Kakashi tinha uma rotina tão regular no parque que não esperava que algo diferente pudesse acontecer, muito menos que fosse de repente. O sorveteiro estava caminhando com tranquilidade até o trailer e carregava alguns ingredientes necessários para criar a receita com Matcha, pois depois de tantos testes e opiniões havia conseguido alcançar o sabor ideal. Kakashi chegou a passar a noite em claro para fazer combinações, além de decidir os acompanhamentos compatíveis com o novo sorvete e agora estava animado para começar a produzir e vender.

Este poderia ser um mais um dia comum e agradável de trabalho, mas assim que o Hatake chegou ao trailer e percebeu que a porta estava apenas encostada, toda a sua animação o abandonou com um calafrio e engoliu em seco. Lembrava-se de ter trancado tudo como sempre fazia, então não poderia ser um mero descuido e ao notar como a tranca parecia estranhamente torta, teve certeza de que houve uma força em demasia para fazê-la abrir. Kakashi levou a mão lentamente para a porta pelo receio de ver o estado do trailer, mas não teve tempo de reagir quando, repentinamente, a porta abriu de dentro para fora e acertou seu rosto em cheio.

— AHH!! — a pancada fez Kakashi ir ao chão e ficar tonto, dificultando a sua distinção sobre quem estava saindo do trailer — Que merda você está... Fazendo no meu... Trailer?!

— Merda!! — uma voz masculina soou e rapidamente pulou pra fora, correndo com algo em mãos.

— Espera!! — o sorveteiro começou a se levantar e seus sentidos também voltavam ao normal, podendo ver melhor as costas do homem que disparava pelo parque. Mas o que realmente lhe deixou em choque foi reconhecer o pequeno cofre que mantinha no trailer nas mãos do desconhecido — Não... NÃO!! Ladrão!! Seu maldito ladrão!!!

Kakashi não pensou duas vezes e começou a correr, mesmo que ainda estivesse um pouco tonto e com o rosto dolorido. Aquele cofre guardava todo o seu dinheiro que havia conquistado com seu trabalho duro, o dinheiro que usava para comprar ingredientes e materiais, além do pagamento do aluguel pelo espaço no parque. Não poderia permitir que isso fosse levado assim ou iria ficar em uma situação muito complicada, o desespero e a adrenalina eram os combustíveis para que suas pernas se movessem o mais rápido que podia enquanto gritava para que o ladrão fosse detido.

Ainda era cedo e não havia muito movimento no parque, mas infelizmente também era a troca de turno dos seguranças e poucos já estavam em seus postos de trabalho, o que dificultava a captura do meliante. O ar começou a faltar nos pulmões de Kakashi e a silhueta do ladrão estava cada vez mais distante, mesmo colocando todo o seu empenho numa corrida insana. Podia ver enfim alguns seguranças se mobilizando para a captura, mas parecia ser tarde demais quando ele sumiu de suas vistas. Chegou a gritar mais uma vez e, para a sua grande surpresa, houve uma reação explosiva ao seu lado.

Estava tão concentrado em seu objetivo que o sorveteiro não percebeu quando passou perto de Mr. Teddy Bear, que estava esperando um funcionário terminar de encher os balões que teria que entregar ao longo da manhã. No entanto, o mascote largou o posto imediatamente ao ver a corrida desenfreada de Kakashi e ouvir a palavra “Ladrão” sendo dita por ele. Com uma velocidade absurda para alguém em uma fantasia, passou pelo Hatake facilmente e avançou furiosamente na direção que o meliante havia seguido, surpreendendo até mesmo os seguranças que estavam na perseguição.

A perspectiva de quem via de fora era um tanto confusa e divertida, pois toda a confiança do ladrão durante a fuga se tornou um desespero pelo grande urso rechonchudo se aproximando cada vez mais, tanto que isso obrigou o fugitivo a se embrenhar no meio das atrações do parque para tentar escapar, pulando as grades de proteção e empurrando quem quer que estivesse em seu caminho. No entanto, isso não despistou o mascote que se mostrou ainda mais apto em pular e desviar de obstáculos, exibindo uma habilidade física invejável. Em determinado momento, o ladrão chegou a pensar que havia conseguido escapar quando usou o carrossel como um grande obstáculo, mas assim que chegou do outro lado, deu de cara com a pança macia do urso.

