Hurting escrita por Lari Black


Capítulo 1
Capítulo Único: Hurting


Notas iniciais do capítulo

Espero que gostem!!



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Sirius estava deitado em seu quarto na mansão da sua família. Ele havia sido deixado na porta de um orfanato quando era bebê. Ele, enrolado em um cobertor e um bilhete escrito "Sirius Black". Vivera no abrigo até seus três anos, quando Euphemia e Fleamont Potter o adotaram.

Naquele dia, ele virou Sirius Black Potter.

Fora criado como um filho pela família. Quando fora adotado, os Potter já tinham um filho: James. Eles cresceram realmente como irmãos. Faziam tudo juntos, desde o dia que Sirius chegou.

Mesmo não sendo irmãos de sangue, o vínculo entre eles era muito forte. Nada poderia abalar isso.

Quando, aos 15 anos, Sirius se descobriu bissexual, ele teve medo do que seu irmão pensaria. Ele ficou uns dias um pouco mais afastado e, obviamente, James notou.

Querendo entender o que aconteceu, James entrou no quarto do irmão e Sirius, finalmente, contou. Claro que seu medo era infundado. James o abraçou e disse que isso não mudava nada. Ele continuava sendo seu irmão e nunca o abandonaria.

Sirius sorriu, contente pela sorte que tinha.

James também esteve ao lado dele quando, anos depois, um babaca preconceituoso bateu em Sirius no meio da rua após vê-lo beijando outro homem. Ele se envolveu na briga, mas em um certo momento acabou caindo e a coisa ficou feia para o seu lado. Por sorte, James viu o que estava acontecendo e se meteu. O babaca fugiu e James ajudou seu irmão. Ele estava bastante machucado. Foram andando até em casa e a mãe deles, Euphemia, fez os curativos. James tinha alguns poucos machucados que ela cuidou também.

Com a insistência do irmão, Sirius denunciou o ocorrido. Mas isso não fez com que ele se sentisse melhor. Era terrível saber que pessoas o odiavam apenas pela sua sexualidade. Apenas por ser quem ele realmente é.

Felizmente, sua familia o apoiava e isso bastava.

—----

Aos 21 anos o problema começou a aparecer. Infelizmente, a vida não foi tão bondosa com eles e os Potter faleceram cedo. Como eles tiveram acesso a uma boa herança, compraram um apartamento confortável e viviam bem.

James, com 23 anos, estava formado e dava aulas de literatura em uma Universidade. Sirius estudava publicidade e adorava fotografia. Seu objetivo era montar um estúdio.

Por umas duas ou três vezes, James ouviu Sirius reclamar de dores na perna. Ele recomendou que ele procurasse um médico, mas sua justificativa foi que estava passando muito tempo em pé com a correria da faculdade.

O tempo passou e Sirius ainda reclamava. James, como sempre foi perceptivo e preocupado, exigiu que ele fosse a um médico.

—Não precisa, James! Não é nada demais - Sirius insistia.

—É muito constante, tem alguma coisa errada. Você vai ao médico - James era teimoso e acabou vencendo.

Sirius marcou a consulta e James decidiu ir com ele. O médico o avaliou e pediu uma série de exames. James teve um pressentimento ruim. Enquanto Sirius foi fazer os exames pedidos, ele foi perguntar ao médico se havia algum problema.

—Olha, senhor Potter. Eu não posso dar nenhuma certeza sem ver os exames - o médico respondeu.

—Mas o senhor tem alguma suspeita? - ele perguntou.

O médico suspirou.

—Suspeito que seu irmão esteja com um tipo de câncer, mas não tenho certeza. Nem deveria estar te falando, mas você me fez lembrar minha irmã e vi a sua preocupação. Fique tranquilo, assim que souber mais detalhes eu aviso - o médico - Dr. Dumbleodore, ele leu no jaleco - disse a ele.

Câncer.

Seu irmão pode estar com câncer.

Ele sentiu vontade de chorar. Sentou em uma das cadeiras nervoso. Pedia a Deus que não fosse mesmo isso. Sirius era jovem, uma pessoa maravilhosa e simplesmente não merecia passar por isso.
Mas James sabia que essa maldita doença não escolhia. O fato de seu irmão não merecer não significava nada.

A espera era agonizante para ele.

Um tempo depois, Sirius apareceu e se juntou a ele na sala de espera. Ele avisou que em breve seria chamado pelo médico para saber os resultados.

—Que foi, cara? Você está estranho - Sirius notou o desconforto de James.

—Nada, só estava distraído - respondeu.

Não queria preocupar Sirius. Podia ser só um alarme falso - e só Deus sabe o quanto ele desejava isso - e não queria assustá-lo à toa.

—Sirius Potter - eles ouviram o médico chamar. Sirius levantou e James ficou esperando - o senhor pode entrar também - o médico chamou.

Naquele momento, James entendeu que o que vinha pela frente seria difícil.

—Os resultados dos exames são o que eu já esperava - Dumbleodore começou a falar e olhou para James.

Já sabendo o que significava, ele colocou a mão no rosto e sentiu as lágrimas queimando seus olhos.

