Era vez de mais uma celebração para os guardiões e o Coelho da Páscoa estava bem atarefado. Precisava planejar onde esconderia os ovos de cada um, uma maneira de atrai-los a encontrá-los e os desenhos que deveriam ter.

Além destas tarefas finais a preparar, havia uma importantíssima! Um hospital faria uma gincana especial de Páscoa com crianças e adultos. Seria um evento cuidadosamente preparado e que deveria levar a paz do cerne da esperança consigo! Era prioridade máxima! E tinha apenas dois dias para terminar tudo.

Na manhã de Páscoa os guardiões encontraram cestas decoradas e uma pista para caçar seus ovos.

A Fada dos Dentes recebeu uma cesta colorida e emplumada, onde sua pista dizia “Procure por mim onde as flores florescem". Haviam belas flores e sua árvore entorno do castelo! Ela saiu para procurar com suas fadas – elas receberam pequenas cestinhas onde uma pista se destacava “Procure por mim onde o vento canta".

A montanha perto do castelo tinha partes ocas por onde o vento passava e fazia um agradável som; lá as fadas encontraram mini ovos de Páscoa. Eram pequenos e delicados, com desenhos detalhados delas segurando dentes e levando as moedas em suas cinturas. Era um lindo trabalho e havia um para cada uma! Exploraram a montanha sem parar até acharem todos.

Já a Fada explorou os diferentes canteiros de flores, seus perfumes, suas formas e sentiu a suavidade de suas pétalas enquanto buscava seus ovos – encontrou cinco. Eram emplumados e coloridos, um com um desenho dela com dentes e suas fadas e os outros tinham uma representação dela com cada guardião

Um desenho dela e Norte abraçados – os dois tinham muito carinho e grande companheirismo; outro mostrava ela e Coelhão em lados opostos do ovo, mas olhando um na direção do outro – não eram tão próximos, mas sempre pensavam um no outro; mais um desenho mostrava ela sorrindo com Sandman – gostava muito de suas esculturas e ambos eram grandes amigos; e o último tinha ela e Jack sorrindo juntos – uma amizade de confiança e respeito forte.

Eram belas surpresas, que fizeram sua função: trouxeram a esperança da eterna união que possuíam, não importasse o que acontecesse.

Na oficina de Norte, ele encontrou sua cesta vermelha e verde e sua pista “Procure por mim onde o encanto nasce". Sua sala na oficina era o principal lugar para procurar, mas haviam outros lugares onde se inspirava e buscaria todos. Os Yetis encontraram cestas vermelhas e brancas e sua pista “Procure por mim onde o encanto voa". Deveriam procurar nos tuneis de impulso para o voo do trenó. Os duendes também encontraram suas cestinhas e uma pista “Procure por mim onde o encanto ganha vida". Seus ovos deveriam estar na oficina.

Os Yetis encontraram seus ovos pelos túneis, vendo que cada um era pintado com um fundo azul, cristais vermelhos e cada Yeti em seu menor detalhe. Para os duendes, encontrar aqueles pequenos ovos, com guizos e toucas foi uma grande festa pela oficina.

Norte encontrou seus cinco ovos e ficou tocado com os desenhos. Os fundos vermelhos com listras brancas carregavam mais que apenas imagens. Um com seu desenho no trenó era detalhado em pontinhos brancos como estrelas; outro tinha ele de um lado com os olhos em encanto e o Coelho do outro com a esperança, interligados por pontinhos verdes e azuis – discutiam bastante entre si, mas sempre estariam unidos; mais um tinha ele e a Fada abraçados – era verdade que havia muito carinho e companheirismo entre eles; o próximo tinha ele com o trenó e Sandman com suas figuras de sonhos – eram muito próximos, pois, com as crianças embaladas em seus sonhos, ele podia entregar encanto; e o ultimo mostrava ele com as mãos sobre os ombros de Jack a sua frente – claro que Norte tinha atitudes protetoras com o guardião mais novo.

Cada desenho era encantador e fez seu trabalho: trouxe a esperança de que encanto de suas amizades nunca se apagaria.

Jack encontrou uma cestinha azul e branca em seu quarto, com uma curiosa pista “Procure por mim onde as luzes coloridas tocam o chão”. Luzes coloridas deveriam ser de uma Aurora e haviam incríveis lugares no mundo onde elas pareciam tocar a terra. Iria a todos com prazer procurar por seus ovos!

Divertiu-se com o vento a carregá-lo para cada lugar e se emocionou com os desenhos nos ovos. O com seu desenho era de fundo azul claro e com desenhos diversos de cristais de gelo, neve e vento. Um trabalho muito delicado e repleto de detalhes.

O primeiro ovo que encontrou era dele e Norte juntos, com o último apoiando as mãos em seus ombros – o guardião do encanto era de fato como seu protetor; depois encontrou um com a Fada dos Dentes, ambos sorrindo juntos e próximos – era verdade que tinham uma amizade forte com respeito e confiança; o terceiro era ele movendo um brisa branca de neve com cristais de gelo e Sandman com sua areia, ambos felizes se divertindo – sim, eram muito chegados e gostavam de se divertir com a magia de seus poderes; por fim, encontrou o último e mais difícil dos ovos, com ele e Coelhão apertando as mãos, sorrindo – este era inédito!

