡ E agora? - eu pergunto me virando para eles.

ㅡ Você distrai o bombeiro que está ali enquanto eu e o Sam nos vestimos de bombeiros para poder entrar. - Dean explica.

ㅡ Mas e eu? Como eu entro depois?

ㅡ Você não entra. Vai nos esperar nos fundos, é por lá que vamos sair depois.

ㅡ O que? Não! - eu iria fazer o maior discurso sobre como isso era injusto mas Dean me agarra e me beija.

ㅡ Vamos trazê-los de volta, eu te prometo. - ele segura meu rosto e eu suspiro.

ㅡ Vão entes que eu mude de ideia. - falei fazendo Dean e Sam rirem.

[...]

Depois que distrai um dos bombeiros eu corri para os fundos do prédio e fiquei esperando, estava muito nervosa e impaciente. Estava prestes a tentar entrar no prédio mas ouvi um barulho acima de mim. Quando olhei eu vi Sam, meu pai, John e Dean descendo as escadas de incêndio, corri para lá, Sam foi o primeiro a descer a escada.

ㅡ Pai. - o segurei quando ele chegou ao chão, ele estava todo machucado e fraco, quando me viu quase caiu, mas eu o segurei.

ㅡ Vamos. - Dean fala com John apoiado em seus ombros, os dois estavam quase apagados e muito machucados.

Sam estava um pouco mais a nossa frente e parou para nos olhar, mas um homem chegou correndo e derrubou Sam no chão, começando a socá-lo. Dean deixou John sentado no chão e correu para ajudar Sam. Mas acabou não funcionando, ele chutou o rosto do homem mas ele apenas encarou Dean e o fez voar para trás apenas com o poder da mente. Ele era um demônio. Deixei meu pai sentado no chão ao lado de John, os dois estavam apagados. Abri a mochila de Dean e peguei o colt, vi que o homem socava Sam e faria isso até acabar com a vida dele. Então, sem pensar duas vezes eu apontei e atirei bem na cabeça do demônio. Ele caiu morto.

Depois disso nós saímos o mais rápido possível de Jacksoncity, acabamos parando em uma casa abandonada para descansar por algumas horas, Dean e Sam colocaram sal nas portas e janelas enquanto eu olhava meu pai deitado em uma das camas junto com John, eles estavam apagados. Eu sai de lá e fui para o outro cômodo, me encontrando com os meninos.

ㅡ Como eles estão? - Sam me pergunta.

ㅡ Precisam descansar, e você? - perguntei olhando o rosto de Sam que estava com o olho inchado. 

ㅡ Eu vou sobreviver. - ele sorri e eu concordo suspirando. - Você acha que nos seguiram? - Sam pergunta para Dean que olhava pela janela preocupado.

ㅡ Eu não sei. Acho que não. Quero dizer, não poderíamos ter encontrado um lugar mais fora do caminho para se esconder. - ele responde.

ㅡ Hey Lia. - Sam me chama e eu levanto o olhar. - Obrigado, pelo que fez mais cedo.

ㅡ Era você ou ele, Sam. - falei. - Mas eu matei uma pessoa.

ㅡ Você me salvou, não teve escolha. - Sam tentou me tranquilizar, mas eu estava me sentindo mal mesmo assim. Foi o primeiro humano que eu matei e ainda gastei um bala do colt.

ㅡ Meu pai e o John vão ficar uma fera comigo. - falei passando as mãos pelos cabelos.

ㅡ Não vou. - John aparece na sala nos pegando de surpresa. - E nem seu pai.

ㅡ Tem certeza? Eu usei uma bala! - falei incrédula.

ㅡ Eu estou orgulhoso, Lia. Salvou a vida do Sam, sempre esteve preparada para fazer o que fosse preciso por essa família e é isso que importa.

ㅡ Obrigada, então. - falei sorrindo leve. Ele estava estranho, nunca tinha me dito algo assim, e com certeza não me falaria isso agora, não depois do que eu fiz.

Um vento forte começa a soprar, as luzes piscam sem parar. Dean, Sam e John vão até a janela mas eu fico parada pensativa. Eu tinha examinado John e meu pai, os dois estavam muito mal, como John está de pé, parecendo tão bem? 