—O que foi, James? Você sabe de alguma coisa? - ele perguntou querendo entender aquela reação.

—Continua, doutor - James pediu. Ele levantou o rosto e Sirius viu que ele estava chorando. Ele temeu pelo que viria, pois pela reação de James parecia sério.

—Sirius, você está com um tipo de câncer chamado osteossarcoma. Acontece em ossos longos, normalmente nos braços ou pernas. No seu caso, está na perna direita - Dr. Dumbleodore explicava tentando dar leveza, pois sabia que era uma notícia difícil.

Sirius entendeu o nervosismo de James. Ele sentiu seus olhos enchendo de lágrimas. Sentiu James passando o braço pelo seu ombro e, em resposta o abraçou de volta.

—Você não vai passar por isso sozinho - James tentava se manter estável para passar força ao irmão, mas falhava miseravelmente.

—Bom, nós vamos fazer mais alguns exames para avaliarmos a melhor forma de tratar. Mas, senhores, devo alertar que há grande possibilidade de precisarmos amputar a perna - Dumbleodore continuou, ainda falando com calma.

—Amputar? - Sirius perguntou nervoso. Era muita coisa para digerir. Ele não podia aceitar isso.

—Infelizmente é uma possibilidade muito alta, senhor Potter - o médico confirmou.

James estava tentando manter a calma, mas internamente surtava. Algumas lágrimas que não conseguia controlar ainda desciam no seu rosto.

Sirius olhou para ele em pânico. O sentimento de medo estava claro em seu olhar.

—Vai ficar tudo bem, Sirius. Vamos ver o melhor tratamento e aproveitar que a descoberta foi a tempo - Dumbleodore tentou tranquilizar a dupla. Ele explicou mais detalhes sobre o câncer de Sirius e pediu mais alguns exames para uma avaliação final e confirmação de que seria necessária a amputação.

Eles saíram do hospital bastante abalados, ambos em silêncio. Chegando no apartamento onde moravam, eles ainda estavam meio em choque.

—Obrigado por me forçar a ir ao hospital, James... se eu deixasse para lá, podia descobrir tarde demais.

James conseguiu dar um sorriso fraco.

—Eu não acredito que isso está acontecendo... - James suspirou.

—Nem eu! Amputar, James! Eu estou mantendo esperança de outras formas de tratamento.

—Eu também torço por isso, mas se for necessário pra te salvar, é o que importa - James disse. Ele sabia que a mortalidade do câncer, em geral, é alta. Mas tinha fé de que seu irmão se recuperaria.

—----

Sirius realizou os exames e voltou ao hospital. James, claro, o acompanhou. Dumbleodore confirmou que a solução ideal seria a amputação. Afirmou também que após a cirurgia ele precisaria fazer quimioterapia para a recuperação completa.

Sirius odiava aquilo, mas não lhe restava outra opção, então perguntou o que precisava providenciar. O médico disse que queria fazer uns exames nele e pediu para James sair do consultório.

Ao sair, ele sentou no chão do corredor, chorando. Temia pela vida de Sirius. E odiava ver o quanto ele estava sofrendo.

—Oi, você está bem? - uma mulher ruiva parou ao seu lado, provavelmente preocupada com o seu estado. Ele devia estar realmente péssimo.

—Vou ficar... - ele tentou convencer, mas não conseguiu.

—Quer falar sobre o que te deixou assim? - ela sentou ao lado de James.

—Meu irmão está com câncer - ele decidiu falar com ela. Mesmo sem conhecer a ruiva, ele achava que desabafar ajudaria.

—Meu Deus... eu imagino como está se sentindo. Meu melhor amigo teve câncer, eu fiquei desesperada - ela contou. Ele olhou com atenção para a ruiva. Ela entendia o que ele se sentia.

—Ele ficou bem? - ele perguntou. Isso lhe traria um pouco de esperança.

—Ele teve um tipo de câncer de pele... fez a cirurgia e agora faz acompanhamento, mas graças a Deus ele está se recuperando bem. Inclusive, vim com ele porque ele tinha consulta hoje - ela contou.

—Sirius tem um tipo de câncer no osso, vai ter que amputar uma perna - ele disse a ela.

—Ele vai ficar bem, tenha fé - ela segurou a mão dele - eu sou a Lily.

—Sou James - ele respondeu com um sorriso fraco - obrigado por isso, Lily.

—Por nada! Anota meu telefone, qualquer coisa que precisar pode falar comigo. É muito difícil se manter forte perto deles, às vezes desabafar ajuda - ela disse e ele sorriu pra ela.

Eles trocaram telefones. James gostou de conhecer Lily, em outra circunstância ele estaria muitíssimo interessado, mas com essa situação toda ele não conseguia focar em se envolver com alguém.

Quando Sirius saiu do consultório, contou que tinha alguns últimos exames para fazer antes da cirurgia e logo amputaria a perna. Já que precisava fazer isso, queria que fosse o quanto antes. Isso aumentaria suas chances de recuperação e isso que importava.