Mr. Teddy Bear era conhecido por sua energia e doçura, criando um momento agradável com qualquer pessoa que interagia, mas naquele momento a aura que o cercava era um indicio de uma irritação profunda. O cofre foi segurado pelo mascote e um pequeno cabo de guerra se iniciou, sendo que Kakashi ficou a metros de distância, observando a cena que seria cômica se não fosse trágica. Felizmente o grande urso era bem forte e conseguiu tomar o cofre das mãos do bandido e, ao perceber que o sorveteiro estava ali, arremessou o objeto na direção do mesmo. Estava quase sem fôlego, mas Kakashi segurou o cofre em suas mãos com uma enorme sensação de alivio.

As coisas poderiam ter terminado assim, mas ao ver que os seguranças iriam encurralá-lo, o meliante voltou a fugir e como não tinha mais o peso em suas mãos, poderia usar toda a sua força para isso. No entanto, Mr. Teddy Bear não o deixaria ir tão facilmente... O ladrão se viu ultrapassado pelo mascote que, com um movimento típico das artes marciais, golpeou o peito alheio com uma das pernas e esse ataque o fez voar no sentido contrário, caindo no chão com uma pancada dolorosa. Com o meliante abatido, os seguranças finalmente puderam se aproximar e prendê-lo, sendo que durante este processo Kakashi se aproximou e reconheceu o rapaz como um cliente que vinha frequentando seu trailer todos os dias, provavelmente para monitorar sua rotina e descobrir onde guardava o dinheiro.

— Kakashi! — um rapaz com a vestimenta dos bombeiros se aproximou do outro, puxando-o para longe da multidão de pessoas que começaram a se aglomerar para assistir, gravar vídeos e tirar fotos da prisão como se fosse um grande evento — Você está bem? Está ferido em algum lugar?

— Não, fique tranquilo Yamato... — tranquilizou o colega que vez ou outra passava por seu trailer durante o expediente para se refrescar e conversar — Tirando o cansaço pela perseguição, estou bem...

— Mesmo? Você está com um galo bem grande na testa! — o moreno cutucou com o indicador, fazendo o Hatake encolher os ombros — Ele te deu uma pancada na hora de roubar o trailer?

— Na verdade, foi quando ele abriu a porta para fugir... — começou a explicar, apertando o cofre em seus braços — Se eu tivesse chegado dez minutos mais tarde, nem mesmo o teria visto e já estaria me desesperando com o prejuízo.

— Oh, entendo... Ainda bem que você conseguiu reagir, apesar de que... — Yamato desviou o olhar para a multidão e viu o mascote a alguns metros, sendo abordado pelo gerente do parque — O grande herói do dia foi ele, quem diria... Chega a ser hilário pensar que um mascote fofinho perseguiu e deu um golpe marcial num ladrão, ainda bem que não tinha muitas crianças por perto. Vai levar uma advertência por conta disso, afinal o risco de estragar a imagem do Mr. Teddy Bear é grande.

— Ah! — Kakashi acompanhou o olhar do outro e viu o grande urso sendo guiado pelo gerente para a área administrativa do parque — Não, ele não deve ser punido! Você mesmo disse, o mascote é o herói! Isso deveria ser um motivo para gostar dele ainda mais, não algo que arruinaria a sua imagem ou a do parque.

— Eu concordo, mas você não tem ideia do quanto são restritivos com o comportamento dele. Estar dentro de uma fantasia toda fechada como esta até nos dias mais quentes, ser obrigado a agir de forma adorável e ser atencioso com todo mundo. Nem sequer pode falar vestindo aquilo! Não sei como o Gai consegue suportar...

