Arisu escrita por JuliaMolinari


Capítulo 7
Capítulo 7: Ciúmes?


Notas iniciais do capítulo

Oi pessoal!
Sorry pela demora do capitulo @.@ Vou tentar escrever o proximo mais rapido...



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/79401/chapter/7

Ao acabar seu treino, Haruka dirigiu-se, a passos largos e semblante fechado, para o lugar indicado no bilhete.

Rika já estava lá. Parada, com os olhos brilhantes, aparentando uma menina doce.

― Haruka-sempai... ― Falou com a voz mimosa ao vê-lo.

― O que você quer? ― Respondeu ele seco, apoiando o ombro da parede.

― Ahn... ― Ela se assustara com a maldade na voz dele. ― Você leu meu bilhete...?

― Se não tivesse lido, não estaria aqui.

Ela deu um passo para trás e ameaçou chorar. Haruka estava sendo frio e indelicado. Não havia a menor compaixão em sua voz.

― Me diz logo por que me chamou aqui. ― Falou ele sério.

Rika tomou uma posição defensiva, escolhendo as palavras com cuidado.

― Hum... Sabe sempai, acontece que... Que... Já faz um tempo que eu venho o observando, e... ― Ela parou para tomar ar e enfim disse. ― Eu gosto muito de você.

― Só isso?

Rika arregalou os olhos com o tom cruel dele.

― Como assim...? ― Perguntou agora com os olhos molhados.

Ele afastou alguns fios de cabelo do rosto, sem perder a compostura. Qualquer garota que visse aquela cena ao longe ficaria perdidamente apaixonada, mas se alguém se aproximasse provavelmente se assustaria com a maldade no brilho de seus olhos.

― Se lembra do Arisu? “Haruka-sempai, a Rika-san foi ao nosso clube hoje! Talvez ela entre nele! Hoje a Rika-san me perguntou um exercício de matemática, e eu sabia responder! Rika-san, Rika-san...” ― Haruka imitava a voz de empolgação do menino quando lhe contava essas coisas. ― Por que se aproximou dele sabendo dos seus sentimentos e não os correspondendo?

― Eu só estava sendo simpática. ― O tom de voz dela mudou levemente, demonstrando mesmo que pouco um aborrecimento ao ouvir o loiro mencionar Arisu.

― Ah, é? Não pensou que podia magoá-lo com isso?

― Sempai, eu não te chamei aqui para falar do Arisu-kun...

― Ótimo, já terminamos a nossa conversa.

Ele se virou para ir embora, mas a menina segurou seu braço.

― Por favor, sempai... ― Falou num tom de súplica.

― Não enche. ― Resmungou se desvencilhando. Depois mudou de idéia, e virou-se ameaçadoramente para ela. ― Se magoar o Arisu, vai se encrencar comigo, ouviu?

Dizendo isso, deu as costas para ela e foi embora rapidamente, antes que a menina sequer conseguisse se recuperar do fora.

Haruka voltou para casa, furioso. Não suportava aquela garota! E aquela cara de fingida, forçando o choro para sensibilizá-lo?! Ah, que raiva!

Mas esse sentimento foi sendo substituído gradativamente por preocupação. Preocupação com Arisu, com como ele reagiria se soubesse disso tudo. Não podia deixá-lo descobrir! Ele ficaria tão triste... Tinha que fazer o menino esquecer-se dela.

Com essa decisão na cabeça foi vê-lo no intervalo do dia seguinte. Como sempre, o levou até o terraço, e ouviu o menino narrando suas aulas enquanto comia dessa vez calmamente ― não iria ao clube só nesse dia.

― Hoje a Rika-san não conversou comigo... ― Falou ele depois de contar das novas fórmulas que aprendera, um pouco melancólico. ― Ela parecia chateada com algo... Será que não está indo bem nas provas?

Haruka quase se engasgou com a comida.

― Só esqueça ela. ― Falou secamente.