Nos dias seguintes, James notou que Sirius estava muito desanimado. Passava a maior parte do dia em casa, na cama. Só saía para ir a aula. Ele não sabia se isso significava que o câncer estava deixando Sirius debilitado ou se ele estava ficando depressivo.

Como estava com essa preocupação, ele não pôde deixar de conversar sobre isso com Sirius.

—Sabe, eu só não tenho vontade de sair... - ele comentou. A situação havia abalado mesmo o psicológico dele e a missão de James, como irmão, era ajudá-lo nisso.

—Sirius, você não pode se deixar abalar... eu sei que está muito difícil, mas uma depressão vai tornar tudo pior. Se você quiser, a gente procura um psicólogo... - James sugeriu.

Sirius suspirou. Ele sabia que James estava certo.

—Não, tudo bem. Eu vou tentar me animar um pouco. Preciso ocupar a mente pra não ficar pensando que em pouco tempo vou operar e fazer esse tratamento - ele decidiu.

—Vamos tentar sair... eu conheci uma menina no hospital, ela parece legal. A gente pode marcar algo - James sugeriu.

—Hmmm... está interessado nela? - Sirius deu um sorriso maldoso.

James sorriu. Esse era o Sirius que ele conhecia. E ele ficava feliz de, mesmo sendo por algo absurdo, ver seu irmão agindo normalmente.

—Eu nem a conheço, Sirius. Ela me viu abalado no corredor e veio contar sobre um amigo dela que também teve câncer e está só fazendo acompanhamento... se recuperou bem. E você também vai - James disse.

—Bom, se vocês trocaram telefones acho que seria legal marcarmos sim. Vai ser bom pra animar - Sirius disse e fez James sorrir, mas completou - vê se ela leva o amigo dela também, pro caso de eu precisar segurar vela.

James deu uma gargalhada.

—Você não vai precisar, mas vou falar com ela sim.

Ele mandou mensagem para Lily e eles marcaram de ir a um bar.

A sexta feira chegou rápido e eles se encontraram. Para Sirius, era ótimo se distrair, pois tinha marcado a cirurgia para a próxima semana. Estava nervoso.

Eles se deram bem. Sirius e Remus tinham vários assuntos em comum e a conversa dos dois rendeu. James e Lily estavam mais tímidos. Talvez Sirius não estivesse tão errado assim sobre a possibilidade de segurar vela. Ela realmente era linda.

—Como ele está? De verdade, sabe... dá pra notar que ele não está bem - Lily perguntou e ele sorriu. Ela era perceptiva.

—Ele estava se isolando um pouco. Eu conversei com ele e estou tentando ajudar. É muito difícil - James disse, sem entrar em muitos detalhes, mas completou - ele marcou a cirurgia. Vai amputar a perna na próxima semana.

—Eu sinto muito, ele deve estar péssimo com isso... e você também, né?! Ele vai se recuperar bem! - James pôde sentir a convicção na voz dela.

Aos poucos, o assunto foi mudando e logo os quatro estavam conversando juntos. Uma amizade forte se formava ali.

Eles se despediram e prometeram marcar outras vezes.

Ao longo da semana, Sirius se preparava para a cirurgia e James para acompanhá-lo. Por sorte, o período estava batendo com as férias acadêmicas, então ele poderia ficar com o irmão no hospital.

O tempo voou e chegou o dia da cirurgia. James estava levando algumas roupas e uma coberta, pois não pretendia deixar Sirius sozinho enquanto ele ficasse internado.
Já ele, levava poucas roupas e alguns itens pessoais. Seu nervosismo era quase palpável.

—Vai ficar tudo bem, Sirius - James disse, notando quão nervoso ele estava.

Sirius não respondeu, apenas forçou um sorriso.

No hospital, eles encontraram Lily. Ela estava esperando para vê-los e para desejar boa sorte a Sirius.

—Seja forte! Não vão ser dias fáceis, mas eu sei que você consegue, Sirius - ela disse e em seguida completou - e você não vai estar sozinho. Seu irmão sempre vai estar com você e, tenha certeza, você pode contar comigo também.

James a olhara com admiração. Ela mal os conhecia e já estava ali dando todo esse apoio e se oferecendo para ajudar.
Sirius a olhou com pura gratidão. Receber o apoio do irmão nesse momento estava sendo fundamental, mas ver Lily se dispondo a ajudar e mostrando preocupação o fazia crer que realmente não estava sozinho.

Eles entraram e Sirius ficou em quarto para aguardar a cirurgia. Lily e James ficaram junto dele o tempo todo, sempre tentando acalmá-lo sobre o que viria.

James notou que ele nunca falou nada sobre precisar amputar a perna e, quando assunto surgia, ele simplesmente desviava.

Quando o médico chegou para levá-lo, ficou claro que Sirius ficou tenso. James se aproximou e deu um abraço nele.

—Fica calmo, tudo vai dar certo, você vai ficar bem - ele tentava acalmar Sirius e a si mesmo.

Lily também foi abraçá-lo. James não pôde ouvir o que ela sussurrou para ele e que o fez sorrir:

—Eu sei que você é forte e vai superar isso. A gente não se conhece muito, mas já te considero meu amigo e se você quiser vou estar do seu lado em tudo isso... prometo! - ela disse durante o abraço.