Se Yamato chegou a dizer mais alguma coisa, o outro não foi capaz de escutar por ter se desligado completamente do ambiente externo ao ouvir aquele nome. Kakashi sentiu que alguém havia acionado um botão em seu cérebro e lentamente as coisas começaram a fazer sentido, fazendo-o até se sentir um idiota por não ter percebido mais cedo. Gai era a única pessoa que nunca via pelo parque, mesmo que trabalhassem relativamente no mesmo horário e todo o preparo físico que Mr. Teddy Bear exibiu naquela perseguição condizia com o sobrancelhudo, que corria longas distâncias todos os dias para ir e voltar do trabalho.

O golpe usado pelo mascote contra o ladrão também fez sentido, pois sabia que Maito era apaixonado pelos mais diversos estilos de artes marciais e os praticava nos fins de semana, delineando seus músculos e dando a força para carregar várias crianças em seus braços sem problema algum diariamente. Tanta energia e disposição que sempre atribuía a Gai não foram os suficientes para fazer Kakashi enxergar através da fantasia adorável de urso, como se não pudesse unir as duas imagens em uma única pessoa. Mas agora conseguia ver de forma clara e transparente, preenchendo sua mente de lembranças e deixando seu coração inquieto.

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Após passar algumas horas na área administrativa do parque, Gai finalmente foi liberado e se dirigiu até o vestiário dos funcionários, sentando-se em um dos bancos e tirando a grande cabeça de urso para respirar melhor, pois se sentia esgotado. Não que estivesse fisicamente cansado, mas sua mente estava cheia depois de ouvir as reclamações do gerente sobre o seu comportamento “agressivo” usando a fantasia e acabou sendo interrogado em seguida por alguns polícias que vieram buscar o bandido, colhendo informações sobre todo o ocorrido. Pelo menos recebeu elogios dos oficiais que estavam impressionados por sua atitude destemida e sua rapidez para imobilizar o meliante.

— Que dia... Pelo menos aquele idiota está preso! — Maito começou a resmungar, fechando uma das mãos em punho — Espero que o Kakashi esteja bem e...

Antes que pudesse concluir sua frase, a porta do vestiário foi aberta e Gai acabou colocando a cabeça de urso de volta quase num movimento automático, já que não costumava se mostrar vestido daquele jeito. Ouviu passos se aproximando até pararem próximo do banco onde estava sentado, sendo que alguns segundos depois uma risada ecoou pelo ambiente e deixou o sobrancelhudo momentaneamente confuso. Apenas quando tentou ver quem estava ali é que se deu conta de que havia enfiado a cabeça de Mr. Teddy Bear ao contrário, com o rosto voltado para as suas costas.

— Ora essa, parece que você teve um problema aqui... — aquela voz fez o coração de Maito falhar e começou a se contorcer no banco, inquieto — Espere, deixe-me ajudá-lo. — no minuto seguinte, a cabeça foi retirada e enfim Kakashi pode ver o rosto do outro — Ai está você, Gai...

— Ka... Kakashi... — hesitou, sentindo seu rosto ferver ao ver aquele belo homem lhe encarando — Ah... Eh... Isto é...

— Esse tempo todo era você. Sinceramente, eu deveria ter percebido antes... — sentou-se no banco ao lado do outro, apoiando a cabeça de urso em seus pés — Aliás, você deveria ter me dito. Por que não me contou que era o mascote?

— Bem... Não é tão fácil dizer isso. — Gai suspirou, pressionando as coxas com as duas mãos enquanto olhava para baixo — Inicialmente eu estava empolgado com a ideia de trabalhar no parque, mas as exigências me limitam... Queria ser mais impactante e chamativo, como um herói ou coisa parecida, mas o mascote é um urso fofinho. Sendo assim, tenho que ser silencioso, adorável e atencioso... Além disso, sei bem que não combino com essa roupa, alguns funcionários que já me viram com ela sempre riem e dizem como eu iria destruir a magia de Mr. Teddy Bear se aparecesse para o público um dia.