― Não tem como eu fazer isso! ― Arisu se aborrecera ― Já discutimos isso antes, não?!

Ele encarava Haruka com as sobrancelhas curvadas, quase fazendo beicinho. Ah, não olhe assim... Eu não aguento...

― Desculpa, não foi de propósito. ― Ele acabou cedendo.

― Hunf...!

Haruka forçou um sorriso, tentando mudar de assunto.

― Ainda tenho que treinar, mas esse fim de semana vai ter um festival no templo aqui perto da escola, e eu estava pensando em ir para descansar um pouco... O que acha, quer ir junto?

Arisu aparentemente caiu na mudança de conversa, não desconfiando de nada, e voltando ao seu estado natural.

― Esse fim de semana...? Eu vou ter que estudar...

― Ah, tudo bem... Era só um convite, nada de mais. ― Ele conseguiu disfarçar o desapontamento. ― Acho que vou mesmo assim, adoro as barraquinhas de comida.

― Foi mal sempai... Mas quando você acabar esse treino e eu as provas, vamos nos falar mais, né?

― Sim, claro.

Haruka só queria passar um tempo com Arisu, mas aparentemente isso não seria possível tão cedo. Ah, bom, daria um jeito.

Naquele fim de semana Arisu estudou para valer. Suas notas nunca foram muito boas, e precisava revisar várias vezes a matéria e prestar completa atenção nos professores para conseguir entender tudo. Mas seu boletim estava sempre acima da média, num nível mais que razoável.

Já era a noite de domingo. Ele olhou para os montes de anotações na sua escrivaninha. Parecia que finalmente entendera tudo. Talvez devesse fazer mais alguns exercícios... Checou as horas, seis e trinta. Haruka devia estar se arrumando para o festival.

Tinha passado todo o fim de semana estudando... Já decorara todas as fórmulas... Um pouco de diversão não faria mal, não é? Não é? Largou a lapiseira e revirou o armário. Tinha certeza que tinha um yukata lá, ir vestido tradicionalmente num festival era muito mais divertido.

Devia ligar para Haruka... Não, ia fazer uma surpresa! Queria até ver a cara do sempai quando o encontrasse lá. Fazia tanto tempo que ele e Haruka não conseguiam conversar... Arrumou-se apressado, mal controlando a empolgação.

O templo onde estava acontecendo o festival ficava muito próximo da escola dos dois. No quarteirão ao lado, topo de um morro, como todos os templos tradicionais. Era muito antigo, mas conservava preservadas as cores vibrantes de vermelho que compunham seus arcos e estátuas.

Arisu aproximou do templo, sentindo o cheiro de pastéis e takoyaki fritos. Subiu as escadas saltitante, deparando-se com muitas pessoas que conversavam animadas, comiam, andavam, e jogavam nas barraquinhas de brincadeiras.

Ele andou curioso, olhando para as atrações, mas principalmente movendo o foco à procura de Haruka. O lugar estava cheio, e se não tomasse cuidado o garoto seria atropelado por algum grupo de jovens.

Estava tão lotado... Será que encontraria Haruka? Talvez devesse ligar pra ele... Mas queria fazer uma surpresa! Continuaria procurando.

Andou por quase 30 minutos. Já estava um pouco cansado então parou numa barraquinha para pegar um espetinho de carne. Depois de pagar, virou-se buscando um lugar para sentar-se, e deu de cara com quem procurava há tanto tempo.

Haruka estava de braços dados com uma mulher claramente mais velha que ele. Era um pouco mais baixa que o loiro, cabelos castanhos e olhos claros, e vestia uma roupa tradicional que delineava suas curvas formosas e perfeitas – as curvas que Haruka tanto adorava.

Ele conversava animadamente com a jovem, e não percebeu a presença do mais novo, até que este se manifestou.

― Haruka-sempai...?

Ele arregalou os olhos quando viu o pequeno.

― Arisu, o que está fazendo aqui...? ― Perguntou ele confuso.