Entre sorrisos nervosos, Sirius foi levado para o centro cirúrgico e deixou James e Lily sozinhos. James estava muito nervoso. Agora que Sirius não estava ali, ele podia se permitir sentir isso.

—Fica tranquilo, ele vai ficar bem - Lily falou.

James somente assentiu, nervoso. A ruiva, vendo toda a tensão, o abraçou. James relaxou imediatamente no abraço dela. Ele sentiu que poderia ficar ali para o resto da vida.

—Obrigado - ele murmurou.

Ela sorriu para ele. Ficaram esperando até o doutor Dumbleodore entrar com um sorriso.

—Deu tudo certo na cirurgia, em breve o senhor Sirius estará aqui com vocês - o alívio invadiu James.

Ele olhou sorrindo para Lily e a abraçou apertado. Sentiu um impulso de beijá-la - estava realmente feliz e não é como se já não estivesse atraído por ela. Olhou para a boca da ruiva a sua frente e notou que o olhar que ela lhe dava, retribuía. Em um súbito de coragem, ele uniu seus lábios.

Lily, pega de surpresa, não demorou em beijá-lo de volta. Um beijo acelerado, movido pela emoção do momento.
Quando se afastaram, James se deu conta do que havia feito.

—Desculpa - ele disse se afastando mais.

Ela sorriu: - Não precisa se desculpar, eu gostei - disse tímida.

—Então, acho que podemos fazer isso outras vezes - o sorriso de James dizendo isso era maroto. Ele não podia negar: estava gostando muito de conhecer Lily.

Os pensamentos foram interrompidos quando entraram empurrando a maca de Sirius. A enfermeira explicou que ele ainda estava apagado pela anestesia, mas acordaria em breve.

James agradeceu a Lily por todo o apoio e ela disse que queria esperar Sirius acordar. Na realidade, ela se apegara aos garotos. Queria conhecer mais sobre James, mas entendia o momento delicado. E havia gostado da companhia de Sirius, queria manter a amizade dele independente do que acontecesse entre ela e James.

Um bom tempo depois, Sirius abriu os olhos, ainda meio confuso.

—Oi, como você se sente? - foi Lily quem perguntou.

—Exausto.. deu tudo certo? - a voz dele estava um pouco enrolada - efeito da anestesia - mas ele conseguiu perguntar.

—Deu tudo certo! Descansa, você vai ficar bem - dessa vez quem falou foi James.

Ele olhou para o irmão e viu que Sirius já estava diferente. Talvez pelo estresse ou em consequência da doença mesmo, ele tinha perdido alguns quilos e sua expressão estava muito mais cansada.

O telefone de Lily tocou e ela saiu para atender. Voltou rapidamente e disse que precisava ir. Deixou um beijo na testa de Sirius, que ainda estava muito sonolento e deu um abraço apertado em James.

—Me dê notícias - ela pediu antes de sair.

James, vendo que Sirius demoraria a despertar, pegou a coberta e um livro e se acomodou na poltrona ao lado da cama. Precisava estar descansado para quando seu irmão acordasse.

—----

James se distraiu lendo - havia levado um livro para passar o tempo enquanto Sirius estivesse dormindo - e apenas voltou à realidade quando ouviu um gemido de Sirius, que parecia ser de dor.

Ele abriu os olhos devagar e sua expressão era a pior possível.

—Ei, como você está? - James perguntou olhando seu irmão com atenção.

—Com muita dor - a expressão dele mostrava que a dor estava forte.

—Vou chamar uma enfermeira, espera aí - James disse e correu para chamar alguém. Uma senhora simpática foi até o quarto e colocou um remédio direto na veia de Sirius, disse que aliviaria a dor.

James não sabia o que fazer. Desejou que Lily estivesse ali, ela certamente saberia ajudar Sirius melhor que ele.

—Está sentindo alguma melhora? - ele perguntou baixo.

—Ainda não, mas já vai melhorar - Sirius respondeu. A voz um pouco estrangulada devido a dor.

Eles ficaram em silêncio, Sirius com os olhos fechados e marejados pela dor, mais forte que nunca. James se sentindo impotente, sem ter como ajudar.

—A dor diminuiu um pouco - Sirius disse depois de um tempo.

—Finalmente! Eu sinto muito por você ter que passar por isso... queria tanto poder ajudar - James foi sincero. Odiava ver seu irmão daquela forma.

—Não há o que fazer, James.

Eles suspiraram e conversaram amenidades. Era muito claro que Sirius ainda sentia dor - e que não era uma dor leve -, mas ele tentava manter a normalidade. Naquele momento, com os remédios, tinha se tornado algo suportável, apesar de incômodo.

Sirius perguntou sobre Lily, ele se lembrava de ela estar lá quando ele acordou, ainda um pouco atordoado pela anestesia. James contou que ela estava preocupada com ele e quis esperar para ter alguma notícia.

—E entre vocês? Eu já notei que tem um clima rolando - Sirius comentou.

James ponderou. Deveria contar sobre o beijo? Nunca teve segredos com Sirius, mas não entendia direito o que estava sentindo. Era muita informação acontecendo ao mesmo tempo. Por fim, decidiu contar.