— Eles estão errados. — a firmeza na resposta de Kakashi fez o outro se surpreender, finalmente erguendo o rosto para encará-lo — O público veria que você é um homem forte e intenso, o que há de mal nisso? E hoje você agiu como um herói! Eu dei tudo de mim para ir atrás daquele bandido, mas você nem foi desajeitado enquanto o perseguia dentro desta fantasia e o golpe que você deu parecia ter saído de um filme!

— É mesmo?! — Gai foi recuperando sua vitalidade, levando uma das mãos à nuca enquanto começava a rir — Do jeito que você fala, parece mesmo que fui um herói. Mas o gerente ficou muito bravo, eu acabei com a sola da fantasia na corrida e agi impulsivamente na frente dos frequentadores... Ele teme que as crianças fiquem com medo de mim agora e eu também não quero que isso aconteça.

— E não vai, elas vão pensar que você é incrível! — Kakashi tratou de tranquilizá-lo, colocando uma das mãos no ombro alheio — Foi o que eu pensei quando te vi... Você agiu rápido, evitou que o bandido fugisse e ainda me devolveu o cofre intacto, assim não levei um grande prejuízo! Aliás, vou ter que repensar a forma como guardo o dinheiro...

— Exatamente! Você não deveria deixar isso no trailer, leve com você ou pelo menos abra uma conta para ficar mais seguro! — acabou apontando o indicador tão perto do rosto do Hatake que quase tocou a ponta do nariz dele — Não poderá fazer novas receitas se não puder comprar os ingredientes, certo? E o aluguel deve ser pago ou o gerente vai te expulsar daqui!

— Haha, eu sei disso... — sentia-se mais relaxado conversando com ele, mas ainda precisava chegar ao assunto que realmente queria discutir — A propósito, obrigado por sua opinião quanto ao sorvete de Matcha... Segui seu conselho e diminui a quantidade de chocolate branco.

— Oh, é mesmo? — inicialmente ficou empolgado, mas Gai acabou com o rosto vermelho de novo ao se lembrar do bilhete — Ah... Desculpe por não dizer diretamente, eu só... Sabe, não queria que você soubesse.

— Mesmo que você diga que não combina com essa fantasia, não é exatamente por isso que eu quero saber o motivo de ter escondido. — Kakashi finalmente pôde ser direto com suas intenções — Como Mr. Teddy Bear, você sempre foi estranhamente atencioso comigo. Trazendo clientes quando o movimento estava fraco, dando uma quantidade maior de produtos do parque para distribuir para eles, entregando balões... Eu nunca te pedi nada e, mesmo assim, você estava lá para fazer sem dizer uma única palavra.

— Bem... — Gai voltou a se contorcer dentro da fantasia — Você sempre estava ali atendendo as pessoas, mas ao mesmo tempo parecia solitário. Como se ver a alegria dos outros te incomodasse ou como se quisesse fazer parte dela... E você mesmo disse que não conseguia interagir direito com os outros. Porém, a verdade é que... — estava tão inquieto que se levantou repentinamente do banco e quando virou o rosto na direção do Hatake, estava todo choroso — Kakashi, você é um cara legal!! Você merece ser feliz também!! — completou com a típica pose de “Nice Guy”.

— Eh?! — não era bem isso que o sorveteiro esperava ouvir, se levantando do banco enquanto encarava o outro — Eu agradeço a sua preocupação, mas você só estava me dando àquela atenção toda por pena?

— Não!! Não sentia pena de você! — de forma exagerada, Maito negou com a cabeça enquanto agarrava os ombros de Kakashi e o balançava — Eu queria te fazer bem, te deixar alegre! Mas um cara como eu, vestido como um mascote fofinho... Chegar em um bonitão como você seria... — ao perceber o que estava dizendo, soltou o outro e sentiu seu rosto esquentar ao ponto de até mesmo as orelhas arderem — Digo, sei que você não gosta das pessoas que te assediam no parque, por isso mesmo usa a máscara... Mas eu não posso evitar de pensar em você e em como nos damos bem... Afinal, você aceitou competir comigo algumas vezes e suporta o meu jeito explosivo. — de repente, Gai levou as duas mãos com força para o próprio rosto, para se recompor — O que eu quero dizer é: eu gosto de você, Kakashi! Então eu queria chamar a sua atenção... Pelo menos um pouco.

