Infinitesimal escrita por NicoleLouise


Capítulo 1
Cena única




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Peguei em sua mão e o conduzi até a porta enferrujada que levava à varanda. Girei a maçaneta, fazendo um leve ruído e, então, deixei que visse a maravilha à nossa frente.
Ele olhou para o céu estrelado. Parecia maravilhado com todos aqueles pontinhos prateados:
   -Isso é... incrível. É como se elas estivessem brilhando somente para nós. - Disse ele, com um sorriso contemplativo.
    - Não é? Esse era o meu lugar favorito para observar as estrelas quando era pequena. - Olhei para além daqueles doces olhos cor de mel. Não consegui conter um sorriso: - Sabe o nome de alguma?

— Não, infelizmente. Só sei que gosto muito de observar. E você?
      - Sou mera observadora também. Só eu sei o quanto gosto de observar - Falei, dando ênfase na última frase para que ele entendesse o recado.
     - Ah, é? Tem observado muito então? - Disse ele, olhando para mim. Fiquei vermelha na hora, sentindo cada nervo responder àquele pequeno comentário.  
     - Passei tempos observando certa pessoa aí, sabe? Quanto mais olhava, mais queria olhar e mais queria conhecer.
     - E gostou de ter conhecido? - Questionou ele.
    - Posso garantir que sim. Valeu a pena ter esperado tanto tempo só pra poder ver esses olhos de perto.

Dessa vez, ele se envergonhou:
    - Ah. Era só pelos olhos então? - Brincou ele, virando-se para olhar as estrelas mais uma vez.

E foi aí que aconteceu: quando seus olhos encontraram os meus novamente, havia um brilho diferente, quase convidativo. Encarei de volta. Me permiti analisar aquele rosto que ficava ainda mais bonito iluminado pela luz da lua. Corri os olhos pelas sobrancelhas bem desenhadas; pelos olhos; para a barba bem feita e, por fim, para os lábios. Como se tivesse lido meus pensamentos, a boca dele se entreabriu e ele chegou mais perto. Não resisti: levei a mão até seu rosto e o acariciei. Ele colocou um dos cachos rebeldes atrás da minha orelha:
    - Seu cabelo é lindo. - Disse. Sempre quis tocá-lo. Passou então dos cabelos para a minha bochecha e depois passou o polegar pelo meu lábio inferior. Coloquei a mão em seu pescoço, puxando-o para mais perto.
Fechei os olhos.
Quando seus lábios encontraram os meus, foi como se tudo o que eu tivesse esperado valesse a pena. Foram fogos de artifício. Foram ondas de calor. Tempestade e calmaria. Tudo o que eu sempre quis. Todo o nervosismo que estava sentindo segundos antes -e ao longo das nossas intermináveis conversas durante aqueles dias de janeiro- parecia ter se dissipado. Nos perdemos nas mãos e nos beijos e parecíamos ser um só, numa dança que somente a gente entendia. A expectativa ardia em mim e ele havia conseguido superar todas elas. Quando enfim tivemos coragem para nos separar e pude contemplar o sorriso que se estampava em seu rosto, tive a certeza de que iria me apaixonar perdidamente. 


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