—A gente se beijou hoje. Quando Dumbleodore veio contar que a cirurgia tinha dado certo, a gente se abraçou, comemorando porque você estava bem, sabe?! E de repente estávamos nos beijando.

—E você gosta dela? - Sirius perguntou.

—Eu não sei... eu gosto de estar com ela, mas não parei pra pensar nisso. Nesse momento eu estou tão preocupado com tudo isso acontecendo que não tenho nem clima para me envolver com alguém agora.

—Bom, James... eu acho que vocês deveriam conversar. Nitidamente tem um clima rolando. Acho que vocês dariam um casal bonito.

—Agora a prioridade é cuidar do meu irmão - James sorriu para ele - e agora você devia descansar. Vou dormir um pouco também, qualquer coisa me chama!

Sirius assentiu e viu James descer o encosto da poltrona para dormir.

O primeiro passo foi dado. Agora, ele começaria o tratamento e em breve, James tinha fé, Sirius estaria curado.

—----

No dia seguinte, Lily e Remus foram visitar Sirius no hospital. Ela cumprimentou James com um abraço e foi até a cama. Infelizmente, eles não chegaram em um bom momento, pois o efeito do remédio havia passado e Sirius estava quase chorando com a forte dor. Ele, dessa vez, estava sentado. Levantara o encosto da cama, buscando ficar um pouco mais confortável, mas isso não ajudou em nada quanto a dor.

—Oi, ruiva! Oi, Remus! - Sirius disse baixo, com a voz sofrida.

—Oh, Sirius - ela disse, sua voz um pouco embargada por vê-lo com tanta dor. Mesmo em pouco tempo, ela havia criado um carinho grande por Sirius.

Ela se apoiou na cama e o puxou para um abraço. Sabia que essa poderia ser uma escolha idiota, pois ele estava com dor e poderia ser incômodo. Ele, mesmo com toda a dor, a abraçou de volta. Quando ela se afastou, ele tentou sorrir, mas pareceu mais uma careta.

—Os primeiros dias são horríveis, mas você vai se recuperar. Tenho certeza - Remus tentou incentivá-lo.

Finalmente a enfermeira aplicou o remédio em Sirius e logo ele estava melhor. Os quatro conversaram levemente e Sirius sentiu a gratidão. Tinha sorte de ter amigos que estavam junto dele e por não passar por isso sozinho.

—----

Alguns dias depois, Sirius teve alta. Doutor Dumbleodore explicou que quanto antes começassem a quimioterapia melhor, portanto, Sirius tinha que estar sempre no hospital para realizar o tratamento. Lily e Remus estavam sempre por perto e James estava tendo dedicação total em ajudar o irmão. Devido a cirurgia, ele ainda precisava usar cadeira de rodas, pois precisava esperar cicatrizar para colocar a prótese. Além disso, ainda sentia muitas dores, que o médico disse que era normal e passaria com o andamento do tratamento.

Sirius tentava se esforçar para manter o bom humor, mas estava sendo difícil. Sempre se considerou um espírito livre, porém ficar preso em uma cadeira de rodas e dependendo de ajuda para tudo era uma verdadeira tortura. Não que James se incomodasse, ele fazia tudo que estava a seu alcance para deixar seu irmão o mais confortável possível. A quimioterapia também estava sendo difícil. Era um tratamento desgastante e Sirius se sentia exausto.

Lily visitava os meninos muito mais do que qualquer um poderia esperar. Remus ia com certa frequência, mas muito menos que a ruiva. Ela passava horas conversando com Sirius e tentando animá-lo. E além disso, ela e James sempre acabavam aos beijos. Na sua última visita, James havia aproveitado para sair e fazer compras sem precisar deixar o irmão sozinho.

Aproveitando o momento, Sirius perguntou para a ruiva sobre o que estava acontecendo entre ela e James.

—Eu não sei, Sirius. A gente sempre acaba ficando, mas nada além disso.

—E você gosta dele? - Sirius perguntou. Ele realmente apoiava a possibilidade de um relacionamento entre eles, mas sabia que James era um pouco... emocionado. Não queria que no final, ele acabasse sofrendo.

—Gosto, Sirius. Mais do que deveria... só, por favor, não conta isso pra ele - ela pediu, se lembrando de quem ele era irmão.

—Relaxa, ruiva. Não vou falar nada. Mas torço por vocês... os dois merecem ser felizes - ele concluiu o assunto.

Logo James voltou e eles emendaram em outros assuntos, o casal fingindo que nada estava acontecendo e Sirius agindo com naturalidade.

—----

Lily estava sentada na sala do apartamento dos meninos e abraçada a James. Sirius estava dormindo durante aquela tarde e ela aproveitou o momento para trocar beijos com James.
Ela realmente estava se apegando a ele - muito mais do que deveria -, mas preferiu guardar isso pra si mesma até que Sirius estivesse melhor. Sabia que James estava sofrendo com a situação toda.

