Nos acordes escrita por AmanteSolitária


Capítulo 1
Capítulo 1


Notas iniciais do capítulo

Bem-vindos ao spin off da duologia, Os Mistérios do Amor. Espero que gostem e boa leitura!
Se você é novo por aqui, a minha dica é ler primeiro o livro principal. Entretanto, isso não atrapalha em nada o entendimento da história, apenas a complementa. Link: https://fanfiction.com.br/historia/791646/Os_Misterios_do_Amor/



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“Music’s in my soul

And I can hear it

Every day and every night

It’s the one thing on my mind

Music’s got control

And I’m never letting go, no, no

I just wanna play my music”

— Jonas Brothers

 

Desde que me entendo por gente, eu tenho um único objetivo: viver da minha música. O telefonema que eu acabara de dar seria o primeiro passo para isso, mesmo que pequeno. Peguei a minha guitarra e corri o mais rápido que pude até a casa de Cam. Eu precisava fazer com que ele topasse.

Nossa banda nunca tinha se apresentado em público, com excessão das garotas que Jason, Cam e eu levávamos ocasionalmente para ouvir os ensaios. O grande problema é que Jason e Cam não conversavam mais - a não ser para brigar sobre a aposta idiota que Jason tinha feito com Nathan, o mais recente integrante do time de basquete. Consequentemente, não tínhamos mais ensaios e não existia mais banda.

Cameron Woods era o meu melhor amigo. Nossas funções na vida um do outro era nos colocarmos em encrenca e nos tirarmos de encrenca, nesta ordem. Neste momento, eu havia nos colocado em um certo tipo de encrenca e precisava da ajuda dele para nos tirar dessa.

Sim, eu tinha agendado um show para uma banda que não existia mais… no baile da nossa escola, que aconteceria neste final de semana.

Cheguei ofegante a casa de Cam e toquei a campainha. Fiquei aliviado quando foi ele mesmo que abriu. Emma, a irmã gêmea do meu melhor amigo, era bonita, mas não esbanjava simpatia para os amigos do irmão:

—Tenho novidades. - Bati no case da guitarra.- Vamos tocar no baile.- Disse, me fazendo de sonso perante o grande problema que tínhamos.

—Você está completamente louco? - Ele ficou imediatamente bravo. - Eu me recuso a subir no palco com Jason. Você sabe do acordo dele com o Nathan. Não quero esse cara na minha casa.- Eu precisava convencer pelo menos o meu melhor amigo a tocar comigo.

—Eu disse que temos que tocar com Jason? - Perguntei sarcástico. - Não, né? Podemos tocar apenas nós dois ou procurar outro tecladista. A única pergunta é: Onde encontraremos um tecladista bom e disposto a te aguentar e ensaiar com a gente para tocar neste final de semana? - Fiquei aguardando a resposta dele por algum tempo.

—Tenho uma ideia. - Disse ele, para o meu alívio, pegando o celular.- Alô, Sammy?  — Sammy? Quem era Sammy? - Poderia colar na minha casa agora rapidinho? Preciso da sua ajuda com uma coisa.

Com a velocidade em que a pessoa chegou, o apelido fez sentido. Sammy, como Samantha Vermond, o que não fazia muita lógica na minha cabeça. A verdade era, até o início do ano letivo, esses dois não se suportavam. Ela era melhor amiga da irmã dele e os dois tinham passado os últimos quatro anos em pé de guerra.

Eu sabia que Samantha e Cameron haviam chegado em algum tipo de trégua, mas nunca esperaria que ele pediria uma coisa dessas a ela. Quero dizer, meu amigo estava diferente e isso era nítido. Inclusive, ele tinha saído na porrada com o namorado da garota, Nathan, para tentar protegê-la da tal aposta:

—Eu preciso da sua ajuda. - Ela desviou os olhos para mim, voltando a encará-lo logo em seguida. - Preciso que você entre para a nossa banda e toque com a gente no baile da escola este final de semana. - Ela riu antes de perceber que ele falava sério. Então, fechou a cara e respondeu.

—Não, Cameron. - Pronto, estávamos ferrados. - Tem anos que não me apresento em público.

—Por favor, Sammy. - Eu não ousava me intrometer na conversa entre os dois. Os olhares eram intensos demais. Ele sorriu.- Eu nunca mais te peço nada.

—Até você sabe que isso é mentira.- Ela negou com a cabeça, sorrindo de volta. - Está até rindo.

—Talvez eu não tenha certeza de que essa será a última coisa que eu te peço, mas seria muito bom se você me ajudasse. - Eu chacoalhava os ombros dela de brincadeira. - Qual é, Sam? Você não quer contar para os seus filhos que tocou em um baile da escola? Além disso, podemos até tocar uma música do Shawn Mendes. Eu até escutava algumas coisas do cara, mas tinha certeza de que o artista faria sucesso com as garotas no baile. Ela pensou por um tempo antes de respirar fundo.