ㅡ Nos encontrou. Está aqui. - John fala.

ㅡ O demônio? - Sam pergunta.

ㅡ Sam, linhas de sal. Na frente de todas as janelas, todas as portas. - John ordena.

ㅡ Já coloquei.

ㅡ Verifique. - ele fala e Sam sai da sala.

ㅡ Vou ver meu pai. - eu digo começando a andar, mas John me chama.

ㅡ Lia, está com a arma? - John me pergunta, eu coloco a mão no cós da calça sentindo a arma e concordo para John. - Me dê.

Eu tiro o colt do cós e o encaro em mim mão, olho para Dean que estava ao lado de John e sinto algo estranho, como se uma voz me dissesse para não entregar a arma, a voz na minha mente soava estranha mas parecia tão certeira.

ㅡ Lia, tudo bem? - Dean me pergunta e se aproxima de mim.

ㅡ Anda, Lia. Preciso do colt para matar o desgraçado. - John pede estendendo a mão.

ㅡ Ele ficaria bravo comigo. - falei encarando John.

ㅡ O que? - ele franzi o cenho e vejo Dean se colocar ao meu lado, ele também achava que John estava estranho. Ele conhecia o pai que tinha. Ele confiava em mim.

ㅡ Que eu desperdicei uma bala com um demônio qualquer. Ele não ficaria orgulhoso de mim, ele iria gritar comigo. - eu levanto o colt apontando em sua direção, eu senti um aperto horrível no peito, mas aquele não era o John. 

ㅡ Natália, sou eu.

ㅡ Ela tá certa. Eu conheço meu pai melhor que qualquer pessoa e você não é meu pai. - Dean fala.

ㅡ O que diabos aconteceu com vocês? - ele pergunta franzindo o cenho e dando um passo para frente.

ㅡ Eu que pergunto. Fique para trás! - digo.

ㅡ Lia? Dean? - Sam entra na sala. - o que está acontecendo?

ㅡ Ele não é nosso pai. - Dean disse.

ㅡ Como sabem? - Sam pergunta ficando ao meu lado também e encarando John sem entender.

ㅡ Pensa, Sam. - eu digo.

ㅡ O que está acontecendo. - meu pai surge na porta da sala, ele estava apoiado na parede ainda muito fraco.

ㅡ Pai, atrás de mim. - eu digo ainda apontando a arma para John.

ㅡ Não temos tempo para isso. Sam, você quer matar esse demônio? Você tem que confiar em mim. - “John” fala. Mas Sam fica em silêncio. - Sam.

ㅡ Não. - Sammy respondeu firme.

ㅡ Tudo bem. Se vocês tem tanta certeza assim. Me mata.

Eu estava hesitante, não sabia o que fazer nessa situação, não quero matá-lo. Vejo John abaixar a cabeça e Dean segura meu braço baixando ele. Eu estava errada?

ㅡ Foi o que eu pensei. - Ele disse erguendo a cabeça.

Seus olhos estavam amarelos como naquela noite. Algo poderoso jogou a mim, Sam e meu pai contra uma parede e Dean contra outra e nos prensava sem podermos nos mexer. O Colt caiu no chão e John se aproximou, o apanhando.

ㅡ Essa coisa tem sido um pé no saco. - "John" disse, sorrindo.

ㅡ É você, não é? - Sam pergunta e o demônio o olha. - Estamos te procurando há muito tempo.

ㅡ Bem, encontraram.

ㅡ E a água benta? - Sam.

ㅡ Você acha que aquela coisa faz efeito em uma força como eu? - John perguntou, abrindo mais um sorriso, e Sam se contorceu de dor.

ㅡ Eu vou te matar! - Sam olha com raiva para ele.

ㅡ Ah, isso seria um truque legal. De fato, aqui. Faça a arma flutuar até você, garoto psíquico. - ele larga a colt em cima da mesa e ri novamente quando Sam fica em silêncio.