Apesar de Dumbleodore ter dito que o caso dele tinha muitas chances, pois não estava muito avançado, a quimioterapia é um processo difícil e vez ou outra ela ainda via Sirius com expressão de dor forte. Se para ela, que conhecia o garoto há pouco tempo, já era ruim vê-lo assim, ela imaginava como James se sentia.

O que ela não sabia era o efeito que causava em James. Enquanto estavam juntos, ele finalmente sentia que as coisas podiam melhorar. Ela o fazia sentir uma paz que ele não conseguia explicar.

Estaria se apaixonando?

Quer dizer, além de ser linda, inteligente e ser uma companhia incrível, Lily tinha se mostrado ainda mais especial com todo o apoio que estava dando a Sirius. James ficava feliz por vê-los se dando bem, mas logo se corrigia. Ele não devia pensar nisso porque Lily não era sua namorada.

Mas, lá no fundo, James desejava que fosse.

—Ei, o que foi? - a ruiva perguntou. Ele realmente havia se distraído.

—Eu estava pensando... - ele hesitou, mas completou - sobre a gente.

—Oh - Lily ficou sem saber o que responder - e o que você pensa sobre isso?

—Eu realmente gosto de você, Lily, e você está aqui comigo mesmo com essa situação... - ele foi interrompido pela voz da ruiva.

—Eu também gosto de você, James... muito!

Ele sorriu.

—Eu estava pensando se você aceitaria namorar comigo? - ele decidiu perguntar. Se estavam ficando e se gostavam, por que não?

—Eu aceito - foi tudo que ela respondeu antes de beijá-lo.

Eles ficaram ali apenas se beijando por muito tempo, até ouvirem Sirius chegando na cadeira de rodas.

—E aí, casal? - ele disse implicando, pois James sempre enfatizava que não eram um casal.
Dessa vez eles apenas sorriram.

—Bom, Sirius, acho que agora você pode nos chamar assim - James respondeu. Sirius olhou confuso, mas Lily continuou.

—Estamos namorando - ela disse animada.

—Finalmente! - foi tudo o que ele disse, sorrindo, feliz pelos amigos.

—Está com dor? - a ruiva perguntou.

—Uhum... tomei o remédio agora, daqui a pouco alivia.

Lily e James se olharam. Pela expressão de Sirius era muito claro que a dor estava muito forte e eles se sentiam impotentes por não ter como ajudar. Sirius sempre dizia que estava melhor, mas eles sabiam que muitas vezes não era verdade.

—----
Algumas semanas depois

A quimioterapia estava sendo difícil. Sirius estava sempre muito cansado e sentia náuseas com uma certa frequência. James havia voltado a trabalhar e Lily, que tinha a vantagem do home office, passava bastante tempo fazendo companhia para Sirius.

A ruiva era jornalista, então sempre estava pedindo alguma opinião quanto aos vídeos ou outros materiais que produzia para Sirius. Ele gostava de ajudar, pois além de se distrair, também o fazia praticar no tempo que estava afastado da faculdade.

Agora que ele já estava com a prótese, conseguia se mover melhor e isso já o ajudava.
Claro que os efeitos da quimio o deixavam um pouco debilitado, e por isso, e estava desanimado.

Mas ainda havia um detalhe que o faria se sentir pior.

Desde a adolescência, Sirius tinha um certo ciúme de seu cabelo. Havia deixado crescer até a altura dos ombros e tinha o maior cuidado. Mas a quimioterapia começaria a mostrar seus efeitos em poucos dias.

Sirius passou a mão pelos cabelos e notou muitos fios caindo, mas nada absurdo. Já tinha feito 3 sessões de quimio, mas não notou que isso poderia estar sendo causado por ela.

Poucos dias depois ele notou um aumento na queda dos cabelos e ficou preocupado. Mas apenas após a quarta sessão que realmente teve dimensão do que estava acontecendo, quando começaram a cair tufos de cabelo.

Claro que ele, que sempre fora vaidoso, ficou muito nervoso. Quem estava com ele no dia em que a ficha caiu foi Lily, por sorte. Ela sabia lidar melhor com situações assim.

—Sirius, isso vai passar... vai crescer de novo - ela tentou consolar.

Ele sentou no sofá ao lado dela e a puxou para um abraço.

—Eu vou ter que raspar, né?! - ele perguntou baixinho, já sabendo a resposta.

—Vai, Sirius... infelizmente - ela respondeu com delicadeza.

No mesmo dia, quando James chegou em casa, Sirius decidiu que rasparia o cabelo logo. Ele pegou a máquina de James e pediu que a ruiva raspasse para ele.

Ele sentiu vontade de chorar, mas se conteve. Mas mesmo quem não o conhecia poderia perceber o quanto aquilo estava sendo difícil. Quando Lily terminou, ele agradeceu e se levantou.

—Agora é minha vez - James disse. Lily sorriu. Ela não conseguia ficar surpresa porque a parceria entre eles era muito forte. Já Sirius olhava chocado.

—James, você não precisa... - ele começou a falar, mas foi interrompido.

—Eu disse que você não ia passar por isso sozinho e você não vai - James respondeu já sentado.