— Ah... — felizmente estava acostumado aos rompantes do sobrancelhudo, mas a declaração ainda o deixou surpreso, apesar de suas suspeitas. Acabou abaixando a máscara e permitiu que um sorriso genuíno brotasse em seu rosto — Você é realmente incrível... Mesmo dizendo algo como “um cara como eu, vestido assim”, ainda conseguiu falar o que sentia. Eu sempre tive problemas com isso... Colocar meus sentimentos em palavras é assustador. — Kakashi guiou uma das mãos até o rosto alheio, afagando com o polegar — Mas você conseguiu, Gai... Tanto com sua energia e sinceridade naturais quanto com a atenção que me deu através desta fantasia. Eu queria tanto conhecer o homem por dentro do urso e acabou sendo você... Me desculpe por não ter notado antes, sou realmente lerdo com algumas coisas.

— Kakashi... — Maito voltou a ficar choroso, com o coração quase saindo pela boca com aquele toque gentil e o sorriso que recebia — Se me der uma chance, eu juro que farei todo o possível para que não tenha mais aquele olhar melancólico no rosto... Quero te ver sorrindo assim sempre!

Gai estava tão sério e determinado em seu juramento que o outro não pode deixar de se sentir sortudo em ter alguém tão dedicado em uma declaração de amor. O Hatake nunca foi muito bom em relacionamentos e os assédios que sofreu ao longo da vida não o ajudaram em nada, mas sentia tanta confiança naquele homem a sua frente que não hesitou em acabar com a pouca distância que ainda havia entre eles, deixando que um beijo fosse a resposta que Maito queria e merecia receber. O sobrancelhudo mal sabia onde por as mãos no momento, mas acabou o abraçando carinhosamente em seguida, extremamente feliz por ter seus sentimentos retribuídos.

Se permitiram ficar assim por alguns minutos, desfrutando do contato que gradualmente se aprofundava e aquecia os dois, envolvendo-os numa ternura que não costumavam sentir, mas que os deixava extremamente confortáveis. Kakashi foi o primeiro a encerrar o beijo, contendo uma risadinha ao ver um biquinho no rosto do outro, como se estivesse pedindo mais. Porém, ainda estavam no parque e Gai precisava voltar para o trabalho, enquanto o sorveteiro tinha que voltar para o trailer, que havia deixado para a polícia examinar e provavelmente teria que ir para a delegacia para formalizar a queixa de roubo.

— Venho te buscar assim que eu terminar na delegacia, ok? Podemos tomar alguma coisa... — Kakashi sugeriu, assim poderiam passar mais tempo juntos.

— É claro! E amanhã, eu posso passar na sua casa e vamos correr juntos até o parque de diversões, o que acha? — Gai começava a se animar com os planos.

— Isso é impossível! — negou com a cabeça, pois ainda sentia seu corpo dolorido pela perseguição e jamais poderia acompanhar o ritmo do outro — Não espere que eu tenha a mesma disposição que você, ainda mais logo pela manhã.

— Kakashi, você precisa melhorar seu condicionamento físico! Se estivesse mais preparado, teria alcançado aquele bandido...

Em poucos minutos, Maito conseguiu transformar a perseguição num tipo de competição entre eles, comparando a resistência entre seus corpos e o fôlego que ainda dispunha, exibindo toda a sua excelente condição física até Kakashi perder a paciência e calá-lo com outro beijo. Felizmente Gai aceitou ser interrompido daquele jeito, apertando-o em seus braços mais uma vez e teria se perdido na deliciosa sensação de felicidade se o sorveteiro não colocasse os dois nos trilhos novamente. Kakashi tinha certeza de que estar ao lado de alguém como Gai lhe proporcionaria outras experiências e uma nova perspectiva de vida e estava sinceramente animado para vivenciar este romance daquele dia em diante.