― Sinto muito sempai, não queria atrapalhá-lo...! J-já estou indo!

Falou rapidamente, gaguejando, depois virou-se e saiu correndo, sem olhar para trás. Sentia algo pesado afundar no estomago, mas não sabia o que era. Só tinha certeza que era uma sensação ruim, e que queria afastar-se de lá o mais rápido possível.

― Arisu! Ei...!

O menino não atendeu ao chamado de Haruka ― na verdade nem ouviu. Haruka soltou o braço da jovem, sem tirar os olhos dele.

― Sinto muito Berta-san. ― Falou rapidamente. ― Tenho algo para resolver, depois nos falamos.

Deixando a jovem perplexa, Haruka saiu correndo atrás do outro.

O templo estava muito movimentado, e logo Arisu se misturou com a multidão. Trombou com algumas pessoas, mas não parou para desculpar-se. Estava confuso, perdido. Por que mesmo ficara ferido com aquilo? Ele recusara o convite de Haruka. O jovem era livre para sair com quem bem entendesse.

Enquanto Haruka procurava Arisu, outra pessoa andava devagar, próxima de onde eles estavam, um olhar vago e frio no rosto.

Rika ia em direção ao colégio. Furiosa.

A menina nem tentava esconder o ódio em seu rosto. Fora humilhada, desprezada! Tudo por culpa dele... Sim, se não fosse por Arisu, Haruka com certeza já estaria em suas mãos... Não deixaria barato.

Haruka finalmente avistou Arisu, agora já saindo do templo. Com suas pernas compridas, logo o alcançou, segurando seu braço.

― Ei, calma ai... ― Falou contendo o menino.

― Me solta! ― Arisu não queria olhar para ele.

― Pára com isso... ― Haruka segurou seu rosto e fez o menino olhar em direção a ele. ― Não me diga que está com ciúmes?

Ciúmes? Seria isso? Arisu não sabia por que estava irritado. Ciúmes...?

― Não seja bobo... ― O loiro agora riu um pouco, vendo a expressão do garoto. Passou um braço pela sua cintura puxando-o para perto e fez uma tentativa de beijá-lo, até conseguindo unir os seus lábios. Mas logo Arisu se afastou, empurrando-o para longe com os olhos úmidos.

Haruka conteve uma expressão de desapontamento, mas era exatamente isso que sentia na hora. Arisu se desvencilhou dele, e sem olhar para trás, correu novamente.

O pequeno queria fugir. Fugir não sabia do que, fugir daqueles sentimentos estranhos que o preenchiam, os quais ele não conseguia entender.

A escola estava perto. Sim, iria até o clube de jardinagem. Era lá para onde sempre fugia quando estava com problemas. Aquele lugar o acalmava... Sem pensar duas vezes apertou o passo.

Haruka ficou algum tempo parado vendo o menino se afastar. Odiava dar o braço a torcer, mas estava sem reação. Não esperava por essa. Por fim, desistindo de tentar raciocinar, foi trás do outro.

Pela direção que Arisu havia corrido... Provavelmente estava indo para a escola. Haruka sabia que ele sempre corria para a horta quando estava frustrado. Andou rapidamente, chegando ao seu destino. Queria conversar com o garoto. Não sabia exatamente sobre o que, mas queria.

O portão do colégio estava fechado, mas ele o saltou sem muitas dificuldades. Teve a impressão de ver um vulto correndo para a outra saída da escola, mas concluiu que estava imaginando coisas. Andou até o clube.

Logo que passou por algumas árvores, Arisu entrou em seu campo de visão. O menino estava parado, em frente aos canteiros, a cabeça baixa. Estava muito escuro. Haruka abriu um sorriso de satisfação, mas ao se aproximar dele...

Uma visão perturbadora esperava logo à frente.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Aew garotas pervertidas! O próximo capitulo promete! Podem esperar ansiosas... Huhu... *w*