8 & Grace: O de sempre escrita por Cassiano Souza


Capítulo 1
Nós não somos casados


Notas iniciais do capítulo

olá! Pensava em continuar com essas ones há dias, mas estava sem inspiração e auto estima o-suficiente, até hoje, que após erguer a minha cabeça, consegui o gás que precisava para dar vida a este conto que eu amei demais, mais do que as outras ones anteriores de todas, e tive a ideia desse conto ontem mesmo. BOA LEITURA!



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Por todo o espaço e tempo, algumas constantes viviam a se repetir, desde, casamentos arruinados, ditadores cruéis, homens de pochete, homens de pochete e bigodes vendendo algo, desastres naturais, desuniões afetivas, mas, principalmente, um casal.  O casal, geralmente era um homem e uma mulher, sendo ele mais velho e ela mais jovem, ou, às vezes em equivalência, ou, às vezes sendo um homem e outro homem, ou, um trio ou quarteto. Enfim, podia-se dizer que eram uma gangue, casal, ou família. Em qualquer ocasião, estes indivíduos sempre possuíam algo de comum, além de sua união, que era aparentemente tão forte. Era na maioria, esta constante, apenas problemas! Guardas lhes atirando em celas, e grades sendo fechadas!

— Ah, isso nunca muda. – A ruiva revirou os olhos, recostando-se na parede, do assento da cela. – Faltam só quatro meses para o natal, e ainda não tivemos férias descentes!

— Ora, Grace, fomos no Egito antigo! Planeta dos chapéus! E lua de sorvete! Como não, “férias descentes’?! – Murmurou, o Senhor do Tempo ao seu lado.

— Sim, fomos. – Concordou, contida. – Contudo... Depois de 20 minutos sorrindo e acenando para a Cleó e outras filhas da mãe... Somos atirados para os crocodilos, postos em foguetes explosivos em direção de um buraco negro, e... Atacados por droids garotos de programas, caídos no asilo dos Daleks?! 

O Doutor, tenta se manifestar, mas, tudo o que consegue é se dar por vencido, fechando a boca, e pigarreando ao olhar pro teto:

— O céu daqui é tão lindo.

— Não mude de assunto! Estamos numa cela!

— Eu quis dizer a laje.

— É mofada. – Sorriu falsamente.

O Senhor do Tempo, revira os olhos:

— Ok! Está tudo uma droga! É isto o que quer que eu diga?!

— Sim! Porque está tudo uma droga!

— Ótimo!

— Ótimo!

Cada rosto, virou para um lado oposto. Alguns segundos de silêncio e emburramento, se perpetuaram por entre a presença da dupla. Porém, com alguns pensamentos sobre a tensão e as interpretações por parte dela, começou a rir, o gallifreyano. A humana indaga, suspirando ferrenha:

— Alguma piada?

— Não. – Parou de rir, agora apenas sorrindo.

— O que então? – Quis saber, já menos irritada.

— Adivinhe o que nós acabamos parecendo aqui?

A médica pensou, olhando para cima:

— Ah... Uma dupla de rock após um show, chapados? Sempre acabam assim.

— Sim, mas não é isso.

— Então diga logo!

O Doutor, respira fundo:

— Parecíamos como um casal.

— Não! – Riu.

— Claro que sim! Parecíamos como alguém já casado e estressado de levar os filhos na escola, fazer os seus deveres de casa e mentir pro professor, e cansados de planejar o jantar.

— E você já fez isso?

— Não. – Desfez o sorriso.

Grace pigarreia:

— Bem, pensando bem... Não deve ser tão mal assim se casar com um Senhor do Tempo.

— Bom, na verdade seria como Romeu e Julieta. Só que eu seria a Julieta.

— Ah... Ok. Mas, sobre filhos e isso tudo... Acha que isso combina comigo?

— Você não?

A ruiva engole a seco:

— Nunca parei muito para pensar sobre.

— Por quê?

— Ora! Eu sou uma doutora! Eu não paro, eu não vivo o hoje apenas por mim, e quando há momentos para mim, algo vem e estraga tudo. Bryan acho que foi a minha última tentativa de ser feliz com as coisas da Terra.

— Você é estupenda, Grace. Não queira acabar como eu.

— Você está com tudo! Quem me dera acabar assim.

— Minha vida é como um campo de batalha, não como um circo. A diversão possui horário marcado, mas as decepções não. 

— Doutor... – Estava sem palavras contra as do homem.

— Mas um dia, Grace, você estará feliz na Terra, com certeza. Filhos, netos, e um marido ou uma esposa, ou duas! – Tentou esconder a solidão. O brilho em seus olhos e sorriso era gigantesco. – E eu irei aparecer há qualquer hora, e vou exigir uma torta de maçã ou omelete. Você vai ver.

— Doutor, eu... Não penso em nada disso.

O brilho nos olhos do Senhor do Tempo se esfria. A humana prossegue:

— Espero que o universo me surpreenda, realmente. Entretanto... Voltando ao assunto anterior... E se...?

— O quê?