—O que você não me pede sorrindo que eu não faço chorando?- Respondeu, por fim, derrotada. Eu esperava muito que ela pudesse, ao menos, acompanhar a música sem nos fazer passar vexame.

—Ô Sam, - Me intrometi na conversa. - O ditado é ao contrário.

—Eu sei, Ty, mas eu falei exatamente o que eu quis dizer. - Disse antes de soltar uma gargalhada gostosa. Talvez ela pudesse ser alguém legal de conviver.

 

Wow. Essa era a única reação que eu conseguia expressar para Samantha ao longo do ensaio. Ela acompanhava bem todas as músicas, tanto no vocal quanto no teclado. Se eu olhasse de fora, diria que ela está na nossa banda há semanas, talvez ainda mais. Quando passamos a última música pela última vez, me virei para ela:

 

—Vou te contar que não botei fé quando Cam te ligou, mas estou impressionado. - Me virei para Cam. -A baixinha toca e canta bem melhor que o Jason. - Os dois se encararam sorrindo.

—Você dança, canta, atua, toca, vai bem na escola… -Disse ele, contando nos dedos, virado para ela.-Tem alguma coisa no mundo que você não consiga fazer? - Ele tinha um sorriso bobo na cara. A cena era quase cómica, meu melhor amigo derretido por uma garota.

—Resolver cubo mágico. - Respondeu ela sorrindo.

—Não foi isso que eu…- Ela o cortou.

—Malabares

—Sam, eu queria dizer…- Ela o cortou novamente.

—Tocar trompete- Eu tinha que admitir, ela tinha humor.

—Eu só…- O interrompeu mais uma vez.

—Costurar.- Ele soltou as baquetas no chão e avançou em direção a morena, fazendo cóssegas. Ela ria sem parar.- Chega. Está bem, Está bem - Ela dizia entre gargalhadas.- Para, Cameron.

—Não sei quem é esse. - Ele continuava e ela ria.

—Cam. Cam. Para, Cam.- Ele parou ao som do apelido.

—Boa garota.- A garota arrumou o cabelo, acenou para mim tímida, e saiu por dentro da casa. É, eu seria o mais novo castiçal da banda.

—E quando foi que isso aconteceu? - Perguntei a ele, assim que Sam saiu de vista.

—Isso o que? - Ele fingiu não entender.

—Quando foi que você se apaixonou pela garota, Cameron? - Cruzei os braços e arqueei a sobrancelha.- Não se faça de sonso.

—E quem disse que eu estou apaixonado? - Eu nem me dei ao trabalho de responder depois da cena que assisti, apenas fiquei o encarando, esperando a resposta. - Mesmo que eu goste dela, a Sammy tem namorado. Além disso, ela é a melhor amiga de Emma e não quero que as coisas fiquem estranhas com ela. Somos apenas amigos e vamos continuar assim.- Aí estava, a confissão.

—Se você não admitir logo, pode correr o risco de perder a garota de vez. - Retruquei enquanto guardava os equipamentos. Por mais nítida que aquela informação fosse, meu papel de amigo era esfregar na cara dele.

—Eu não posso estar apaixonado pela Samantha, Ty. - Já estava me preparando para responder, quando uma voz se sobrepôs.

—O que tem a Sammy, Cam? - Era Emma, encostada no batente da porta, como se estivesse lá há horas.

—Nada, Em. Só estávamos falando que ela é boa demais para ser verdade. - Me impressionei com a capacidade de pensamento rápido do meu amigo.- Ela acabou de entrar para a banda.

—Caam, - Ela disse jogando a cabeça para trás como uma criança fazendo birra. - Desse jeito não vai sobrar Sammy pra mim. - Essa briga entre os dois me fez questionar o que, exatamente, a garota tinha de tão especial. - Você e Nate roubaram todo o meu tempo com ela. - O nível de possessividade daquela garota sobre Samantha era alarmante.

—Prometo deixar um pouco pra você. Depois do baile. - Cam respondeu piscando, o que fez com que ela saísse brava para dentro da casa.

— Sua irmã é complicada, né? - Olhei para Cam. Ele assentiu.

—Você não imagina o quanto.

—De qualquer forma, obrigado. - Sorri para ele. - Não sei o que faria se você não entrasse nessa do baile comigo. - Ele deu de ombros.

—Eu sei o quanto tocar é importante pra você. - Ele me jogou um dos cabos. - Além disso, vai ser divertido.- Assenti.


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Notas finais do capítulo

Eu estou 100% empolgada para saber o que vocês acharam do primeiro capítulo! O retorno de vocês é crucial para saber se eu vou seguir ou não com esse projeto. Por isso comentem, negativo ou positivo, por favor.



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