Lily raspou a cabeça do namorado e sorriu. Claro que ela ia sentir falta da bagunça que era o cabelo dele, mas ainda assim ela continuava achando ele lindo.

Os dois se abraçaram, e logo, puxaram a ruiva para o abraço também. Naquele momento, ela se sentia parte da família.

—----

Não foi nada fácil ver a tristeza de Sirius nos próximos dias, mas ele também não fazia questão de demonstrar isso. Ele não conseguia esconder bem, mas se esforçava. Lily, James e Remus se esforçaram para animá-lo.

Lupin tinha horários muito complicados por conta do trabalho e da pós-graduação, mas em hipótese alguma ele abria mão das visitas, mesmo que fossem rápidas.

O tempo passou e Sirius ouviu de Dumbleodore que o tratamento estava dando certo. Ele não soube explicar o alívio que sentia. Temia que todo aquele esforço fosse em vão, mas não, ele estava tendo melhora e sentia esperança de se curar.
Obviamente, quando ele contou aos amigos eles comemoraram muito. Cada pequena melhora, cada vitória de Sirius era do grupo inteiro.

O tempo foi passando. James e Lily não se desgrudavam, o namoro estava cada vez mais firme. Remus e Sirius acabaram se aproximando, porque os quatro estavam sempre juntos e eles acabavam segurando vela.

O tratamento continuou difícil. Após cada sessão Sirius sentia os efeitos: náuseas, um cansaço muito forte, se sentia fraco... o apoio de seus amigos o fazia se sentir melhor. Ele sempre soube que tivera sorte com sua família e que James não o deixaria sozinho, mas também encontrou amigos incríveis e, por Deus, ele não sabia como explicar tanta sorte.

Alguns meses depois, os quatro estavam juntos assistindo um filme quando Lily se sentiu enjoada. Ela foi discretamente ao banheiro, mas não contou nada aos outros. Aconteceu por alguns outros dias, mas sempre pela manhã.

E aconteceu novamente em uma das noites que ela passou na casa dos Potter. Ela se levantou com cuidado e foi ao banheiro. Quando saiu, viu Sirius sentado na sala. Ele a chamou e pediu para que ela sentasse ao lado dele no sofá.

—O que houve, Sirius? Perdeu o sono? - a ruiva perguntou.

—Eu sempre acordo cedo por causa dos enjôos que a quimio me deixa... mas eu notei que a senhorita não está bem, ruiva. O que está acontecendo?

Lily sorriu pela preocupação dele.

—Nada demais, Sirius. Er... coisa de mulher - ela mentiu. Na verdade estava desconfiando de outra coisa, mas não queria falar nada para ele.

—Certeza?

—Absoluta - ela respondeu, se sentindo mal por mentir.

—----

Lily estava certa sobre suas suspeitas. Não sabia como falar sobre isso com James. Como ele reagiria?

Ela o convidou para ir em um parque perto da casa dele, ela gostava do lugar e achava muito agradável. Quando chegou, ele notou que ela estava tensa.

—Oi, amor. O que aconteceu? Tudo bem? Você parece tensa - ele disse.

—Eu preciso te contar uma coisa... - ele a olhou com atenção, curioso - James, eu... nós... você vai ser papai - ela soltou a notícia, nervosa.

James arregalou os olhos. Olhou para ela, baixou o olhar para sua barriga e voltou a olhar para seu rosto. Ao cair a ficha do que ela disse, um sorriso enorme surgiu em seu rosto e ele a abraçou.

—Eu te amo, Lily! Meu Deus, eu não acredito - as palavras saíam como se fossem risadas, devido ao enorme sorriso que ele estava.

Ela se sentiu relaxar. Ele também gostou da notícia.

Eles passaram horas juntos naquele dia, conversando sobre planos futuros que aquele pedacinho de gente já os fazia imaginar. Entre os vários assuntos, pensaram em como contar a Sirius e Remus.

James pediu que Sirius fosse o padrinho e Lily acabou aceitando. Mas combinaram que se tivessem outro filho, seria afilhado de Remus.

Eles decidiram comprar duas roupinhas de bebê para contar aos amigos. Embalaram e foram para a casa dos Potter. Convidaram Remus para ir lá à noite e esperaram para contar a novidade.

Quando estavam todos juntos, James anunciou que eles tinham um presente. Entregaram os pacotes e o primeiro a abrir foi Remus. A roupinha dele estava escrito "Titio, eu te amo!". Obviamente foi escolha de Lily.
Ele levantou e foi até a ruiva, abraçando a amiga.

—Eu não acredito, isso é incrível! - ele disse alegre pela notícia.

Sirius, quando leu "Você aceita ser meu padrinho?" em uma roupinha infantil olhou surpreso para o casal e foi direto abraçar seu irmão. Ver a felicidade de James e Lily e ser escolhido como padrinho do filho deles o deixava muito feliz e emocionado.

Ele se afastou de James e foi abraçar Lily também. Agradeceu a ela por ter sido escolhido como padrinho, ele não conseguia explicar como se sentia sortudo naquele momento.