Ele e o Coelho da Páscoa nunca foram os mais chegados e tinham grande tensão entre eles, porém vinham se aproximando, mesmo que respeitando limites e espaços pessoais. Mas aquele desenho tão claro e único mostrava que eram amigos agora. Uma amizade ainda jovem e com um longo caminho pela frente, ainda assim uma amizade a se construir com vontade e perseverança.

Aquela esperança forte e quente, de mais por vir, de um futuro com amigos e diversão, foi indescritível para ele. Jack não pode deixar de procurar o guardião da esperança – o que foi fácil com a ajuda do vento.

Encontrou o Coelho vendo o desenrolar de um evento de Páscoa, que lhe pareceu estranho.

— Coelhão, o que está acontecendo aqui? – ele reparou que a placa do lugar destacava um hospital.

— Jack agora é uma má hora! – ele se agitava conferindo as posições de seus ovos e observando as reações das pessoas – Isto é importante! – ele parecia aflito por um grupo de crianças que não estavam aproveitando o evento.

Jack analisou a situação, vendo que elas não aparentavam um bom estado físico e emocional e decidiu dar uma ajuda ao Coelho.

— Onde estão os ovos que você gostaria que elas encontrassem?

— O que? – ele não entendeu.

— Tenho uma ideia, mas preciso saber onde estão os ovos para funcionar. – Jack foi sério e o Coelho cedeu mostrando alguns lugares.

Jack pediu a ajuda do vento, levando pequenos cristais de gelo ao rosto das crianças. Elas imediatamente pareceram se animar mais, até expressando sorrisos – claro, o cerne de Jack era a Diversão afinal. Com alguns outros cristais, fez os ovos próximos a elas brilharem delicadamente – o que atraiu suas atenções.

Viram ovos coloridos em padrões lindos de cores delicadas e vivas, animando-se para procurar mais junto a um estranho e agradável sentimento de esperança por mais diversão. Alguns funcionários ficaram felizes por eles e foram incentivá-los a buscar outros, alegres por vê-los aproveitar o evento.

— Pronto, isso deve ser o suficiente. – Jack comentou com o Coelho surpreso.

— Sério? – ele sabia que o poder da Diversão era forte para uma criança, mas o efeito foi maior do que esperava – Elas estavam tão abatidas, que isso é maravilhoso. – ele admitia.

— Valeu, Coelhão. Mas eu só dei um empurrãozinho, o resto você cuida! – ele já se preparava para voar em bora – Afinal hoje é Páscoa. – ele se foi animado, deixando o Coelho com suas funções. Podia falar com ele depois.

Em seu quarto nas nuvens, Sandy encontrou uma cesta dourada, com pontinhos prateados e sua pista “Procure por mim quando a primeira estrela e a Lua dividirem o céu”. Ele assim o fez, encontrando os ovos desenhados brilhando no luar, escondidos em nuvens, lagos e prédios.

Seu ovo desenhado era brilhante e dourado, com uma impressão incrível de movimento de sua areia a sua volta. O ovo com a Fada mostrava que ambos sorriam juntos – eram grandes amigos ha muito tempo e se ajudavam com sonhos e lembranças em ocasiões especiais; o ovo com o ele e o Coelho tinha o último admirando suas esculturas de areia no céu de sua toca – os dois eram opostos em muitos pontos, mas admiravam seus trabalhos sempre; outro era dele com Norte, um criando suas esculturas de areia para crianças e o outro em seu trenó – era sim um prazer para Sandy ver os sonhos das crianças nas noites de véspera de Natal; e o último mostrava ele e Jack juntos, se divertindo com os poderes – de fato era muito chegado ao guardião da diversão.

Os ovos tinham belos e delicados detalhes, trazendo consigo a esperança do amanhã em cada sonho. Um inédito e belo jeito de celebrar a Páscoa.

No dia seguinte eles se reuniram na toca animados! Foi uma maravilhosa celebração, com o vívido e tocante calor da esperança e união entre eles. Conversando na toca, Jack se lembrou do hospital onde viu o Coelho tentando animar algumas crianças.

— Coelhão, como ficaram aquelas crianças do hospital? – ele perguntou curioso.

— Conseguiriam se divertir e receber minha esperança como pretendia. – ele admitia a influência importante que a Diversão teve – Não acho que teria funcionado sem o ‘empurrãozinho’ que você deu. Elas estavam muito mal.

— Jack! – Norte interveio – Você não estava tentando atrapalhar a caça aos ovos outra vez, estava? – ele foi bem sério.

—- Não! – ele já se explicava – Apenas queria falar com o Coelhão e vi algumas crianças deprimidas que ele tentava animar. Eu nem intervi tanto, foram apenas alguns pequenos cristais de gelo.

— Fica frio, Norte. Ele realmente ajudou. Aliás, o que queria conversar? – os dois não se procuravam desta forma.

— Queria saber se posso levar essa amizade a sua oficialização! – ele se referia ao desenho de seu ovo – Amigos? – estendendo sua mão a ele, aguardou.

— Amigos!

Os outros guardiões se animaram e começaram a brincar com os dois, em um dia diferente e cheio de animação.