ㅡ Que divertido. Eu poderia ter matado vocês umas cem vezes hoje, mas... Valeu a pena esperar. - John andava de um lado para o outro até que parou de frente para meu pai. - Enfim nos encontramos de novo, Waldorf

ㅡ Dessa vez você não vai fugir. - meu pai responde com fúria nos olhos, mas ele começa a gritar de dor e o demônio gargalha alto.

ㅡ E dessa vez você não vai sair vivo desse encontro. - “John” fala.

ㅡ Deixa ele! - eu grito tentando me soltar da força que me mantinha presa na parede, mas o esforço foi em vão.

ㅡ Olá, criança. A quanto tempo. - ele se vira para mim com um sorriso, mas meu pai continua sentindo dor. - Pena que você não tem boas lembranças de mim, gosto tanto de você.

ㅡ Vá pro inferno! - gritei. - Eu vou acabar com você!

ㅡ E você poderia, mas por enquanto você está presa pelas minha rédeas até o momento que eu quiser. E uma coisinha que ajuda muito a destravar o que tem dentro de você, é sentindo muita dor, pequena Lia. - quando ele fala isso meu pai grita e começa a sair do chão e desgrudar da parede.

ㅡ Não machuque-a, Azazel! - meu pai grita sentindo dor.

ㅡ Sabe que eu não machucaria ela fisicamente, Fred. - o demônio diz. - Mas sou obrigado a machucar o coração.

Quando o demônio termina de dizer, ele me olha e faz um movimento com a mão. A cabeça do meu pai gira para a direita, quebrando o pescoço dele e caindo no chão, morto. Eu sinto a dor me batendo no estômago, o coração dói como se uma faca me tivesse acertado. Eu grito em desespero, me forçando para frente, metade de meu corpo conseguiu sair do lugar, as três janelas da sala se quebram um mil pedacinhos e uma das lâmpadas estoura, ficando apenas uma acesa. As lágrimas brotam tão rápido em meus olhos, sentindo o nó na garganta. 

ㅡ Sinto muitíssimo. - “John” fala, se afastando, caminhando em direção de Dean.

ㅡ Filho da puta. - ouço Dean falar, minha visão estava embaçada demais.

ㅡ Seu pai está aqui comigo, ele vai sentir o sangue de vocês. - o demônio diz.

ㅡ Eu juro por Deus, que se não deixar ele… - Dean fala.

ㅡ Você o quê? - “John” disse olhando para Dean. - O que você e Deus irão fazer? O que me diz respeito, isso é justiça. Sabe aquele exorcismo? Aquela era a minha filha. - consigo ver ele me olhar depois - O cara no beco? Era o meu garoto. Entende?

ㅡ Só pode estar brincando comigo. - Dean fala.

ㅡ O que? Você é o único que pode ter uma família? Vocês destruirão meus filhos. Como você se sentiria se eu matasse sua família? - Dean olhava para os olhos amarelos com ódio, eu mal conseguia me concentrar com o que estava acontecendo, mas eu tinha que me acalmar pelo menos por hora. Eu tinha que pensar em John também. Sofreria pelo meu pai mais tarde, se ainda existir mais tarde. - Ah! É claro. Eu já acabei.

ㅡ Eu quero saber o porquê. Por que você fez isso? - Sam pergunta.

ㅡ Você quer dizer por que eu matei mamãe e a linda Jess? - o demônio se vira para Sam.

ㅡ Sim.

ㅡ Por que elas atrapalhavam meus planos para você e todas as crianças como você. - ele fala me fazendo prestar mais atenção. 

ㅡ Escuta. - Dean disse de repente - Acaba logo com isso, porque eu estou cheio desse monólogo.

ㅡ Legal, mas tudo faz parte do seu jeito de agir, Dean. Disfarçar a dor. Negar a verdade. - o demônio disse, parando em frente a Dean. - Você luta e luta por essa família, mas a verdade é que eles não precisam de você. Não como você precisa deles. Sammy é o filho favorito do John, mesmo quando brigam, ele o ama como nunca amou você. A pequena Lia, mesmo não sendo da família, John a ama tanto como a filha mulher que nunca teve, ele admira a força que ela tem e você não.