James abraçou a namorado por trás, acariciando a barriga dela. Eles se sentaram e ficaram fazendo planos para o futuro, desde Sirius sugerindo que o nome do bebê fosse "Sirius Junior" a Remus, avisando que deixaria a criança mal acostumada com tanto chocolate.

—----

Agora, Lily estava com quase 3 meses e a barriga começava a aparecer. Ela e James estavam radiantes. Haviam viajado para que o Potter conhecesse a família Evans e, apesar de todo seu nervosismo, deu tudo certo.

Lily, James e Sirius haviam ido juntos ao hospital. A ruiva foi para a ultrassonografia com o namorado e Sirius para uma consulta com Dumbleodore. Ele havia pedido vários exames para ver os efeitos que a quimioterapia estava tendo. Na última vez que fizera uma revisão desse tipo, ele afirmou que estavam tendo resultados bons.

—Ora, isso é bom... - Dumbleodore disse sorrindo para Sirius. Desde sua primeira consulta, ele havia mudado muito. Agora estava careca - usava uma touca, pois não se adaptara à mudança - e muitíssimo mais magro.

—O que é bom? - Sirius perguntou.

—Você entrou em regressão. Você vai poder parar o tratamento com quimioterapia e fazer apenas acompanhamento - ele respondeu sorrindo.

Sirius sentiu seu corpo todo relaxar. Estava bem. Ele realmente conseguiu melhorar. Sem que ele notasse, seus olhos se encheram de lágrimas, emocionado.

Dumbleodore o explicou detalhes de como funcionaria o acompanhamento e o liberou. Quando saiu do consultório, James e Lily estavam lhe esperando.

—Eu não preciso mais fazer quimio. Meu câncer está em regressão - ele contou e sentiu o abraço apertado de James. Sirius se sentiu emocionar novamente - e pensou que isso estava sendo frequente demais -, mas não se conteve. Esse era um momento muito especial.

Quando os irmãos se separaram, a ruiva praticamente pulou em cima de Sirius, em um abraço apertado.

—Obrigado por tudo, ruiva, teria sido muito mais difícil sem você com a gente - Sirius agradeceu. Lily entrara na vida deles em um dos momentos mais difíceis de sua vida e não os abandonou em momento algum, pelo contrário, ela foi fundamental.

Os três trocaram olhares sorrindo. Naquele momento, ninguém podia explicar o quanto estavam felizes.

Mais tarde, no apartamento, eles contaram a notícia a Remus e comemoraram juntos - sem álcool, já que Lily e Sirius não estavam bebendo nada alcoólico.

—E nós temos mais uma novidade... - James disse sorrindo.

Os olhares dos garotos focaram no casal.

—Conseguimos ver o sexo, estamos esperando um menininho - Lily disse feliz.

—O Sirius Junior está vindo - Sirius disse e todos caíram na gargalhada.

—Isso seria um crime com a criança - Remus alfinetou.

—Na verdade, nós já escolhemos o nome... Harry James Potter - foi James quem contou. Agora, era apenas começar os preparativos para a chegada de Harry.

—----

Tudo estava pronto. Agora que Sirius estava bem, James não teve preocupação ao decidir propor a Lily que morassem juntos. Eles alugaram uma casa próximo ao apartamento de James - agora só de Sirius - e prepararam tudo. O quarto de Harry estava lindo, apenas esperando que ele chegasse, e isso não ia demorar pois Lily já estava com praticamente 9 meses.

Ela estava sentada na sala de sua nova casa conversando com Remus quando sentiu a bolsa estourar. Lupin foi com ela até o hospital e avisou James e Sirius para irem até lá também.

Sirius foi o primeiro a chegar. A ruiva estava deitada esperando a dilatação aumentar para que Harry pudesse nascer. As contrações faziam com que ela apertasse a mão de Remus com força. Ela xingava James por ainda não ter chegado, mas a Universidade onde ele trabalhava não era tão perto.

—Calma, ruiva, ele já está chegando. Vai dar tudo certo - Sirius tentava acalmá-la.

Quando James finalmente chegou, Sirius e Remus saíram e deixaram o casal viver esse momento. Na sala de espera, eles aguardaram por notícias ansiosos.

Demorou bastante até James aparecer com o maior sorriso que Sirius já havia visto no rosto do irmão.

—Nasceu! Ele é lindo - ele disse e foi abraçado por Sirius e Lupin.

Assim que foi autorizado, todos entraram para ver Lily. Ela parecia muito cansada, mas a felicidade estava estampada em seu rosto.

Quando uma enfermeira levou Harry para o quarto, todos quiseram segurá-lo.

—Meu afilhado é lindo - Sirius disse quase babando enquanto segurava Harry no colo.

Por fim, todos foram embora e ficaram apenas James e Lily.

—Eu te amo demais, Lily. Obrigada por existir na minha vida - James deixou um beijo leve nos lábios dela.

—Eu também te amo muito. Você tem me feito a mulher mais feliz do mundo - ela respondeu.
Eles sorriram um pro outro, olhando Harry.

Harry Potter veio pra trazer alegria à família. Após tanto sofrimento, Sirius, Remus, Lily e James estavam realmente felizes.
E eles não desejavam mais nada além disso.


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Notas finais do capítulo

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