— Você mudou a minha vida. Eu gostaria de mudar a sua, se possível.

— Ainda atônito.

— Senhor do Tempo, você poderia ser o senhor sem tempo. – Sorriu sincera. – Se houvesse alguma forma, algum modo, algum... – Pensou. – Qualquer coisa! Se eu pudesse lhe tirar desta vida, e lhe enfiar em uma casa, com um emprego, com boletos para pagar, hipotecas, com louças para lavar, e com... Filhos para dar banho, eu iria sim repensar a minha vida.

— Grace. – Sorriu, erguendo as sobrancelhas. – O universo é grande e ridículo, e às vezes, apenas às vezes, raramente, ou quase que de forma impossível... Milagres acontecem.  Mas esta, é uma vida que eu jamais poderia ter.

E a humana, vira o rosto. Talvez, estivesse entristecida pelo amigo. Ou, por ela própria. Ela questiona:

— Como você tem uma neta?

— Não seria bem “uma”.

— Disse antes que nunca havia vivido algo como um casamento.

— Sim, mas há outras formas de se conseguir filhos.

— Então, você, o Doutor, um lendário Senhor do Tempo renegado e justiceiro, fez filhos e deixou eles sozinhos em Gallifrey com a mãe?! Belo homem!

— Deixei coisas para trás sim, Grace, porque foram necessárias. Mas nunca filhos. Como mesma disse, “netos”. Não abandonei nenhuma criança.

— Então você acompanhou o crescimento de seus filhos a distância? Quem não iria querer se casar com você?!

— Alguém que não acreditava no que eu acreditava, que me achava um louco, e que... Se afastou para sempre de mim. – Pareciam lacrimejados os olhos do homem, ao fim da resposta. Olhava para o chão.

— Sinto muito. – Tocou num ombro do amigo. – Acho que também foi assim comigo. – Sorriu triste.

— Por incrível ou improvável que pareça, acho que você e eu possuímos grandes semelhanças, doutora.

— Bem, somos uma boa dupla. Tom e Jerry, Timão e Pumba, o Gordo e o Magro...

— Quem é o gordo?

— Eu sou o magro.

O gallifreyano, ri, e a mulher gargalha. Mas, logo a solidão abate os olhos do Senhor do Tempo novamente:

— Vamos ser mortos. Impedimos que o rei Dunoab Quinto encontrasse o mapa até as colmeias Menopteras, mas com isso... Morreremos, Grace. Como sempre, eu lhe trazendo perigo.

— Ah, não seja tolo!

O Doutor estreita os olhos. A ruiva esclarece:

— Eu, Grace Holloway, não vou acabar num império onde cultuam a cabeça de uma estátua do Elvis! Lembra daquela vez em que fomos visitar o Houdini?

— Onde tivemos de mergulhar nos esgotos da TARDIS em busca de uma noiva em fuga, depois que a sua mágica com os pombos trisonianos deu errado?

— Não! Daquela vez onde tivemos de nos infiltrar numa sociedade secreta nacionalista diabólica marciana!

— Ah, sim. O que tem?

— Tcharan! - Revelou uma chave. – Aprendi alguns truques.

— Não! – Negou, sorrindo descrente. – Como e quando?

— Bem, o seu traseiro é sexy, querido. E aqueles guardas não paravam de olhar para ele.

O Doutor, recua com os ombros, assustado. Mas, logo declara:

— Já falei hoje que te amo?

 


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Notas finais do capítulo

e então, também gostou da leitura? Eu amei.
Enfim, eu até hoje de manhã jamais pensaria em escrever nada, tava com a minha mente pifada em uma depressividade gigantesca, e nem lembrava que literatura existia.
Mas, por milagre ou uma força interior de vontade, eu olhei pra mim e disse “eu me amo, e foda-se, eu vou ser feliz. O meu melhor momento pode não ser agora ou amanhã, mas ele vai chegar. Eu sou maravilhoso” eu disse isso kkkk
E não, não estava me exibindo. Estava apenas pondo os pensamentos negativos pra longe, e abraçando os meus sonhos. Acho que você lendo isso agora, possa ou não ter passado por isso, e lhe recomendo que diga a você mesmo todos os dias que você é sim maravilhoso. Ame-se, achando clichê ou não. porque pode parecer assustador, mas tem horas que talvez ninguém mais vai.
Enfim, sobre isso do Doutor ser casado ou não, é algo do universo expandido, onde é deixado em aberto a possibilidade do doutor já ter tido algum envolvimento sexual com uma gallifreyana, lá antes de sair do mundo, e ter tido filhos, ou algum filho, mas, não era explicito se eles teriam se casado.
Eu acho que foi isso que eu disse na história, a mãe dos filhos dele não quis seguir na relação com ele devido a vontade dele de fugir e lutar contra o mal do universo.
Então, é isso, uma one pra enriquecer o relacionamento dessa dupla da porra, e só. Se passou depois do vol 5 e antes do 7. Espero que tenha gostado, e obrigado pela leitura! Mel Menoptera deve ser ótimo.



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