Dean coloca um sorriso sarcástico no rosto, eu me irrito mais com o demônio.

ㅡ Você tem orgulho dos seus filhos, não tem? Ah! Eu esqueci, matamos eles. - Dean continua irônico.

O sorriso do demônio desaparece e Dean começa a gritar de dor. Meu medo cresce novamente, eu e Sam gritamos para ele parar. mas ele continuava até Dean começar a escorrer sangue pelo peito e sair sangue pela boca.

ㅡ Não deixe ele me matar! Pai por favor! - Dean diz agoniado de dor.

John fecha os olhos e quando os abre esta com seus olhos castanhos esverdeados novamente e dá um passo para trás.

ㅡ Pare! Pare com isso! - John grita, como se lutasse pelo controle de seu corpo com o demônio.

Eu, Dean e Sam fomos ao chão quando a força que nos prendia sumiu. Sam correu até a mesa e pegou a arma, apontando para John. E eu paralisei de joelhos no chão em frente ao corpo morto do meu pai. Eu tremia, mas olhei para Dean e ele estava muito mal. Eu tinha que reagir.

ㅡ Se me matar, você mata o papai - O demônio disse, voltando ao controle do corpo de John.

ㅡ Eu sei. - Sam diz, atirando na perda direita de John, que cai no chão. Sam vai até Dean se ajoelhando em seu lado, eu corro até John sem saber ao certo o que fazer. - Dean, você perdeu muito sangue.

ㅡ Papai? - Dean perguntou e eu olho para ele.

ㅡ Está aqui. - eu digo segurando a mão de John. Ele acorda gritando e aperta minha mão com força.

ㅡ Ele está em mim. Eu posso sentir. Atira bem no coração, filho. Atira!. - disse John, fazendo força para prender o demônio em seu corpo e Sam levanta engatilhou a arma.

ㅡ Não! Sam não! - eu digo sentindo as lágrimas voltarem. Eu não podia perder John nessa noite também.

ㅡ Atira, não vou aguentar por muito tempo. - John diz ainda apertando minha mão. Eu vejo Sam hesitando e com lágrimas nos olhos também.

ㅡ Sam, não. - Dean fala fraco, se esforçando para falar.

ㅡ Acaba logo com isso. - John implorava. Mas Sam abaixa a arma.

John começou a gritar e do seu corpo saiu uma fumaça preta que depois sumiu pelo chão, era o demônio indo embora. John olha para nós e começa a chorar cansado. Eu coloco minha cabeça em seu peito chorando, ele ficou provavelmente irritado conosco, mas sabia que nenhum de nós teria coragem de matá-lo. 

ㅡ Precisamos sair daqui. - Sam diz.

Eu levo John até o impala e Sam leva Dean, eu volto para a casa abandonada e encaro meu pai no chão, eu sinto o nó na garganta e as lágrimas descem incontrolavelmente. Sam aparece atrás de mim e deposita a mão no meu ombro.

ㅡ Sinto muito. - ele diz, eu fecho os olhos com força assentindo. - eu te ajudo a colocá-lo no carro.

Nós o colocamos no banco de trás do mustang e começamos a dirigir em direção ao hospital mais próximo, eu seguia o impala pela estrada, por alguns instantes eu olhava pelo retrovisor o corpo sem vida, e quando voltei meu olhar para a traseira do impala eu vejo um caminhão enorme acertando a lateral e o arrastando para fora da pista. Eu freio o carro e volto a acelerar para fora da pista em direção ao carro deles.

ㅡ Sam! Dean! - eu saio do mustang e corro para o impala. - John!

Eu vejo Dean apagado no banco de trás, ainda mais ensanguentado. Eu ouço alguém me chamar e vejo que é Sam, ele não se mexia e mal conseguia falar.

ㅡ Sammy, calma. Vou chamar uma ambulância.

To be continued...

 

 

 

 


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Notas finais do capítulo

Em fim se encerra a primeira temporada! O que acharam desse capítulo?
Me esperem que começo a postar a 2 temporada em breve!
Até mais!
Bjus



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